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Tutoria II (Crescimento)

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Tutoria II (Nascimento) – UC XV 
Objetivos: 
• Compreender a importância do pré-natal (Exames realizados, 
número de consultas...) 
• Discutir a participação paterna na gestação e sobre o direito de 
acompanhante na sala de parto 
• Elucidar a fisiologia da circulação fetal. 
• Estabelecer as medidas antropométricas de referência para o RN 
(PC, PT, PA, E e peso) de acordo com a idade gestacional. 
• Discorrer sobre os cuidados com o RN no ambiente da 
maternidade. 
• Compreender os passos para a reanimação do RN com + de 34 
semanas. 
• Compreenda os diagnósticos diferenciais de síndromes 
respiratórias em RNs 
1. Compreender a importância do pré-natal (Exames realizados, número de consultas...) 
O objetivo do acompanhamento pré-natal é assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um 
recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as 
atividades educativas e preventivas. 
 Talvez o principal indicador do prognóstico ao nascimento seja o acesso à assistência pré-natal. Os cuidados 
assistenciais no primeiro trimestre são utilizados como um indicador maior da qualidade dos cuidados maternos. 
Se o início precoce do pré-natal é essencial para a adequada assistência, o número ideal de consultas permanece 
controverso. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número adequado seria igual ou superior a 6 (seis). 
Pode ser que, mesmo com um número mais reduzido de consultas (porém, com maior ênfase para o conteúdo de 
cada uma delas) em casos de pacientes de baixo risco, não haja aumento de resultados perinatais adversos. Atenção 
especial deverá ser dispensada às grávidas com maiores riscos. As consultas deverão ser mensais até a 28ª semana, 
quinzenais entre 28 e 36 semanas e semanais no termo. Não existe alta do pré-natal. 
➔ Calendário de consultas 
As consultas de pré-natal poderão ser realizadas na unidade de saúde ou durante visitas domiciliares. O calendário 
de atendimento durante o pré-natal deve ser programado em função dos períodos gestacionais que determinam 
maior risco materno e perinatal. 
O total de consultas deverá ser de, no mínimo, 6 (seis), com acompanhamento intercalado entre médico e 
enfermeiro. Sempre que possível, as consultas devem ser realizadas conforme o seguinte cronograma: 
→ Até 28ª semana – mensalmente; 
→ Da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente; 
→ Da 36ª até a 41ª semana – semanalmente. 
Quando o parto não ocorre até a 41ª semana, é necessário encaminhar a gestante para a avaliação do bem-estar 
fetal, incluindo avaliação do índice do líquido amniótico e monitoramento cardíaco fetal. Estudos clínicos 
randomizados demonstram que a conduta de induzir o trabalho de parto em todas as gestantes com 41 semanas de 
gravidez é preferível à avaliação seriada do bem-estar fetal, pois se observou menor risco de morte neonatal e 
perinatal e menor chance de cesariana no grupo submetido à indução do parto com 41 semanas. 
O acompanhamento da mulher no ciclo grávido-puerperal deve ser iniciado o mais precocemente possível e só se 
encerra após o 42º dia de puerpério, período em que a consulta de puerpério deverá ter sido realizada. 
➔ Exames complementares 
Para um bom acompanhamento pré-natal, é necessário que a equipe de saúde efetue os procedimentos técnicos de 
forma correta e uniforme durante a realização dos exames complementares, assim como quando da realização dos 
exames clínico e obstétrico. Do contrário, ocorrerão diferenças significativas, prejudicando a interpretação dos 
dados e a comparação entre eles. Cabe aos profissionais de formação universitária promover a capacitação dos 
demais membros da equipe, a fim de garantir que todos os dados colhidos sejam fidedignos. 
É importante ressaltar, no contexto da qualidade da atenção e da proteção biológica, a necessidade da lavagem das 
mãos do examinador antes e após o atendimento à gestante e, especialmente, na eventualidade da realização de 
procedimentos. 
