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Apostila Sociologia Técnico em Secretaria Escolar

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Prévia do material em texto

Prof. Esp. Fernanda M. Furst Signori 
Secretaria de Estado de Educação DF 
Centro de Educação Profissional 
Escola Técnica de Planaltina 
 
Sociologia: Homem como Sujeito 
de Trabalho 
 
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Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 
 
 
2 
 
 
TÉCNICO DE SECRETARIA ESCOLAR 
SOCIOLOGIA: HOMEM COMO SUJEITO DE TRABALHO 
 
 
 
Olá, queridos (as) estudantes! 
 
Com o intuito de promover uma ação educativa, cujo objetivo é disseminar e 
propiciar a construção do conhecimento, contemplando o aprendiz como 
participante ativo no processo ensino-aprendizado; este texto foi produzido com 
linguagem textual e gráfica, de modo a proporcionar a você aprendiz, uma maior 
interação com o que será apresentado. 
Para que a aprendizagem seja significativa, proponho que trabalhe o texto 
de forma interativa, anotando as palavras-chave em cada parágrafo, sinalizando de 
maneira resumida o conceito dessas palavras e relacionando o conteúdo aqui 
disposto com o conhecimento que você já possui sobre o assunto. 
Tais estratégias didáticas auxiliam você: aprendiz/ leitor na organização de 
ideias, permitindo a reflexão e a crítica sobre o que é apresentado. 
No final do texto encontram-se as referências, caso queira aprofundar os 
conhecimentos sobre o assunto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ótima leitura! 
 
 
Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 
 
 
3 
 
Sumário 
 
1. O que é e para que serve a Sociologia ........................................................... 4 
1.1 Definição de Sociedade ............................................................................... 6 
1.2 Sociedade da Informação e do Conhecimento ............................................ 9 
2. O Homem na Sociedade ................................................................................ 10 
2.1 Cultura ....................................................................................................... 13 
2.2 Cidadania ................................................................................................... 18 
3. Pensadores Clássicos da Sociologia ............................................................ 21 
 3.1 Auguste Comte ............................................................................................. 21 
3.2 Karl Marx ...................................................................................................... 22 
 3.3 Èmile Durkheim ............................................................................................ 25 
3.4 Max Weber ................................................................................................... 30 
4. Sociologia da Educação ................................................................................. 33 
 4.1 A Educação como Processo de Socialização ............................................. 35 
4.2 A Educação na Contemporaneidade .......................................................... 37 
 
Referências .......................................................................................................... 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 
 
 
4 
 
1. O que é e para que serve a Sociologia 
 
 Os problemas que envolvem as relações humanas, a eficiência de um grupo 
ou os conflitos entre as pessoas podem ser entendidos a partir do comportamento 
do indivíduo em sociedade. 
 Muitos de nós temos o conhecimento prático sobre o que 
é conviver em sociedade, os papéis sociais de cada um, a 
organização social, política e econômica, as diferenças 
regionais. Mas, além desta experiência prática é preciso nos 
aproximarmos, também, do conhecimento científico; o qual 
Krench, Crutchfield e Ballachey (1973) afirmam NÃO ter como 
principal objetivo controlar ou predizer sobre algo, mas 
compreender as circunstâncias e ter escolhas. 
 
 Você sabia?! A Antropologia estuda a origem e o desenvolvimento da 
espécie humana, enquanto a Psicologia estuda os processos mentais do indivíduo, 
que influenciam e motivam seu comportamento. Já a Sociologia ganhou força na 
segunda metade do século XIX com o advento do modo de produção industrial e 
todas as suas consequências; quando os pensadores da época optaram por 
entender as mudanças econômicas a partir das relações sociais (MARTINS, 1994). 
Assim, a Sociologia como ciência se propõe a estudar as formações sociais, como 
o ser humano interage, se relaciona, se organiza e as influências para o todo. 
 A Sociologia consolidou-se como ciência com o filósofo francês Auguste 
Comte, tendo como objeto de estudo a SOCIEDADE, e, portanto, todas as 
características que envolvem este agrupamento de indivíduos que dividem o 
mesmo tempo e espaço seguindo um padrão coletivo, tais como: os fenômenos 
sociais, as estruturas e as relações organizacionais. Observe o esquema abaixo: 
 
 
 
 
 
 
“Nada é tão prático 
quanto uma boa teoria 
que proporciona 
compreensão” 
(KRENCH; CRUTCHFIELD; 
BALLACHEY, 1973, P. 5) 
 
