Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Esp. Fernanda M. Furst Signori Secretaria de Estado de Educação DF Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina PSICOLOGIA E RELAÇÕES HUMANAS Fo n te e C o n ta ct – A u to r d es co n h e ci d o Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 2 TÉCNICO EM SECRETARIA ESCOLAR PSICOLOGIA E RELAÇÕES HUMANAS Olá queridos (as) estudantes! Com o intuito de promover uma ação educativa, cujo objetivo é disseminar e propiciar a construção do conhecimento, contemplando o aprendiz como participante ativo no processo ensino-aprendizado; este texto foi produzido com linguagem textual e gráfica, de modo a proporcionar a você aprendiz, uma maior interação com o que será apresentado. Para que a aprendizagem seja significativa, proponho que trabalhe o texto de forma interativa, anotando as palavras-chave em cada parágrafo, sinalizando de maneira resumida o conceito dessas palavras e relacionando o conteúdo aqui disposto com o conhecimento que você já possui sobre o assunto. Tais estratégias didáticas auxiliam você: aprendiz/ leitor na organização de ideias, permitindo a reflexão e a crítica sobre o que é apresentado. No final do texto encontram-se as referências, caso queira aprofundar os conhecimentos sobre o assunto. Ótima leitura! Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 3 Sumário 1. Psicologia do Trabalho e Desenvolvimento Humano ................................... 4 1.1 O Trabalho e o Indivíduo .............................................................................. 4 1.2 O impacto da Tecnologia nas Relações Humanas e no Trabalho ............... 6 2. O Relacionamento Interpessoal ..................................................................... 8 2.1 Entendendo os Estilos Pessoais ................................................................ 11 2.2 A Formação da Identidade Pessoal ........................................................... 12 3. Estabelecendo Relações Interpessoais em Grupos e Equipes ................... 14 3.1 A escuta ativa e a importância do papel de Líder ......................................... 16 3.2 Inteligência Emocional a favor das Relações Interpessoais......................... 17 4. O Processo de Motivação ............................................................................... 20 4.1 Motivação versus Satisfação ....................................................................... 22 4.2 O papel do Líder nas Relações Interpessoais ............................................. 25 Referências .......................................................................................................... 28 Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 4 1. Psicologia do Trabalho e Desenvolvimento Humano Psicologia é a ciência que estuda as características individuais e coletivas que envolvem os processos mentais e o comportamento do indivíduo, assim como sua interação com os meios físico e social. Sendo a Psicologia do Trabalho e Desenvolvimento Humano a área da Psicologia que estuda o desenvolvimento do ser humano em todos seus aspectos físico-motor, intelectual, afetivo, emocional e social no ambiente de trabalho. A Psicologia do Trabalho, apesar de pertencer às ciências humanas, passou a considerar o trabalhador nas organizações como objeto laboral, classificado e desenvolvido a partir da capacidade de produção e eficácia. Dessa forma, o objetivo era de capacitar o homem para o trabalho, partindo do ponto de vista que “havia o homem certo para o lugar certo”. 1.1 O Trabalho e o Indivíduo Toda atividade humana física ou intelectual que modifica ou produz algo é considerado um ato produtivo. Por exemplo, desde os primórdios que Homens e Mulheres se organizam em ações tais como: caçar, plantar, cuidar do lar etc. - atos produtivos que transformam a natureza pelo trabalho. Pode-se afirmar, então, que o Trabalho carrega em si um certo “valor de uso”, ou seja, é realizado a fim de satisfazer uma necessidade. Trabalhar é mais do que prover o sustento, por ser o lugar onde passamos a maior parte do tempo de nossas vidas, experimentamos situações, construímos relações sociais e, também, desenvolvemos nossa Identidade; uma vez que colocamos nessa rotina de trabalho, o nosso raciocínio e emoções. Portanto, é através do trabalho que o homem sobrevive e interage, tornando-se expansivo e transformador. Fonte: Google Autor: desconhecido https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjquMSowPLgAhV3JbkGHYgNDOgQjRx6BAgBEAU&url=http%3A%2F%2Fpalabrasalmargen.com%2Fedicion-108%2Fpostextractivismos-en-colombia-entre-la-violencia-y-la-paz%2F&psig=AOvVaw0OxfhEQHwIg8FjztpY58TF&ust=1552133013943893 Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 5 O Trabalho reúne pessoas com um mesmo objetivo – o de realizar a atividade em si e alcançar resultados. Como o ato de trabalhar é uma atividade coletiva, ou seja, faz parte de um contexto onde as atividades exercidas por nós dependem das atividades exercidas por outros; requer, pois, a convivência com colegas e superiores, onde é necessário conciliar os interesses pessoais e coletivos com os objetivos da empresa/ organização. Dessa forma, o Trabalho funciona como uma organização da sociedade e contribui de maneira fundamental para nossa forma de se relacionar com o mundo. No Mercado de Trabalho, a forma como nos relacionamos com as pessoas é um dos fatores mais importantes para manter um bom Clima Organizacional, definido por Chiavenato (2010) como a maneira pela qual os trabalhadores percebem o ambiente de trabalho, o que acaba por influenciar no seu comportamento. Assim, é necessário que o Gestor avalie esse clima organizacional, a fim de compreender as necessidades, preocupações e percepções dos colaboradores da empresa/ organização. Portanto, o Trabalho pode ser entendido como fonte de renda, de prazer e de conflitos, uma vez que, por ser parte fundamental na vida das pessoas, afeta diretamente o seu modo de ser e pensar. Então, como ficam os relacionamentos entre as pessoas e com o