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Alminhas queridas, 
 
Sejam bem-vindas ao estudo do Processo Penal! 
Preparei este material com todo o carinho para auxiliar a tua preparação. 
Lembre-se que o momento exige muita dedicação e persistência para que o 
objetivo seja alcançado. Você não está sozinho nesta missão, tem toda uma 
equipe junto contigo que também está focada na tua aprovação. Para aprimorar 
o estudo sugiro que após assistir as aulas você revise o conteúdo novamente, 
no mínimo uma vez, e realize as questões indicadas. Isso auxiliará na 
memorização e compreensão da matéria. Assim, ficarei confiante com o teu 
estudo. A ideia é ter presente a seguinte expressão: treino forte, jogo fácil. 
Desta forma, iniciaremos a nossa caminhada, com PASSOS PEQUENOS 
E FIRMES, rumo à segunda fase, mas para isso, neste momento de preparação, 
contamos com o teu comprometimento e confiança, desde o início, agora, na 
primeira fase do Exame da OAB com todo o comprometimento. Bora? Estamos 
juntos e no caminho certo! 
Para ter acesso a outros materiais, acompanhe as minhas redes socais: 
 
/prof.leticianeves 
/prof.leticiasinatoradasneves 
 
Um abraço e bons estudos! 
Profª. Ma. Letícia Neves 
 
https://www.instagram.com/prof.leticianeves/
https://www.facebook.com/prof.leticiasinatoradasneves
 
3 
 
SUMÁRIO 
 
1. COMENTÁRIOS À LEI DE EXECUÇÃO PENAL ................................................... 7 
1.1. Considerações iniciais .......................................................................................... 7 
1.2. Finalidade da Lei de Execução Penal .................................................................. 8 
1.3. Aplicação da Lei de Execução Penal ................................................................... 9 
1.4. Princípio da individualização da pena ................................................................ 10 
1.5. Detração penal ................................................................................................... 10 
1.6. Regimes prisionais e modificação do regime durante a execução da pena ....... 11 
 1.6.1. Unificação de penas ................................................................................... 12 
1.7. Regime Disciplinar Diferenciado ........................................................................ 14 
1.8. Sistema progressivo – Progressão de regime .................................................... 16 
 1.8.1. Requisitos para Progressão de Regime ..................................................... 17 
1.9. Exame criminológico .......................................................................................... 21 
1.10. Regressão de regime ...................................................................................... 22 
1.11. Prisão domiciliar ............................................................................................... 24 
1.12. Remição de pena ............................................................................................. 25 
1.13. Trabalho prisional ............................................................................................. 25 
 1.13.1. Espécies de trabalho prisional .................................................................. 25 
1.14. Permissão de saída e saída temporária ........................................................... 26 
1.15. Monitoração eletrôncia ..................................................................................... 27 
1.16. Livramento condicional ..................................................................................... 27 
 1.16.1. Requisitos ................................................................................................. 28 
 1.16.2. Hipóteses de revogação do livramento condicional ................................. 30 
 1.16.3. Suspensão do livramento condicional ...................................................... 31 
1.17. Incidentes da execução penal .......................................................................... 31 
1.18. Anistia, graça, indulto ....................................................................................... 31 
1.19. Aspectos gerais relacionados à execução da medida de segurança ............... 33 
 1.19.1. Espécies ................................................................................................... 33 
 1.19.2. Jurisprudência selecionada ...................................................................... 33 
 
2. AGRAVO EM EXECUÇÃO ................................................................................... 41 
2.1. Cabimento/conteúdo .......................................................................................... 41 
2.2. Base legal ........................................................................................................... 41 
2.3. Identificação ....................................................................................................... 42 
2.4. Rito e competência para o julgamento ............................................................... 42 
2.5. Prazo .................................................................................................................. 43 
2.6. Efeitos ................................................................................................................ 43 
2.7. Estruturação da peça Agravo em Execução ...................................................... 45 
 
3. CONTRARRAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO ........................................... 56 
3.1. Introdução .......................................................................................................... 56 
3.2. Identificação ....................................................................................................... 57 
 
4 
 
3.3. Prazo .................................................................................................................. 57 
3.4. Conteúdo ............................................................................................................ 57 
3.5. Pedido ................................................................................................................ 57 
3.6. Estruturação das Contrarrazões de Agravo em Execução ................................. 59 
 
PADRÃO DE RESPOSTAS ...................................................................................... 61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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https://d1ly1csstr22jg.cloudfront.net/arquivos/TiIQJqLBlP2lYGWimlGUjDdh3wGcG52PYaG8PBAQ.pdf
https://d1ly1csstr22jg.cloudfront.net/arquivos/4Gw33bUHQuL1eVuJHqfTJFmhIBR08SVJsBhMvdLP.pdf
https://d1ly1csstr22jg.cloudfront.net/arquivos/4Gw33bUHQuL1eVuJHqfTJFmhIBR08SVJsBhMvdLP.pdf
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7 
 
EXECUÇÃO PENAL 
 
COMENTÁRIOS À LEI DE EXECUÇÃO PENAL 
1.1. Considerações iniciais 
1.2. Finalidade da Lei de Execução Penal 
1.3. Aplicação da Lei de Execução Penal 
1.4. Princípio da individualização da pena 
1.5. Detração penal 
1.6. Regimes prisionais e modificação do regime durante a execução da pena 
1.7. Regime Disciplinar Diferenciado 
1.8. Sistema progressivo – Progressão de Regime 
1.9. Exame criminológico 
1.10. Regressão de Regime 
1.11. Prisão domiciliar 
1.12. Remição de pena 
1.13. Trabalho prisional 
1.14. Permissão de saída e saída temporária 
1.15. Monitoração eletrôncia 
1.16. Livramento condicional 
1.17. Incidentes da Execução Penal 
1.18. Anistia, Graça, Indulto 
1.19. Aspectos gerais relacionados à execução da Medida de Segurança 
 
1. COMENTÁRIOS À LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI Nº 7.210/84 
 
1.1. Considerações iniciais 
A Lei nº 7.210/84, também conhecida com a Lei de Execução Penal, regula a 
execução das penas e medidas de segurança no Brasil. 
As penas, conforme o artigo 32 do Código Penal, dividem-se em: penas 
privativas de liberdade, restritivas de direito e penas de multa. Já as medidas de 
segurança estão previstas no artigo 96 do Código Penal, dividindo-se em: medidas de 
segurança de internação ou de tratamento ambulatorial. 
Em regra, quando se fala em execução penal, se pressupõe a existência de 
 
8 
 
uma sentença penal condenatória transitada em julgado. Assim sendo, a partir do 
esgotamento da via recursal tem-se que será determinada a expedição / formação do 
processo de execução criminal, denominado na praxe jurídica como P.E.C (Processo 
de Execução Criminal). 
O trâmite do processo de execução se dará em Vara de Execução Criminal, 
quando assim houver, conforme determinação das regras de organização judiciária 
de cada Estado. Nesta fase, o Juiz responsável por este processo é denominado Juiz 
da Vara de Execução, cujo rol exemplificativo de sua competência consta no artigo 66 
da Lei nº 7.210/84. 
É importante registrar que, excepecionalmente, é possível a formação do 
Processo de Execução Provisório, ou seja, quando a pessoa estiver executando uma 
pena que ainda está sob discussão perante o Poder Judiciário, ou seja, ainda não 
transitou em julgado a sentença. 
Independentemente de ser preso em caráter definitivo ou provisório, a Lei de 
Execução é aplicável no que couber. 
Em termos de prova prático-profissional, registra-se que os pedidos ao Juiz 
da Vara de Execução devem ser elaborados no formato de petições, por exemplo, o 
apenado pretende progressão de regime, deverá ser postulado através de petição um 
pedido fundamentado ao Juiz, através de seu defensor (público ou 
privado/contratado). 
Por fim, em sede de execução penal deverão ser observados todos os direitos 
e garantias constitucionais, bem como aqueles previstos em Tratados e Convençõesde Direitos Humanos quando aplicáveis. Neste contexto, enfatiza-se a importância de 
observar o artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal/88, que assegura o devido 
processo legal, exigindo a observância do contraditório e ampla defesa, também 
durante a execução penal. 
 
1.2. Finalidade da Lei de Execução Penal 
A finalidade da Lei de Execução Penal, nos termos do artigo 1º da Lei de 
Execução Penal, está intimamente ligada à ideia de ressocialização, baseada na 
teoria da prevenção especial positiva. Além de efetivar as disposições contidas nas 
decisões penais, objetiva-se proporcionar condições para a harmônica integração 
social do condenado ou internado. 
 
9 
 
Para isso, a Lei de Execução Penal busca viabilizar uma série de institutos 
para assegurar o contato com o mundo exterior. Aos condenados à pena de privativa 
por exemplo: saídas temporárias, progressão de regime, livramento condicional, entre 
outros. 
Vale destacar que todos os direitos não atingidos pela sentença permanecem 
inalterados (Art. 3º da LEP), inclusive nos artigos 39 e 41, ambos da Lei de Execução 
Penal constam listados alguns deveres e direitos que devem ser observados durante 
a execução penal. 
 
