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Prova de Introdução a Antropologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
Instituto de Ciências Humanas e Letras
Departamento de Antropologia Social/ DAN / ICHL
Disciplina IHS 008 - Introdução a Antropologia Cultural- Curso: Serviço Social
Profas.: Fátima Weiss de Jesus e Márcia Calderipe
Aluna: Ana Claudia Lopes Martins
Prova- Unidade I
Com base em autores trabalhados na primeira unidade da disciplina e nas discussões em sala de aula. Responda as questões abaixo:
1. Contextualize “pré-história” na Antropologia abordando os aspectos relevantes apresentados pelos autores.
A antropologia, como saber científico teve origem em meados do século XVIII, entretanto há controvérsias sobre isso, sua origem se dá no “ocidente”, especificamente na França, Grã-Bretanha, Estados Unidos e até 1939, a Alemanha. De acordo com Eriksen e Nielsen[footnoteRef:1] “as ciências europeias, às vezes gostam de atribuir suas origens aos antigos gregos” (2007, p.9) e por isso, os autores explicitam a história da Grécia Antiga, e um expoente dessa época é Heródoto, devido suas narrativas de viagens ao Oriente. Porém, Platão e Aristóteles também discorriam sobre a ciência do homem, e entra uma dualidade no pensamento da antropologia, o universalismo e o relativismo. A principal ideia do universalismo é apontar mais as semelhanças entre os grupos de pessoas; enquanto do relativismo é apontar os traços diferentes de cada sociedade. [1: ERIKSEN, Thomas Hylland. NIELSEN, Finn Siert. História da antropologia. Petrópolis, RJ: Vozes. 2007
] 
Já depois da antiguidade, a atenção continua voltada para o outro, principalmente quando os povos da Europa passam a realizar explorações marítimas, e isso gera relatos, que muitas vezes são descrições invertidas da sociedade europeia. A ideia de progresso é cada vez mais intensificada, entretanto o que se vê neste período e em diversos relatos é falta de interesse pelo modo de vida das novas sociedades. Já nos séculos seguintes depois do século XVI, tem-se o embate entre racionalistas e empiristas.
Locke é o principal expoente das ideias empiristas, sua contribuição foi uma ciência que combinava ideias universalistas com ideias relativistas. Já das ideias racionalistas, o principal expoente é René Descartes, principal pela sua ideia da dúvida metódica radical, onde desacreditava até mesmo nos sentidos. 
2. Como inicialmente caracterizou-se o objeto da antropologia? O que ocasionou uma crise de identidade da antropologia? Como essa crise foi solucionada?
	A antropologia, expressa como saber científico, surge no final do século XVIII, em uma perspectiva evolucionista cultural, onde a concepção de história é universal e linear. Em meados do século XIX, esta ciência atribui-se um objeto de estudo, sendo ele empírico e autônomo. Os objetos eram as sociedades fora da Europa e dos Estados Unidos da América, ou seja, as sociedades ditas “primitivas”, que eram vistas, segundo Laplatine[footnoteRef:2], como “sociedades de dimensões restritas; que tiveram poucos contatos com os grupos vizinhos; cuja tecnologia é pouco desenvolvida em relação à nossa; e nas quais há uma menor especialização das atividades e funções sociais.” (1900, p.8). Entretanto, somente algumas décadas depois, são elaborados os instrumentos desta ciência, que irão permitir a investigação nestas sociedades “simples”, facilitando a compreensão das sociedades “complexas”. Quanto o distanciamento pesquisador/objeto que era necessário às ciências que estavam surgindo, na antropologia este distanciamento era o geográfico. [2: LAPLATINE, François. O campo e a abordagem antropológica. In._: Aprender Antropologia.] 
	No século XX, a antropologia entra em crise de identidade, devido à percepção de que o objeto de estudo definido estava desaparecendo pouco a pouco, a influência de outras culturas e a evolução cultural desses povos já não permite que estes sejam estudados como “primitivos”. Esta crise de identidade abala profundamente a antropologia e a questão que paira sobre ela é: o fim das sociedades primitivas é o fim da antropologia? E deste questionamento surgiram três repostas relevantes, de acordo com Laplatine: 1) A antropologia reconhece seu fim e dirige-se para os campos de outras ciências humanas, principalmente a sociologia, onde encontra a “sociologia comparada”. 2) A antropologia procura outro objeto de estudo e encontra o camponês, que não é estudado por outras ciências e é de certa maneira “primitivo”. 3) A antropologia afirma-se pela abordagem epistemológica, e não mais por um objeto não estudado pelas outras ciências humanas. Firma-se que a antropologia possui uma análise diferenciada, pautada no estudo do homem em si e do homem em sua sociedade, em sua situação e em sua época. 