 
Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sendo assim, o surgimento e evolução da Sociologia como ciência é 
resultado da elaboração de Teorias de vários pensadores: Karl Marx, Èmile 
Durkheim e Max Weber sobre o mundo social e como podemos modificá-lo 
intencionalmente em um contexto histórico de rearranjo da dinâmica social 
culminando em transformações econômicas, políticas e sociais. Tornando-se 
objetivo da Sociologia, estudar o comportamento humano em função do meio, 
SOCIOLOGIA 
C
IÊN
C
IA
 
ESTUDA 
SOCIEDADE 
CULTURA 
• Costumes 
• hábitos 
GRUPOS SOCIAIS 
• Família 
• Instituição 
• Comunidade 
• Pares (amigos, 
companheiro (a) 
INSTITUIÇÕES SOCIAIS 
• Cidadania 
• Movimentos Sociais 
 POLÍTICA 
• Estado 
• Governo 
Permeados pelas relações de 
PODER 
 
 
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6 
compreendendo diferentes sociedades, culturas e os processos que interligam os 
indivíduos em associações, grupos e instituições (FNDE, 2021). 
 
 
1.1 Definição de Sociedade 
 
 Sociedade é a relação entre diversos grupos sociais cujas funções e formas 
de atuação legitimam sua evolução ao longo do tempo. 
 Auguste Comte (1798-1857), considerado o pai da 
Sociologia, foi um filósofo francês que desenvolveu suas 
teorias em meio as transformações sociais, políticas, 
econômicas, ideológicas, tecnológicas e científicas que 
ocorreram com a Revolução Industrial e a consolidação do 
capitalismo (LACERDA, 2004). 
 Neste contexto de evolução, de mudanças significativas, que Comte 
percebeu que os fenômenos sociais: crenças, costumes, conflitos, maneira de se 
vestir, as relações familiares, as relações sociais e de produção, ou seja, tudo 
aquilo decorrente das relações humanas em coletivo e que interferem na forma 
como nos relacionamos, gerando um novo modo de pensar e de se comportar; o 
que direciona a Sociedade em seu desenvolvimento, marcando, assim, um período 
histórico. Para Comte, há elementos permanentes: instituições e fatos, que são 
presentes em toda e qualquer Sociedade, como por exemplo: a religião, um 
governo, trabalho, a linguagem, a constituição da família e da propriedade – 
instituições humanas que visam satisfazer de alguma forma a necessidade deexistência e de agrupamento, uma vez que o indivíduo é um ser essencialmente 
social - e há elementos variáveis: a maneira de pensar, as regras de convivência 
e as leis (LACERDA, 2004). 
 Historicamente, a primeira grande transição no modo de viver da Sociedade, 
se deu no período Paleolítico-Neolítico, quando os grupos que se organizavam e 
se mantinham como caçadores nômades, com papéis sociais bem definidos: 
enquanto homens caçam, as mulheres cuidam da prole: Sociedade Coletora e 
passaram a se estabelecer em um lugar fixo para plantar e colher, ou seja, 
sobreviver da terra e dessa forma, passaram a demarcar territórios. 
 
Fonte: Google 
Foto: Auguste Comte 
 
 
 
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7 
 Com a transição para a Sociedade Agrária, as estruturas sociais passaram 
a ser mais complexas: havia o dono da terra, foi necessário que os membros da 
família se especializassem em técnicas de cultivo, o regime de trabalho era o 
escravista, havia a possibilidade de estoque de alimento e consequentemente o 
seu uso como moeda de troca (CHAVES, 2012). 
O estilo de vida agrário possibilitou o aumento na densidade 
de pessoas em um mesmo local, surgindo os povoados, 
posteriormente esse arranjo social foi se desenvolvendo e 
surgiram os feudos – grandes propriedades rurais – o que 
constituiu o Feudalismo (século XI-XIII) com um sistema 
político, econômico e social próprios. 
 A navegação e a conquista por novos territórios fizeram com que grandes 
transações comerciais ganhassem força nos centros das cidades, o que causou 
uma crise e consequentemente a revolta dos camponeses que passaram a ser 
marginalizados; além de que a grande quantidade de pessoas e a falta de 
saneamento fez com que a Peste Negra disseminasse parte da população. O que 
fez com que o Sistema Feudal entrasse em crise (século XIV) e os burgueses 
repensassem suas estratégias de desenvolvimento e estruturas econômicas 
(FERNANDES, n.d.). 
 A luta entre classes e a busca por melhorias nas 
condições de vida e de trabalho culminaram na Revolução 
Industrial (século XVIII-XIX), a qual se caracteriza pela 
introdução de máquinas, especialização da mão de obra e 
instalação de fábricas, mão de obra assalariada. Agora, a 
Sociedade Industrial divide-se em duas classes sociais: 
os que detém os meios de produção (capitalistas/ burgueses/ empresários) e os 
que vendem sua força de trabalho (os trabalhadores/ operários). Embora tenha 
ocorrido uma evolução no pensamento, os direitos sociais ainda não eram iguais a 
todos os cidadãos (as): carga horária de trabalho exaustiva, crianças e mulheres 
trabalhavam, mas recebiam menos que os homens; tal situação hostil fez com que 
os trabalhadores se unissem e discutissem sua causa, o que culminou em 
movimentos pela luta de melhores condições de trabalho (DA SILVA, 2018). 
 