Devem ser solicitados na primeira consulta os seguintes exames complementares: 
• Hemograma; 
• Tipagem sanguínea e fator Rh 
• Coombs indireto (se for Rh negativo) 
• Glicemia de jejum 
• Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR 
• Teste rápido diagnostico anti-HIV 
• Anti-HIV 
• Toxoplasmose 
• Sorologia para hepatite B (HbsAg) 
• Exame de urina e urocultura 
• USS obstétrico (não é obrigatório), com a função de 
verificar a idade gestacional 
• Citopatológico de colo de útero (se necessário) 
• Exame de secreção vaginal (se houver indicação 
clínica) 
• Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica) 
• Eletroforese de hemoglobina (se a gestante for 
negra, tiver antecedentes familiares de anemia 
falciforme ou apresentar história de anemia crônica) 
 
➔ Ultrassonografias 
➪ No 1º trimestre de gravidez (11ª à 14ª semana): 
No primeiro trimestre de gravidez, o ultrassom serve para: 
• Identificar ou confirmar a idade gestacional do bebê; 
• Determinar quantos bebês há na barriga, sendo isto especialmente importante para mulheres que tenham 
realizados tratamentos de fertilidade; 
• Determinar onde ocorreu a implantação do embrião no útero. 
➪ No 2º trimestre de gravidez (20ª à 24ª semana): 
Já no segundo trimestre de gravidez, com o desenvolvimento e crescimento do bebê o exame já consegue fornecer 
uma maior quantidade de informação, como: 
• Presença de alguns problemas genéticos como a síndrome de Down por exemplo. Para isso, neste ultrassom é 
realizado um exame chamado de Transluscência Nucal, uma medida que é realizada na região da nuca do feto. 
• Determinação de malformações que o bebê possa ter; 
• Determinação do sexo do bebê, que geralmente só é possível por volta da 20 semana de gestação; 
• Avaliação do estado de desenvolvimento dos órgãos do bebê, incluindo o coração; 
• Avaliação do crescimento do bebê; 
• Determinação da localização da placenta, que no final da gravidez não deve cobrir o colo do útero, caso isso 
aconteça existe o risco de o bebê não poder nascer de parto normal. 
➪ No 3º trimestre de gravidez (Após 24 semanas): 
• Nova avaliação do crescimento e desenvolvimento do bebê; 
• Determinação e avaliação do nível do líquido amniótico; 
• Localização da placenta. 
 Além disso, a realização desse exame neste período pode ser especialmente necessária quando existem 
sangramentos não pontuais e não explicados. 
2. Discutir a participação paterna na gestação e sobre o direito de acompanhante na sala de 
parto 
➔ Função parental 
Considerando-se que a relação que se estabelece entre pais e filhos é fundamental para os futuros relacionamentos 
da criança, o profissional de saúde deve estar atento e deve estimular o desenvolvimento da parentalidade, definida 
como o conjunto de remanejamentos psíquicos e afetivos que permitem ao adulto tornar-se pai ou mãe. O termo 
parentalizar designa a influência positiva que uma pessoa exerce sobre o sentimento que um adulto tem de ser pai e 
mãe e refere-se à vivência da identidade parental e aos sentimentos de competência dos pais com relação aos 
cuidados que eles dispensam ao seu bebê. Quem pode exercer a parentalização? O bebê (durante suas interações 
com os pais), os cônjuges (que podem parentalizar um ao outro), a família ampliada e os profissionais que trabalham 
com pais e bebês (idem). 
➔ A participação paterna 
A participação paterna em todas as fases de desenvolvimento da criança é um elemento importante para o seu 
crescimento saudável, pois representa um relevante fator protetivo para a saúde de todos os envolvidos. 
Geralmente, nos serviços de saúde da Rede SUS, observa-se ainda um baixo engajamento dos pais nas decisões e 
ações relacionadas à saúde infantil. 