1.3. Aplicação da Lei de Execução Penal 
A Lei de Execução Penal é aplicável a todos que estiverem recolhidos a 
estabelecimentos prisionais sujeitos à jurisdição ordinária (Justiça Estadual ou 
Federal), independentemente da origem da condenação. Logo, o que se verifica na 
execução penal é o local de cumprimento de pena, para determinar o Juízo 
Competente. 
 
Observação 1: Vale destacar que o processo de execução criminal (PEC) tramita 
junto à Vara de Execução Criminal da Comarca (VEC), cuja jurisdição pertença o 
estabelecimento prisional em que o apenado cumpre pena. Nele constará toda e 
qualquer informação que gere alguma modificação na pena ou na sua forma de 
cumprimento.1 
Observação 2: Súmula 192 do STJ: Compete ao Juízo das Execuções Penais do 
Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar 
ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual. 
 
A título de exemplo, se um condenado pela Justiça Federal estiver recolhido 
num estabelecimento sujeito à administração Estadual, o Juiz da Vara de Execução 
Criminal Estadual será o competente para apreciar os pedidos e acompanhar a 
execução da pena. 
 
 
1 Registra-se a importância da Súmula 192 do STJ para fins de competência, importante verificar a 
natureza do estabelecimento prisional. 
 
10 
 
1.4. Princípio da Individualização da Pena (Art. 5°, inciso XLVI, da CF/88) – fase 
executória 
O princípio da individualização da pena na fase da execução manifesta-se 
incialmente com a classificação dos condenados segundo seus antecedentes e 
personalidade (Art. 5º da LEP). A classificação será feita por uma Comissão Técnica 
de Classificação (CTC), que elaborará o programa individualizador da Pena Privativa 
de Liberdade (PPL) ao condenado ou preso provisório (Arts. 6 e 7, ambos da LEP). 
A Comissão Técnica de Classificação será presidida pelo diretor e composta, 
no mínimo, por dois chefes de serviço, um psiquiatra, um psicólogo e um assistente 
social. 
Além da classificação, para auxiliar na obtenção de mais elementos para 
individualização da pena, o condenado à pena privativa de liberdade em regime 
fechado será submetido ao exame criminológico. Ainda, poderão ser submetidos o 
condenado à pena privativa de liberdade, em regime semiaberto (Art. 8° da LEP). 
Frise-se, tais questões ocorrem no início da execução da pena, com a 
finalidade de apenas obter mais dados, conhecer a pessoa que está recolhida no 
sistema penitenciário. Todavia, convém informar que na maioria das vezes, isso não 
é cumprido durante a execução da pena. 
 
Atenção! 
 
Identificação Genética na Execução Penal (Art. 9º- A da LEP): Nova 
hipótese de falta grave a recusa em submeter-se ao procedimento de identificação 
do perfil genético. 
Leitura Complementar: Recurso Extraordinário 973837 (ver notícia sobre o 
reconhecimento da Repercussão Social no RExt: 
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=319797) 
 
1.5. Detração Penal 
 
Art. 42 do CP: Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de 
segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão 
administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no 
artigo anterior. 
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=319797)
 
11 
 
 
A partir da alteração legislativa provocada pela Lei nº 12.736/12, tem-se que 
a detração penal deverá ser observada, desde logo, na sentença condenatória, 
conforme previsto no artigo 387 do Código de Processo Penal. Atualmente, a 
competência do Juiz da VEC é subsidiária, ou seja, quando não for objeto na sentença, 
deverá ser observado pelo Juiz da Vara de Execução. Tal entendimento decorre do 
artigo 111 da Lei de Execução Penal e do artigo 66, inciso III, alínea “c”, da Lei de 
Execução Penal. 
 
Art. 111: Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo 
processo ou em processos distintos, a determinação do regime de 
cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, 
observada, quando for o caso a detração ou a remição. 
 
A consideração da detração não poderá caracterizar uma conta corrente do 
indivíduo com o Estado2. Por exemplo: 
a) X comete um crime e permanece preso durante 1 ano, após é absolvido. 
b) X não poderá reaver este período, buscando resgatá-lo. Por exemplo: X 
comete um delito de furto simples, na expectativa de não ficar preso, pois teria direito 
à detração daquele 1 ano, dito acima, referente a outro delito. Caso seja condenado, 
pela prática deste delito, não terá direito à detração anterior, pois geraria uma conta 
corrente. 
 
1.6. Regimes Prisionais e Modificação do Regime durante a execução da pena 
Em regra, o regime a ser cumprido vem estabelecido na sentença penal 
condenatória ou quando for aplicada a pena em um acórdão pelo Tribunal, pois a 
fixação do regime inclui uma das fases da individualização da pena (Art. 59, inciso III, 
do CP e Art. 110 da LEP). Inclusive, será estabelecido conforme as regras contidas 
no artigo 33, § 2º e §3º e artigo 59, ambos do Código Penal. 
 
 
2HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. DETRAÇÃO. PERÍODO ANTERIOR AO FATO 
DELITUOSO. IMPOSSIBILIDADE. 1. É assente a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no 
sentido de que o condenado não faz jus à detração penal quando a conduta delituosa pela qual houve 
a condenação tenha sido praticada posteriormente ao crime que acarretou a prisão cautelar. 2. Ordem 
denegada. (HC 109599, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 26/02/2013, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-048 DIVULG 12-03- 2013 PUBLIC 13-03-2013). 
 
12 
 
Entretanto, pode ocorrer de existirem processos distintos, que ainda não 
iniciaram a execução da pena, neste caso o resultado da soma das condenações 
determinará o novo regime. 
Por exemplo: Cross Fox possui uma condenação por um delito de roubo 
praticado em Porto Alegre/RS, cuja pena aplicada foi de 5 anos, em regime 
semiaberto; em comarca distinta, Caxias do Sul/RS, Cross Fox possui outra 
condenação à pena de 6 anos, em regime semiaberto. Nesta situação quando Cross 
Fox começar a cumprir a pena, o Juiz da Vara de Execução ao verificar a existência 
de duas condenações a serem cumpridas, determinará a soma das penas, no caso 
totalizará 11 anos, consequentemente o regime prisional será o fechado pelo 
resultado apontado. 
De outro modo, caso sobrevenha nova condenação durante o cumprimento 
de uma pena, a determinação do regime será feita através da soma do restante da 
pena que está sendo cumprida com a nova condenação, conforme dispõe o parágrafo 
único do artigo 111 da Lei de Execução Penal, vejamos: “Sobrevindo condenação nocurso da execução, somar-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida, para 
determinação do regime”. 
Imagine se Cross Fox estivesse executando uma pena de 10 anos de reclusão 
e no momento faltasse 2 anos para terminar, caso sobrevenha nova condenação por 
outro crime a 8 anos de reclusão, para determinação do novo regime, deverá ser 
somada a nova condenação (8 anos) + o restante da pena em execução (2 anos), o 
total do somatório, no caso 10 anos, determinará o novo regime, que pela quantidade 
resultará na imposição de regime fechado. Destaca-se que nessa situação ocorrerá 
uma hipótese de regressão de regime (Art. 118, inciso II, da LEP), que será estudada 
nos itens seguintes. 
Em todas as situações, da mesma forma que ocorre na aplicação da pena, 
em que o juiz se socorre da previsão contida no artigo 33, §2º, do Código Penal para 
a fixação de regime, na execução penal o resultado da soma deverá ser enquadrado 
nas regras do artigo 33 do Código Penal. 
 
1.6.1. Unificação de Penas 
O termo unificação, teoricamente, deveria ser utilizado nos casos em que se 
evidencia alguma hipótese de crime continuado (Art. 71 do CP) ou de concurso formal 
 
13 
 
perfeito (Art. 70, caput, 1ª parte, do CP), pois nesses casos muito embora tenhamos 
mais de um crime, para fins de aplicação de pena, considera-se a pena de um deles, 
se idênticas, ou a mais grave, se diferentes, e aumenta-se de 1/6 a 2/3 (sistema da 
exasperação). Em outros termos, pode transformar diversas penas em uma, por 
determinação legal. 
Destaca-se que caso não tenha sido observada a ocorrência de crime 
continuado pelo Juiz da condenação, pois geralmente essas hipóteses são apuradas 
no mesmo processo, se isso for constatado na execução da pena, deverá o juiz fazer 
a unificação da pena, aplicando a exasperação aqui na fase da execução. Veja o 
recente julgado exemplificando a questão. 
 
AGRAVO EM EXECUÇÃO. UNIFICAÇÃO DE PENAS DECORRENTE DE 
CONTINUIDADE DELITIVA. DECISÃO MANTIDA. As práticas delituosas atinentes 
aos processos nºs 010/2.13.0002498-1 e 5006934-02.20034047107 aconteceram em 
intervalo de tempo inferior a 30 dias (entre 22/01/2013 e 13/02/2013). Ademais, são 
da mesma espécie e se perfectibilizaram de maneira muito semelhante, consistindo 
ambas em roubo majorado pelo uso de arma de fogo e pelo concurso de pessoas. [...] 
Decisão mantida. AGRAVO MINISTERIAL DESPROVIDO. UNÂNIME. (Agravo Nº 
70076880152, Sexta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ícaro 
Carvalho de Bem Osório, Julgado em 10/05/2018). 
 
