Buscar

Eritromicina: Propriedades e Indicações

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Medicina UNEB – Turma XIII 
P á g i n a | 1 
 
A eritromicina é o protótipo dos macrolídeos, derivada do Streptomyces eritreus. A claritromicina e a 
azitromicina são os derivados semissintéticos da etritromicina. 
A atividade é aumentada em pH alcalino. A inibição da síntese proteica ocorre por meio da ligação ao RNA 
ribossomal 50S. O sítio de ligação é próximo ao centro da peptidiltransferase, sendo o alongamento da 
cadeia peptídica (transpeptidação) impedido pelo bloqueio do túnel de saída do polipeptídeo. Em 
consequência, o peptidil-tRNA é dissociada do ribossomo. Ela também inibe a formação da subunidade 
ribossomal 50S. 
 
A eritromicina é ativa contra as cepas suscetíveis de organismos G+, principalmente: 
o Pneumococos; 
o Estreptococos; 
o Estafilococos; 
o Corinebactérias (difteria, sepse por corinebactéria, eritrasma). 
Também são sensíveis Mycoplasma pneumoniae, L. pneumophila, Chlamydia trachomatis, Chlamydia 
psittaci, Chlamydia pneumoniae, H. pylori, Listeria monocytogenes, e algumas micobactérias 
(Mycobacterium kansasii, Mycobacterium scrofulaceum). 
Cepas suscetíveis de organismos G- (Haemophilus influenzae é um pouco menos sensível): 
o Neisseria sp.; 
o Bordetella pertussis; 
o Bartonella henselae; 
o Bartonella quintana; 
o Algumas espécies de Rickettsia; 
o Treponema pallidum; 
o Espécies de Campylobacter. 
 Medicina UNEB – Turma XIII 
P á g i n a | 2 
 
Em geral, é codificada por plasmídeo. Foram identificados três mecanismos: 
1. Permeabilidade reduzida da membrana celular ou efluxo ativo; 
2. Produção de esterases que hidrolisam macrolídeos (enterobactérias); 
3. Modificação do sítio de ligação ribossomal (proteção ribossomal) por mutação cromossomal ou 
por metilase constitucional ou indutível por macrolídeo. 
O efluxo e a produção de metilase são os dois mecanismos de resistência mais importantes nos G+. A 
resistência cruzada é total entre a eritromicina e os outros macrolídeos. A produção própria de metilase 
também confere resistência a compostos estruturalmente desconexos, mas similares do ponto de vista 
mecânico, como a clindamicina e a estreptogramina B (resistência a macrolídeo-lincosamida 
estreptogramina ou do tipo MLS-B), que compartilham o mesmo sítio de ligação ribossomal. Como os não 
macrolídeos são indutores fracos da metilase, as cepas que expressam uma metilase indutível parecem 
suscetíveis in vitro. No entanto, mutantes constitucionais resistentes podem ser selecionados e surgir 
durante a terapia com clindamicina. 
A eritromicina base é destruída pelo ácido gástrico e deve ser administrada com revestimento entérico. O 
alimento interfere na absorção. Os estearatos e os ésteres apresentam resistência razoável ao ácido e são 
um pouco mais bem absorvidos, sendo o estolato de eritromicina a preparação oral mais bem absorvida. 
Grandes quantidades da dose administrada são excretadas na bile e perdidas nas fezes, excretando-se 
apenas 5% na urina, não havendo necessidade de ajuste na insuficiência renal. Tem meia-vida de cerca de 
uma 1,5h e distribui-se amplamente, atravessando também a placenta, exceto para cérebro e LCS. A 
eritromicina é capturada por leucócitos polimorfonucleares e macrófagos. 
É o medicamento preferencial tradicional nas infecções por corinebactérias e nas infecções respiratória, 
neonatal, ocular ou genital por clamídias. Embora tenha sido usada no tratamento de PAC em razão do 
seu espectro de ação incluir pneumococos, M. pneumoniae e L. pneumophila, os novos macrolídeos 
atualmente são mais usados. 
A eritromicina também foi usada em substituição à penicilina em indivíduos alérgicos com infecção 
causada por estafilococos e estreptococos. O surgimento de resistência à eritromicina nos estafilococos e 
em cepas de estreptococos do grupo A tornou menos interessante o uso dos macrolídeos como agentes 
de primeira linha no tratamento de faringites e infecções de pele e tecidos moles. Embora seja o sal 
mais bem absorvido, o estolato de eritromicina impõe o maior risco de reações adversas, sendo os sais de 
estearato ou de succinato mais preferíveis. 
Anorexia, náuseas, vômitos e diarreia são comuns. A intolerância gastrintestinal, causada por estimulação 
direta da motilidade intestinal, é o motivo mais comum para interrupção da eritromicina e substituição por 
outro antibiótico. As eritromicinas, principalmente o estolato, podem produzir hepatite colestática aguda 
(febre, icterícia, comprometimento da função hepática), provavelmente como reação de 
hipersensibilidade. Muitos pacientes se recuperam, mas a hepatite reincide quando o fármaco é 
novamente administrado. As outras reações alérgicas são febre, eosinofilia e exantemas. Os metabólitos 
da eritromicina inibem enzimas do citocromo P450 e aumentam as concentrações séricas de inúmeros 
fármacos, inclusive teofilina, varfarina, ciclosporina e metilprednisolona. A eritromicina aumenta as 
concentrações séricas da digoxina oral ao aumentar sua biodisponibilidade. 
 