ambiente no contexto de Trabalho? Um Relacionamento Interpessoal envolve a empatia, autoestima, cordialidade, ética e convicção; no contexto de trabalho, as relações sociais e grupais são vivenciadas por meio da competição, liderança, comunicação, motivação e senso de equipe. Zanelli et. al. (1994) destaca ainda, fatores flexíveis e mutáveis que influenciam nesse Relacionamento Interpessoal no contexto de trabalho: envolvimento, aprendizagem, socialização, satisfação, treinamento, estresse e Qualidade de Vida no Trabalho – QVT, a qual está relacionada ao ambiente de trabalho; mas engloba aspectos da vida pessoal: necessidades básicas, de reconhecimento e aspectos sociais, físicos e mentais do indivíduo trabalhador. O Trabalho é, pois, primordial na vida de todo ser humano e a Psicologia evidencia o Relacionamento Interpessoal como uma das principais Trabalho + Indivíduo Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 6 características para o sucesso da organização; visto que o estado afetivo- emocional de cada pessoa: ânimo, autoestima esatisfação afeta o ambiente de trabalho, prejudicando o bem-estar coletivo e causando o desgaste pessoal. Dessa forma, cabe à Psicologia do Trabalho e Desenvolvimento Humano possibilitar ao trabalhador/ colaborador mais do que uma atividade laboral mecânica e um ambiente de trabalho informal, mas abrir espaço para que esse indivíduo possa exercer seu “poder ser sujeito”, ou seja, não somente uma força de trabalho/ mão de obra, mas como um trabalhador dotado de espontaneidade, capacidade de criar e sensível aos acontecimentos ao seu redor. 1.2 O impacto da Tecnologia nas Relações Humanas e no Trabalho A constante evolução e desenvolvimento da sociedade traz consigo novas formas de pensar, de se relacionar e de entendimento sobre a importância do Trabalho; trazendo consigo o avanço tecnológico. A tecnologia, enquanto produto da ação humana, advinda da evolução do conhecimento, promoveu a unificação de espaços, possibilitando que lugares e pessoas se globalizassem, provocando, assim, a sensação de estarmos em vários lugares ao mesmo tempo, participando de situações em tempo real e se relacionando com o maior número de pessoas em um curto espaço de tempo. Dessa forma, podemos afirmar que o ritmo de avanço da tecnologia impõe um novo ritmo e um novo tempo para o ser humano, representando conforto, facilidade, poder e capacidade de controle no cotidiano das pessoas. Mas, a que preço? Pensar e avaliar os modos de uso da tecnologia, as necessidades e suas dimensões positivas e negativas, inclusive nas relações humanas, é indispensável. Uma vez que, se não utilizada de maneira assertiva, o indivíduo poderá deixar de lado sua capacidade de ser espontâneo, criativo, perder a imaginação e a percepção sobre como se relacionar com pessoas, seja no meio familiar, social ou no trabalho. ASSERTIVIDADE Habilidade de se expressar e se comportar, que pode trazer benefícios pessoais Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 7 Diante deste novo arranjo social, o qual transita hoje no que se convencionou denominar de Era Digital, Lévy (1993, citado em KOHN; MORAES, 2007) aponta novas funções para a formação da rede digital, uma delas é que o ciberespaço, que, permeado por práticas sociais, evidencia o poder de interação que dispensa o contato presencial. Tais modificações sociais a partir das tecnologias, de fato abarcam várias facilidades; porém acarretam problemas de diferentes ordens, chamados muitas vezes de “efeitos colaterais”. Alguns autores criticam essa reestruturação que as tecnologias atuais trouxeram para a sociedade e classificam as relações sociais mediadas pela rede digital, como: “pseudo relações sociais” Para Asch (1971, citado em PORTELA, 2011) o problema da interação humana, mediada pela rede digital, está no fato de que os indivíduos para compreenderem a si mesmos e aos outros precisam perceber a sua existência e compreender necessidades, emoções e pensamentos uns dos outros; sendo que esta percepção está relacionada com a expressão corporal. Embora utilizemos “pistas textuais” para informar sobre nossas emoções, tais como: (a) Palavras escritas em caixa alta para dar ênfase ou indicar que se está gritando, por exemplo: EU NÃO QUERO; (b) Espaços entre as letras de uma palavra para indicar que se fala devagar, por exemplo: e u n ã o q u e r o; (c) O uso de onomatopeias para expressar um sentimento ou sensação, por exemplo: kkkk ou snif ou nham; (d) O uso de emoticons, para expressar um sentimento, uma sensação, ou um ato, por exemplo: 😊 ☹. Estas não substituem a interação no modo presencial entre indivíduos. Você já parou para pensar, nos riscos que uma sociedade instrumentalizada representa, ao afastar as pessoas da convivência presencial e priorizar as interações digitais? PARA REFLETIR Um laço social pode surgir em um meio impessoal como a internet? ONOMATOPEIA Figura de linguagem que utiliza de fonemas para reproduzir som Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 8 O que acontece é um problema na autenticidade das relações, na internet, as pessoas simulam sua aparência, status social e fantasiam identidades; são elogiadas ou constantemente criticadas por pessoas que nem conhece. Então, surge a competição, as pessoas têm cada vez menos tempo para as outras e fazem cada vez mais coisas em menos tempo, como: mudança de emprego, de amores, de amizades etc. De fato, a tecnologia oferece novos meios, e como disse Rubem Alves: “em si não é nem boa nem má, é a maneira como ela é utilizada que determina seu valor” (ALVES, 1968, p.16, citado em PORTELA, 2011). 