Sociedade Feudal 
Clero – Igreja Católica 
Nobreza – senhores 
feudais, donos da terra 
Servos – camponeses não 
detentores de terra 
Pesquise! Sobre as 
Teorias da Administração 
 
 
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8 
 Por meio desta linha cronológica é possível observar a dinâmica da 
Sociedade e identificar os elementos permanentes e as variáveis que Auguste 
Comte citou como constituintes e determinantes na evolução de uma Sociedade e 
como nossa história foi sendo construída. Mas, atenção! A dinâmica social muda 
de tempos em tempos, a depender dos acontecimentos que levam a esta mudança 
de pensamento e de comportamento; portanto, ainda estamos em evolução e 
assim, somos todos agentes de mudança. 
 Observe no esquema abaixo a dinâmica social e as relações de trabalho em 
cada fase da Sociedade: 
 
 
 
 
Sociedade Coletora 
Sociedade Agrícola 
 
Sociedade Industrial 
 
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9 
1.2 Sociedade da Informação e do Conhecimento 
 
 De acordo com Castells (2000), a informação tornou-se a principal matéria 
prima da sociedade do século XX; por ter como característica principal a 
flexibilidade, permite-se ser modificada e reorganizada, ou seja, a interação e a 
colaboração entre os indivíduos que, a partir de uma questão discutem, refletem, 
ensinam e aprendem uns com os outros, proporciona a transformação e a 
perspectiva de desenvolvimento, os quais, pelo alto poder de alcance, afetam a 
todos. 
 Dessa forma, é por meio da informação que obtemos 
conhecimento e acesso à diversas áreas que constituem a 
Sociedade: religião, ciência, cultura, política, economia etc. 
Portanto, o conhecimento é um instrumento de valor, pois 
desafia as estruturas cristalizadas de crenças e valores 
(VALENTIM, 2006), como por exemplo: comer manga com 
leite faz mal ou o próprio machismo; além de consolidar o 
conhecimento científico. 
 Com a informação, a Sociedade encontra-se em constante processo de 
formação e expansão e com o avanço tecnológico as conexões, as trocas de 
informação, as atualizações tornaram-se mais constantes e cada vez mais rápidas 
e abrangentes, resultando em uma nova leitura sobre o mundo. 
 Foi a década de 70 que ocorreu o boom das telecomunicações, ou seja, a 
interligação de cidades e Estados que recebiam as mesmas informações por meio 
dos programas televisivos. No final da década de 80, no mundo, a internet teve seu 
uso comercial liberado; mas foi somente na década de 90 que foi amplamente 
divulgada e seu acesso ganhou força, possibilitando às pessoas fazer pesquisas, 
obter informações em tempo real, trabalhar juntas a distância num mesmo projeto, 
obter vídeos, imagens e participar de salas de bate papo virtuais. Dentre tantas 
mudanças, encontramos o Hipertexto, que é como um texto dentro de outro texto 
(dentro do texto há links que levam a outro texto que explicam aquele conceito 
citado), o que contribui para a autonomia do indivíduo construir seu 
conhecimento. 
Qual a importância da 
informação para a 
Sociedade? 
 
