Buscar

Osteoporose (completo)


Continue navegando


Prévia do material em texto

Fabiana Bilmayer
MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE - OSTEOPOROSE
DEFINIÇÃO
↓ Redução da densidade mineral óssea (DMO)
- Deterioração da microestrutura do tecido
ósseo
↑ Aumento da fragilidade esquelética e do risco
de fraturas
● A DMO representa cerca de 70% da
resistência óssea.
EPIDEMIOLOGIA
Atinge ambos os sexos, com predominância no
sexo feminino, sem distinção de raça e a sua
prevalência aumenta com a idade.
É uma doença silenciosa até que ocorra uma
fratura, geralmente, ocasionada por um trauma
mínimo.
As fraturas têm grande importância,
considerando o envelhecimento populacional
progressivo com graves consequências físicas,
financeiras e psicossociais, afetando o indivíduo,
a família e a comunidade.
FRATURAS MAIS COMUNS NA OSTEOPOROSE
1) Fratura por compressão vertebral
2) Fratura do punho
3) Fratura da bacia - ramos pubianos
4) Fratura da extremidade proximal do
fêmur
A DMO diminui com o avanço da idade,
aumentando os riscos de fraturas em idosos.
OSTEOPOROSE PRIMÁRIA
● Idiopática (juvenil ou do adulto jovem)
TIPO I - pós-menopáusica
TIPO II - senil que é o tipo mais comum*
OSTEOPOROSE SECUNDÁRIA
A osteoporose secundária é decorrente de outras
doenças e uso de drogas.
- Enterocolopatias crônicas
- Etilismo
- Gastrectomia, gastroplastia, derivação
jejuno-ileal
- Recolhimento ao leito por períodos
crônicos, imobilizações ortopédicas
- Glicocorticóides intramuscular ou oral
por mais de 3 meses
- Anticonvulsivantes
- Agonistas da morfina
- Medroxiprogesterona intramuscular
RESISTÊNCIA ÓSSEA (RO)
RO = Rigidez óssea + flexibilidade
O tamanho e a disposição dos cristais de
hidroxiapatita presentes na matriz mineral
determinam a rigidez óssea e o colágeno
contribui para a flexibilidade óssea, o que
contribui para a absorção de energia frente a um
impacto.
O equilíbrio entre a rigidez óssea (componente
mineral) e a sua flexibilidade (permitido pelo
colágeno) é fundamental para a resistência
óssea.
REMODELAÇÃO ÓSSEA
O processo consta da retirada do osso
mineralizado e sua substituição por osteóides
mineralizados.
O centro do processo é a ativação dos
osteoclastos e dos osteoblastos.
● Os osteoclastos, realizam a reabsorção do
osso mineralizado por acidificação e
digestão proteolítica.
● Os osteoblastos, são responsáveis pela
formação e a subsequente mineralização
da matriz óssea.
Fabiana Bilmayer
No desenvolvimento da osteoporose ocorre um
desequilíbrio no processo da remodelação
óssea, com a reabsorção predominando sobre a
formação, resultando em diminuição da massa
óssea.
PICO DE MASSA ÓSSEA
O pico de massa óssea em homens e mulheres é
atingido ao final ou logo após o término do
crescimento linear do esqueleto, entre 18-30
anos.
O pico de massa óssea é determinado
predominantemente, por fatores genéticos, com
a contribuição da nutrição, estado endócrino,
atividade física e saúde durante o crescimento.
Após atingir o pico de massa óssea, os indivíduos
iniciam uma perda que varia de 0,3% a 0,5% de
sua massa óssea a cada ano.
Em mulheres durante e imediatamente após a
menopausa, a taxa de perda óssea se acelera
devido à deficiência de estrogênio.
FATORES DE RISCO PARA OSTEOPOROSE
- Idade
- Fratura osteoporótica prévia
- Baixo peso ou baixo índice de massa
corporal ou perda de peso
- Uso de glicocorticoide (dose superior a 5
mg de prednisona/dia ou equivalente por
período igual ou superior a 3 meses)
- Uso de alguns anticonvulsivantes (por
interferência no metabolismo da
vitamina D)
- Sedentarismo
- Hiperparatireoidismo primário
- Anorexia nervosa
- Gastrectomia
- Anemia perniciosa
- Hipogonadismo masculino
- Menopausa precoce
QUEDAS DA PRÓPRIA ALTURA
Como as fraturas osteoporóticas ocorrem
frequentemente em decorrência de quedas,
principalmente na população idosa, é de suma
importância considerar os fatores de risco para
quedas.
Os mais importantes são alterações do
equilíbrio, alterações visuais, deficiências
cognitivas, declínio funcional e uso de
medicamentos psicoativos e anti-hipertensivos.
DIAGNÓSTICO DA OSTEOPOROSE