2. Relacionamento Interpessoal O ser humano é por si só um ser social, carregado de valores, crenças e expectativas, motivado pela necessidade de se relacionar, de exercitar suas capacidades e habilidades coletivamente. A esse relacionamento entre indivíduos dá-se o nome de: Relacionamento Interpessoal, o qual ocorre por meio do Processo de Interação. O Processo de Interação é a soma das características individuais de cada indivíduo, associadas às forças coletivas atuantes e que assumem sua própria configuração, influenciando os sentimentos e ações; ocorrendo, assim, sob formas de: • Comportamentos Manifestos: aqueles que podemos observar diretamente no outro – ação; • Comportamentos Não Manifestos: aqueles que não podemos observar diretamente no outro – sentimentos; • Comportamento Verbal: tudo o que é exposto claramente, falado, argumentado, discutido; • Comportamento Não Verbal: atitudes, gestos. Fonte: Google Autor: desconhecido Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 9 Segundo Moscovici (2003), a habilidade de lidar eficazmente com as Relações Interpessoais, de forma a atender às necessidades pessoais e do outro copiladas com a situação; ou seja, a maneira como nos relacionamos com os outros é denominada de Competência Interpessoal. Competência, esta, que se mostra extremamente importante no contexto de trabalho, onde o indivíduo interage constantemente de maneira a compartilhar informações, confrontar diferenças e cooperar com seus pares (demais pessoas envolvidas com ambiente de trabalho). Então, como faço para desenvolver competência nos Relacionamentos Interpessoais? Para que você compreenda o outro e faça com que seja compreendido, é necessário estabelecer um equilíbrio entre a cognição (percepção, conhecimento) e a emoção (comoção). Vejamos a seguir sobre estas habilidades: COMPETÊNCIA Relacionamento Interpessoal Habilidades Ampliação da percepção social * Tomar consciência do que está acontecendo e por que está acontecendo * Interpretar o comportamento do outro Autoconhecimento * Perceber a si mesmo * Como interajo com as pessoas * Como sou influenciado por elas Feedback * Receber feedback é estar aberto ao conhecimento, desprendendo-se dos pré-conceitos * Dar feedback é oferecer ao outro uma nova visão sobre algo, sempre com respeito Flexibilidade * Perceber os variados aspectos de uma situação * Saber agir de acordo com cada circunstância *Experimentar novas formas de conduta e resolução de problemas Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 10 Atenção! Para obter sucesso em uma interação social não é preciso rejeitar a si mesmo, ou seja, ser extremamentepassivo, priorizando somente as necessidades dos outros; mas sim buscar um equilíbrio, saber expressar sua opinião individual sem desrespeitar as demais. O equilíbrio deve existir tanto nos relacionamentos pessoais, quanto nos relacionamentos profissionais; pois em ambos pode haver perdas e/ ou ganhos. Veja abaixo a lista de comportamentos que são favoráveis e os que são desfavoráveis para que você obtenha sucesso nos seus Relacionamentos Interpessoais: Comportamentos Favoráveis Comportamentos Desfavoráveis Simpatia Soberba (achar-se superior a todos) Trabalhar em grupo Passividade Ser proativo Falta de autonomia Saber ouvir Timidez excessiva Ter autoestima elevada Agressividade Autoconfiança em seus atos Autoritarismo Fonte: Autora Dessa forma, podemos considerar que a competência nos Relacionamentos Interpessoais é a capacidade de interagir, conservando e melhorando a qualidade de seus relacionamentos, sendo coerente ao pensar, sentir e agir. Você deve estar se perguntando: Se as pessoas possuem competências, valores, crenças e expectativas individuais, como uma Empresa/ Organização escolhe o funcionário ideal que atenda ao perfil compatível com o ambiente de Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 11 trabalho e às atividades laborais? A chave para o sucesso de uma empresa está em estabelecer um conjunto de competências essenciais, tais como: conhecimento teórico, técnico/ prático e de convívio social que deve ser compatível com o cargo/ função a ser exercido e durante o processo de recrutamento e seleção de pessoal, encontrar pessoas que com seus Estilos Pessoais, apontem o perfil desejado (se não todas as competências, pelo menos as principais, pois com um programa de educação profissionalizante e treinamento é possível promover ao profissional a possibilidade para que desenvolva as competências exigidas). 2.1 Entendendo os Estilos Pessoais A Psicologia Sócio História de Vygotsky (1896-1934, um psicólogo bielo- russo, que deu ênfase em seus estudos às interações sociais e ao processo de ensino-aprendizagem) concebe o desenvolvimento humano por meio da cultura na qual o indivíduo está inserido, envolvendo as relações sociais e história de vida. Ao admitir que o ambiente social interfere no modo como as pessoas dão Significados - definição concreta e imutável construída coletivamente dentro de uma cultura, por exemplo: sofá é sofá e cama é cama; e Sentidos - definição mutável, racional, emocional e intuitiva a partir do significado social e da vivência individual, por exemplo: sofá serve para sentar e ver televisão, conversar, ou serve para dormir; já a cama serve para dormir ou para sentar-se e estudar, depende do que você gostaria de fazer com esses objetos. Então, podemos inferir que a Sociedade impõe alguns parâmetros comportamentais e de pensamento que interferem na percepção e conduta do indivíduo (SIGNORI, 2018). Assim, o que projetamos e buscamos sobre o que nos interessa dentre inúmeras escolhas possíveis, ocorre de acordo com nossos interesses/ vontades pessoais e influências do coletivo ao nosso redor. De fato, a cultura interfere muito na nossa visão sobre a realidade; mas não somos passivos diante tais influências, somos capazes de reinventar, reinterpretar e reelaborar o mundo a partir dos nossos padrões mentais, emocionais e éticos, ATENÇÃO Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 12 diante das mesmas situações compartilhadas com outros, ou seja: Construímos nosso Mundo a partir de outros Mundos! Portanto, nossas escolhas dependem dos nossos valores, crenças e juízos: religião, família, posição social, grau de instrução, personalidade, habilidades, aptidões, com quem interagimos e em quais atividades nos envolvemos. Dependem do nosso humor, autoestima, satisfação e otimismo; cada pessoa constrói seu Estilo Pessoal que é sempre único e particular. Logo, encontramos