 
Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 
 
 
10 
 A Globalização: processo de integração social, 
econômica e cultural entre as diferentes regiões do planeta 
que ajuda a promover a consolidação do Sistema Capitalista, 
segundo Santos (2000, citado em RODRIGUES; OLIVEIRA; 
FREITAS, 2001) marca uma ruptura na evolução do processo 
social e moral que vinha ocorrendo em torno da construção e 
manutenção de instituições: classes sociais, propriedade, trabalho e passa a estar 
voltada à disseminação da informação, aos meios de comunicação que criam não 
somente conhecimento, mas novos mercados de trabalho, serviços e empregos 
(BORGES, 2000). 
 Assim, a Sociedade da Informação tem como característica as inovações 
tecnológicas, enquanto a Sociedade do Conhecimento utiliza desta tecnologia 
para transformar a dinâmica social, cultural, econômica, política e institucional. 
Possibilitando um mercado aberto e autorregulável (DZIEKANIAK; ROVER, 2011). 
 Atenção!! Uma das condições para que a Sociedade avance neste modelo, 
é que todos tenham acesso às TIC`s. 
 
2. O Homem na Sociedade 
 
 
 Quem é o Homem na Sociedade? Obteremos a 
resposta observando a posição social que ele ocupa, por 
exemplo: sua naturalidade, sua religião, filiação, região 
onde mora, nível de escolaridade, ou seja, em que grupos 
o indivíduo se localizana Sociedade. 
 Como há vários grupos, para que convivam em 
harmonia, nas Sociedades Democráticas, é preciso que 
todos se submetam ao mesmo sistema de ordem, 
composto por regras (moral) e por leis (ética), que regulam 
o convívio social (BERGER, 1980). 
 
 
Fonte: wkimedia commons 
Autor: desconhecido 
 
 
Quando falamos em 
Homem na Sociologia, não é 
referência ao gênero 
masculino, mas ao termo 
utilizado para definir o ser 
histórico social. Mas, o 
termo HOMEM reflete sim 
uma construção cultural 
que surgiu para reforçar a 
superioridade masculina da 
época; o que não se aplica 
mais nos tempos atuais, 
onde há luta pela igualdade 
de gêneros. Então, ao ler 
Homem Social, entenda 
como Indivíduo 
(homem/mulher). 
 
 
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11 
 Dessa forma, podemos falar sobre dois elementos que regulam e reforçam 
a posição do indivíduo na Sociedade: 
 A Estratificação Social: significa que toda Sociedade possui um sistema de 
hierarquia; porém, os critérios são definidos a depender dos costumes, da cultura 
do local, podendo haver, inclusive, diferentes critérios dentro de uma mesma 
Sociedade. Por exemplo: Nas Sociedades Ocidentais contemporâneas o tipo de 
estratificação mais comum é aquele que utiliza critérios 
socioeconômicos, ou seja, a riqueza definida em classes 
sociais. E, para o indivíduo se manter no seu lugar, ser 
reconhecido pela classe social que ocupa, ele faz uso de 
vários símbolos que definem seu status social: bens 
materiais, gosto musical, moda, linguagem, trabalho que 
exerce e até as opiniões características daquele grupo 
(BERGER, 1980). 
 A posição ocupada na Sociedade é o que vai definir a qualidade do que o 
indivíduo usufrui, por exemplo: a escola, o padrão de assistência médica, o espaço 
cultural (diversão) e até mesmo a expectativa de vida. Assim, podemos afirmar que, 
a depender da posição social que o indivíduo ocupa, pode ter recompensas, tais 
como o Poder, privilégios e prestígio, que funcionam como uma pressão externa 
para que ele permaneça na sua classe social; por exemplo: é esperado que o jovem 
de classe média e rica frequente regularmente a escola, tenha aulas de línguas 
estrangeiras e viaje para conhecer novas culturas. 
 Lembra-se? Foi falado anteriormente que dentro de uma mesma Sociedade 
podem existir subcritérios que ajudam a classificar a posição do indivíduo na 
Sociedade, são eles: a questão racial, a linhagem do sobrenome, a localização da 
sua moradia (bairro valorizado ou não), a maneira de se vestir; por exemplo: fulano 
se veste de preto, então é roqueiro. 
 A Estratificação Social não é algo fixo, o indivíduo pode tanto 
ascender, quanto descender de classe social. Mas, espera-se que 
esta variação não seja excessiva, pois poderá colocar em risco 
 
 
Fonte: Google 
Autor: desconhecido 
 
 
 Atenção! 
 