Anamnese e exame físico podem levantar dados
suficientes para que se estabeleça o diagnóstico
clínico da osteoporose:
- História de fratura vertebral, antebraço e
fêmur
- Redução da estatura – cifose torácica
- Fratura prévia, após os 50 anos de idade
- História familiar de osteoporose
- Tabagismo
- Uso de glicocorticóides
- Consumo diário de bebida alcoólica
- Artrite reumatóide
EXAMES LABORATORIAIS
- Hormônio paratireoidiano
- Metabólitos da vitamina D
- Eletroforese de proteínas
- Teste de função tiroidiana
- Calciúria de 24 horas
- Creatinina de 24 horas
- VHS
- Fosfatase alcalina
- Dosagens séricas de cálcio
- Albumina
- Fósforo
- Aminotransferases/transaminases
RADIOGRAFIA SIMPLES
Na radiografia simples, temos que procurar a
perda do trabeculado ósseo e o afilamento da
cortical óssea.
Fabiana Bilmayer
DENSITOMETRIA ÓSSEA - DEXA*
Atualmente, o diagnóstico é confirmado pela
densitometria óssea.
A densitometria de dupla energia baseada em
raios X (DEXA) é técnica eficaz, sendo
considerada hoje como o "padrão ouro" para
diagnóstico da osteoporose.
INDICAÇÕES DA DENSITOMETRIA ÓSSEA
- Mulheres com idade igual ou superior a
65 anos e homens com idade igual ou
superior a 70 anos, independentemente
da presença de fatores de risco.
- Mulheres na pós-menopausa e homens
com idade entre 50 e 69 anos com fatores
de risco para fratura.
- Mulheres na perimenopausa, se houver
fatores de risco específicos associados a
um risco aumentado de fratura, tais
como baixo peso corporal, fratura prévia
por pequeno trauma ou uso de
medicamento(s) de risco bem definido.
- Adultos que sofrerem fratura após os 50
anos.
- Indivíduos com anormalidades vertebrais
radiológicas.
- Adultos com condições associadas à
baixa massa óssea ou perda óssea, como
artrite reumatóide ou uso de
glicocorticóides na dose de 5 mg de
prednisona/dia ou equivalente por
período igual ou superior a 3 meses.
CLASSIFICAÇÃO DA OSTEOPOROSE
OSTEOPOROSE X OSTEOPENIA
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a
osteoporose como uma condição em que a
densidade mineral óssea é igual ou inferior a
2,5 desvios padrão abaixo do pico de massa
óssea encontrada no adulto jovem.
X
Osteopenia ou baixa massa óssea como uma
condição em que a densidade mineral óssea
encontra-se entre 1 a 2,5 desvios padrão abaixo
do pico de massa óssea encontrada no adulto
jovem.
TRATAMENTO DA OSTEOPOROSE
O objetivo primário do tratamento da
osteoporose é a prevenção.
Devemos dar ênfase à fase de formação máxima
de massa óssea, o "pico de massa óssea", que
ocorre entre os 20 e os 30 anos de idade.
- Exercício físico
- Dieta rica em cálcio – suplementação.
- Suplementação da vitamina D.
- Evitar tabagismo e alcoolismo
- Prevenção de quedas
BIFOSFONATOS
Tem alta afinidade com a hidroxiapatita (maior
constituinte ósseo.
Concentram-se nos sítios de osteoclastos ativos.
Inibem a reabsorção óssea.
Os bisfosfonatos inibem a digestão do osso,
estimulando os osteoclastos a sofrerem
apoptose (morte celular programada)
retardando a digestão óssea.
CRITÉRIOS PARA UTILIZAÇÃO DOS
BIFOSFONATOS
● Regimes orais: os bisfosfonatos são
pobremente absorvidos pela via oral
(menos de 1% da dose administrada é
absorvida), e, então, devem ser ingeridos
com estômago vazio.
Fabiana Bilmayer
● Os bisfosfonatos não são recomendados
para pacientes que apresentem doença
gastrointestinal alta ativa.
● Os bisfosfonatos devem ser
descontinuados quando da ocorrência de
sintomas de esofagite.
● Os bisfosfonatos devem ser ingeridos
isoladamente, pela manhã em jejum com
pelo menos 240 ml de água. Após a
administração, o paciente não deve ser
alimentar ou tomar
medicamentos/suplementos por pelo
menos meia hora (alendronato,
risedronato) ou uma hora (ibandronato).
● Os pacientes devem permanecer na
posição vertical (não devem deitar) após
a administração da medicação para evitar
refluxo.
Os bifosfonatos são efetivos na prevenção de
fraturas quando utilizados por 3 a 4 anos.
Após esse período deve-se avaliar a validade de
continuidade douso.
VITAMINA D E CÁLCIO
- Carbonato de cálcio: dose de 500-2.000
mg/dia por via oral.
- Colecalciferol: dose de 800-1.000 UI/dia
por via oral.