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PIOLHOS - Parasitologia

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PARASITOLOGIA MÉDICA Bruna Pitanga MED 104C
PIOLHOS
★ Introdução
O objetivo do material é discutirmos acerca das
infestações por piolhos humanos. Os piolhos são
insetos pequenos que produzem infestações em
várias partes do corpo dos seres humanos na
dependência da espécie do piolho, trazendo uma
série de transtornos para esses indivíduos porque a
doença produzida pelos piolhos ou pela presença dos
piolhos a chamada pediculose é uma doença
tipicamente pruriginosa que produz muita coceira
nos hospedeiros levando a esses hospedeiros a
produzirem injúrias na pele que podem derivar para
infecções secundárias.
Além disso, os piolhos podem ser responsáveis na
dependência da taxa de piolhos por indivíduo,
sobretudo em crianças, por processos anêmicos por
conta da intensidade que sugam sangue, já que os
piolhos humanos são exclusivamente hematófagos
em todas as fases da vida.
★ Classificação taxonômica
Os piolhos pertencem ao reino animal.
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta - são insetos de tamanhos bastante
pequenos, variando entre 2/3/3,5 mm de
comprimento.
Ordem: Pthiraptera - piolhos - todos os piolhos de
interesse médico e médico veterinário
Há duas sub-ordem de piolhos:
Sub-ordem: Ischinocera e Amblycera -
piolhos mastigadores - que podem infestar o
organismo humano apenas acidentalmente, são
piolhos típios de aves e mamíferos; mamíferos outros
que não o ser humano; podem chegar a infestar o ser
humano, mas não se instalam no nosso organismo,
praticando o seu ciclo biológico, são incapazes de se
desenvolver ou de permanecer muito tempo no
organismo dos seres humanos por não estarem
adaptados a esses indivíduos
Sub-ordem: Anoplura - piolhos sugadores -
essa sim bastante importante para nós; entre esses
piolhos sugadores existem duas famílias:
↬ Família: Pediculidae - dentro dessa família estão
duas espécies que são encontradas frequentemente
em organismos humano e são espécies parasitas
exclusivamente humana:
Espécies: Pediculus capitis - piolho da cabeça
Pediculus humanus - piolho do corpo
↬ Família: Pthiraptera
Espécie: Pthirus pubis - piolho pubiano (“chato”)
Vamos focalizar o nosso assunto nessas três espécies
de piolhos, mas vamos iniciar discutindo alguns
aspectos gerais do comportamento desses insetos.
★ Ordem Phthiraptera - piolhos
A ordem Phthiraptera existem dentro dessa ordem
dos piolhos cerca de 3.500 espécies, mas apenas 30
têm importância econômica (porque também são
parasitos de animais de produção e aves de
produção, por exemplo), tem importância na saúde.
Entretanto, para os seres humanos apenas há
aquelas três espécies que são Pediculus capitis,
Pediculus humanus e Pthirus pubis.
Os piolhos são insetos que realizam todo o seu ciclo
biológico nos seus hospedeiros, sejam eles aves ou
mamíferos; nos casos dos piolhos de espécies que são
parasitos de seres humanos só vão ser capazes de
realizar o seu ciclo completo no organismo dos seres
humanos.
Os piolhos são termodependentes, ou seja, eles só são
capazes de sobreviver na faixa de temperatura dos
seus hospedeiros especificamente. Então alterações
nessas faixas de temperatura para mais ou para
menos vão trazer prejuízos diretos à longevidade, ou
seja, ao tempo de vida dos piolhos e inclusive a sua
sobrevivência. É importante saber que eles são
insetos termodependentes.
Quando fora do organismo dos hospedeiros vivem
muito pouco tempo, vivem alguns dias no máximo,
seja por inanição porque não conseguem se
alimentar, seja por conta dessa alteração da
temperatura que trazem consequências desastrosas
para a fisiologia desses insetos.
Há dois tipos de nutrição desses piolhos:
a) Piolhos sugadores - que são os que nos
interessa, da sub-ordem Anoplura que
parasitam somente mamíferos; esses são os
piolhos humanos; se alimentam
exclusivamente de sangue.