3. Explique o que significa as noções de estranhamento, alteridade e desnaturalização do social na antropologia.
A noção de estranhamento está diretamente ligada aos propósitos das Ciências Humanas. O estranhamento se dá no encontro de culturas distintas entre si, e nessa experiência, é necessário entender a experimento social além da normalidade, ou seja, pontuar questões do cotidiano, situações do dia a dia, situações esperadas. De acordo com Laplatine: “a perplexidade provocada pelo encontro das culturas que são para nós as mais distantes, e cujo encontro vai levar a uma modificação do olhar que se tinha sobre si mesmo”, ou seja, a experiência do encontro trará como consequência a busca por explicações dessa normalidade que sentimos em relação às situações do cotidiano.
Alteridade, no dicionário significa “natureza ou condição do que é outro, do que é distinto”. Alteridade, nas ciências humanas seria a possibilidade de distinguir que fazemos parte de uma cultura como tantas outras, com hábitos e costumes, ou seja, compreender que os fenômenos sociais são os fenômenos dos seres humanos.
Desnaturalização social é a desconstrução do pensamento sobre nossos hábitos. Quando nos aproximamos do “outro”, nos voltamos para a nossa própria cultura, notamos que nossos comportamentos não são “naturais” nossos, e sim produto de nossa cultura. O conhecimento da nossa própria cultura perpassa pela cultura de outros povos, notamos que nossa cultura não é a única. Desnaturalizar é compreender que a vida na prática cotidiana é o resultado de decisões e comportamentos que são frutos de nossa própria cultura e não uma ação individual.
4. Explique o pensamento evolucionista e desenvolva as principais características referentes ao evolucionismo cultural/social e suas críticas.
O evolucionismo cultural surge no século XVIII e consolida-se no século XX. No século XIX, com a publicação do livro “Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural; ou, a preservação das raças favorecidas na luta pela vida” de Charles Darwin, as várias descobertas artefatos humanos e ossos de animais pré-histórico, reforçaram as ideias de que havia humanos em sociedades “inferiores” que viveram no planeta, e as descobertas de povos na América, influenciaram a antropologia. Um expoente do evolucionismo cultural é Hebert Spencer que foi influenciado pela teoria de Darwin de que havia formas de vida anteriores que se desenvolveram e geraram as formas de vida existentes, Spencer fundou o Darwinismo Social.
Spencer difundiu a ideia de que todas as coisas do Universo passavam do mais simples para o mais complexo, ou seja, evoluíam. Este pensamento aplicado à antropologia baseava-se também em reduzir as diferenças culturais, já que todas as sociedades passavam por esse processo em uma trajetória unilinear e crescente, onde todas as sociedades ditas complexas já teriam passado. Morgan compactua quando diz que a humanidade teve apenas uma origem e sua evolução, apesar de possuir caminhos diferentes, é uniforme.
O conhecimento sobre as sociedades "primitivas" era de suma importância, a compreensão que se tinha era de acordo com relatos passados, e então a pesquisa de “campo” com essas sociedades em estágios menos desenvolvidos, permitiria a reconstituição e a compreensão do processo evolutivo das sociedades “complexas”, comoa Europa. 
De acordo com Celso Castro[footnoteRef:3], outro ponto fundamental no pensamento evolucionista cultural é o de “‘sobrevivências’, definidas por Tylor como ‘processos, costumes, opiniões, e assim por diante, que, por força do hábito, continuaram a existir num novo estado de sociedade diferente daquele no qual tiveram sua origem, e então permanecem como provas e exemplos de uma condição mais antiga de cultura que evoluiu em uma mais recente’” (2005, p.15). Ou seja, que mesmo com o processo de evolução natural das sociedades, alguns costumes permanecem e provam que determinada sociedade havia evoluído. Porém, havia outro ramo dentro deste pensamento que documentavam toda essas diversidades culturais encontradas na humanidade, e assim foram surgindo novas teorias, como a do parentesco. [3: CASTRO, Celso. Apresentação. In:_. Evolucionismo cultural: Textos de Morgan, Tylor e Frazer. Rio de Janeiro. Edição Jorge Zahar. 2005.] 
O evolucionismo cultural teve críticas, principalmente em sua consolidação. E o pensamento que contrapunha era o difusionista. Marcos dessa ruptura foi às obras de Franz Boas e de Bronislaw Malinowski. Pensava-se que as semelhanças encontradas nas sociedades “primitivas” não levavam a crer que o processo era evolutivo, e sim de difusão de elementos culturais.
Eriksen e Nielsen[footnoteRef:4] esboçam que “Os difusionistas estudavam a distribuição geográfica e a migração de traços culturais e postulavam que culturas eram mosaicos de traços com várias origens e histórias” (2007, p.39). Entretanto, os difusionistas acreditavam que as mudanças nessas sociedades levariam o progresso. [4: ERIKSEN, Thomas Hylland. NIELSEN, Finn Siert. História da antropologia. Petrópolis, RJ: Vozes. 2007
]

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