Por fim, fala-se também em unificação de pena, no caso do artigo 75 do 
Código Penal, para fins de delimitar o cumprimento da pena em 30 anos, ocasião em 
que para fins de cálculo de progressão de regime, livramento condicional 
permanecerá o total da pena, como orienta a súmula 715 do STF: “A pena unificada 
para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do 
Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o 
livramento condicional ou regime mais favorável de execução”. 
Chama-se atenção para o fato de que o termo unificação de penas é utilizado 
de diversas formas na execução pena, muitas vezes gerando confusão com a 
hipótese de soma de penas, pois o artigo 111 da Lei de Execução Penal não traz 
qualquer conceito a respeito de cada expressão, somente refere que o regime 
prisional será fixado pelo resultado da soma ou unificação das penas. 
 
14 
 
1.7. Regime Disciplinar Diferenciado (Art. 52 da LEP) 
 
 
 
 
 
 
Redação Anterior a Lei nº 
13.964/19 
Vigência da Lei nº 13.964/19 
Art. 52: A prática de fato previsto 
como crime doloso constitui falta 
grave e, quando ocasione 
subversão da ordem ou disciplina 
internas, sujeita o preso 
provisório, ou condenado, sem 
prejuízo da sanção penal, ao 
regime disciplinar diferenciado, 
com as seguintes características: 
I - duração máxima de trezentos e 
sessenta dias, sem prejuízo de 
repetição da sanção por nova 
falta grave de mesma espécie, 
até o limite de um sexto da pena 
aplicada; 
II - recolhimento em cela 
individual; 
III - visitas semanais de duas 
pessoas, sem contar as crianças, 
com duração de duas horas; 
IV - o preso terá direito à saída da 
cela por 2 horas diárias para 
banho de sol. 
Art. 52: A prática de fato previsto como crime 
doloso constitui falta grave e, quando 
ocasionar subversão da ordem ou disciplina 
internas, sujeitará o preso provisório, ou 
condenado, nacional ou estrangeiro, sem 
prejuízo da sanção penal, ao regime 
disciplinar diferenciado, com as seguintes 
características: 
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem 
prejuízo de repetição da sanção por nova falta 
grave de mesma espécie; 
II - recolhimento em cela individual; 
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas 
por vez, a serem realizadas em instalações 
equipadas para impedir o contato físico e a 
passagem de objetos, por pessoa da família 
ou, no caso de terceiro, autorizado 
judicialmente, com duração de 2 (duas) horas; 
IV - direito do preso à saída da cela por 2 
(duas) horas diárias para banho de sol, em 
grupos de até 4 (quatro) presos, desde que 
não haja contato com presos do mesmo grupo 
criminoso; 
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto 
aquelas com seu defensor, em instalações 
equipadas para impedir o contato físico e a 
passagem de objetos, salvo expressa 
autorização judicial em contrário; 
Alterações significativas ocorreram em virtude da aplicação da 
Lei nº 13.964/19 
(Pacote Anticrime) 
*para todos verem: esquema abaixo 
 
15 
 
VI - fiscalização do conteúdo da 
correspondência; 
VII - participação em audiências judiciais 
preferencialmente por videoconferência, 
garantindo-se a participação do defensor no 
mesmo ambiente do preso. 
§ 1º O regime disciplinar 
diferenciado também poderá 
abrigar presos provisórios ou 
condenados, nacionais ou 
estrangeiros, que apresentem 
alto risco para a ordem e a 
segurança do estabelecimento 
penal ou da sociedade. 
§ 2o Estará igualmente sujeito ao 
regime disciplinar diferenciado o 
preso provisório ou o condenado 
sob o qual recaiam fundadas 
suspeitas de envolvimento ou 
participação, a qualquer título, em 
organizações criminosas, 
quadrilha ou bando. 
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também 
será aplicado aos presos provisórios ou 
condenados, nacionais ou estrangeiros: 
I - que apresentem alto risco para a ordem e a 
segurança do estabelecimento penal ou da 
sociedade; 
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas 
de envolvimento ou participação, a qualquer 
título, em organização criminosa, associação 
criminosa ou milícia privada, 
independentemente da prática de falta grave. 
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei 
nº 13.964, de 2019) 
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce 
liderança em organização criminosa, 
associação criminosa ou milícia privada, ou 
que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou 
mais Estados da Federação, o regime 
disciplinar diferenciado será obrigatoriamente 
cumprido em estabelecimento prisional 
federal. 
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o 
regime disciplinar diferenciado poderá ser 
prorrogado sucessivamente, por períodos de 
1 (um) ano, existindo indícios de que o preso: 
I - continua apresentando alto risco para a 
ordem e a segurança do estabelecimento 
penal de origem ou da sociedade; (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
II - mantém os vínculos com organização 
criminosa, associação criminosa ou milícia 
privada, considerados também o perfil 
 
16 
 
criminal e a função desempenhada por ele no 
grupo criminoso, a operação duradoura do 
grupo, a superveniência de novos processos 
criminais e os resultados do tratamento 
penitenciário. 
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo,o regime disciplinar diferenciado deverá 
contar com alta segurança interna e externa, 
principalmente no que diz respeito à 
necessidade de se evitar contato do preso 
com membros de sua organização criminosa, 
associação criminosa ou milícia privada, ou de 
grupos rivais. 
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput 
deste artigo será gravada em sistema de 
áudio ou de áudio e vídeo e, com autorização 
judicial, fiscalizada por agente penitenciário. 
§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de 
regime disciplinar diferenciado, o preso que 
não receber a visita de que trata o inciso III do 
caput deste artigo poderá, após prévio 
agendamento, ter contato telefônico, que será 
gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) 
vezes por mês e por 10 (dez) minutos. 
 
Atenção!! 
A inclusão do preso no Regime Disciplinar Diferenciado, de acordo com o 
artigo 54 da Lei de Execução Penal, dependerá de requerimento circunstanciado 
elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa. 
A decisão judicial que incluir o preso no Regime Disciplinar Diferenciado 
(RDD) será precedida de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada 
no prazo máximo de 15 dias, devendo ser fundamentada. 
 
1.8. Sistema Progressivo – Progressão de Regime 
A Lei de Execução Penal adotou o sistema progressivo para o cumprimento 
da pena, ou seja, a transferência do regime mais rigoroso para um menos rigoroso 
 
17 
 
mediante a observância de alguns requisitos, sendo “inadmissível a chamada 
progressão per saltum de regime prisional", nos termos da Súmula 491 do STJ. 
Para fins de progressão de regime, observa-se a pena total, nos termos da 
Súmula 715 do STF e não o limite máximo de cumprimento da pena, previsto no artigo 
75 do Código Penal. 
Desta forma, quem estiver executando pena, poderá progredir, ainda que esteja 
aguardando definição de recurso (Súmula 716 do STF), bastando o preenchimento do 
requisito objetivo (lapso temporal) e subjetivo (bom comportamento), observando as 
especificidades referentes à natureza do delito, vejamos: 
 
1.8.1. Requisitos para Progressão de Regime 
O instituto da progressão de regime sofreu profunda alteração com a Lei nº 
13.964/2019 – Pacote Anticrime. Vejamos o antigo tratamento legal (aplicável, em 
regra, ainda aos crimes praticados antes do dia 23 de janeiro de 2020): 
 
 
 
A progressão de regime exige o preenchimento de dois requisitos, quais 
sejam: requisito subjetivo e objetivo. Em relação ao requisito subjetivo, foi mantido 
como requisito para concessão da progressão o atestado de bom comportamento 
carcerário emitido pelo diretor do estabelecimento prisional, nos termos do artigo 112, 
§ 3º, da Lei de Execução Penal. 
Progressão de Regime - Antes da Lei 
13.964/2019 
Base Legal anterior à Lei 
13.964/2019 
1/6 
Primários e Reincidentes - Crimes 
Comuns 
Antiga redação do Artigo 112 da 
Lei 7.210/84 
2/5 
Primários – Crimes Hediondos e 
Equiparados Antiga redação do artigo 2º, 
§2º, da Lei 8.072/90 
3/5 
Reincidentes – Crimes Hediondos e 
equiparados 
*para todos verem: esquema abaixo 
 
18 
 
Entretanto, no tocante ao lapso temporal, previamente estabelecido para o 
alcance da progressão ao regime mais brando, o legislador optou por estabelecer uma 
exigência em percentual de cumprimento de pena, não mais em formato de fração, 
restando a seguinte previsão na nova redação do artigo 112 da Lei de Execução 
Penal: 
 