1
PARASITOLOGIA MÉDICA Bruna Pitanga MED 104C
b) Piolhos mastigadores - que são piolhos de
outros animais, como animais domésticos e
aves, também; que pertencem a sub-ordem
Ischinocera e Amblycera; esses parasitam
aves e mamíferos; sendo mastigadores se
alimentam de pele, pena e pelos, também
podem se alimentar de sangue a partir as
escoriações produzidas na pele do
hospedeiro, mas esse sangue deverá ser
coagulado; esses insetos, piolhos
mastigadores, não tem grande interesse
médico, na medida que não se instalam
permanentemente no organismo dos seres
humanos e não são capazes de se multiplicar
no organismos de seres humanos; Você pode
se infestar por esses piolhos, mas logo estará
livre deles espontaneamente porque eles não
conseguem sobreviver no nosso organismo.
★ Piolhos: Ordem - Pthiraptera /
Sub-ordem: Anoplura
Temos aqui as características básicas dos piolhos:
↬ Compreende os piolhos, pequenos insetos sem
asas, com o corpo achatado dorso-ventralmente, que
são ecto-parasitos do homem e de outros mamíferos.
A família Pediculidae inclui 2 espécies que infestam o
ser humano, que são Pediculus capitis, Pediculus
humanus. Existe ainda a família Pthiridae, com uma
espécie: Pthirus pubis (“chato”).
Então aqui temos o
Pediculus humanus que é
chamado como piolho do
corpo ou muquirana.
Está muito associado às
vestimentas humanas;
ele vai sugar o sangue dos seres humanos, mas a
associação dos adultos e dos jovens piolhos,
chamados ninfas, está muito associada às
vestimentas.
Então um bom controle, um bom manejo dessas
vestimentas acaba por reduzir ou acabar com as
populações desses piolhos nos organismos dos
indivíduos por ele parasitados.
Pthirus pubis que é o piolho
achatadinho/atarracado que é
chamado de chato. Piolho da
região pubiana humana, é
transmitido, principalmente
através das relações sexuais, não adianta o uso de
preservativo, pois eles estão presentes nos pelos
pubianos, podendo ter outras localizações no
organismo humano. Conceitualmente é o piolho
pubiano.
Pediculus capitis - piolho da
cabeça que é parasito da
cabeça de seres humanos, é
encontrado associado ao
couro cabeludo e ao cabelo.
★ Morfologia
Nesta imagem damos uma
olhada em piolhos
mastigadores. Apenas uma
curiosidade quando a cabeça
do piolho é mais larga que o
tórax, onde estão inseridos
as pernas desses insetos, observamos que essa
cabeça sendo mais larga se trata de um piolho
mastigador. É o caso da Ischinocera e Amblycera.
Ischinocera é assim chamado porque sua antena é
visível, na lateral da cabeça; já o Amblycera, de aves e
mamíferos, não conseguimos perceber a presença de
antena.
Temos aqui um Anoplura piolho
tipicamente parasito de
mamíferos, sugador, a sua cabeça
é mais estreita que o tórax; o
tórax se insere as pernas.
★ Anoplura
Os insetos dessa ordem Anoplura são vulgarmente
chamados de piolhos sugadores, porque sugam
sangue. Tem como principais espécies:
↬ Pediculus capitis - piolho da cabeça, parasita do
homem
↬ Pediculus humanus - piolho do corpo
↬ Pthirus pubis - vulgarmente conhecido como chato;
piolho pubiano
São as três espécies que parasitam os seres
humanos.
2
PARASITOLOGIA MÉDICA Bruna Pitanga MED 104C
● Ciclo biológico
Os piolhos têm o ciclo biológico que duram entre 3 a
4 semanas.
⇨ O ciclo se inicia quando machos e fêmeas copulam,
quando estão maduros para isso;
⇨ Fazem as posturas dos ovos nos pelos, nos cabelos
ou nas vestimenta conforme seja a espécie do piolho;
⇨ Esses ovos também chamadas de lêndeas. Então as
lêndeas são os ovos do piolho, ficam aderidos na
roupa, conforme seja a espécie, aos pelos pubianos ou
aos cabelos;
⇨Desse ovo depois de um tempo eclode um indivíduo
jovem chamado de ninfa. Essa ninfa é um piolho em
miniatura, destituído de cerdas com o corpo
bastante delicadoe esbranquiçado e esse indivíduo
que eclode do ovo vai se alimentar de sangue e vai
crescer em tamanho e vai passar por um processo
chamado de muda ou ecdise trocando de
exoesqueleto e evoluindo para um segunda ninfa;
Essa segunda ninfa, por sua vez continua se
alimentando de ninfa, se alimentando de sangue,
cresce e sofre uma nova muda evoluindo para a ninfa
3;
⇨ Essa ninfa 3 se alimenta, cresce e sofre a
metamorfose final dando origem a um macho ou a
uma fêmea conforme tenha sido o sexo
pré-estabelecido a nível de lêndea e embrião em
desenvolvimento;
⇨ Os adultos vivem em torno de 40 dias, variando de
20 a 40 dias na dependência da espécie.