pessoas mais tímidas, outras mais extrovertidas, espontâneas, empreendedoras, acomodadas, realizadas etc. 2.2 A formação da Identidade Pessoal Comumente costumamos identificar uma pessoa pela sua Personalidade, ou seja, um conjunto de comportamentos, sentimentos e pensamentos que ela apresenta. Contudo, o conceito mais correto para isso é: Identidade Pessoal. A Identidade Pessoal é a representação que a pessoa faz de si mesma a partir do autoconceito e da autoestima. Já a maneira como a pessoa toma consciência sobre sua própria identidade a partir do seu racional (modo de pensar), emocional (modo de sentir) e da intuição, é chamada de Subjetividade. A complexidade das relações humanas nos mais diversos papéis sociais exercidos por cada indivíduo (é pai ou mãe, é vizinho, é profissional, é amigo, é esposa ou esposo etc.) e o dilema que está em conciliar as necessidades pessoais com as exigências sociais (o que se espera desse indivíduo) facilitam o aparecimento de distorções sobre como somos percebidos pelos outros. São exemplos destas distorções: • Estereótipo: categorização das diferenças realizada por aprendizagem social (observação direta do pré-julgamento exercido por outra pessoa a um terceiro); por exemplo: fazer uma leitura e Fonte: Google Autor: desconhecido Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 13 julgamento sobre o outro por causa da roupa que usa, das músicas que escuta, do estilo do cabelo, onde mora etc. • Efeito Contraste: a avaliação das características de uma pessoa é afetada pela comparação com outras pessoas encontradas recentemente, que tem características avaliadas como melhores ou piores; por exemplo: na seleção de candidatos, contamina-se a apreciação feita sobre o candidato anterior com as características da pessoa seguinte. • Efeito halo: construção de uma impressão geral sobre uma pessoa com base em uma única característica (aparência, inteligência ou sociabilidade), seja ela positiva ou negativa; por exemplo: supor que, pelo fato de alguém ser excelente no esporte, isso lhe dê condições de ter o mesmo sucesso ao enfrentar outro tipo qualquer de desafio. • Percepção seletiva: ocorre quando qualquer característica que faça um objeto ou pessoa sobressair venha a aumentar sua probabilidade de ser percebido. Como não podemos assimilar tudo o que observamos, nós percebemos aos poucos; contudo, estes poucos não são escolhidos aleatoriamente; na verdade, são escolhidos seletivamente, de acordo com nossos interesses experiências passadas e atitudes. A percepção seletiva nos permite uma “leitura rápida” dos outros, mas com o risco de obtermos uma leitura imprecisa; por exemplo: fulano é gordo, então deve ser preguiçoso. • Projeção: ocorre quando quem percebe atribui à pessoa percebida suas próprias características pessoais; por exemplo: como eu, ele é tímido, portanto, sei como se sente. Entender o outro a partir destas distorções causa a falta de sensibilidade e cristaliza a comunicação, tornando a convivência limitada e no outro, um sentimento de incapacidade. Vejamos: o aparecimento do estereótipo pode evitar ou sufocar a liberdade de escolha da pessoa, que de maneira imperceptível acaba por assimilar e reconhecer como próprio de si alguns comportamentos; por exemplo: Será que mulher tem que ter cabelo longo? Ou pode Para refletir! Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina -Prof. Fernanda Signori 14 ter cabelo curto? Será que homem bom é homem que tem “carrão”? Será que mulher bonita é mulher magra? Ou existem vários tipos de beleza? Uma das maneiras que encontramos para exercer nossa identidade, as práticas sociais e culturais é através do Trabalho; por isso esse assunto e a individualização do trabalhador ganhou destaque e importância, uma vez que envolve o bem-estar individual e coletivo. A influência do grupo e a recompensa social servem como uma Identificação Social. Portanto, Identidade Social é a formação do grupo e suas características por meio de cada indivíduo integrante; como cada um significa e categoriza o ambiente que dividem e como constroem juntos essa identidade grupal. 3. Estabelecendo Relações Interpessoais em Grupos e Equipes O ser humano, por ser essencialmente coletivo, desenvolve ao longo da vida diversos tipos de relacionamentos com diferentes pessoas nos mais variados contextos; e por isso segue um impulso, uma necessidade de contato, proximidade, aprovação, reconhecimento. Esta aproximação entre pessoas pode ocorrer por afinidades, por afeto, necessidade e/ ou pela busca de um objetivo, como ocorre nos ambientes de trabalho. A convivência humana pode ser agradável e fluir com naturalidade; contudo, também pode mostrar-se difícil e desafiante, principalmente quando temos que conviver e trabalhar com pessoas que pensam diferente de nós; para serem aceitas no Grupo, as pessoas tendem a ajustar seus comportamentos em relação ao comportamento do coletivo. Nesse caso, como alcançar uma convivência razoável PARA REFLETIR Pense sobre todos os tipos de estereótipos que influenciam seu comportamento, sentimentos, modo de ver a si mesmo e identifique se eles fazem parte ou não da sua identidade pessoal. Atenção Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 15 e produtiva no ambiente de trabalho? Vejamos primeiro, a definição de Grupos e Equipes: Grupos e Equipes possuem arranjos, objetivos e definições diferentes: no Grupo, as pessoas possuem papéis bem definidos e podem trabalhar pelo mesmo objetivo sem ter uma boa comunicação - ou um bom relacionamento de cooperação, o que prejudica e atrasa o resultado do trabalho. Na Equipe, as pessoas são comprometidas, existe transparência, flexibilidade, boa reação às mudanças e colaboração (SILVEIRA; SIGNORI, 2019). Um Grupo pode se transformar em Equipe, quando além de um objetivo em comum, as relações de interação e interdependência tornarem-se dinâmicas e complexas. Para que isso ocorra é preciso que as competências individuais dos envolvidos sejam reconhecidas e bem aproveitadas; pois a vantagem de um trabalho em Equipe