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Anestesia Venosa

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W.B
Última atualização app: 02/09/2020
Anestesia Venosa
Definição: A anestesia venosa (AV) consiste em uma técnica anestésica em que se
utilizam apenas e exclusivamente agentes venosos sem a presença absoluta de qualquer
agente inalatório. Seu constante avanço se dá pelo desenvolvimento de drogas com
propriedades que permitam seu uso em infusão contínua e com meia-vida curta.
Mecanismo
A anestesia venosa total tem como mecanismo manter a concentração dos agentes
anestésicos constantes, tanto no plasma como nos sítios-alvo,por meio de sua infusão
contínua. Isso diminui a incidência das oscilações das concentrações da drogas durante o
procedimento impedindo que haja super e subdosagem dos fármacos, o que,evita
complicações como hipotensão severa ou despertar intraoperatório.Além disso, permite
o controle rápido e preciso das concentrações, estimando o tempo necessário para a
recuperação da consciência no fim do procedimento.
Técnica
Durante a realização de uma AV, além de toda a monitorização básica de uma anestesia
geral, é necessário o uso do índice bispectral (BIS, bispectral index), a fim de manter uma
monitorização contínua da função cerebral.
Sempre que possível, o ideal é realizar dois acessos venosos, um para a manutenção dos
anestésicos e outro para hidratação.
A indução é realizada com o agente hipnótico Propofol. O sistema de infusão do Propofol
tem como objetivo, além da indução, a manutenção de uma concentração-alvo que
permita hipnose eficaz durante todo o procedimento. Primeiramente, é administrada uma
dose em bólus durante a indução, seguida de um ajuste da infusão com taxas
decrescentes da droga em bomba de infusão. O controle da dose de manutenção se faz
com base nos parâmetros do BIS, para que ocorra menor índice de despertar
intraoperatório, o famoso recall. O uso de um pré-anestésico anterior a indução, com
benzodiazepínicos, diminui muito as chances de consciência intraoperatória.
A dose de indução do Propofol é de 1,5-2,5 mg/kg EV; seguida de 6-12 mg/kg/hora EV
de manutenção em bomba infusora. O opióide utilizado durante a AV é o Remifentanil. É
um dos opioides mais utilizados nesse tipo de anestesia, pois tem uma ação rápida e sua
potência é semelhante à do Fentanil, além de não depender do metabolismo hepático, e
sim das esterases plasmáticas. Por isso, não deve ser administrado no mesmo acesso de
uma transfusão sanguínea,caso necessário. A dose de indução é de 0,5
micrograma/kg/minuto EV por 2 minutos ou 0,2 micrograma/kg/minuto por 3 minutos
EV; seguida de 0,1-0,3 micrograma/kg/minuto EV de manutenção em bomba infusora.
Os relaxantes musculares podem ser utilizados de acordo com a preferência do
profissional, adequando-se ao tipo e à duração do procedimento, sendo realizado em
dose única durante a indução e nas doses subsequentes (repiques), caso haja
necessidade.
Em algumas cirurgias (como as robóticas, em que o relaxamento do paciente é
indispensável durante todo o procedimento), os relaxantes musculares são utilizados em
bomba de infusão. Mais comumente o Rocurônio.
Alguns profissionais optam por misturar anestésicos em uma mesma seringa, a fim de
minimizar os custos operacionais ou pela falta de bombas infusoras suficientes. Vale
ressaltar que essa conduta não é prática autorizada pela agência norte-americana FDA,
pois a mistura pode induzir instabilidades químicas que mudam a formulação
farmacêutica original, além de não haver estudos científicos suficientes que demonstrem
segurança para o paciente.
Índice Bispectral (BIS)
Correlação entre os valores do BIS e o grau de sedação:
Anestésicos
Entre os anestésicos mais utilizados na AV, encontram-se:
● Propofol como hipnótico;
● Opioides de curta duração, como o remifentanil;
● Relaxantes musculares como os descritos acima;
● Lidocaína no momento da indução para proteção cardíaca;
● Drogas comuns para analgesia e profilaxia de náuseas e vômitos pós-operatórios.