obs.: O ciclo biológico do Pediculus capitis: incubação
do ovo - oito a nove dias; de ninfa 1 até adulto - mais
15 dias.
Resumindo: postura de ovos ou lêndeas que ficam
presas ao cabelo, ao pêlo ou nas fibras ⇨ ninfa 1 ⇨
evolui ninfa 2 ⇨ evolui ninfa 3 ⇨ origina aos adultos
por metamorfose - macho ou fêmea.
Nesta imagem podemos ver uma fêmea de Pediculus
capitis - piolho da cabeça e uma lêndea ou ovo preso
no cabelo; podemos ver também uma fêmea de
Pthirus pubis, que é o piolho pubiano.
● Morfologia
Um detalhe que os piolhos têm na
sua anatomia que é muito
importante são as garras. Como
podemos observar na imagem,
essas garras são dotadas de duas
unhas que se prendem
firmemente ao organismo do hospedeiro ou às
vestimentas do hospedeiro, conforme a espécie. Os
piolhos usam essas garras para se manterem presos
no corpo do hospedeiro. Essas garras são bastante
poderosas e essa característica é marcante para
esses piolhos. Além deles terem o corpo achatado
dorso-ventralmente, apresentam os três pares de
pernas, nas 6 pernas essas garras poderosas para se
fixarem no organismo do hospedeiro.
Os piolhos, também, apresentam um par de olhos,
esses olhos são funcionais, mas utilizam
principalmente como guia para o seu hospedeiro a
temperatura corporal e o gás carbônico exalados por
esses hospedeiros, então fontes de calor são atrativos
para os piolhos. O aparelho bucal fica embutido na
cabeça e eles expõem esse aparelho bucal toda vez
que for se alimentar. Por ter o corpo achatado
dorso-ventralmente fica muito próximo da pele do
hospedeiro e isso garante a facilidade de retirar
sangue do corpo do hospedeiro.
Temos aqui as garras em ação,
firmemente presa aos pelos,
característica marcante
desses piolhos.
3
PARASITOLOGIA MÉDICA Bruna Pitanga MED 104C
Aqui uma lêndea, um ovo que é dotado
de um opérculo e em cerca de 8 dias
depois de posto esse ovo, eclode uma
ninfa, que eclode pelo opérculo do ovo;
todos os ovos de piolho tem esse
opérculo.
Temos aqui o momento
de eclosão da ninfa
escalando o cabelo para
se libertar desse ovo, ato
contínuo vai se voltar
para baixo, vai escalar de
volta, para baixo desse
cabelo e vai se posicionar
na pele do hospedeiro onde vai iniciar a sua
hematofagia, sua ingesta de sangue.
● Pediculus capitis
Aqui um detalhe do
Pediculus capitis que é o
piolho de cabeça, uma
fêmea com as garras
características e quando
você reconhece uma
fêmea, você reconhece
pelo tamanho e também porque a região posterior do
abdômen, a última parte do corpo, é bifurcada.
Os machos de piolho tem a
região posterior do
abdômen arredondado e
vão apresentar o órgão
copulatório característico.
Na cabeça do macho temos
as antenas bem
protuberantes, o aparelho bucal e as garras que são
bastante importantes na identificação desses piolhos
sugadores, pois elas mantêm os insetos fixados no
organismo dos hospedeiros.
Um mito que devemos desfazer, que é importante
saber é que piolhos não saltam, eles se deslocam
facilmente por corrente de ar, pois são insetos
extremamente leves, mas estão muito bem
adaptados para se fixar e muito bem no organismo
dos seus hospedeiros.