 Medicina UNEB – Turma XIII 
P á g i n a | 3 
 
É derivada da eritromicina por adição de um grupo metila, o que aumentou a estabilidade ácida e a 
absorção oral. 
O mecanismo de ação é idêntico ao da eritromicina. A claritromicina e a eritromicina assemelham-se em 
relação à atividade antibacteriana, exceto pelo fato de que a claritromicina é mais ativa contra o complexo 
Mycobacterium avium. A claritromicina também apresenta atividade contra Mycobacterium leprae, 
Toxoplasma gondii, e H. influenzae. Os estreptocos e estafilocos resistentes à eritromicina também são 
resistentes à claritromicina. 
A meia-vida mais longa da claritromicina (6 horas) em comparação com a eritromicina permite a 
administração duas vezes ao dia. Ela penetra bem na maioria dos tecidos, com concentrações iguais ou 
superiores às séricas. É metabolizada no fígado e o principal metabólito é a 14-hidroxiclaritromicina, que 
também apresenta atividade antibacteriana. Partes do fármaco ativo e este metabólito principal são 
eliminados na urina, recomendando-se a redução da dosagem para pacientes com insuficiência renal. A 
claritromicina possui interações medicamentosas similares às descritas para a eritromicina. As vantagens 
da claritromicina em comparação com a eritromicina são menor incidência de intolerância gastrintestinal 
e administração menos frequente. 
Seus espectros de ação, mecanismo de ação e usos clínicos são similares aos da claritromicina, sendo ativa 
contra o complexo M. avium e contra o T. gondii. A azitromicina é um pouco menos ativa 
do que a eritromicina e a claritromicina contra estafilococos e estreptococos, mas um pouco mais ativa 
contra o H. influenzae e bastante ativa contra espécies de Chlamydia. 
A azitromicina difere da eritromicina e da claritromicina principalmente nas propriedades farmacocinéticas. 
Ela penetra muito bem na maioria dos tecidos e nas células fagocíticas (exceto no LCS). O fármaco é 
liberado lentamente dos tecidos (meia-vida tecidual de 2 a 4 dias) o que resulta em uma meia-vida de 
eliminação de cerca de três dias. Essas propriedades peculiares permitem a administração de dose única 
diária e, em muitos casos, o encurtamento da duração do tratamento. 
A azitromicina é rapidamente absorvida e bem tolerada por VO. Deve ser administrada uma hora antes ou 
duas horas após as refeições. Antiácidos à base de alumínio e magnésio não alteram a biodisponibilidade, 
porém retardam a absorção e reduzem as concentrações séricas máximas. Ela não inativa as enzimas do 
citocromo P450 e está livre das interações medicamentosas que ocorrem com a eritromicina e com a 
claritromicina. 
Os ATB macrolídeos prolongam o intervalo QT em razão do efeito sobre os canais de potássio, isso pode 
causar arritmia tipo torsades de pointes. Trabalhos recentes sugeremque a azitromicina pode estar 
associada a um pequeno aumento no risco de morte cardíaca. 
Fonte: Katzung, 13ª Ed.

Outros materiais