16% da pena Primário Crime cometido sem violência ou 
grave ameaça à pessoa 20% da pena Reincidente 
25% da pena Primário Crime cometido com violência ou 
grave ameaça à pessoa 30% da pena Reincidente 
40% da pena Condenado por crime hediondo ou equiparado, se for primário 
50% da pena 
Se o apenado for: 
a) Condenado por crime hediondo ou equiparado, com resultado 
morte, se for primário, vedado o livramento condicional. 
b) Condenado por exercer comando, individual ou coletivo, de 
organização criminosa estruturada para a prática de crime 
hediondo ou equiparado. 
c) Condenado por crime de constituição de milicia privada. 
60% da pena 
Se o apenado foi reincidiente específico na prática de crime 
hediondo ou equiparado 
70% da pena 
Se o apenado foi reincidiente específico na prática de crime 
hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o 
livramento condicional 
 
 
Somente estarão sujeitos aos novos prazos que eventualmente trouxerem um 
tratamento mais gravoso à progressão de regime, aqueles que praticarem crimes a 
partir da data da vigência do Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/19), qual seja, dia 23 de 
janeiro de 2020. Neste sentido, sempre que a nova lei trouxer algum benefício ao 
apenado deverá retroagir. 
Dentro deste contexto, não se pode olvidar a Súmula 471 do STJ, que 
assegura a aplicação do prazo de 1/6 para todos os crimes, inclusive os hediondos e 
equiparados, desde que praticados antes do dia 29 de março de 2007, haja vista os 
*para todos verem: esquema abaixo 
 
19 
 
efeitos atribuídos ao habeas corpus n. 82.959-7/SP, julgado pelo Supremo Tribunal 
Federal, em fevereiro de 2006. 
a) Falta grave e Progressão de Regime 
O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de 
liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão de regime, resultando no 
reinício da contagem do requisito objetivo, que terá como base a pena remanescente, 
nos termos do artigo 112, § 6º, da Lei de Execução Penal. Trata-se da incorporação 
do entendimento jurisprudencial, pois o novel parágrafo incorporou o teor da Súmula 
534 do STJ. 
 
b) Progressão de Regime especial para mulheres 
Não houve alteração no artigo 112 da Lei de Execução Penal no tocante à 
progressão de regime especial para mulheres gestantes ou que forem mães ou 
responsáveis por criança ou pessoa com deficiência, prevalecendo a exigência dos 
seguintes requisitos de forma cumulativa, que constam no respectivo § 3º: 
1) não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; 
2) não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; 
3) ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior; 
4) ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor 
do estabelecimento; 
5) não ter integrado organização criminosa. 
Destaca-se que o cometimento de fato definido como crime doloso ou falta 
grave, conforme dispõe a lei, implica na revogação da progressão de regime 
diferenciada (Art. 112, §4º, da LEP). 
 
c) Tratamento diferenciado para integrantes de organização criminosa – 
reconhecidos expressamente em sentença – Art. 2º, § 9º, da Lei n° 12.850/2013 
Atualmente, com o Pacote Anticrime em vigência (Lei 13.964/2019), foi 
introduzida na legislação uma norma que assegura a vedação da progressão de 
regime ou do livramento condicional, bem como de outros benefícios, para os casos 
de integrante de organização criminosa, expressamente reconhecido em sentença, ou 
de condenado por crime praticado por meio de organização criminosa, quando houver 
 
20 
 
elementos probatórios que indiquem a manutenção do vínculo associativo, conforme 
consta no artigo 2º, § 9º, da Lei nº 12.850/2013. 
 
d) Progressão para o regime aberto 
Frise-se, a progressão para o regime aberto possui algumas condições 
específicas, previstas nos artigos 114 e 115, ambos da Lei de Execução Penal, como 
por exemplo, estar trabalhando ou possuir condições de trabalhar imediatamente. 
Neste caso, convém reforçar que a inexistência, por exemplo, de vaga para trabalho, 
não autoriza o juiz a suprir essa condição impondo uma pena restritiva de direito como 
a prestação de serviços à comunidade, pois caracterizaria uma afronta à legalidade. 
Inclusive, há vedação expressa na Súmula 493 do STJ, matéria já cobrada no exame 
da OAB. 
 
e) Exame Criminológico e Progressão de Regime 
No tocante ao exame criminológico, até 2003 era obrigatória a realizaçãopara 
que se alcançasse a progressão de regime, mas com a redação dada ao artigo 112 
da Lei de Execução Penal, pela Lei nº 10.792/03, foi retirada a obrigatoriedade. 
Entretanto, é possível que o Juiz exija a realização do exame, desde que em 
decisão motivada, nos termos da Súmula 439 do STJ e Súmula Vinculante nº 26 do 
STF, parte final, pois o início desta súmula está prejudicado pela alteração legislativa 
que permite a progressão de regime para esses delitos. 
 
f) Progressão de regime e crimes contra administração pública 
Nos casos de condenados por crimes contra a administração pública, aplica-
se, como requisito para progressão, além do tempo e do comportamento, a reparação 
do prejuízo gerado ao erário, conforme dispõe o artigo 33, § 4º, do Código Penal. 
 
IMPORTANTE! Porte e Posse Ilegal de arma de fogo de uso restrito – Crime 
Hediondo 
Em outubro de 2017 foi inserido como crime hediondo, no artigo 1°, parágrafo 
único, da Lei nº 8.072/90, o delito de porte e posse ilegal de arma de fogo de uso 
restrito. A alteração teve vigência a partir do dia 27 de outubro de 2017. 
Dessa forma, a nova lei e o tratamento diferenciado oriundo da condição de 
 
21 
 
delito hediondo somente poderá incidir em crimes praticados a partir do dia 27 de 
outubro de 2017, pois trata-se de lex gravior, logo não poderá retroagir para alcançar 
fatos cometidos antes de sua promulgação. 
Em outros termos, por exemplo, se alguém condenado antes da inclusão 
deste crime no rol dos delitos hediondos pretender progredir, deverá ser observado o 
artigo 112 da Lei de Execução Penal, 1/6 e bom comportamento, como requisitos. 
Da mesma forma é importante ter bem definido os delitos que passaram a 
integrar o rol de crimes hediondos com o Pacote Anticrime, para verificar o tratamento 
diferenciado na execução, somente quando praticados a partir do dia 23 de janeiro de 
2021. Por exemplo, o crime de roubo com emprego de arma de fogo. 
 
1.9. Exame Criminológico 
Há entendimento sumulado sobre progressão de regime e a exigência de 
exame criminológico no STF e STJ. 
Os Tribunais Superiores têm entendido que, muito embora a nova redação do 
artigo 112 da Lei de Execução Penal tenha excluído a exigência de realização de 
exame criminológico para obtenção de progressão de regime, não caracteriza 
constrangimento ilegal a submissão do apenado à realização de exame, desde que 
devidamente fundamentada a necessidade pelo Juiz da Vara de Execução Criminal. 
Neste sentido, temos as seguintes súmulas: 
 
 
Súmula Vinculante nº 26 do STF: Para efeito de progressão de regime no 
cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução 
observará a inconstitucionalidade do artigo 2º da Lei nº 8.072/90, sem prejuízo de 
avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do 
benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de 
exame criminológico. 
Súmula 439 do STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades 
do caso, desde que em decisão motivada. 
 
 
Falta grave e Progressão de Regime 
*para todos verem: esquema abaixo 
 
22 
 
Súmula 534 do STJ: A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo 
para a progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do 
cometimento dessa infração. 
 
1.10. Regressão de Regime - Art. 118 da LEP 
A execução da pena está sujeita a forma regressiva quando: 
 
→ O apenado praticar fato definido como crime doloso ou falta grave 
(Art. 50 e 51, ambos da LEP) 
Nesse caso, antes da regressão de regime deverá ser ouvido, previamente, o 
apenado (Art. 118, § 2°, da LEP) audiência de justificativa, sob pena de nulidade. A 
regressão em caráter definitivo, esta prevista no artigo 118, inciso I, da Lei de 
Execução Penal exige a oitiva prévia. O entendimento jurisprudência que afasta a 
oitiva refere-se à regressão cautelar. 
Inclusive, atualmente, a Súmula 533 do STJ que exigia a instauração de PAD 
(Procedimento Administrativo Disciplinar) para o reconhecimento de falta disciplinar 
está prejudicada pelo seguinte entendimento: 
 
HABEAS CORPUS. SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. NÃO CABIMENTO. 
EXECUÇÃO PENAL. FALTA GRAVE. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO 
DISCIPLINAR - PAD. NULIDADE. OITIVA JUDICIAL DO SENTENCIADO SOB 
DEFESA REGULAR. TEMA DE RECURSO REPETITIVO NO STF - RE 972.598/RS. 
INEXISTÊNCIA DE OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA E 
CONTRADITÓRIO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 
 I [...] 
 II O col. Supremo Tribunal Federal já enfrentou a matéria aqui posta, em sede 
de recurso repetitivo representativo da controvérsia, no RE n. 972.598/RS, 
assentando a seguinte tese: A oitiva do condenado pelo Juízo da Execução Penal, em 
audiência de justificação realizada na presença do defensor e do Ministério Público, 
afasta a necessidade de prévio Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), assim 
como supre eventual ausência ou insuficiência de defesa técnica no PAD instaurado 
para apurar a prática de falta grave durante o cumprimento da pena? (RE n. 972.598, 
 
23 
 
Tribunal Pleno, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 06/08/2020). 
 III- No mais, "Para afastar a conclusão do acórdão, absolver o agravado ou 
desclassificar sua conduta, seria necessário reexaminar fatos e provas, providência 
incabível na via do habeas corpus, de cognição limitada" (AgRg no HC n. 414.750/SP, 
Sexta Turma, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe de 1º/08/2018). Habeas corpus não 
conhecido. (HC 620.019/RS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado 
em 09/12/2020, DJe 15/12/2020) 
 
 Em relação à exigência de sentença transitada em julgado para o 
reconhecimento da falta grave pela prática de crime doloso, há entendimento 
sumulado vejamos: 
 
Súmula 526 do STJ: O reconhecimento de falta grave decorrente do 
cometimento de fato definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde 
do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no processo penal instaurado 
para apuração do fato. 
 