É importante lembrar que os piolhos não se
distanciam muito do couro cabeludo, porque a todo
momento eles precisam da temperatura corporal do
seu hospedeiro para se manterem fisiologicamente
funcionais, eles precisam dessa característica e
também para se alimentarem de sangue, se
alimentam de forma contínua em cima do organismo
do hospedeiro e durante o período que sobrevivem
que é em torno de 40 a 60 dias para algumas
espécies e 20 dias para o Pthirus pubis, esses piolhos
vão se alimentar continuamente produzindo injúrias
ao organismo do hospedeiro.
Os ovos são postados a cerca de 8 mm do couro
cabeludo do indivíduo para que as ninfas eclodem.
Então uma estratégia bastante interessante para
controlar o piolho de cabeça é cortar os cabelos
abaixo de 8 mm ou simplesmente raspar a cabeça.
● Pediculus humanus
Pediculus humanus que é a segunda espécie de piolho
que vamos falar, o piolho do corpo. Esse piolho está
muito associado às vestimentas do indivíduo. Tem as
garras nas pernas, seu tamanho é um pouco maior
do que o piolho de cabeça, tem em torno de 3,5 mm (o
piolho de cabeça tem em torno de 3 mm) e vivem
associados às vestimentas indo a pele do hospedeiro
para se alimentarem de sangue.
O ciclo biológico é exatamente o mesmo para as três
espécies de piolhos: ovo ⇨ 3 ninfas ⇨ adultos. E o
desenvolvimento se dá de 3 a 4 semanas do ovo ao
adulto.
Os insetos adultos de Pediculus humanus vivem em
torno de 60 dias, a exemplo do que acontece com o
Pediculus capitis que é o piolho de cabeça vive de 40 a
60 dias, nesse período vão se alimentar
continuamente no hospedeiro, desde a fase jovem.
Os piolhos são capazes de enxergar, mas usam a
temperatura corporal e o gás carbônico do
hospedeiro para se dirigirem até ele.
Aqui um detalhe da
fêmea do Pediculus
humanus, o piolho do
corpo, bem parecido
com o piolho de
cabeça, para alguns
pesquisadores o que
os distingue são o tamanho.
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PARASITOLOGIA MÉDICA Bruna Pitanga MED 104C
Aqui um macho do Pediculus
humanus, piolho de corpo, bem
parecido com o piolho de cabeça,
com o seu aparelho reprodutor
masculino bastante evidenciado.
Temos aqui uma fêmea
de Pediculus humanus
portando dois ovos no
seu abdômen, ela é
capaz de colocar até 300
ovos durante a vida e
faz uma postura média
de 2 a 10 ovos por dia.
No caso do Pediculus capitis, que é o piolho de cabeça,
a quantidade de ovos chega de 100 a 200 ovos e ela
chega a colocar de 1 a 10 ovos diariamente durante
esse período.
O Pediculus capitis vive em torno de 40 dias na fase
adulta e o Pediculus humanus, que é o piolho do corpo,
vive em torno de 60 dias.
Então essa quantidade de ovos que esses piolhos
conseguem ovipor, desses eclodem as ninfas que vão
conviver com os adultos que deram origem à elas e
isso vai levar a um aumento violento da infestação no
organismo e vai trazer consequências severas para
esse hospedeiro em termos de crescimento das
infestações e lesões produzidas por eles.
Nesta imagem podemos
observar a meia de um
indivíduo repleta de
lêndeas e também piolhos
adultos, observem a
característica das lesões
que por conta do prurido
produzido pela picada do
piolho, que a sua saliva
produz esse prurido, essa coceira, forma essas lesões
estriadas, com estriações da pele e ressecamento
dessa pele. Esse processo pruriginoso pode abrir
portas de entrada para infecções bacterianas
secundárias agravando os casos de pediculose.
● Pthirus pubis
Temos aqui o Pthirus
pubis que é o piolho da
região pubiana
(“chato”), que é o mais
atacarradinho de todos,
o menor. Então os
outros piolhos, o piolho
da cabeça tem em torno
de 3 mm de
comprimento, o piolho do corpo tem em torno de 3,5
mm de comprimento e o piolho pubiano tem em
torno de 2 mm de comprimento.
