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→ São insetos pequenos que trazem diversos transtornos para os indivíduos, porque a doença produzida por eles é a pediculose, pruriginosa, a coceira leva a injurias na pele que podem derivar a infecções secundárias. → Filo: Arthropoda, classe: Insecta, da ordem: Pthiraptera (onde estão incluídos todos os piolhos de interesse médico), sub-ordem: Ischinocera e Amblycera (são piolhos mastigadores que podem infectar acidentalmente), sub-ordem: apnoplura, é a mais importante, onde tem os piolhos sugadores): ✓ Família: Pediculidae, espécies : Pediculus capitis - piolho da cabeça Pediculus humanus - piolho do corpo. ✓ Família: Pthiraptera, espécie : Pthirus pubis, o piolho pubiano (“chato”). → Dentro da ordem Phthiraptera existem mais de 3.500 espécies, somente 30 têm importância médica. → Piolhos são insetos adaptados para realizar todo seu ciclo biológico nos hospedeiros: aves ou mamíferos. → São insetos termodependentes, são capazes de sobreviver dentro da faixa de temperatura do seu hospedeiro, e variação dela vai trazer prejuízos ao tempo de vida dos piolhos e sua sobrevivência. Quando fora do organismo dos hospedeiros morrem em dias. → Há dois tipos de nutrição: ✓ Piolhos sugadores: subordem anoplura (se alimentam somente de sangue de mamíferos). ✓ Piolhos mastigadores: subordens Ischinocera e amblycera parasitam aves e mamíferos, se alimentam de pele, pena e de pelos, e pode se alimentar de sangue a partir das escoriações produzidas na pele dos hospedeiros, mas ele deverá ser coagulado. Não tem grande interesse médico pois não são capazes de se multiplicar no organismo humano. ORDEM ANOPLURA → Compreende os piolhos, pequenos insetos sem asas, com o corpo achatado dorso ventralmente, que são ectoparasitos do homem e de outros mamíferos. A família Pediculidae inclui 2 espécies que infestam o ser humano, e a família Pthiridae com o Pthirus pubis. → Morfologia geral: Pediculus humanus P. humanus capitis P. humanus Phthirus pubis fêmea em vista dorsal ✓ Quando a cabeça é mais larga que o tórax onde estão inseridas as pernas, observa-se que é do tipo mastigador. Se a cabeça é mais estreita que o tórax é um anoplura – sugador. → Ciclo biológico: dura entre 3 e 4 semanas, se inicia quando machos e fêmeas maduros copulam e fazem a postura dos ovos nos cabelos ou das vestimentas conforme seja a espécie do piolho. Os ovos também são chamados de lêndeas, delas eclodem um indivíduo jovem, ninfa, destituído de cerdas e esbranquiçado, vai se alimentar de sangue e aumentar de tamanho, até trocar de esqueleto, e evolui para uma segunda ninfa, que se alimenta cresce e evolui para ninfa três, que repete o processo e da origem a um macho ou uma fêmea conforme tenha sido o sexo pré-estabelecido. Fêmea Fêmea Macho Referências: Rey, 4° Ed ✓ Os adultos vivem em torno de 40 dias, variando entre 20 a 40. → Possuem garras que se fixam e os permitem se manter nos organismos no hospedeiro, apresentam um par de olhos funcionais, mais utilizam como guia o CO2 exalado e a temperatura. O aparelho bucal fica embutido, e o corpo ser achatado dorso ventralmente permite contato maior com a pele. Todos os ovos possuem um opérculo de onde eclodem as ninfas. → Não saltam, podem ser movimentar por corrente de ar, não se distanciam muito do coro cabeludo. → Transmissão: os piolhos são transmitidos, principalmente por contato direto. → Tratamento: ✓ Pediculose da cabeça: colocam até 200 ovos, catação manual; Penteação ou escovação frequentes; ar quente; raspagem da cabeça; corte curto do cabelo (menor que 8mm a partir do couro cabeludo); solução salina = água + sal extermina lêndeas; produtos químicos existentes no mercado como Kwell, Deltacid, Revectina . ✓ Pediculose do corpo: retirar a roupa do corpo e mantê-la mergulhada em água fria com formol ou lysoform por duas horas. Tratar as lesões cutâneas com corticoides e antibióticos (se estiverem infeccionadas); aquecer a roupa de cama a 70º C durante uma hora. ✓ Pitiríase (infecção por Pthirus pubis): catação manual, ar quente, raspagens, produtos químicos. ✓ Dermatite por piolhos: As manifestações clínicas da pediculose são devidas à secreção das glândulas salivares reniformes dos