Inclusive, fala-se muito em saúde materno-infantil, mas pouco ainda em saúde paterno-infantil (relacionada ao 
vínculo físico, psicológico e afetivo que as crianças estabelecem comaqueles que exercem a função paterna em suas 
vidas). No entanto, estudos indicam que a maior parte dos homens gostaria de participar das consultas e de receber 
informações sobre ações de prevenção e promoção relacionadas à saúde de seus filhos. 
Neste sentido, é de suma importância minimizar este tipo de exclusão, que gera, muitas vezes, um grande 
sentimento de frustração e que reforça ainda mais o distanciamento masculino das questões relativas à saúde dos 
filhos. Para isso, é necessário considerar os aspectos socioculturais e os preconceitos que permeiam o simbólico 
imaginário masculino tanto dos profissionais quanto da população usuária dos serviços de saúde. 
No que tange ao nascimento, é importante ressaltar que os relatos sobre a participação masculina indicam que ela 
constitui um fator que reforça os vínculos familiares e contribui para a diminuição da ansiedade durante a chegada 
da criança, reduzindo a depressão materna no pós-parto e colaborando para a melhoria dos aspectos gerais de 
saúde da criança. 
Para a ampliação e o fortalecimento da participação paterna na saúde familiar, os profissionais da Rede SUS devem 
estar atentos para o acesso e o acolhimento de qualidade desses pais, incluindo-os como sujeitos na lógica das 
consultas realizadas em conjunto com as mães e as crianças. Para isso, é fundamental que o pai/cuidador seja visto 
também como um indivíduo responsável pelo bem-estar da criança nas diversas fases da sua vida, devendo ser 
incorporado às atividades rotineiras realizadas pelas equipes de saúde, para que, por exemplo, tenha direito a uma 
voz ativa nas consultas realizadas pelos profissionais de saúde. 
Por tal motivo, os serviços de saúde da Rede SUS podem e devem criar estratégias criativas que objetivem ampliar a 
participação e a responsabilização paterna na promoção do crescimento saudável das crianças. 
➤ Acompanhamento na sala de parto 
Segundo a Lei Federal nº 11.108/2005, em seu artigo 19, “Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde – SUS, 
da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) 
acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato”. 
A lei, que indica que a parturiente é quem deve indicar o acompanhante, ainda é desconhecida por muitos. 
Entretanto, deve ser seguida como determinado, podendo ser acompanhante o marido, a mãe, uma amiga, não 
importando se haja parentesco ou não. 
→ Acompanhante durante a pandemia 
Acompanhantes: garantido pela Lei Federal nº 11.108, de 7 de abril de 2005, recomenda-se a presença do 
acompanhante no caso de pessoa assintomática, com idade entre 18 e 59 anos e não contato domiciliar com 
pessoas com síndrome gripal ou infecção respiratória comprovada por SARS-CoV-2. 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/96776/lei-11108-05
3. Elucidar a fisiologia da circulação fetal. 
➤ Fisiologia da circulação fetal 
A circulação fetal difere da extrauterina anatômica e funcionalmente. Ela é estruturada para suprir as necessidades 
de um organismo em crescimento rápido num ambiente de hipóxia relativa. A única conexão entre o feto e o meio 
externo é a placenta, que o serve nas funções de “intestinos” (suprimento de nutrientes), “rins” (retirada dos 
produtos de degradação) e “pulmões” (trocas gasosas). 
Os pulmões fetais estão cheios de líquido, oferecendo alta resistência ao fluxo sanguíneo. A placenta contém 
grandes seios venosos, funcionando como uma fístula arteriovenosa com baixa resistência ao fluxo sanguíneo 
sistêmico. 