Piolho da região pubiana, na imagem acima,
podemos observar uma fêmea com as antenas bem
proeminentes, o aparelho bucal e as garras bastante
poderosas e até mais poderosas, mais desenvolvidas
do que as dos piolhos de cabeçae corpo. Porque esses
piolhos pubianos vão se fixar nos pelos pubianos que
são mais grossos e por isso as garras são mais
robustas.
Aqui podemos ver mais um
detalhe da fêmea com a
região posterior do corpo
bifurcada e podemos ver
essas estruturas que só esse
piolho tem que são os
chamados para pódios que
são projeções laterais na região abdominal desses
piolhos, podemos ver as garras características,
principalmente no segundo e terceiro par de pernas
muito mais desenvolvidas, no primeiro também, mas
mais no segundo e terceiro para que eles possam se
fixar nos pelos pubianos.
Podem ser encontrados também nas sobrancelhas,
barbas, bigode e já foram encontrados nas cabeças de
crianças infestadas por piolhos. Em geral, são
encontrados nos pelos pubianos, as crianças podem
ter o parasitismo desses piolhos, mas é mais raro
para elas.
É importante caracterizar que esses piolhos
pequenos lembram carrapatos, inclusive as larvas de
carrapatos, os micuins tem apenas 6 pernas, como
vai distinguir o piolho de um carrapato? O piolho
tem cabeça, tórax e abdômen, já o carrapato não tem;
o carrapato tem um estrutura chamada capítulo
onde está o aparelho bucal que se projeta para frente
5
PARASITOLOGIA MÉDICA Bruna Pitanga MED 104C
em relação ao abdômen, tem um cefalotórax, a
cabeça e o tórax unido e o abdômen proeminente. Os
carrapatos assim que mudam de fase, de micuim
(larva) para as ninfas sendo que essas têm 8 pernas.
Os adultos praticam hematofagia, processo bastante
pruriginoso e sua transmissão se dá por contato
sexual. Aliás, as pediculoses são transmitidas por
contato direto entre os indivíduos, havendo outras
possibilidades para os piolhos de cabeça, corpo e
pubiano.
Nesta imagem podemos
ver o piolho pubiano
parasitando os cílios de um
indivíduo, isso pode
acontecer por contato
direto ou o indivíduo se
coça e acaba transportando
esses piolhos para os cílios, barba, bigode, e acaba se
infestando. É muito comum encontrarmos essas
infestações grandes em indivíduos que vivem na rua,
que vivem sem higiene, em precárias condições de
vida, também encontramos os piolhos pubianos
espalhados pela cabeça, barba, bigode e
eventualmente até nos cabelos e também nos cílios e
nas sobrancelhas.
★ Transmissão
A transmissão acontece por contato direto, mas
existem outras vias de transmissão.
Para o piolho de cabeça o compartilhamento de
bonés; de chapéus; e de lenços de cabeça.
Para o piolho do corpo o compartilhamento de
lençóis e roupa de cama - na roupa de cama o piolho
sai do corpo de um indivíduo que está ali dormindo e
passa para o outro; vestimentas; e contato direto e
insubstituível em termos de transmissão.
O piolho pubiano da mesma maneira pelo contato
direto via sexual ou através do transporte
involuntário para outras partes do corpo através das
mãos ou do corpo de outras pessoas através das
mãos que estejam infestadas de piolhos, embora isso
seja mais difícil.
★ Tratamento
O tratamento para a pediculose de cabeça se faz por:
⇨ Catação manual - utilizando luvas e jogá-los em um
frasco com álcool ou insinerá-los;
⇨ Penteação ou escovação com frequência -
utilizando um condicionador para que sejam
removidos não só os adultos como também os ovos;
⇨ Ar quente - o ar quente do secador de cabelo
costuma ser letal para os adultos, mas
principalmente aquecendo as lêndeas, os embriões
que estão dentro dos ovos vão ser destruídos ;
⇨ Raspagem da cabeça - é uma medida muito
praticada, apesar de ser traumática para muitos, mas
por vezes é a maneira eficiente de se livrar desses
piolhos, porque não havendo cabelo para fixação ou
postura de ovos a infestação estará extinta;
⇨ Corte curto do cabelo (menor que 8 mm a partir do
couro cabeludo) - porque as fêmeas dos piolhos põe
os ovos nos cabelos e esses cabelos tem que crescer
acima de 8 mm para que as lêndeas continuem o seu
desenvolvimento e delas eclodem as ninfas. Então
um corte bem curto de cabelo inviabiliza a
sobrevivência e a postura de ovos pelas fêmeas;
⇨ Solução salina = água + sal extermina lêndeas - vai
matar adultos, mas principalmente vai exterminar as
lêndeas;
⇨ Produtos químicos existentes no mercado como
Kwell ® , Deltacid ® (esses dois são aplicados sobre a
cabeça do indivíduo), Revectina ® (que é a
ivermectina para seres humanos, administrados via
oral e de forma sistêmica mata os piolhos que estão
na cabeça) - também esses tratamentos podem ser
indicados para as demais pediculoses.