é facilitar a resolução de problemas nas atividades que exigem múltiplas habilidades, julgamento e experiências, otimizando a competitividade colaborativa da organização em função do mercado de produtos e serviços. Então, respondendo ao questionamento feito mais acima, sobre: Como alcançar uma convivência razoável e produtiva no ambiente de trabalho? Observe no esquema abaixo os comportamentos favoráveis que possibilitam ao indivíduo ser aceito em um Grupo e trabalhar em Equipe, de maneira assertiva: Comportamentos favoráveis Maturidade emocional Comunicação Respeito mútuo Confiança Aceitação das diferenças individuais, aprender com a adversidade, não levar assuntos ou situações para o lado pessoal Saber se expressar de forma que o outro compreenda, buscar informações que desconhece. Desenvolver uma relação de confiabilidade e comportamento ético. Acreditar na equipe e na ideia de que é possível atingir os objetivos do trabalho coletivo. Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 16 3.1 A escuta ativa e a importância do papel do Líder Um dos maiores desafios da área de Gestão de Pessoas é justamente a descoberta da importância do papel do Líder na formação de Equipes competentes e comprometidas com os resultados a serem alcançados; uma vez que, a maneira como um Líder desempenha seu papel pelo processo de influência interpessoal e dirigida através do processo de comunicação humana, acaba por influenciar positivamente nos comportamentos e ações de todos, sem impor seus desejos, mas sim ouvindo a opinião de todos e mediando discórdias. A Escuta Ativa (também conhecida como Escuta Empática) é uma ferramenta de comunicação utilizada para demonstrar interesse e atenção durante uma conversa, sem cortar o pensamento do outro, mesmo que você não concorde com o que está sendo dito. Apesar de o processo de diálogo parecer algo simples, poucas pessoas realmente sabem se comunicar efetivamente, fazendo-se entender e interpretando o que o outro quer dizer; o que pode causar desentendimentos desnecessários. Assim, a boa execução da escuta ativa ajuda Disposição para aprender e mudar Conhecer sobre o funcionamento do Grupo ou Equipe Clareza e transparência Saber dar e receber feedback, aprender com os erros, mudar de estratégias, compartilhar ideias e conhecimentos. Ser sincero (a) com todos, manifestando a opinião própria sem ofensas. Ter claro um panorama sobre o funcionamento do Grupo ou Equipe; perceber se seus estilos pessoais combinam com o dos demais. Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 17 a melhorar e estreitar os relacionamentos na vida pessoal e no campo profissional; além de aumentar a autoconfiança e segurança sobre suas ações e resultados. Veja a seguir dicas para desenvolver a escuta ativa: • Demonstre interesse; • Coloque-se no lugar do outro; • Mantenha contato visual com o interlocutor; • Tenha foco, começou um assunto, termine; • Faça perguntas; • Não julgue; • Utilize linguagem corporal: evite cruzar os braços, fique de frente para o interlocutor. Como me tornar um Líder? Antigamente, pensava-se que as pessoas nasciam Líderes, alguns traços fisiológicos os determinavam, tais como: altura, entonação da voz, formato do rosto. Contudo, estudos recentes comprovam que qualquer pessoa pode tornar-se um Líder, seja da sua própria vida, de um Grupo de pares (amigos, família, comunidade) ou de uma Equipe de trabalho; basta desenvolver algumas aptidões, dentre elas, a Inteligência Emocional. 3.2 Inteligência Emocional a favor das Relações Interpessoais A inteligência é uma das principais distinções entre o ser humano e outros animais; possibilitando a percepção, a cognição (faculdade de adquirir um conhecimento), o planejamento, a capacidade de fazer escolhas, de resolver conflitos e de demonstrar emoções. Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 18 Sim! Por muito tempo acreditou-se que emoção e razão andavam em direções opostas; porém, na década de 90, os psicólogos e pesquisadores Peter Salovey e John Mayer propuseram que é possível utilizarmos as emoções com inteligência; tais ideias ganharam notoriedade com Daniel Goleman – um jornalista psicólogo norte-americano – Para ele, as emoções impulsionam as ações que tomamos, de acordo com interesses, necessidades, satisfação e motivações; ou seja, procuramos exercer atividades que nos fazem sentir bem e consequentemente, evitamos aquelas que nos fazem sentir mal; por exemplo:Se o indivíduo gosta de fazer exercício físico, irá praticar com frequência para sentir bem-estar; mas se não gosta, exercitar-se pode ser um sacrifício. Assim, as emoções podem fornecer informações sobre como lidamos com estímulos internos e externos; como nos sentimos em situações – problema (FONSECA, 2016). As emoções dão sentido à vida humana! Eventos de extremo estresse, podem vir a causar problemas emocionais, tais como: ansiedade, depressão, baixa estima, angústia, agressividade, desmotivação, vulnerabilidade, baixa produtividade etc.; o que pode interferir nas relações sociais e no modo como o indivíduo percebe a si. É normal passarmos por situações de descontrole; contudo, ao desenvolvermos a habilidade de reconhecer as próprias emoções, identificando o porquê; bem como reconhecer a intenção emocional dos outros, tornamo-nos capazes de reagir adequadamente a qualquer situação. A este feito dá-se o nome de Inteligência Emocional. A Inteligência Emocional pode ser desenvolvida a qualquer momento da vida. Goleman destaca quatro maneiras de alcançá-la (FRAIMAN, 2017): • Autoconhecimento/ Autoconsciência: a prática de refletir sobre si mesmo, identificando o que lhe atrai, o que lhe desagrada, o que lhe provoca reações adversas, como, por que, quando, como evitar etc. Perceber seus próprios gostos, necessidades e limitações; PESQUISE! https://www.febracis.com.br /blog/daniel-goleman/ Fonte: Google Autor: desconhecido Fonte: Google Autor: desconhecido