Enquanto na vida extrauterina os ventrículos trabalham em série, com o débito cardíaco do ventrículo direito (VD) 
igualando aquele do esquerdo, no feto, através de quatro bypasses principais - o forame oval, o canal arterial, a 
placenta e o ducto venoso, os ventrículos trabalham em paralelo. O sangue oxigenado proveniente da placenta 
chega ao feto através da veia umbilical. Esse sangue passa principalmente (45%) através do ducto venoso 
“bypassando” o fígado fetal. O sangue venoso portal se mistura com este e, consequentemente, o sangue da veia 
cava inferior é menos saturado do que o sangue da veia umbilical. Ainda assim, com aproximadamente 70% de 
saturação de O2, esse sangue é o mais oxigenado de todo o retorno venoso, tendo a veia cava superior uma 
saturação de aproximadamente 40%. O sangue da cava inferior representa aproximadamente 70% do volume total 
do retorno venoso. Este chega ao átrio direito (AD) e é parcialmente (33%) dirigido para o átrio esquerdo (AE) 
através do forame oval. A energia cinética do fluxo sanguíneo da veia cava inferior é a principal responsável pela 
manutenção da perviabilidade do forame oval no feto, já que as diferenças nas pressões médias da veia cava, AD e 
AE são mínimas. O restante do fluxo de retorno da cava inferior mistura-se ao retorno da veia cava superior e seio 
coronário e passa para o VD. O sangue que chega ao AE e daí ao ventrículo esquerdo e a aorta ascendente, artérias 
coronárias e cérebro é, consequentemente, o mais saturado com aproximadamente 65% em relação a uma 
saturação de 55% no VD, que será dirigido através do canal arterial para a parte inferior do corpo do feto. O istmo da 
aorta recebe apenas 10% do débito cardíaco total e, pelo seu estreitamento fisiológico, "separa" o fluxo entre a 
aorta ascendente e a descendente. O baixo fluxo pulmonar fetal é mantido às custas da elevada resistência vascular 
pulmonar. Vários fatores estimulam esta vasoconstricção como acidose, catecolaminas alfa-adrenérgicas e 
estimulação nervosa simpática, porém não há dúvidas que a hipóxia é o principal fator determinante da 
vasoconstricção pulmonar fetal. Devido à alta resistência ao fluxo sanguíneo pulmonar, apenas uma pequena 
quantia (aproximadamente 7% do débito cardíaco combinado) de sangue circula pelos pulmões, o restante é 
dirigido, através do canal arterial para a aorta descendente. Embora o VD (60%) apresente um débito cardíaco 
superior ao do VE (40%) na vida intrauterina, há evidências anatômicas e ecocardiográficas de que o 
desenvolvimento destas cavidades são semelhantes durante toda a gestação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Estabelecer as medidas antropométricas de referência para o RN (PC, PT, PA, E e peso) de 
acordo com a idade gestacional. 
➤ Medidas antropométricas para o RN a termo 
➔ Perímetro cefálico: 
Representa basicamente o crescimento do sistema nervoso central, o PC vem sendo rotineiramente usado para 
seguimento individual de crianças que apresentem aumento muito grande da cabeça, como nos casos de 
hidrocefalia, ou diminuição muito acentuada nas microcefalias, e associado às neuropatologias. 
O perímetro cefálico com medidas acima ou abaixo de dois desvios-padrão (< -2 ou > +2 escores “z”) pode estar 
relacionado a doenças neurológicas, como microcefalia (de causa genética ou ambiental) e hidrocefalia, o que exige, 
portanto, melhor avaliação e encaminhamento. 
Os valores de referência variam de 33 a 35 cm para o RN a termo. 
➔ Perímetro torácico: 
O perímetro torácico mede em torno de 2 a 3 cm a menos que o perímetro cefálico, em uma média de 30,5 a 33 cm. 
➔ Perímetro abdominal: 
O perímetro abdominal é igual ou pouco menor que o perímetro torácico. 
➔ Estatura 
A estatura média fica entre valores de 48 a 53 cm em RNs a termo. 
5. Discorrer sobre os cuidados com o RN no ambiente da maternidade. 
➤ Cuidados na hora do nascimento: 
O preparo para atender o RN na sala de parto inclui necessariamente: 
• Realização de anamnese materna. 
• Disponibilidade do material para atendimento. 
• Presença de equipe treinada em reanimação neonatal. 