 As faltas graves estão descritas no artigo 50, 51 e 52 (primeira parte), todos da 
Lei de Execução Penal. O Pacote Anticrime introduziu uma nova hipótese de falta 
grave a recusa em submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético ( 
Art. 50, inciso VIII, da LEP). 
→ quando o apenado sofrer condenação, por crime anterior, cuja soma da 
pena restante com a nova condenação torne impossível a manutenção do regime (Art. 
111). 
→ nos casos de violação com os deveres do monitoramento eletrônico, 
quando o Juiz da Execução adotar essa opção, artigo 146, alínea “c”, parágrafo único, 
da Lei de Execução Penal. 
 
 
 
 
 
 
Observações 
Importantes: 
Posicionamento jurisprudencial 
retirado do site do Superior 
*para todos verem: esquema abaixo 
 
24 
 
(STJ - jurisprudência) Diante da inexistência de legislação específica quanto 
ao prazo prescricional para apuração de falta grave, deve ser adotado o menor 
lapso prescricional previsto no art. 109 do CP, ou seja, o de 3 anos para fatos ocorridos 
após a alteração dada pela Lei n. 12.234, de 5 de maio de 2010, ou o de 2 anos se a 
falta tiver ocorrido até essa data. Precedentes: AgRg nos EDcl no REsp 1248357/MS, 
Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, QUINTA TURMA, julgado em 19/11/2013, 
DJe 25/11/2013; AgRg no REsp 1414267/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS 
JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 05/11/2013, DJe 25/11/2013; 
 
 
Observação: A jurisprudência tem admitido a chamada regressão cautelar, 
que dispensa a oitiva prévia do apenado (Art. 118, § 2º, da LEP), passando a exigir 
audiência somente nos casos de regressão definitiva. 
 
1.11. Prisão Domiciliar (Art. 117 da LEP) 
Para cumprir a pena em residência particular o preso deverá estar em regime 
aberto e se enquadrar em uma das quatro hipóteses do artigo 117 da Lei de Execução 
Penal, quais sejam: 
• condenado maior de setenta anos; 
• condenadoacometido de doença grave; 
• condenada com filho menor ou deficiente físico ou metal; 
• condenada gestante. 
 
Atentar para a Súmula Vinculante nº 56 do STF, vejamos: “A falta de 
estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em 
regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros 
fixados no RE 641.320/RS. 
 
Precedente representativo da Súmula Vinculante nº 56 do STF: 
"3. Os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos destinados aos 
regimes semiaberto e aberto, para qualificação como adequados a tais regimes. São 
aceitáveis estabelecimentos que não se qualifiquem como 'colônia agrícola, industrial' 
(regime semiaberto) ou 'casa de albergado ou estabelecimento adequado' (regime 
 
25 
 
aberto) (art. 33, § 1º, alíneas "b" e "c"). No entanto, não deverá haver alojamento 
conjunto de presos dos regimes semiaberto e aberto com presos do regime fechado. 
4. Havendo déficit de vagas, deverão ser determinados: (i) a saída antecipada de 
sentenciado no regime com falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada 
ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta de 
vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado 
que progride ao regime aberto. Até que sejam estruturadas as medidas alternativas 
propostas, poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado." (RE 641320, 
Relator Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 11.5.2016, DJe de 
8.8.2016). 
 
1.12. Remição de pena – Hipóteses legais 
A remição é o computo do período trabalhado ou estudado como tempo de 
pena cumprida, nos termos do artigo 128 da Lei de Execução Penal. 
É possível remir tanto pelo trabalho como pelo estudo, inclusive, cumulando 
as duas possibilidades. 
Todavia, é importante se ater nas regras contidas nos artigos 126 e seguintes 
da Lei de Execução Penal. 
Por exemplo, remição por trabalho, somente nos casos de regime fechado e 
semiaberto, a Lei de Execução Penal omitiu a possibilidade de remição no caso de 
regime aberto. Os Tribunais superiores entendem que como não há previsão legal e 
o trabalho é requisito para ingressar no regime aberto, não há direito a remição neste 
caso. 
Já a remição por estudo, é possível em todos os regimes prisionais, inclusive, 
na última etapa do cumprimento de pena, ou seja, quando o apenado estiver em 
livramento condicional. 
 
1.13. Trabalho prisional 
1.13.1. Espécies de Trabalho Prisional: 
 
Serviço interno e Serviço externo 
→ Quanto à forma de serviço: 
a) Serviço interno (Art. 31 da LEP): qualquer regime poderá trabalhar internamente e 
 
26 
 
a qualquer momento, desde que existam vagas. 
b) Serviço externo (Art. 36 da LEP) 
Em relação ao serviço externo, é importante observar que o artigo 37 da Lei 
de Execução Penal atribui ao Diretor do Estabelecimento Prisional a concessão da 
autorização. Todavia, é importante registrar que há forte posicionamento doutrinário e 
de uso prático no cotidiano forense de que o trabalho prisional no âmbito externo deverá 
ser autorizado pelo Juiz da VEC (Neste sentido: Sídio Rosa de Mesquita Júnior, 
Norberto Avena, entre outros). 
 
1.14. Permissão de Saída (Art. 120 da LEP) e Saída Temporária (Art. 122 da LEP) 
Podem obter permissão de saída, os apenados que cumprem pena em regime 
fechado, semiaberto e provisórios, mediante escolta, em duas hipóteses: 
• falecimento ou doença grave CCADI (cônjuge, companheiro, ascendente, 
descendente ou irmão); 
• necessidade de tratamento médico. 
 
Súmula 520 do STJ: O benefício de saída temporária no âmbito da execução 
penal é ato jurisdicional insuscetível de delegação à autoridade administrativa do 
estabelecimento prisional. 
 
Já a saída temporária, sem vigilância, poderá ser concedida a apenados que 
cumprem pena em regime semiaberto. 
Vale destacar que foi introduzida em 2010 a possibilidade da utilização de 
monitoramento eletrônico, no artigo 122, parágrafo único, da Lei de Execução Penal 
(redação dada pela Lei nº 12.258/10). 
Em outras palavras, a ausência de vigilância direta não impede que o juiz 
determine a monitoração eletrônica. Constitui uma faculdade do Juiz, não uma 
obrigação legal. 
Para obtenção da saída temporária, os apenados em regime aberto, deverão 
preencher os seguintes requisitos: 
• comportamento adequado; 
• cumprimento mínimo de 1/6 para apenado primário e de, no mínimo, ¼ para 
reincidentes; 
 
27 
 
• compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. 
O período de deuração conforme a lei não poderá ser superior a 7 dias, 
podendo ser renovadas por mais 4 vezes, logo faz jus a 35 dias de saída. Com 
intervalo de 45 dias entre as saídas. Quando se tratar de saída para fins de estudo o 
tempo será o necessário para a realização das atividades discentes. 
A Lei nº 12.258/10 também inovou ao estabelecer que o juiz imporá condições 
ao apenado, para obtenção das saídas temporárias, permitindo que além das 
previstas em lei outras poderão ser estabelecidas, vejamos a nova redação do §1º do 
artigo 124 da Lei de Execução Penal: 
 
Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes 
condições, entre outras que entender compatíveis com as circunstâncias do 
caso e a situação pessoal do condenado: 
I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde 
poderá ser encontrado durante o gozo do benefício; 
II - recolhimento à residência visitada, no período noturno; 
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos 
congêneres. 
 
O Pacote Anticrime inseriu o § 2º, no artigo 122 da Lei de Execução Penal e 
dipõe que não terá direito à saída temporária o condenado que cumpre pena por 
praticar crime hediondo com resultado morte. Infere-se que a lei foi restritiva ao 
impedir o instituto aos delitos hediondos, ou seja, aqueles previstos no artigo 1º da Lei 
nº 8.072/90. 
 
1.15. Monitoração eletrôncia 
O monitoramento eletrônico é uma faculdade judicial, pois, de acordo com a 
lei, poderá ser definido pelo juiz nos casos definidos em lei, desde que seja necessário. 
A lei admite a monitoração eletrônica em duas situações: prisão domiciliar e 
saída temporária no regime semiaberto. 
O instituto está previsto a partir do artigo 146 – B da Lei de Execução Penal. 
 