https://www.google.com.br/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fcristianethiel.com.br%2Fwp-content%2Fuploads%2F2017%2F07%2FIntelig%25C3%25AAncia-Emocional-As-Habilidades-Sociais-que-Voc%25C3%25AA-n%25C3%25A3o-Aprende-na-Escola.png&imgrefurl=https%3A%2F%2Fcristianethiel.com.br%2Finteligencia-emocional-as-habilidades-sociais-que-voce-nao-aprende-na-escola%2F&docid=O6IG13qD-WO_lM&tbnid=sAcxyFlmt5NuOM%3A&vet=10ahUKEwi0tNnD7ePnAhVfI7kGHSwEBzkQMwiAASgEMAQ..i&w=500&h=385&bih=655&biw=1366&q=inteligencia%20emocional&ved=0ahUKEwi0tNnD7ePnAhVfI7kGHSwEBzkQMwiAASgEMAQ&iact=mrc&uact=8 Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 19 • Controle Emocional: pensar antes de agir, buscando lidar com os sentimentos de maneira sadia e agindo com sensatez; • Automotivação: não esperar pelos acontecimentos, mas sim fazer acontecer! Ter uma meta e planejar como alcançá-la; manter o foco; • Empatia: colocar-se no lugar do outro; buscar entender a maneira de pensar e de comportar do outro. Você deve estar se perguntando: Existem pessoas que possuem completo controle das suas emoções? As emoções são expressas espontaneamente por meio dos sentimentos e ocorrem como reação às expectativas criadas pelo indivíduo, pelos estímulos internos, estímulos externos, informações sensoriais e a maneira como significa as situações; por exemplo: Uma pessoa sente o cheiro de comida e: • Situação 1: o cheiro da comida é agradável e faz lembrar de momentos importantes, gerando emoções positivas e sentimento de felicidade demonstrado em um sorriso; • Situação 2: o cheiro da comida é desagradável, o que faz minar com as expectativas, gerando emoções negativas e sentimento aversão demonstrado ao tampar o nariz. Portanto, se a manifestação do sentimento é influenciada por diversos fatores internos e externos ao indivíduo; então, podemos afirmar que, mesmo a pessoa com um grande autoconhecimento e controle pessoal age por impulso em algum momento da vida; por exemplo: a pessoa está perdida e ao pedir informação a Estímulo sensorial Sentiu uma emoção positiva e demonstrou por meio do sentimento de felicidade Sentiu uma emoção negativa e demonstrou por meio do sentimento de aversão https://www.google.com.br/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fuploads.bemparana.com.br%2Fupload%2Fimage%2Fnoticia%2F1524761984-olfato.jpg&imgrefurl=https%3A%2F%2Fwww.bemparana.com.br%2Fnoticia%2Fperda-do-olfato-traz-risco-ate-para-a-vida-veja-causas-efeitos-e-tratamentos&docid=TE30nPL5e8Qw7M&tbnid=26QOSviuB_wrvM%3A&vet=10ahUKEwigs46d9uPnAhURA9QKHQnYAs0QMwiXASggMCA..i&w=600&h=370&bih=655&biw=1366&q=cheiro%20de%20comida&ved=0ahUKEwigs46d9uPnAhURA9QKHQnYAs0QMwiXASggMCA&iact=mrc&uact=8 https://www.google.com.br/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fimg.ibxk.com.br%2F2012%2F3%2Fmaterias%2F77521110521112728.jpg%3Fw%3D1040&imgrefurl=https%3A%2F%2Fm.megacurioso.com.br%2Fsaude-e-beleza%2F20995-alimentos-com-cheiro-forte-diminuem-nossa-vontade-de-come-los.htm&docid=xOhD6meXKQ3ImM&tbnid=ERq0GuIScfQ35M%3A&vet=10ahUKEwigs46d9uPnAhURA9QKHQnYAs0QMwhuKBIwEg..i&w=598&h=412&bih=655&biw=1366&q=cheiro%20de%20comida&ved=0ahUKEwigs46d9uPnAhURA9QKHQnYAs0QMwhuKBIwEg&iact=mrc&uact=8 Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 20 alguém que passa apressado na rua, é recepcionada com grosseria; a tendência é retribuir o comportamento do outro da mesma maneira, com grosseria ou pensar antes de agir, buscar entender o porquê do ocorrido e não retribuir com agressividade. Assim, se essa pessoa compreende que agiu de maneira inadequada emocionalmente, se desculpa e se esforça para não cometer equívocos novamente, então esta pessoa possui Inteligência Emocional. Ao desenvolver a Autoconsciência, a pessoa torna-se capaz de analisar comportamentos, sentimentos e reações, dando nome a eles e, assim, tentando identificar se aquela emoção que surgiu no momento é: raiva, ansiedade, frustração, medo, tristeza ou outra. A partir do momento que foi feita a identificação, a pessoa ainda consegue identificar o que gerou tal reação emocional e as possíveis consequências de uma reação negativa. Todos nós somos capazes de desenvolver a Inteligência Emocional! Veja a seguir, como Goleman classifica as pessoas, quanto ao nível de autoconhecimento (PEZZI, n.d.): • Autoconscientes: são pessoas seguras de si, que conhecem seus limites e sabem lidar com imprevistos; • Mergulhadas: são pessoas que se deixam levar por suas emoções, não pensam antes de agir, apresentando-se instáveis; • Resignadas: são pessoas que têm consciência sobre o que lhes incomoda, mas não fazem nada para mudar. E você? Como está desenvolvendo a sua Inteligência Emocional? 4. O Processo de Motivação Certamente, no seu dia a dia você já ouviu falar em Motivação. Robbins (2010) coloca que Motivação são os motivos que levam uma pessoa a agir de determinada maneira; é a força que estimula e impulsiona a agir. Dessa forma, a motivação é a responsável pela intensidade (o quanto de esforço a pessoa dedica a algo), pela direção (o que a pessoa quer) e persistência (a constância de um Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 21 comportamento até atingir um objetivo) dos esforços de uma pessoa para alcançar determinada meta. Portanto, Motivação é o processo pelo qual o comportamento é incentivado para uma determinada direção. Quais os motivos que levam você a fazer esse curso? Você sabia?! Por muito tempo acreditou-se que era possível introduzir Motivação nas pessoas, assim como se fosse uma “injeção de ânimo”. Contudo, os estudos sobre o assunto apontaram que a principal fonte de motivação é interna (do próprio indivíduo) e não somente externa (vinda do ambiente). Assim, Spector (2005) defende que a Motivação é essencialmente interna, mas pode ser influenciada por fatores externos e produzir um motivo para a ação – esforço para atingir determinado objetivo; ou seja, para que a pessoa se sinta motivada, é preciso haver interação entre fatores internos e externos. Por exemplo:Mônica quer entregar um excelente trabalho; então opta por ficar até depois do expediente de trabalho para fazê-lo. O que leva Mônica a fazer isso? A resposta pode ser que fatores internos, como não gostar de deixar o que pode ser feito agora para depois ou fatores externos, como receber elogio do chefe, estejam agindo sobre a Mônica. Atenção Motivação Interna Motivação Externa ✓ Surge individualmente em cada pessoa ✓ Vem associada ao desejo por algo ✓ Esse desejo impulsiona para uma ação ✓ Depende da ação de outra pessoa ✓ O ambiente estimula a mudança Mas, dependendo da pessoa isso não é o suficiente, se ela não conhece a si mesma. Quando estamos em um ambiente motivador, é fácil se sentir motivado, mas e quando estamos fora dele? Talvez seja um bom motivo para buscarmos uma reflexão. Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 22 As pessoas são diferentes umas das outras, com necessidades específicas, desejos e comportamentos diversos. Então, cada pessoa tem sua fonte de motivação própria e orientada por objetivos definidos; o que provoca uma ação que pode levar à Satisfação. Observe! Temos um novo conceito, o de Satisfação. Vejamos a seguir a definição de Satisfação e o que a diferencia da Motivação. 4.1 Motivação versus Satisfação Satisfação e Motivação andam juntas; no entanto, possuem definições diferentes. Uma pessoa pode estar satisfeita e desmotivada ou insatisfeita e motivada. Por exemplo: Há motivação para trabalhar, quando se recebe salário, mas o indivíduo vai insatisfeito, porque não tem um bom ambiente de trabalho. Seguindo o exemplo acima, podemos entender que a insatisfação traz a infelicidade, que leva à desmotivação e então, esse indivíduo pode sofrer de baixa- estima e não realizar suas atividades com eficiência. Cada um de nós deve ser capaz de apontar o que nos motiva e o que nos traz satisfação ou não. Nem sempre conseguimos realizar nossos desejos e necessidades como planejamos; mas se agirmos com Resiliência, tornamo-nos capazes de ver possibilidades onde só parece ter o caos. No ambiente de trabalho, é papel do gestor saber o que motiva e o que satisfaz o trabalhador; a fim de descobrir o procedimento a ser adotado com relação a ele, para que melhore seu desemprenho profissional. Antes de prosseguir com o assunto, vejamos o que é Resiliência – capacidade de adaptação ao meio, mesmo em situações de ameaça, de desagrado e de vulnerabilidade; ou seja, o indivíduo manter-se centrado frente as mais diversas situações, mantendo um nível aceitável de funcionamento e estruturação do seu EU (ASSIS; PESCE; AVANCI, 2006). Atenção! Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 23 Voltemos à questão da Motivação e Satisfação. Veja no esquema abaixo, as especificidades de cada uma, de acordo com Spector (2005): Você já parou para pensar que: se as pessoas são diferentes entre si e cada uma possui inúmeros desejos e necessidades; então, o que determina qual delas deve ser satisfeita primeiro? De acordo com Silveira e Signori (2019) a Teoria das Necessidades de Maslow determina hierarquicamente as necessidades em ordem de importância, que devem ser supridas. Mas, atenção! Toda vez que uma necessidade é satisfeita MOTIVAÇÃO SATISFAÇÃO X Motivos que levam o indivíduo a desenvolver suas potencialidades. Exemplo: responsabilidade, liberdade, habilidades, possibilidade de crescimento na empresa/ organização Estado emocional positivo decorrente de uma necessidade atendida. É o prazer decorrente da experiência de trabalho, de um ambiente satisfatório e vínculos afetivos. Implica no desempenho dos colaboradores. Exemplo: salários, elogios, clima organizacional, ambiente agradável Resiliência Capacidade de se recuperar de situações de crise e aprender com elas Ter a mente flexível e o pensamento otimista Manter o foco nas suas metas com a certeza de que tudo passa Fonte: Google Autor: desconhecido Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 24 ela passa a vez para outra; contudo, enquanto uma necessidade não é completamente satisfeita não se passa para outra. Essa dinâmica acontece inconscientemente, de modo que, por exemplo: quando uma pessoa está com fome e não teve essa necessidade suprida, não consegue se concentrar para trabalhar. Observe a figura abaixo: Será que é verdade que somente passamos a realizar uma próxima atividade, se as necessidades anteriores tiverem sido satisfeitas? Reflita! Com relação ao ambiente de trabalho, a Gestão de Pessoas não deve estar alheia a esta realidade da vida pessoal e profissional do seu colaborador. Muitos gestores acreditam que a satisfação dos colaboradores aumenta a Motivação e se o colaborador está satisfeito é possível dizer que, também está comprometido. Teoria das Necessidades de Maslow Alimentação, moradia, descanso, conforto, lazer Estabilidade, remuneração, amparo legal, segurança no trabalho Respeito, aceitação, interação Reconhecimento, promoção, responsabilidades Trabalho criativo, autonomia, participação nas decisões O rd em d e im p o rt ân ci a: d e b ai xo p ar a ci m a Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 25 Vejamos a seguir a importância do papel do Líder nas Empresas/ Organizações e como essa liderança pode influenciar nas Relações Interpessoais e na Motivação das Equipes de trabalho. 4.2 O papel do Líder nas Relações Interpessoais Apesar de a Motivação ser mais uma questão pessoal, pode ser alcançada por meio de ações coletivas; assim, Motivação e Liderança andam lado a lado. Isso porque, a Motivação está ligada diretamente ao comportamento humano, e é desencadeada por estímulos que nos levam aos nossos objetivos e isso é o que os Líderes buscam em seus colaboradores. O forte envolvimento entre Líderes e colaboradores, por meio da motivação, apresenta grandes resultados na obtenção de objetivos. Então, como um Líder deve se portar frente sua Equipe de trabalho? Chiavenato (2004) coloca que liderar é um processo de influência interpessoal exercida numa determinada situação e dirigida pela comunicação efetiva. Portanto, é papel do Líder: influenciar o outro; levá-lo a fazer algo de forma empenhada e satisfatória; inspirar os colaboradores rumo à efetivação do que se acredita ser o melhor para a empresa/ organização; oferecer