O tratamento para a pediculose do corpo se faz:
⇨ Retirar a roupa do corpo e mantê-la mergulhada
em água fria com formol ou lysoform por duas horas.
Tratar as lesões cutâneas com corticóides e
antibióticos (se estiverem infeccionadas) - se estiver
muito infestada o ideal é descartá-la ou incinerá-la;
⇨ Aquecer a roupa de cama a 70ºC durante uma hora
- também é útil para eliminar piolhos que
eventualmente estejam ali ou até lêndeas que
possam a vir dar ninfas que podem infestar os
indivíduos.
Na pitiríase que infestação por Pthirus pubis, o chato:
6
PARASITOLOGIA MÉDICA Bruna Pitanga MED 104C
⇨ Catação manual;
⇨ Ar quente;
⇨ Raspagem;
⇨ Produtos químicos - que também podem ser
aplicados na pediculose do corpo.
Não podemos esquecer de tratar as lesões
produzidas pelas picadas de piolhos.
★ Dermatite por piolhos
As manifestações clínicas da pediculose são devidas
à secreção das glândulas salivares reniformes dos
piolhos. Injetada na pele, ela produz pequena lesão
papulosa e intenso prurido.
O paciente é levado a coçar-se e arranhar-se,
produzindo escoriações lineares na pele, que podem
infectar-se e acompanhar-se de adenopatias. Elas
terminam por deixar na pele estrias paralelas
pigmentadas e de base endurada, por vezes
revestidas de crostas.
Os pacientes desenvolvem hipersensibilidade à saliva
e às fezes dos piolhos.
A pediculose por Pediculus humanus predomina nas
regiões de clima temperado ou frio, onde se anda
mais agasalhado, as trocas de roupas são menos
frequentes e os banhos mais raros.
Hoje, é encontrado, sobretudo entre indigentes, em
instituições de caridade e asilos. Também prisões,
campos de concentração e soldados em campanha.
As lesões predominam no dorso, ombros, axilas e na
cintura.
Infecções secundárias podem produzir impetigo,
furunculose ou eczema.
● Diagnóstico e tratamento:
A presença de lêndeas e de piolhos na cabeça
(sobretudo na nuca e atrás das orelhas) facilita o
diagnóstico, mas podem se espalhar por toda a
cabeça.
Na pediculose do corpo, os ovos devem ser
procurados nas roupas íntimas ou nas roupas dos
indivíduos, no caso do piolho pubiano, ele faz a sua
postura dos ovos nos pelos pubianos e não nas
roupas.
O tratamento mais simples para a pediculose da
cabeça consiste em raspá-la completamente. Se isso
não for aceitável, aplicar shampoo contendo
hexaclorobenzeno a 1% (lindane) ou DDT em pó a
10%.
São também eficientes as preparações com
piretrinas, com malation ou com benzoato de
benzila. Ultimamente, prefere-se o creme de
permetrina a 1%, mais eficiente e mais agradável de
usar.
Curam-se as pediculoses do corpo e do púbis com
aplicação, na roupa, de pós inertes com DDT a 10%;
ou com malation ou lindane a 1%.
A lavagem de roupa em lavadora automática é muito
eficiente para o despiolhamento.
★ Doença transmitidas por piolhos
Piolhos do corpo são capazes de transmitir doenças
importantes:
- Tifo por Rickettsia prowasekii (Tifo
exantemático): produzida por esmagamento
dos piolhos porque as rickéttsias vão estar
presente nas fezes dos piolhos parasitados,
que tenham sugado o sangue de alguém que
tenha essa rickettsia. Então é muito
importante alertar as populações que tenham
Pediculus humanus para evitar o
esmagamento do piolho, principalmente
aquele hábito que se tem de esmagar os
piolhosentre os dedos quando quer se livrar
deles na catação manual.