 
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12 
toda a organização ideológica daquela Sociedade (BERGER, 1980). 
 O outro elemento que regula o indivíduo na Sociedade é o Controle Social, 
também conhecido como os vários meios que asseguram que o indivíduo siga as 
regras sociais e/ ou serve para eliminar membros indesejáveis. Vale ressaltar que 
a utilização de tais meios de controle varia de acordo com a finalidade e as 
características do grupo em questão, que segundo Berger (1980) são eles: 
• Violência física: inclusive aquela oficial e legalmente utilizada, como a força 
policial; 
• Coerção Psicológica: (é a submissão voluntária às leis) como influência 
inibidora; 
• Pressão econômica: por exemplo: o dízimo das igrejas, a greve dos 
trabalhadores, a ameaça do corte dos benefícios no salário; 
• Ridicularizar e Difamar: são meios de controle, pois todo indivíduo quer 
ser aceito e reconhecido no grupo; 
• Rejeição às minorias: o que leva à marginalização do indivíduo; 
• Moralidade, costumes e convenções: assim, independente da hierarquia, 
no meio social, uns vigiam aos outros; 
• A própria vida privada do indivíduo: como amigos e família, funciona 
como um meio formal de controle. O desprezo nesses grupos, que muitas 
vezes são vistos como sinônimo de refúgio, pode causar um efeito 
psicológico significativo na maneira como o indivíduo se vê; 
• O ambiente de trabalho. 
 Atenção! O sistema ocupacional é o controle social de 
maior importância; pois, como disse Max Weber (1864-1920): 
O Trabalho dignifica o Homem, ou seja, o emprego é o 
principal responsável pela renda do indivíduo, da qual ele 
precisa para viver e principalmente para fazer parte do todo. 
Uma pessoa desempregada é estigmatizada como 
irresponsável, é malvista, pois foge dos critérios de 
normalidade estabelecidos na Sociedade (BERGER, 1980). 
Será que ter e manter 
o emprego é algo que 
só depende do 
trabalhador? 
 
 
 
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13 
 Então, como o trabalho pode ser utilizado como 
meio de controle social? Observe o quadro abaixo: 
 
 
Controle Formal 
 
Controle Informal 
A própria profissão escolhida Imposições feitas por colegas de 
trabalho 
 
Ter requisito para ocupar o cargo A concorrência que estabelece o valor 
do serviço prestado 
 
Licenciamento para exercer a profissão 
 
Corrupção 
Organizações profissionais e sindicatos 
 
Falta de ética profissional 
Punição Administrativa Afinidades 
 
 
2.1 Cultura 
 
 A cultura brasileira é um acoplado de outras culturas; resultado da 
miscigenação de diferentes etnias, cada qual com seus costumes. A vasta extensão 
do território brasileiro é outro fator que contribuiu para a diversidade cultural, 
possibilitando com que cada região desenvolvesse hábitos culturais próprios, 
representados nas manifestações religiosas e artísticas, na culinária, nas crenças 
e tradições. 
 Mas, o que é Cultura? De acordo com a Organização das Nações Unidas 
para a Educação, Ciência e Cultura – UNESCO, cultura é o conjunto de 
características materiais, intelectuais, emocionais e religiosas distintas entre uma 
Sociedade e outra, adquirindo diversas formas a depender do tempo e espaço, 
manifestando-se na originalidade e pluralidade dos diversos grupos que constituem 
a Sociedade (UNESCO, 2021). 
 Controle Social por meio do Trabalho 
 
 
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14 
 Marilena Chauí coloca que a Cultura possui um significado importante, o de 
representar um padrão que diferencia as Sociedades entre si, permitindo avaliar a 
evolução e o progresso da humanidade a partir da presença ou ausência de 
elementos valorativos que funcionam como medida para comparação (BRANDÃO, 
2019). 
 Para entender como a cultura se estabelece e é 
vivenciada, antes é preciso diferenciar como se manifesta na 
Sociedade e na Comunidade. Chauí esclarece que, na 
Sociedade – indivíduos que dividem o mesmo tempo e 
espaço seguindo um padrão comum de coletividade – há 
divergências por interesses específicos; por exemplo: 
podemos dizer que há a Cultura Dominante e a Cultura 
 Popular. Enquanto, na Comunidade – grupos de indivíduos de determinada 
região que partilham uma história, objetivos e práticas em comum, com espaço 
assegurado de participação e expressão de suas opiniões (ROCHA, 2012) – as 
manifestações culturais são vivenciadas de maneira mais intensa, pois permitem 
que cada indivíduo seja protagonista, formando assim a identidade do grupo. 
 Conceituando Cultura Dominante e Cultura Popular: 
• Cultura Dominante:costuma estar relacionada com as camadas sociais 
economicamente mais elevadas, pois são os indivíduos que possuem 
formação escolar com um certo nível de instrução específica, já que se 
trata de uma cultura construída e disseminada ao longo da história. 
Assim, possui como característica principal a passividade dos indivíduos 
que a apreciam (BEZERRA, n.d.). 
• Cultura Popular: ocorre por meio de uma elaboração espontânea. Por ser 
a transmissão dos costumes e valores de um povo, é transmitida de forma 
oral e/ ou nas manifestações populares, também conhecidas como 
“manifestações artísticas de rua” sendo acessível a todo tipo de público 
(BEZERRA, n.d.). 
 