suporte, encorajar os demais a inovar; facilitar o compartilhamento de ideias; promover confiança e principalmente possuir conhecimentos, habilidades e técnicas de Relacionamento Interpessoal. A liderança não está relacionada necessariamente a um cargo de chefia, mas ao poder de influenciar pessoas sem pressioná-las ou obrigá-las a exercer uma tarefa. Essa influência pode ser (a) Formal: o Líder ocupa de fato um cargo superior ou (b) Informal: quando determinada pessoa sabe conduzir uma equipe na direção dos objetivos em comum sem ocupar de fato um cargo superior. Se um Líder não é necessariamente o chefe, o gerente, o supervisor; então, como identificar um Líder? Algumas teorias tentam explicar o Processo de Liderança, uma delas é a Teoria dos Traços – a qual define características físicas, intelectuais e sociais que Centro de Educação ProfissionalEscola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 26 identificam e diferenciam os Líderes dos demais colaboradores; por exemplo: inteligência, carisma, integridade, autoconfiança, altura, estilo de vestimenta, extrovertido etc. (MENEGON, 2012). Porém, atualmente, não se define um Líder pela sua roupa, pelo seu tipo físico ou mesmo pelo seu poder aquisitivo (riqueza). Não há um traço universal que defina um Líder, uma vez que liderança tem relação com a influência positiva que um indivíduo exerce sobre os demais no ambiente ou como coloca Robbins (2010): uma das condições primordiais para a liderança é a Ética – conjunto de regras, normas, valores e preceitos; desenvolvendo a confiança na Equipe. Dessa forma, pode-se afirmar que é possível aprender a ser um Líder! Vejamos abaixo um quadro demonstrativo dos comportamentos de um Líder de Equipe e de um Chefe de Grupo de trabalho: LÍDER CHEFE Orienta Manda Entusiasma Amedronta Diz: Vamos! Diz: Vá! Baseia-se na cooperação Baseia-se na autoridade Assume responsabilidades Atrapalha Acompanha Procura culpados Confia Fiscaliza Incentiva Desmotiva Não promete o que não pode cumprir Promete e não cumpre Fonte: SILVEIRA; SIGNORI, 2019. Sendo assim, para que um indivíduo se torne Líder da sua própria vida e/ ou de um Grupo ou Equipe de trabalho, é imprescindível ser autoconsciente; estar emocionalmente bem (autorregulação); ter entusiasmo; construir relacionamentos baseados na empatia e reconhecimento (habilidades sociais), para, enfim, conduzir Comportamentos característicos frente uma Equipe de Trabalho Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 27 sua própria vida e o coletivo de maneira eficaz; ou seja, um verdadeiro Líder possui Inteligência Emocional. Chegamos ao fim desta disciplina. Agora é com você! Descubra quais são suas motivações e se torne um Líder; motive também as pessoas ao seu redor, motive seus parceiros de trabalho e obtenha sucesso nas Relações Interpessoais. Fonte: Google Autor: desconhecido Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 28 Referências ASSIS, S.; PESCE, R.; AVANCI, J. Resiliência: enfatizando a proteção dos adolescentes. Porto Alegre: Artmed, 2006. CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas .3ªed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: o novo papel do Recursos Humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. FONSECA, V. Importância das emoções na aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica. Revista Psicopedagogia 33, 102, Pepsic: São Paulo, 2016. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 84862016000300014 Acessado em: 21 de fevereiro de 2020. FRAIMAN, L. Inteligência Emocional: Quando razão e emoção caminham juntas. 2017. Disponível em: https://jovempan.com.br/opiniao-jovem- pan/inteligencia-emocional-quando-razao-e-emocao-caminham-juntas.html Acessado em: 21 de fevereiro de 2020. KOHN, K.; MORAES, C.H. O impacto das novas tecnologias na sociedade: conceitos e características da Sociedade da Informação e da Sociedade Digital. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Trabalho apresentado no XXX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Santos, 2007. MENEGON, L. F. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson, 2012. MOSCOVICI, F. Desenvolvimento Interpessoal – Treinamento em Grupo, 13ª. ed., Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 2003. PEZZI, C.R. Psicologia das Relações Humanas. Instituto Federal do Paraná. Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – eTec Brasil, n.d. PORTELA, T.T. Interferência da Tecnologia nas Relações Sociais. Disponível em: http://www.esocite.org.br/eventos/tecsoc2011/cd- anais/arquivos/pdfs/artigos/gt007-interferenciado.pdf. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862016000300014 http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862016000300014 https://jovempan.com.br/opiniao-jovem-pan/inteligencia-emocional-quando-razao-e-emocao-caminham-juntas.html https://jovempan.com.br/opiniao-jovem-pan/inteligencia-emocional-quando-razao-e-emocao-caminham-juntas.html http://www.esocite.org.br/eventos/tecsoc2011/cd-anais/arquivos/pdfs/artigos/gt007-interferenciado.pdf http://www.esocite.org.br/eventos/tecsoc2011/cd-anais/arquivos/pdfs/artigos/gt007-interferenciado.pdf Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 29 ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional. 9.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2010. SIGNORI, F.M.F. Alunos com resistência leitora: Um impasse para a formação de leitores nas escolas. In: Revista Com Censo, 5, 3, ago, pp. 130-135, 2018. SILVEIRA, F.F.R.; SIGNORI, F.M.F. Gestão de Pessoas e Comportamento Organizacional no Serviço Público. Brasília: Editora IFB, 2019. SPECTOR, P. E. Psicologia nas Organizações. São Paulo: Saraiva, 2005. ZANELLI, J.C. Movimentos Emergentes na prática dos Psicólogos Brasileiros nas Organizações de Trabalho: Implicações para a Formação. In: Psicólogo Brasileiro: Práticas Emergentes e Desafios para a Formação. Brasília: Casa do Psicólogo Livraria e Editora, 1994. ZANELLI, J.C.; BORGES-ANDRADE, J.E.; BASTOS, A.V.B. Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004.
Compartilhar