➔ Anamnese materna: 
As condições perinatais descritas abaixo estão associadas ao maior risco de necessidade de reanimação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➔ Material para atendimento 
Todo material necessário para reanimação deve ser preparado, testado e estar disponível, em local defácil acesso, 
antes do nascimento. Esse material é destinado à manutenção da temperatura, aspiração de vias aéreas, ventilação 
e administração de medicações. 
A temperatura ambiente na sala de parto deve ser, no mínimo, de 26o C para que se mantenha com maior facilidade 
a temperatura corpórea normal do RN. 
➔ Equipe treinada em reanimação neonatal 
Considerando-se a frequência elevada da necessidade de realização de algum procedimento de reanimação no RN e 
a rapidez com que tais manobras devem ser iniciadas, é fundamental que pelo menos um profissional capaz de 
iniciar de forma adequada a reanimação neonatal esteja presente durante todo o parto. 
Os auxiliares atuarão junto ao médico, e este deve dedicar-se exclusivamente ao RN. No caso do nascimento de 
gemelares, deve-se dispor de material e equipe próprios para cada criança. 
Para a recepção do RN devem-se utilizar as precauções-padrão, que compreendem lavagem/higienização correta das 
mãos e uso de luvas, avental impermeável, máscara e proteção facial para evitar contaminação do profissional com 
material biológico do RN. 
➤ Avaliação da vitalidade ao nascer 
Imediatamente após o nascimento, a necessidade de reanimação depende da avaliação rápida de quatro situações 
referentes à vitalidade do concepto, sendo feitas as seguintes perguntas: 
• Gestação a termo? 
• Ausência de mecônio? (Mecônio é um material fecal de cor esverdeada bastante escura, produzida pelo feto e 
normalmente é expelida nas primeiras 12 horas após o nascimento – expelir mecônio antes do parto pode indicar 
sofrimento fetal) 
• Respirando ou chorando? 
• Tônus muscular bom? 
→ A determinação da necessidade de reanimação e a avaliação de sua eficácia dependem da avaliação simultânea 
de dois sinais: 
• Respiração. 
• Frequência cardíaca (FC). 
➔ Assistência ao RN a termo com boa vitalidade ao nascer 
Se, ao nascimento, verifica-se que o RN é a termo, está respirando ou chorando e com tônus muscular em flexão, 
sem a presença de líquido amniótico meconial, a criança apresenta boa vitalidade e não necessita de qualquer 
manobra de reanimação. 
Após o clampeamento do cordão, o RN poderá ser mantido sobre o abdome e/ou tórax materno, usando o corpo da 
mãe como fonte de calor, garantindo-se que o posicionamento da criança permita movimentos respiratórios 
efetivos. O contato pele a pele imediatamente após o nascimento, em temperatura ambiente de 26o C, reduz o risco 
de hipotermia em RNs a termo que nascem com respiração espontânea e que não necessitam de ventilação, desde 
que cobertos com campos pré-aquecidos. Nesse momento, pode-se iniciar a amamentação 
✱ A Organização Mundial da Saúde recomenda que o aleitamento materno seja iniciado na primeira hora de vida, pois está 
associado à menor mortalidade neonatal, ao maior período de amamentação, à melhor interação mãe-bebê e ao menor 
risco de hemorragia materna 
 
 
 