 
É uma convenção que, em 
Sociedade, as pessoas que 
as pessoas utilizem 
vestimentas. 
O estilo de vestimenta vai 
depender da região ou 
grupo social no qual o 
indivíduo está inserido. 
 
 
 
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15 
 Cultura Erudita/ Dominante Cultura Popular 
 
 
 
 
 
 
 
 Atenção! Cultura Popular e Cultura de Massa não possuem o mesmo 
significado. A Cultura de Massa, como definida por Theodor Adorno e Max 
Horkheimer, sociólogos fundadores da Escola de Frankfurt na Alemanha, é a 
maneira padronizada que indivíduos, mesmo pertencendo a diferentes regiões e 
seguimentos socioeconômicos, se comportam (FIANCO, 2010). 
 Diferenciando-se das manifestações populares regionalistas, a Cultura de 
Massa se sustenta na produção cultural capitalista, ou seja, de acordo com os 
fundadores da Escola de Frankfurt, as condições que levaram a um novo arranjo 
social, do trabalho e dos meios de comunicação, também causaram 
transformações nas manifestações culturais; a fim de manter as necessidades de 
uma produção capitalista, baseada no lucro e na massificação - alcance de todos 
(HORKHEIMER; ADORNO, 2002). Não obstante, Walter Benjamin, filósofo do 
século XX, colocou que ao se apropriar dos elementos culturais de um povo, o meio 
de produção capitalista transformou a Cultura em mais um elemento de mercado, 
que a comercializa como um produto, reforçando a propagação de um ideal de vida 
capitalista e consumista (ARAÚJO, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: carrocademamulengos.com.br 
Foto: Grupo Carroça de Mamulengos 
 
Fonte: Google 
Foto: Teatro Santa Isabel – Recife PE 
 
 
 
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16 
 Como exemplo, podemos citar: as produções 
cinematográficas; no Brasil, a música sertaneja que foi 
transformada e disseminada como Sertanejo Universitário; os 
ideais de vida disseminados pelas propagandas de consumo 
de produtos, como as propagandas de carro associando sua 
aquisição a uma vida de aventuras e as propagandas de 
margarina associando seu consumo a um ideal de família 
modelo. 
 A globalização tornou hegemônico (que exerce domínio 
sobre todos) o consumo cultural e a evolução tecnológica 
reconfigurou as necessidades sociais dos tempos atuais. 
Portanto, podemos falar em uma Cultura Digital a qual conecta cada vez mais 
pessoas, as quais buscam por entretenimento, reconhecimento e pertencimento, 
que passam a criar e compartilhar não somente eventos, mas conteúdo (NOVAES, 
2019). 
 O espaço cibernético, onde as pessoas se encontram, se relacionam, se 
divertem, se informam, trabalham e estudam além de democratizar o acesso à 
informação, ao conhecimento e maximizar os valores compartilhados socialmente, 
contribuindo apara que a Cultura seja um sistema aberto; ainda implica na mudança 
de comportamento das pessoas. Você já percebeu isso?! 
 Dentre as facilidades e benefícios da apropriação, produção e consumo de 
informação, podemos, também, de acordo com Novaes (2019) citar a alienação e 
o empobrecimento da percepção das pessoas sobre os elementos culturais; uma 
vez que a cultura mercantilizada se torna, ela própria, uma ideologia, não deixando 
espaço para o pensamento crítico. 
 
 Você deve estar se perguntando: Qual o objetivo de Cultura na 
Sociedade? A Cultura tem sua importância como propulsora da capacidade de 
expressão dos diferentes grupos sociais e, portanto, seu objetivo é o de formar 
cidadãos, abrindo espaço para a discussão sobre as diferentes concepções de 
mundo (ALMEIDA; LIMA; GATTO, 2019); ou seja, é promover um espaço para que 
todo indivíduo possa sentir, se manifestar, contribuir e pertencer ao coletivo. 
 