piolhos. Injetada na pele, ela produz pequena lesão papulosa e intenso prurido. O paciente é levado a coçar-se e arranhar- se, produzindo escoriações lineares na pele, que podem infectar-se e acompanhar-se de adenopatias. Elas terminam por deixar na pele estrias paralelas pigmentadas e de base endurada, por vezes revestidas de crostas. Os pacientes desenvolvem uma hipersensibilidade à saliva e às fezes dos piolhos. • A pediculose por Pediculus humanus predomina nas regiões de clima temperado ou frio, onde se anda mais agasalhado, as trocas de roupa são menos frequentes e os banhos mais raros. Hoje, é encontrada, sobretudo entre indigentes, em instituições de caridade e asilos. Também em prisões, campos de concentração e soldados em campanha. • As lesões predominam no dorso, ombros, axilas e na cintura. Infecções secundárias podem produzir impetigo, furunculose ou eczema. • Tratamento: mais simples para a pediculose da cabeça consiste em raspá-la completamente. Se isso não for socialmente aceitável, aplicar um xampu contendo hexaclorobenzeno a 1% (lindane) ou DDT em pó a 10%. • São também eficientes as preparações com piretrinas, com malation ou com benzoato de benzila. Ultimamente, prefere-se o creme de permetrina a 1%, mais eficiente e mais agradável de usar. • Curam-se as pediculoses do corpo e do púbis com aplicação, na roupa, de pós inertes com DDT a 10%; ou com malation ou lindane a 1%. A lavagem de roupa em lavadora automática é muito eficiente para o despiolhamento. → Doenças transmitidas por piolhos: ✓ Tifo por Rickettsia prowasekii (Tifo exantemático) - quando Pediculus humanus suga sangue de um paciente com tifo, as rickéttsias invadem as células epiteliais de seu estômago. Depois, elas passam a ser eliminadas com as fezes que o inseto deposita habitualmente sobre a pele, enquanto suga – evitar o esmagamento. • Como não há invasão de outros órgãos, as rickéttsias não podem ser inoculadas pela picada do piolho. Ninfa 1° Ninfa 2° Ninfa 3° Adulto • As rickéttsias podem ser adquiridas por aspiração das fezes dessecadas dos piolhos, ou contato destas com as mucosas e as conjuntivas. Piolhos esmagados entre as unhas podem ser outras fontes de infecção. • Os pacientes apresentam, então bacteremia e lesões vasculares, com extravasamento de plasma, hemoconcentração e choque. • Após 1 a 2 semanas da infecção surgem febre com calafrios, cefaleia, dores pelo corpo e prostração. Um exantema, que se inicia na parte superior do corpo, estende-se às outras partes. Podem alternar-se fases de delírio com as de estupor. • Também ocorrem gangrena das extremidades e insuficiência renal. A doença dura 2 a 3 semanas, com letalidade entre 10 e 40% dos casos. • Há formas benignas, que conferem imunidade permanente, e protegem até contra o tifo murino. • O diagnóstico é imunológico e o tratamento feito com doxiciclina, com tetraciclina ou com cloranfenicol. • Os casos graves devem ser tratados sem esperar a confirmação do diagnóstico. A distribuição do tifo é cosmopolita, atingindo vários países da África e da Ásia. É endêmico em regiões montanhosas do México, das Américas Central e do Sul (Colômbia e Equador). • O tifo não se propaga de uma pessoa a outra. A prevenção é feita pelo despiolhamento das comunidades. ✓ Febre das trincheiras: é outra rickettsiose, devida a Rochalimaea quintana, que produz febre, com início súbito e calafrios, mas com tendência a declinare reaparecer a cada 3 a 5 dias. O número de recidivas varia de 1 a 10 ou mais. No período febril, surge um exantema. A evolução é, em geral, benigna e, em muitos casos, assintomática. Tratamento e prevenção como para o tifo. O controle de piolhos é a medida fundamental. ✓ Febre recorrente por Borrelia recurrentis: Caracteriza-se por acessos febris que duram 2 a 9 dias, com intervalos sem febre de 2 a 4 dias. De início, há um exantema petequial transitório. Nos casos não-tratados a letalidade varia de 2 a 10%; mas nos surtos epidêmicos chega a 50%. Os surtos são devidos à transmissão contaminativa por Pediculus humanus, sendo o homem o único reservatório. Uma forma endêmica é mantida por carrapatos. Tratamento: com tetraciclina ou eritromicina.
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