Não se deve esmagar piolho algum entre os dedos
porque os piolhos do corpo podem produzir essas
doenças.
Quando Pediculus humanus suga sangue de um
paciente com tifo, as rickéttsias invadem as células
epiteliais de seu estômago. Depois, elas passam a ser
eliminadas com as fezes que o inseto deposita
habitualmente sobre a pele, enquanto suga.
Como não há invasão de outros órgãos, as rickéttsias
não podem ser inoculadas pela picada do piolho.
7
PARASITOLOGIA MÉDICA Bruna Pitanga MED 104C
Mas, visto que a picada causa prurido intenso, as
pessoas são levadas a coçar-se e, eventualmente,
contaminam a picada com as fezes do piolho.
As rickéttsias podem ser adquiridas por aspiração
das fezes dessecadas dos piolhos, ou contato destas
com as mucosas e as conjuntivas.
Piolhos esmagados entre as unhas podem ser outras
fontes de infecção.
Os pacientes apresentam, então, bacteremia e lesões
vasculares, com extravasamento de plasma,
hemoconcentração e choque.
Após 1 a 2 semanas da infecção surgem febre com
calafrios, cefaléia, dores pelo corpo e prostração.
Um exantema, que se inicia na parte superior do
corpo, estende-se às outras partes.
Podem alternar-se fases de delírio com as de estupor.
Também ocorrem gangrena das extremidades e
insuficiência renal.
A doença dura 2 a 3 semanas com letalidade entre 10
e 40% dos casos.
Há formas benignas, que conferem imunidade
permanente, e protegem até contra o tifo murino.
O diagnóstico é imunológico e o tratamento feito
com doxiciclina, com tetraciclina ou com
cloranfenicol.
Os casos graves devem ser tratados sem esperar a
confirmação do diagnóstico.
A distribuição do tifo é cosmopolita, atingindo vários
países da África e da Ásia. É endêmico em regiões
montanhosas do México, das Américas Central e do
Sul (Colômbia e Equador).
O tifo não se propaga de uma pessoa a outra. A
prevenção é feita pelo despiolhamento das
comunidades.
- Febre das trincheiras: transmitida pela
Rochalimaea quintana, essa febre das
trincheiras seifou a vida de vários soldados
na primeira guerra mundial, infestados de
piolhos que estavam sem possibilidade de
trocas de roupas ou banho, vários deles
acabaram tendo essa febre das trincheiras.
Transmitida pelo piolho do corpo; o piolho de
cabeça e o pubiano não são capazes de
transmitir e mais uma vez é por
esmagamento.
É outra rickettsiose, devida a Rochalimaea quintana,
que produz febre, com início súbito e calafrios, mas
com tendência a declinar e reaparecer a cada 3 a 5
dias. O número de recidivas varia de 1 a 10 ou mais.
No período febril, surge um exantema.
A evolução é, em geral, benigna e, em muitos caso,
assintomática.
Tratamento e prevenção como para o tifo. O controle
de piolhos é a medida fundamental.
- Febre recorrente por Borrelia recurrentis
(também uma doença bacteriana) e pode
provocar quadros clínicos bastante severos
nos indivíduos; é transmitida por
esmagamento dos piolhos do corpo que ficam
associadas às vestimentas dos indivíduos.
Caracteriza-se por acessos febris que duram 2 a 9
dias, com intervalos sem febre de 2 a 4 dias. De
início, há um exantema petequial transitório.
Nos casos não-tratados a letalidade varia de 2 a 10%;
mas nos surtos epidêmicos chega a 50%. Os surtos
são devido a transmissão contaminativa por
Pediculus humanus, sendo o homem o único
reservatório. Uma forma endêmica é mantida por
carrapatos.
Tratamento: (a base de antibióticos) com tetraciclina
ou eritromicina.
Referências:
NEVES, Davi Pereira. Parasitologia humana. 13ªed.
São Paulo: Atheneu, 2016, Capítulo 50
REY, Luís. Bases da parasitologia médica. 3ªed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015, Capítulo 40
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