Podemos dizer que a 
Cultura de Massa é 
fomentada pelo uso 
de tecnologias. 
 
 
Fonte: Pinterest.pt 
 
 
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17 
 Sendo assim, todo cidadão tem direito à Cultura e o 
Estado tem o dever de elaborar políticas de 
desenvolvimento cultural, tornando-a acessível; o que é 
uma vantagem para o Estado, pois uma população que 
vivencia sua Cultura diz não à violência e contribui para o 
crescimento econômico. 
 Na nossa Sociedade brasileira é competência da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a proteção aos bens de 
valor histórico e artístico; a promoção e acesso à Cultura, à educação, à ciência, à 
tecnologia e à pesquisa; constando no artigo 215 da Constituição Federal de 1988 
o seguinte texto (SENADO, 2021): 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entretenimento e 
informação devem estar 
juntos em serviço da 
Sociedade 
(CANCLINI, 2005, citado em 
(ALMEIDA; LIMA; GATTO, 
2019). 
 
 
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18 
 2.2 Cidadania 
 
 O termo Cidadania tem origem etimológica no latim civitas, que significa 
"cidade" e estabelece um estatuto de pertencimento de um indivíduo a uma 
comunidade politicamente articulada (CAMARGO, n.d.). 
 Assim, a definição do conceito de Cidadania é uma construção sócio-
histórica, a qual abrange características, paradigmas e dimensões que foram sendo 
construídos a partir da relação dos indivíduos entre si e com o Estado de Direito 
(CARVALHO, 2018). Assim, podemos considerar que o termo cidadania se constitui 
sob dois aspectos: cultural e jurídico, que embora sejam antagônicas, se 
sobrepõem: 
 
 
 
Cidadania 
 
 
 
 
 Desde a antiguidade, alguns povos definiam por escrito suas leis e normas 
de conduta para assegurar a organização social e a participação da população no 
Estado; mas a noção de cidadania surgiu na Grécia Antiga, quando se estabeleceu 
o Estado Democrático e Representativo. No entanto, esta participação estava 
atrelada à condição econômica do indivíduo; portanto, a noção de cidadania se 
dava por meio da exclusão, ou seja, quem Não fosse homem (aqui o termo 
“homem” se refere ao gênero masculino, socialmente dominante) livre e detentor 
de propriedades, que pudesse contribuir com o Estado, não possuía o status de 
Cidadão de Direito (MARSHALL, 2002). 
 Com o advento da Revolução Industrial e o crescimento dos movimentos 
sociais, a luta pelos direitos iguais a todos ganhou força e visibilidade e a noção de 
Cultural: associado à vida em Sociedade, a sua 
compreensão varia de acordo com o tempo e espaço; 
considerando-se os indivíduos que dividem os mesmos 
costumes, pensamentos e comportamentos. 
Jurídico: conjunto de direitos e deveres civis, sociais e 
políticos que devem ser obedecidos por todo indivíduo 
pertencente àquele território. 
 
 
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19 
Cidadania foi deixando de ser de exclusão e passou a ser de inclusão. Contudo, 
nemtodas as camadas sociais e nem todos os indivíduos, como as mulheres, por 
exemplo, tinham seus direitos garantidos. 
 E que Direitos seriam estes? Observe o esquema abaixo, de acordo com 
Marshall (2002): 
 
 
 Direitos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema de normas reconhecidas ou 
estabelecidas que regulam as condutas 
humanas, para a manutenção de uma 
convivência harmoniosa 
 Direito Civil 
(Conquista do século XVIII) 
Garantem a vida em Sociedade 
 
 Direito Político 
 (Conquista do século XIX) 
 Participação no Governo 
Direito Social 
* Sinônimo de 
liberdade 
 
* Foi o precursor da 
reivindicação dos 
outros direitos 
 
* Regulamenta as 
relações entre os 
indivíduos e os bens 
na Sociedade 
(instituições sociais) 
 
* Delibera obrigações 
 
* Direito de ir e vir, à 
fé, à justiça 
 
* Direito a trabalhar 
 
 
 
* Segurança 
* Saúde 
* Alimentação 
* Moradia 
* Salário/ 
pagamento justo 
pelos serviços 
* Educação 
* Participação no 
progresso na nação 
 
* Participação nas 
decisões 
 
* Participação em 
movimentos sindicais 
 (Conquista do século XX) 
 Participação na riqueza coletiva 
 
 
 
 
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20 
 A partir da segunda metade do século XX a noção do 
que é Cidadania sofreu uma grande transformação; quando, 
surgiram novas demandas culturais e posições políticas 
baseadas nos interesses e nas perspectivas de grupos 
sociais específicos, tais como: direito das mulheres, das 
diferentes etnias e respeito às escolhas de opção sexuais e 
religiosas (MONTEIRO; CASTRO, 2008). 
 