1.16. Livramento Condicional 
 O livramento condicional como o próprio nome permite concluir é a 
liberdade mediante condições. Trata-se da última etapa do cumprimento de pena, não 
se confundido com progressão de regime, pois o livramento condicional não integra o 
sistema progressivo. 
 
28 
 
 O instituto é regulado pelos artigos 83 a 90, todos do Código Penal e 
artigos 131 a 146, todos da Lei de Execução Penal, a análise é conjunta dos dois 
dispositivos legais. 
 Nesta hipótese, o apenado é liberado do estabelecimento prisional, 
ficando submetido as condições previstas no artigo 132 da Lei de Execução Penal, 
condições obrigatórias e condições facultativas, que dependerão de cada caso. 
 Os requisitos a serem preenchidos estão expostos no artigo 83 do 
Código Penal. 
 Importante destacar que o lapso temporal exigido para fins de 
preenchimento do requisito objetivo não é interrompido pela prática de falta grave, nos 
termos da súmula 441 do STJ: “A falta grave não interrompe o prazo para obtenção 
de livramento condicional”. 
 
1.16.1. Requisitos 
Os requisitos do livramento condicional, de ordem objetiva e subjetiva, 
encontram-se no artigo 83 do Código Penal. 
 
→ Requisitos objetivos: 
a) Natureza e quantidade da pena (Art. 83, caput, do CP): 
Tal como ocorre com a suspensão condicional, somente a pena privativa de 
liberdade pode ser objeto do livramento condicional. Esse instituto poderá ser 
concedido à pena privativa de liberdade igual ou superior a dois anos (Art. 83 do CP). 
A soma das penas é permitida para atingiresse limite mínimo, mesmo que tenham 
sido aplicadas em processos distintos. 
 
b) Cumprimento de parte da pena (Art. 83, incisos I, II e IV, do CP): 
Nos termos do artigo 83, incisos I e II, do Código Penal, o criminoso primário 
deve cumprir mais de 1/3 da pena privativa de liberdade. 
Assim também o reincidente, desde que não o seja em crime doloso. Para 
tanto, é necessário que apresentem bons antecedentes. 
Quando o condenado é reincidente em crime doloso, deve cumprir mais da 
metade da pena. Por ausência de previsão legal, o agente primário portador de maus 
antecedentes deverá cumprir 1/3 para o livramento condicional, já que o inciso 
 
29 
 
restringe somente à hipótese de reincidente em crime doloso (não é possível analogia 
in malam partem). 
Tratando-se de condenado por prática de tortura, crime hediondo, tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, desde que não seja 
reincidente específico em tais delitos, deve cumprir mais de 2/3 da pena (Art. 83, inciso 
V, do CP). Assim, sendo reincidente específico não é admissível o livramento 
condicional. Há reincidência específica, para efeito da disposição, quando o sujeito, já 
tendo sido condenado por qualquer dos delitos hediondos ou demais por sentença 
transitada em julgado, vem novamente a cometer um deles. 
O Pacote Anticrime trouxe uma nova vedação para o livramento condicional 
no caso de crimes hediondos ou equiparado com resultado morte não terá direito ao 
livramento condicional (Art. 112 da LEP). Registra-se que a restrição somente srá 
aplicada para quem praticar delitos desta natureza a partir da vigência do pacote. Do 
contrário estaríamos violando o artigo 5º, inciso XL, da CF/88. 
Há também a previsão do artigo 2º, § 9º, da Lei nº 12.850/13 que em caso de 
manutenção de vínculos com organização criminosa reconhecida expressamente na 
sentença como integrante, não terá direito ao livramento condicional. 
O artigo 84 do Código Penal reza que “as penas que correspondem a 
infrações diversas devem somar-se para efeito do livramento”. 
 
Atenção !!! 
Artigo 44 da Lei nº 11.343/06: Prazo para Livramento condicional – 
Associação ao Tráfico não é delito equiparado a crime hediondo, porém 
conforme a lei de drogas o prazo para obtenção de livramento condicional é 
de mais de 2/3. 
 
→ Requisitos subjetivos: 
Os requisitos subjetivos estão no artigo 83, incisos III e IV, sendo exigido o 
bom comportamento carcerário atestado pelo diretor, por força do artigo 112, § 1º, da 
Lei de Execução Penal. Ressalta-se que com o pacote anticrime foi inserida a 
exigência de ausência de prática de falta grave nos últimos 12 meses. 
 
 
 
 
30 
 
 
 
Artigo 83, III, CP 
a) bom comportamento durante a execução da pena; 
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses; 
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e 
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho 
honesto; 
Artigo 83, IV, CP 
tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano 
causado pela infração; 
 
O exame criminológico poderá ser exigido, desde que devidamente 
fundamentada a decisão que o determina (Súmula 439 do STJ: “Admite-se o exame 
criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada”). 
 
1.16.2. Hipóteses de Revogação do Livramento Condicional 
 O livramento condicional poderá ser revogado por imposição legal ou por 
faculdade judicial. Assim sendo, são duas hipóteses: a) revogação obrigatória; e b) 
revogação facultativa. 
a) Revogação Obrigatória (Artigo 86 do CP): Ocorre quando o liberado 
vem a ser condenado irrecorrivelmente à pena privativa de liberdade por crime 
praticado antes ou durante o livramento condicional. 
 
b) Revogação Facultativa (Art. 87 do CP): O juiz poderá revogar o 
livramento condicional se o liberado descumprir as condições do artigo 132 da Lei de 
Execução Penal ou vier a ser condenado irrecorrivelmente por contravenção penal ou 
por crime cuja a pena não seja privativa de liberdade. 
Os efeitos da revogação dependerá se o motivo ocorreu antes ou durante o 
período de provas, ou seja, o perído do livramento condicional, conforme os artigos 
88 do Código Penal e artigos 141 e 142, ambos da Lei de Execução Penal. 
Frise-se: nos casos de revogação obrigatória em razão da superveniência de 
sentença penal condenatória irrecorrível por crime praticado durante o livramento 
condicional, a revogação resulta na perda do período de provas e na perda do direito 
ao livramento condicional em relação à condenação em que violou as regras da 
liberdade condicional. Caso o crime que gerou a sentença irrecorrível tenha sido 
*para todos verem: esquema abaixo 
 
31 
 
praticado antes do livramento condicional, computa-se na pena o período de prova, 
período que esteve livre, podendo ser concedido novo livramento com a soma das 
condenações. 
 
1.16.3. Suspensão do Livramento Condicional 
Conforme consta expresso no artigo 86 do Código Penal, somente revoga-se 
o livramento condicional se sobrevier sentença penal condenatória transitada em 
julgado por crime durante o período de prova, logo atente-se ao fato de ocorrer a 
suposta prática de crime durante a liberdade condicional. Nesta caso, não poderá 
haver revogação, e sim a suspensão do livramento, nos termos do artigo 145 da Lei 
de Execução Penal. 
A decisão sobre a revogação em si, bem como seus efeitos, ficará sujeita ao 
trânsito em julgado referente ao novo fato. 
I) Extinção do Livramento Condicional 
O cumprimento do período de prova sem que haja a revogação resulta na 
extinção da pena, nos termos do artigo 90 do Código Penal. 
Em 2018, foi publicada a Súmula 617 do STJ que refere: “A ausência de 
suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término do período de 
prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena”. 
 
1.17. Incidentes da Execução Penal 
• Conversão da Pena Privativa de Liberdade (PRD) em Pena Restritiva de 
Direito (PRD): PPL não superior a dois anos; condenado em regime aberto; cumprido 
pelo menos ¼; antecedentes e personalidade indiquem (artigo 180 da LEP). 
• Conversão da PRD em PPL (artigo 181 da LEP): ocorrerá na forma do 
artigo 45 do CP. 
• Conversão da Pena Privativa de Liberdade em Medida de Segurança 
(artigo 183 da LEP) 
• Desvio ou Excesso de Execução (artigo 185 da LEP) 
 
1.18. Anistia, Graça, Indulto 
São institutos que extinguem a punibilidade, conforme o artigo 107, inciso II, 
do Código Penal. 
 