Vantagens
Evitam a poluição do ambiente cirúrgico;
● Reduzem a reatividade das vias aéreas;
● Têm efeitos broncodilatadores;
● Aumentam a sobrevida em pacientes oncológicos;
● Promovem a diminuição de vômitos no pós-operatório;
● Determinam despertar precoce.
Desvantagens
● Dor local durante a administração venosa;
● Flebite e trombose;
● Monitorização da profundidade do plano anestésico;
● Despertar intraoperatório;
● Maior atenção a analgesia pós-operatória;
● Necessidade de bomba de infusão;
● Custo mais alto.
Indicações
● Cirurgias otorrinolaringológicas;
● Cirurgias torácicas;
● Neurocirurgias com monitorização eletrofisiológica;
● Riscos de hipertermia maligna;
● Síndromes neuromusculares;
● Síndromes do QT longo;
● Náuseas e vômitos;
● Escolha do paciente.
Contraindicações
Não há contraindicações ao procedimento.
Complicações
● Despertar intraoperatório;
● Hiperalgesia;
● Flebite no local da punção;
● Náuseas e vômitos pós-operatórios;
● Aprofundamento inadequado da consciência;
● Contaminação das soluções anestésicas.
Guia de Prescrição
Pré - Anestésico
Orientações ao Prescritor
O Midazolam como pré-anestésico deve ser sempre utilizado para evitar o despertar
intraoperatório. O Flumazenil, para sua reversão, deve ser usado no momento da
extubação.
Pré - Anestésico
1. Midazolam (ampolas de 5 mg/5 mL - 1 mg/mL; ou ampolas de 15 mg/3 mL - 5
mg/mL) dose para evitar recall: 5-15 mg EV em dose única antes da indução.
Indução
1. Hipnótico: Propofol (ampolas de 20 mL a 1% ou PFS 1-2%) 1,5-2,5 mg/kg EV.
2. Opioide: Remifentanila (pó liofilizado injetável de 2 e 5 mg) 0,5 micrograma/kg/minuto
EV por 2 minutos ou 0,2 micrograma/kg/minuto EV por 3 minutos em bomba infusora.
Diluir um frasco de 2 mg em 100 mL de SF 0,9%, ou 5 mg em 250 mL de SF 0,9% (solução:
20 microgramas/mL).
3. Relaxante muscular: Escolha uma das opções:
● Atracúrio (ampolas de 50 mg/5 mL - 10 mg/mL) 0,5 mg/kg EV em injeção única e
lenta;
● Cisatracúrio (ampolas de 10 mg/5 mL - 2 mg/mL) 0,1 mg/kg EV em injeção única e
lenta. Diluir até a concentração de 0,1-0,4 mg/mL; 1 mL (2 mg) para 20 mL de SF 0,9%
(solução: 0,1 mg/mL);
● Vecurônio (ampola com pó liofilizado com 4 mg) 0,1 mg/kg EV em dose única. Diluir 2
ampolas em 8 mL de água destilada ou SF 0,9% (solução: 1,0 mg/mL);
● Rocurônio (ampolas de 50 mg/5 mL - 10 mg/mL) 0,6 mg/kg EV em dose única. Diluir
5 mL (50 mg) em 95 mL de SF 0,9% (solução: 0,5 mg/mL).
Manutenção
1. Hipnótico: Propofol (ampolas de 20 mL a 1% ou PFS 1-2%) diprifusor com uso de PFS a
1% ou 2% com dose-alvo controlada entre 6-12 mg/kg/hora EV, em bomba.
2. Opioide: Remifentanila (pó liofilizado injetável de 2 e 5 mg) 0,1-0,3
micrograma/kg/minuto EV em bomba infusora.
3. Relaxante muscular: Escolha uma das opções:
● Cisatracúrio (ampolas de 10 mg/5 mL - 2 mg/mL) 1-2 microgramas/kg/minuto EV em
bomba infusora;
● Vecurônio (ampola com pó liofilizado com 4 mg) 1-2 microgramas/kg/minuto EV em
bomba infusora. Reconstituir 2,5 ampolas (10 mg) em 10 mL de água destilada e diluir
para 90 mL de SF 0,9% (solução final: 0,1 mg/mL);
● Rocurônio (ampolas de 50 mg/5 mL - 10 mg/mL) 5-10 microgramas/kg/minuto EV
em bomba infusora.

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