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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA IEAD – Instituto de Educação a Distância CURSO: Especialização Interdisciplinar em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa DISCIPLINA: Literatura e gênero nos países africanos de língua portuguesa ALUNO: Danival Pereira Dias Tarefa da Unidade 3.1 - Análise crítica do poema “E ninguém podia crer”, de Odete Semedo No livro intitulado No fundo do canto (2007), a escritora Odete Semedo cria uma poesia épica bissau-guineense, pela estreita relação com o fato histórico, conhecido como “A guerra dos onze meses”, ocorrido na Guiné Bissau entre 07 de junho de 1998 a 07 de maio de 1999. Para essa atividade a/o discente deverá: 1. Pesquisar em fontes confiáveis, artigos científicos e demais referências sobre o citado conflito armado; 2. Considerando o conteúdo da aula-vídeo desta unidade, pede-se a elaboração de uma análise crítica do poema “E ninguém podia crer”, com destaque sobre a construção da voz poética ou eu-lírico nesse poema. O poema integra o livro No fundo do canto (2007). Título: E ninguém podia crer “E ninguém podia crer Entre a dor que sinto e o que pressinto na alma da minha terra que caminho trilhar? Entre a dor que sinto entre o ser e o estar venceram a ganância a violência e o desespero E nós? não acredito no que os meus olhos vêem” Instituto de Educação a Distância - IEAD - UNILAB - Campus dos Palmares, Bloco II, 1º Andar, Sala 112, Rodovia CE-060, Km 51, S/n.– Acarape, Ceará CEP: 62.785-000, CNPJ: 12.397. 930/0001-00. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA IEAD – Instituto de Educação a Distância Toda a obra de Odete Semedo se volta para as tradições, ou seja, reflete-se em um olhar às tradições guineenses, dos povos e etnias que formam a Guiné-Bissau. No fundo do canto (2007) é uma obra toda relacionada a fatos históricos guineenses, em especial, a guerra civil conhecida como “A guerra dos onze meses”, ocorrida na Guiné Bissau entre 07 de junho de 1998 a 07 de maio de 1999. Tratam-se de poemas, mas, que se apresentam sob a ótica de uma narratividade, anunciando tanto a grande tragédia da guerra, quanto sua resolução. Segundo Bispo (2019, p. 91 apud SEMEDO, 2013, p. 69-82), a Guiné-Bissau é o quinto país mais pobre do mundo e a sua produção literária enfrenta diversas dificuldades, a começar pela falta de leitores, além de escasso número de escritores apesar do recente crescimento. Bispo (2019, p. 94), destaca ainda o papel da escrita na obra de Semedo, como meio para fixar a memória oral e a herança ancestral, inferindo que a poetisa apresenta um projeto literário e de investigação cujo objetivo é o de garantir a transmissão às novas e futuras gerações das tradições dos povos que formam a Guiné-Bissau. Acerca do poema “E ninguém podia crer”, encontramos nele elementos da poética de Semedo, além do desespero e da dor em função da guerra, facilmente notada na voz poética descrita no texto. A voz poética da obra apresenta o compromisso político e ético da própria autora, ao denunciar as agruras da guerra e, sobretudo, a preocupação com as condições do povo guineense face à tal desgraça. O ceticismo aos absurdos e o desejo do fim de tais mazelas, também são destacados de forma clara no texto, ou seja, Semedo se coloca em sua obra como porta-voz de uma coletividade, de toda uma nação. REFERÊNCIAS: BISPO, Erica. A poesia de Odete Semedo: uma introdução. Revista Mulemba, Universidade Federal do Rio de Janeiro, volume 11, n. 21, jul.-dez. 2019, p. 90-106. Disponível em: <https://revistas.ufrj.br/index.php/mulemba/article/view/31266/17913>. Acesso em: 03 abr.2021; Instituto de Educação a Distância - IEAD - UNILAB - Campus dos Palmares, Bloco II, 1º Andar, Sala 112, Rodovia CE-060, Km 51, S/n.– Acarape, Ceará CEP: 62.785-000, CNPJ: 12.397. 930/0001-00. https://revistas.ufrj.br/index.php/mulemba/article/view/31266/17913