6. Compreender os passos para a reanimação do RN com + de 34 semanas. 
➤ Assistência ao RN com necessidade de reanimação 
➪ Passos iniciais: 
Se o RN é pré-termo ou se, logo após nascer, não estiver respirando e/ou apresenta-se hipotônico, indicam-se os 
passos iniciais, que consistem em: 
• Prover calor 
• Posicionar a cabeça em leve extensão 
• Aspirar vias aéreas, se houver excesso de secreções 
• Secar e desprezar os campos úmidos (se RN > 1.500g) 
• Reposicionar a cabeça, se necessário 
Os passos iniciais devem ser executados em, no máximo, 30 segundos 
➔ Prover calor: 
O primeiro passo consiste em manter a temperatura corporal entre 36,5°C e 37oC. Relatos recentes consideram 
que a hipotermia na admissão à terapia intensiva neonatal, (temperatura corporal abaixo de 36,5oC) é um fator 
independente de risco para mortalidade e morbidade. A hipotermia agrava ou favorece o desequilíbrio 
acidobásico, o desconforto respiratório, a enterocolite necrosante e a hemorragia intraperiventricular em RN de 
muito baixo peso. Assim, para diminuir a perda de calor nesses RNs, é importante pré-aquecer a sala de parto e a 
sala onde serão realizados os procedimentos de reanimação, mantendo temperatura ambiente de, no mínimo, 
26oC. 
Após o clampeamento do cordão, o RN é recepcionado em campos aquecidos e colocado sob calor radiante. 
↳ Em RN com idade gestacional inferior a 29 semanas ou peso ao nascer inferior a 1.500g, recomenda-se o uso 
de saco plástico transparente de polietileno de 30x50cm. 
Assim, logo depois de posicioná-lo sob fonte de calor radiante e antes de secá-lo, introduz-se o corpo do RN pré-
termo, exceto a face, dentro do saco plástico e, a seguir, realizam-se as manobras necessárias. Todos os 
procedimentos da reanimação são executados com o RN dentro do saco plástico. Tal prática pode ser 
suplementada pelo emprego de touca para reduzir a perda de calor na região da fontanela. Cuidado especial 
deve ser tomado no sentido de evitar a hipertermia, pois pode agravar a lesão cerebral em RNs asfixiados. 
➔ Manter a permeabilidade das vias aéreas: 
A fim de manter a permeabilidade das vias aéreas, posiciona-se a cabeça com leve extensão do pescoço. Deve-se 
evitar a hiperextensão ou flexão exagerada. Por vezes, é necessário colocar um coxim sob os ombros do RN para 
facilitar o posicionamento adequado da cabeça. Na sequência, se houver excesso de secreções nas vias aéreas, a 
boca e, depois, as narinas são aspiradas delicadamente com sonda traqueal conectada ao aspirador a vácuo, sob 
pressão máxima aproximada de 100mmHg. 
↳ Evitar a introdução da sonda de aspiração de maneira brusca ou na faringe posterior, pois esse procedimento 
pode induzir à resposta vagal e ao espasmo laríngeo, com apneia e bradicardia. 
A aspiração da hipofaringe também deve ser evitada, pois pode causar atelectasia, trauma e prejudicar o 
estabelecimento de respiração efetiva. 
Uma vez executados os passos iniciais da reanimação, avalia-se a FC e a respiração. Se houver vitalidade 
adequada, com FC >100bpm e respiração rítmica e regular, o RN deve receber os cuidados de rotina na sala de 
parto. Se o RN, após os passos iniciais, não apresentar melhora, indica-se a ventilação com pressão positiva, que 
deve ser iniciado nos primeiros 60 segundos de vida (“minuto de ouro”). 
 
➪ Ventilação com pressão positiva: 
A ventilação pulmonar é o procedimento mais simples, importante e efetivo na reanimação do RN em sala de parto. 
A insuflação dos pulmões acarreta dilatação da vasculatura pulmonar, permitindo que a hematose possa ocorrer de 
forma apropriada. 
↳ A ventilação com pressão positiva é indicada quando, após execução dos passos iniciais em 30 segundos, o RN 
apresenta pelo menos uma das seguintes situações: 
• Apneia. 
• Respiração irregular. 
• FC menor que 100bpm. 