32 
 
A anistia “é a declaração pelo Poder Público de que determinados fatos se 
tornam impuníveis por motivo de utilidade social. O instituto volta-se a fatos, e não a 
pessoas. Pode ocorrer antes da condenação definitiva – anistia própria – ou após o 
trânsito em julgado da condenação – anistia imprópria. Tem a força de extinguir a ação 
e a condenação. Primordialmente, destina-se a crimes políticos, embora nada impeça 
a sua concessão a crimes comuns.” A anistia somente é concedida através de lei 
editada pelo Congresso Nacional. 
A graça, por sua vez, é “a clemência destinada a uma pessoa determinada, 
não dizendo respeito a fatos criminosos. Trata-se de um perdão concedido pelo 
Presidente da República, dentro de sua avaliação discricionária, não sujeita a 
qualquer recurso, deve ser usada com parcimônia. É uma medida de caráter 
excepcional, destinada a premiar atos meritórios extraordinários praticados pelo 
sentenciado no cumprimento de sua reprimenda ou ainda atender condições pessoais 
de natureza especial, bem como a corrigir equívocos na aplicação da pena ou 
eventuais erros judiciários.” É concedida mediante análise do caso individual. 
De acordo com o artigo 5°, inciso XLIII, não é permitida nem a graça nem a 
anistia para delitos considerados hediondos. 
Por fim, o indulto também é uma causa extintiva da punibilidade,no entanto é 
concedido de forma coletiva, ou seja, tornou-se comum ao final de cada ano a 
publicação de um Decreto concedendo Indulto para todos aqueles que preencherem 
determinadas condições. 
No ano de 2007, foi publicado no dia 11 de dezembro o Decreto nº 6.294/07, 
o qual consta em anexo para conhecimento. 
Assim sendo, qualquer preso que preencher as condições passará a ter direito 
ao indulto, devendo ser apenas declarado pelo Juiz da Vara de Execuções. 
Destaca-se que no mesmo Decreto há previsão legal para a concessão de 
Comutação de Pena, porém esta não se confunde com o Indulto, pois não se trata de 
extinção da punibilidade, mas sim um abatimento da pena, desde que haja o 
preenchimento dos requisitos (ver artigos 2° e 4° do Decreto em anexo – somente para 
exemplificar, pois o Decreto não poderá ser objeto de questionamento na prova). 
 
 
 
 
33 
 
1.19. Aspectos gerais relacionados à execução da medida de segurança 
1.19.1. Espécies 
• Internação e tratamento ambulatorial (Art. 96 do CP): prazo máximo de 
cumprimento da Medida de Segurança – Súmula 527 do STJ: “O tempo de duração 
da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente 
cominada ao delito praticado”. 
• Conversão da Pena Privativa de Liberdade em Medida de Segurança – 
artigo 183 da LEP. 
• Agravo em Execução – Efeito suspensivo – artigo 179 da LEP. 
 
1.19.2. Jurisprudência selecionada 
 
 
1 
Conversão de 
Pena Restritiva de 
Direito em Pena 
Privativa de 
Liberdade – 
Incompatibilidade 
de cumprimento 
simultâneo 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO. 
UNIFICAÇÃO DE PENAS. RESTRITIVA DE DIREITO CONVERTIDA EM 
PRIVATIVA DE LIBERDADE. INCOMPATIBILIDADE DE CUMPRIMENTO 
SIMULTÂNEO. 
I - Sobrevindo nova condenação, incumbe ao Juízo das Execuções 
Criminais proceder à unificação das penas, adequando o regime prisional 
ao resultado da soma, observadas, quando for o caso, a detração ou 
remição. 
II - A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no 
sentido de que somente é possível a manutenção da pena restritiva de 
direitos na hipótese em que exista compatibilidade no cumprimento 
simultâneo das reprimendas. 
III - No caso, o agravante cumpria pena privativa de liberdade de 7 (sete) 
anos e 4 (quatro) meses de reclusão, por infração aos arts. 157, §2°, I* e II 
e 329, §1°, ambos do Código Penal e arts. 309 e 298, I, do CTB, quando 
sobreveio nova condenação pela prática do crime tipificado no art. 155, §4°, 
do CP, oportunidade em que lhe foi imposta pena de 2 (dois) anos de 
reclusão, substituída por duas restritivas de direitos (prestação de serviços 
à comunidade e prestação pecuniária). 
IV - Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no REsp 1691905/MG, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA 
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 10/10/2017, DJe 20/10/2017) 
* Atual redação do artigo 157 do CP: 
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): 
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo. 
*para todos verem: esquema abaixo 
 
34 
 
2 
Saída Temporária 
Informativo 590 - 
STJ 
DIREITO PROCESSUAL PENAL. PRAZO MÍNIMO ENTRE SAÍDAS 
TEMPORÁRIAS. RECURSO REPETITIVO. TEMA 445. As autorizações de 
saída temporária para visita à família e para participação em atividades que 
concorram para o retorno ao convívio social, se limitadas a cinco vezes 
durante o ano, deverão observar o prazo mínimo de 45 dias de intervalo entre 
uma e outra. Na hipótese de maior número de saídas temporárias de curta 
duração, já intercaladas durante os doze meses do ano e muitas vezes sem 
pernoite, não se exige o intervalo previsto no art. 124, § 3°, da LEP. 
3 
Conversão da 
Medida de 
Segurança em 
Pena 
PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO. 
SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL. CONVERSÃO DE PENA 
PRIVATIVA DE LIBERDADE EM MEDIDA DE SEGURANÇA. 
INTERNAÇÃO. MANUTENÇÃO. TEMPO DE CUMPRIMENTO DA PENA 
EXTRAPOLADO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. ORDEM CONCEDIDA. 
1. Em se tratando de medida de segurança aplicada em substituição à pena 
corporal, prevista no art. 183 da Lei de Execução Penal, sua duração está 
adstrita ao tempo que resta para o cumprimento da pena privativa de 
liberdade estabelecida na sentença condenatória. Precedentes desta Corte. 
2. Ordem concedida. (HC 373.405/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE 
ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 06/10/2016, DJe 21/10/2016) 
 
 
4 
Mandado de 
Segurança e efeito 
suspensivo no 
Agravo 
EXECUÇÃO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. 
MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO PELO PARQUET ESTADUAL, 
COM O FITO DE ATRIBUIR EFEITO SUSPENSIVO A AGRAVO EM 
EXECUÇÃO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. ILEGITIMIDADE ATIVA. 
AGRAVO DESPROVIDO. 
I - "O manejo do mandado de segurança como sucedâneo recursal, 
notadamente com o fito de obter medida não prevista em lei, revela-se de 
todo inviável, sendo, ademais, impossível falar em direito líquido e certo na 
ação mandamental quando a pretensão carece de amparo legal" (HC n. 
368.491/SC, Quinta Turma, Rel. Min. Joel Ilan Pacionik, DJe de 14/10/2016). 
II - Não cabe mandado de segurança com o escopo de dar efeito 
suspensivo ao agravo em execução. Ora, nos termos do art. 197 da LEP 
("Das decisões proferidas pelo juiz caberá recurso de agravo, sem efeito 
suspensivo"), o recurso de agravo em execução não comporta efeito 
suspensivo, salvo no caso de decisão que determina a desinternação ou 
liberação de quem cumpre medida de segurança (precedentes). 
Agravo regimental desprovido. (AgRg no HC 380.419/SP, Rel. Ministro FELIX 
FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 28/03/2017, DJe 25/04/2017) 
 
 
 
5 
Segunda 
Progressão – 
quantum 
Remanescente 
 
Vale a data da 
decisão que 
concedeu e não a 
data da efetiva 
transferência se 
RECONTAGEM DO LAPSO DE 1/6 PARA A OBTENÇÃO DO BENEFÍCIO. 
PERDA DOS DIAS REMIDOS: ART. 127 DA LEP. Em caso de falta grave, é 
de ser reiniciada a contagem do prazo de 1/6, exigido para a obtenção do 
benefício da progressão no regime de cumprimento da pena. Adotando-se 
como paradigma, então, o quantum remanescente da pena. Em caso de fuga, 
este prazo apenas começa a fluir a partir da recaptura do sentenciado (HC 
85.141 - Primeira Turma). A jurisprudência desta colenda Corte firmou a 
orientação de que "o cometimento de falta grave implica a perda dos dias 
remidos, mostrando-se constitucional o artigo 127 da Lei nº 7.210/84 - Recurso 
Extraordinário nº 452.994-7/RS, Plenário, julgamento realizado em 23 de 
junho de 2005, redator designado ministro Sepúlveda Pertence." Recurso 
ordinário em habeas corpus parcialmente provido. RHC 89031, Relator(a): 
Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. CARLOS BRITTO, 
Primeira Turma, julgado em 28/11/2006, DJe-092 DIVULG 30-08-2007 
PUBLIC 31-08-2007 DJ 31-08-2007 PP-00036 EMENT VOL-02287-03 PP-
00595) 
 