➔ Equipamentos para ventilação 
Os equipamentos empregados para ventilar o RN em sala de parto compreendem o balão autoinflável, o balão 
anestésico e o ventilador mecânico manual em T. Até o momento, não existem ensaios clínicos randomizados 
com a finalidade de comparar tais equipamentos, sendo as vantagens e desvantagens de cada um deles 
resumidas a seguir: 
 
➪ Massagem cardíaca: 
A asfixia pode desencadear vasoconstrição periférica, hipoxemia tecidual, diminuição da contratilidade miocárdica, 
bradicardia e, eventualmente, parada cardíaca. A ventilação adequada reverte esse quadro na grande maioria dos 
casos. Deve-se lembrar que, como a massagem cardíaca diminui a eficácia da ventilação, ela só deve ser iniciada 
quando a expansão e a ventilação pulmonares estiverem bem estabelecidas. 
↳ A massagem cardíaca só deve ser iniciada se, após 30 segundos de ventilação com oxigênio suplementar, o RN 
apresentar ou persistir com FC inferior a 60bpm. 
A compressão cardíaca é realizada no terço inferior do esterno preferencialmente por meio da técnica dos dois 
polegares posicionados logo abaixo da linha intermamilar, poupando-se o apêndice xifoide. De modo eventual, 
pode-se aplicar a técnicados dois dedos, posicionando-se os dedos indicador e médio no terço inferior do esterno, 
quando houver desproporção entre o tamanho das mãos do reanimador e do tórax do RN ou houver necessidade de 
cateterismo umbilical. As complicações da massagem cardíaca incluem fratura de costelas, com pneumotórax e 
hemotórax, e laceração de fígado. 
A profundidade da compressão deve ser de cerca de 1/3 da dimensão ânteroposterior do tórax, de maneira a 
produzir um pulso palpável. Essa manobra deve ser suave, com o tempo de compressão discretamente inferior ao de 
relaxamento. A massagem cardíaca deve ser sempre acompanhada de ventilação com pressão positiva com oxigênio 
suplementar. 
↳ No RN, a massagem cardíaca e ventilação são realizadas de forma sincrônica, mantendo-se uma relação de 3:1, 
ou seja, 3 movimentos de massagem cardíaca para 1 movimento de ventilação, com uma frequência de 120 
eventos por minuto (90 movimentos de massagem e 30 ventilações). 
A massagem deve continuar enquanto a FC estiver inferior a 60bpm. 
Com a melhora do RN, isto é, quando, após ventilação acompanhada de massagem cardíaca, ele apresentar FC 
acima de 60bpm, interrompe-se apenas a massagem. Caso existam respirações espontâneas regulares e a FC 
atingir níveis superiores a 100bpm, a ventilação também é suspensa, sendo então administrado oxigênio inalatório 
através de cateter, com retirada gradual de acordo com a saturação de O2 verificada na oximetria de pulso. 
Em geral, quando o RN recebeu massagem cardíaca na sala de parto, é mais prudente transportá-lo intubado à UTI 
Neonatal em incubadora de transporte, sendo a decisão quanto à extubação realizada de acordo com a avaliação 
global do RN na unidade. 
➪ Medicações: 
A bradicardia neonatal é, em geral, resultado de insuflação pulmonar insuficiente e/ou de hipoxemia profunda. 
Dessa maneira, a ventilação adequada é o passo mais importante para corrigir a bradicardia. 
↳ Quando a FC permanecer abaixo de 60bpm a despeito de ventilação efetiva e de massagem cardíaca adequada, o 
uso de adrenalina, expansor de volume ou ambos está indicado. 
 
A via preferencial para a infusão de medicações na sala de parto é a endovenosa, sendo a veia umbilical de acesso 
fácil e rápido. O cateter venoso umbilical deve ser inserido apenas 1 – 2cm após o ânulo, mantendo-o periférico de 
modo a evitar a sua localização em nível hepático. A administração de medicações por via traqueal só pode ser 
usada para a adrenalina, uma única vez, sabendo-se que a absorção por via pulmonar é lenta e imprevisível. 