35 
 
não for culpa do 
acusado. 
6 
Associação ao 
tráfico não 
hediondo 
 
HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. 
CRIME NÃO CONSIDERADO HEDIONDO OU EQUIPARADO. 
BENEFÍCIOS. REQUISITO OBJETIVO. PROGRESSÃO DE REGIME E 
LIVRAMENTO CONDICIONAL. LAPSOS TEMPORAIS DISTINTOS. 
CUMPRIMENTO DE 1/6 (UM SEXTO) NO CASO DE PROGRESSÃO E DE 
2/3 (DOIS TERÇOS) PARA O LIVRAMENTO, VEDADA A SUA CONCESSÃO 
AO REINCIDENTE ESPECÍFICO. ARTS. 112 DA LEI DE EXECUÇÃO 
PENAL E 44 DA LEI N. 11.343/2006. CONSTRANGIMENTO jurisprudência 
pacífica do Superior Tribunal de Justiça reconhece que o crime de 
associação para o tráfico de entorpecentes (art. 35 da Lei n. 11.343/2006) 
não figura no rol taxativo de delitos hediondos ou a eles equiparados, tendo 
em vista que não se encontra expressamente previsto no rol taxativo do art. 
2º da Lei n. 8.072/1990. 
2. Não se tratando de crime hediondo, não se exige, para fins de 
concessão de benefício da progressão de regime, o cumprimento de 2/5 da 
pena, se o apenado for primário, e de 3/5, se reincidente para a progressão 
do regime prisional, sujeitando-se ele, apenas ao lapsode 1/6 para 
preenchimento do requisito objetivo. 
3. No entanto, a despeito de não ser considerado hediondo, o 
crime de associação para o tráfico, no que se refere à concessão 
do livramento condicional, deve, em razão do princípio da especialidade, 
observar a regra estabelecida pelo art. 44, parágrafo único, da Lei n. 
11.343/2006, ou seja, exigir que o cumprimento de 2/3 (dois terços) da pena, 
vedada a sua concessão ao reincidente específico. 
4. Ordem concedida para afastar a natureza hedionda do crime de associação 
para o tráfico e determinar que o Juízo da Vara das Execuções Criminais da 
Comarca de São José do Rio Preto/SP proceda a novo cálculo da pena, 
considerando, para fins de progressão de regime e de livramento condicional, 
respectivamente, as frações de 1/6 (um sexto) e 2/3 (dois terços). 
(HC 394.327/SP, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA 
TURMA, julgado em 13/06/2017, DJe 23/06/2017). 
 
36 
 
7 
Exame 
criminológico e 
fundamentação 
EXECUÇÃO PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO 
PRÓPRIO. VIA INADEQUADA. NÃO CONHECIMENTO. TRÁFICO DE 
DROGAS E DANO. PROGRESSÃO DE REGIME DEFERIDO EM 1º GRAU. 
RECURSO MINISTERIAL PROVIDO EM 2º GRAU. DETERMINAÇÃO DE 
EXAME CRIMINOLÓGICO. GRAVIDADE ABSTRATA DOS DELITOS E 
LONGA PENA A CUMPRIR. FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA. ORDEM 
CONCEDIDA DE OFÍCIO. 
1. O Supremo Tribunal Federal, por sua Primeira Turma, e este Superior 
Tribunal de Justiça, por sua Terceira Seção, diante da utilização crescente 
e sucessiva do habeas corpus, passaram a restringir a sua admissibilidade 
quando o ato ilegal for passível de impugnação pela via recursal própria, 
sem olvidar a possibilidade de concessão da ordem, de ofício, nos casos de 
flagrante ilegalidade. Nos termos da jurisprudência desta Corte, desde a Lei 
n. 10.792/2003, que conferiu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução 
Penal, aboliu-se a obrigatoriedade do exame criminológico como requisito 
para a concessão da progressão de regime, cumprindo ao julgador verificar, 
em cada caso, acerca da necessidade, ou não, de sua realização, podendo 
dispensá-lo ou, ao contrário, determinar sua realização, desde que mediante 
decisão concretamente fundamentada na conduta do apenado no decorrer 
da execução. Precedentes. 
2. Fatores relacionados ao crime praticado são determinantes da pena 
aplicada, mas não justificam diferenciado tratamento para a progressão de 
regime, de modo que o exame criminológico somente poderá fundar- se em 
fatos ocorridos no curso da própria execução penal. Precedentes. 
3. In casu, o Tribunal de origem, ao examinar recurso ministerial que 
atacava decisão que deferira a progressão de regime prisional, determinou 
a realização de exame criminológico sem a devida fundamentação, pois 
baseada na gravidade abstrata dos delitos praticados e na longa pena a 
cumprir pelo paciente. 
4. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para 
restabelecer a decisão do Juízo de primeiro grau que deferiu a progressão 
de regime prisional ao paciente. 
(HC 405.594/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, 
QUINTA TURMA, julgado em 19/10/2017, DJe 24/10/2017). 
 
37 
 
8 
Regressão 
cautelar 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. FALTA 
GRAVE. REGRESSÃO CAUTELAR AO REGIME PRISIONAL FECHADO. 
POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 
1. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de ser possível a regressão 
cautelar, inclusive ao regime prisional mais gravoso, diante da prática de 
infração disciplinar no curso do resgate da reprimenda, sendo desnecessária 
até mesmo a realização de audiência de justificação para oitiva do apenado, 
exigência que se torna imprescindível somente para a regressão definitiva. 
Precedentes. Recurso ordinário em habeas corpus desprovido. 
(RHC 81.352/MA, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, 
julgado em 18/04/2017, DJe 28/04/2017) 
9 
Monitoramento 
Eletrônico 
Informativo nº 0597 Processo HC 351.273-CE, Rel. Min. Nefi Cordeiro, por 
unanimidade, julgado em 2/2/2017, DJe 9/2/2017. 
Monitoramento eletrônico mediante uso de tornozeleira. Pedido de retirada do 
equipamento por desnecessidade. Indeferimento pelo juízo das execuções 
sem fundamento concreto. Constrangimento ilegal evidenciado. 
Destaque: A manutenção de monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica 
sem fundamentação concreta evidencia constrangimento ilegal ao apenado. 
Informações do Inteiro Teor A questão recursal gira em torno da legalidade do 
indeferimento de pedido de revogação de monitoramento eletrônico, por parte 
do juízo das execuções. Consoante dispõe o art. 146-D da Lei de Execução 
Penal, a monitoração eletrônica poderá ser revogada quando se tornar 
desnecessária ou inadequada. De qualquer sorte, ainda que o monitoramento 
eletrônico, com a colocação de tornozeleiras, seja uma alternativa tecnológica 
ao cárcere, a necessidade de sua manutenção deve ser aferida 
periodicamente, podendo ser dispensada a cautela em casos desnecessários. 
Todavia, a simples afirmação de que o monitoramento é medida mais acertada 
à fiscalização do trabalho externo com prisão domiciliar deferido ao apenado 
em cumprimento de pena de reclusão no regime semiaberto, sem maiores 
esclarecimentos acerca do caso concreto, não constitui fundamento idôneo para 
justificar o indeferimento do pleito. Assim como tem a jurisprudência exigido 
motivação concreta para a incidência de cautelares penais durante o processo 
criminal, a fixação de medidas de controle em fase de execução da pena igual 
motivação exigem, de modo que a incidência genérica - sempre e sem exame 
da necessidade da medida gravosa – de tornozeleiras eletrônicas não pode ser 
admitida. 
Informativo nº 595 Processo: REsp 1.519.802-SP, Rel. Min. Maria Thereza de 
Assis Moura, por unanimidade, julgado em 10/11/2016, DJe 24/11/2016. 
Uso de tornozeleira eletrônica. Perímetro estabelecido para monitoramento. 
Não observância. Constituição de falta grave. Não ocorrência. Aplicação de 
sanção disciplinar. 
Destaque: A não observância do perímetro estabelecido para monitoramento 
de tornozeleira eletrônica configura mero descumprimento de condição 
obrigatória que autoriza a aplicação de sanção disciplinar, mas não configura, 
mesmo em tese, a prática de falta grave. 
Informações do Inteiro Teor: Cingiu-se a discussão a verificar se a conduta do 
apenado, de estar fora da área de inclusão de rastreamento da tornozeleira 
eletrônica configura, em tese, possível falta disciplinar de natureza grave – apta 
à instauração de sindicância administrativa. Inicialmente, cabe destacar que 
resta incontroverso na doutrina e na jurisprudência que é taxativo o rol do artigo 
50 da Lei de Execuções Penais, que prevê as condutas que configuram falta 
grave. No caso em apreço, o apenado foi identificado fora do endereço 
declarado no período noturno (área de inclusão), descumprindo assim uma das 
condições impostas na decisão que lhe concedera saída temporária. 
Todavia, tal conduta não está prevista no rol supracitado – o que veda o 
seu reconhecimento, mesmo em tese, como falta disciplinar de natureza grave, 
sob pena de ofensa ao princípio da legalidade. Trata-se, sim, de 
descumprimento de condição obrigatória que autoriza sanção disciplinar 
diversa, podendo ser aplicada, a critério do juiz da execução, a regressão do 
regime, a revogação da saída temporária, da prisão domiciliar ou a advertência 
 
38 
 
por escrito, nos termos do artigo 146- C, parágrafo único da Lei de Execuções 
Penais, incluído pela Lei n. 12.258, de 2010, bem como a revogação do próprio 
benefício de monitoração, por descumprimento do disposto no art. 146-D do 
referido diploma legal. Importante ressaltar que esta Corte vem admitindo a 
ocorrência de falta grave nas hipóteses em que o condenado rompe a 
tornozeleira eletrônica ou mantém a bateria sem carga suficiente para o uso 
normal. Ocorre, contudo, que em casos tais, o apenado deixa de manter o 
aparelho em funcionamento, restando impossível

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