A adrenalina está indicada quando a ventilação adequada e a massagem cardíaca efetiva não elevaram a FC acima de 
60bpm. Recomenda-se sua administração por via endovenosa na dose de 0,01 – 0,03mg/kg. Enquanto o acesso 
venoso está sendo obtido, pode-se administrar uma única dose de adrenalina (0,05 – 0,1mg/kg) por via traqueal, 
mas, a segurança e a eficácia dessa prática não foram estudadas. Lembrar que doses elevadas de adrenalina (>0,1 
mg/kg) não devem ser empregadas, pois levam à hipertensão arterial grave, diminuição da função miocárdica e 
piora do quadro neurológico. A adrenalina deve ser sempre usada na diluição de 1:10.000. Quando não há reversão 
da bradicardia com o uso de adrenalina, pode-se repeti-la a cada 3 – 5 minutos (sempre por via endovenosa) e 
considerar uso de expansores de volume caso o RN esteja pálido ou existam evidências. 
Os expansores de volume podem ser necessários para reanimar o RN com hipovolemia. A suspeita é feita se houver 
perda de sangue ou se existirem sinais de choque hipovolêmico, como palidez, má perfusão e pulsos débeis, e não 
houver resposta adequada da FC às outras medidas de reanimação. Com o uso do expansor, espera-se o aumento da 
pressão arterial e a melhora dos pulsos e da palidez. Se não houver resposta, deve-se verificar a posição da cânula 
traqueal, o uso do oxigênio a 100%, a técnica da ventilação e da massagem e a permeabilidade da via de acesso 
vascular. 
Vale lembrar que apenas um RN em cada mil requer procedimentos avançados de reanimação (intubação, 
massagem e medicações), quando a ventilação com pressão positiva é aplicada de maneira rápida e efetiva no RN 
que tem dificuldades na transição da vida intra para a extrauterina. 
7. Compreenda os diagnósticos diferenciais de síndromes respiratórias em RNs 
Diagnósticos diferenciais principais: 
Taquipneia transitória do RN ou síndrome do pulmão úmido, pneumonias, persistência da circulação fetal (PCF), 
síndrome da aspiração meconial (SAM) e cardiopatias congênitas cianóticas (CCC). 
 
Cenário 04: – CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
Em um dia de puericultura na UBS, juntamente com os alunos do 3 ano de medicina, o pediatra João iniciou o atendimento de 
Pedrinho, 1 ano e 5 meses, acompanhado de sua mãe clara. A mesma levou seu filho pois todos na família estavam dizendo que 
seu filho estava muito “magrinho” e demorando para falar. 
 Preocupada com a possibilidade de seu filho não está bem, clara pergunta a João e os alunos: --meu filho está no peso certo? E 
sua altura, está adequada? Quando ele vai começar a falar como os coleguinhas de sua sala na creche? 
Os alunos então colhem alguns dados com clara além de realizarem a ectoscopia de Pedrinho: 
Perímetro cefálico: 42 cm, estatura 96 cm, peso: 13,5 kg 
Fala pouco compreensível, vocabulário silábico, pega objeto com os polegares, anda pequenas distâncias e raramente cai. 
- Clara diz: e então Dr, meu filho está bem? 
- João questiona então aos alunos, que ansiosos para saber como seria o crescimento e o desenvolvimento normal correm para 
pesquisar em fontes segurasse esclarecer as dúvidas da mãe aflita. 
➤ Estudo prévio 
➔ O perímetro cefálico normal para a idade dele seria de 47,1 cm, sendo que no z-score podendo estar 
compreendido entre 43,5 cm e 51,1 cm segundo a OMS. 
➔ O peso normal para a idade de Pedrinho seria de 10,8 kg, sendo que no z-score podendo estar compreendido 
entre 7,8 e 15 kg, segundo a OMS. 
➔ O IMC normal para a idade de Pedrinho seria de 16,2 kg/m2, sendo que no z-score podendo estar compreendido 
entre 13 e 20,9, segundo a OMS. Logo a estatura ideal seria de 91 cm, podendo estar compreendida entre 1,01 m e 
80 cm. 
 
 
	➪ No 1º trimestre de gravidez (11ª à 14ª semana):

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