 O desenvolvimento e a abrangência dos Direitos civil, 
político e social não foi em igual ordem e em importância, para 
todas as Nações, como na Inglaterra; no Brasil, por exemplo: 
por esbarrar em barreiras estruturais de PODER (luta pelo 
domínio da terra e do povo) a partir da colonização e baseada 
na escravidão; primeiramente, foi desenvolvido o direito 
social, depois o político e, finalmente, o civil; de maneira 
hierárquica de cima para baixo (CARVALHO, 2018). 
 Para Jean Jacques Rousseau (1712-1778) filósofo francês, a igualdade 
entre indivíduos somente existe se todos forem iguais perante a lei. Assim, 
considerando que a dignidade humana é extrínseca à condição econômica, política 
e social, mas inerente à condição humana e que o desrespeito aos direitos 
humanos resultara em atos que ofendem a consciência da humanidade; a 
Organização das Nações Unidas – ONU, em 1948 proclama a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos, colocando os Direitos: social, civil, político, 
econômico e cultural acima do PODER político (UNICEF, 2021). 
 Se antes, as profissões e as ocupações eram segregadas por classe social, 
agora todo e qualquer cidadão, homem ou mulher, pode exercer a profissão que 
desejar, desde que tenha formação/ habilitação para tal. O direito à Educação, 
ainda é o que mais sofre descaso por parte do Estado; pois como coloca Carvalho 
(2004): é por meio da educação que os indivíduos tomam conhecimento e 
desenvolvem uma consciência crítica sobre seus direitos e o papel que ocupam na 
sociedade, o que pode ser ameaçador ao controle/ PODER dos que comandam 
uma nação. 
 
Fonte: souncloud.com 
Autor: desconhecido 
 
 Atenção! 
 
 
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21 
 O PODER, para Michael Foucault (1926-1984) teórico social francês, é uma 
prática social construída historicamente pelas relações entre indivíduos para 
sobrepor a força/ vontade de uns sobre outros: dominante/ submisso. Dessa forma, 
podemos afirmar que, neste sentido, o PODER reprime, ou seja, tira a autonomia 
do indivíduo; sendo uma maneira de se conseguir o que quer, seja por direito, por 
influência ou por controle/coerção (SANTOS, 2016). Fazendo com que, em pleno 
século XXI, os direitos dos cidadãos não sejam plenamente respeitados em todo o 
mundo, justamente pelas diferenças culturais e conflitos gerados pela ambição e 
PODER. 
 
 
3. Pensadores Clássicos da Sociologia 
 
 O comportamento humano é algo complexo, com atributos variados e 
sentido próprio; sendo assim uma única perspectiva teórica não seria capaz de 
elucidar toda a sua diversidade. Falaremos a seguir sobre as relações entre 
sociedade e indivíduo sob a ótica de quatro dos teóricos clássicos que simplificam a 
complexidade da realidade social facilitando e estabelecendo determinados 
pressupostos que facilitam a discussão. 
 
 
3.1 Auguste Comte (1798-1857) 
 
 Auguste Comte, filósofo francês do século XIX se dispôs a falar sobre a 
necessidade de se mudar radicalmente os rumos que uma Sociedade toma, para 
que ocorra, enfim o desenvolvimento e crescimento dela. Coloca que cada época 
nos oferece um modelo do modo de pensar predominante, cujas ideias 
correspondem aos princípios daquela ordem social. Assim, define outrora, a 
Sociedade Teológica - cujo pensamento estava voltado ao militarismo para 
conquista de territórios e à fé (religiosidade) como base intelectual e moral da ordem 
social; dando espaço a um novo modelo: a Sociedade Científica e Industrial. A 
partir de então, a ciência assume o lugar de categoria que oferece a base intelectual 
 
 
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22 
e moral da ordem social e o pensamento coletivo deixa de estar voltado à guerra 
dos homens contra os homens e passa a ser a exploração racional dos recursos 
naturais (ARON,2003). 
 Analisando a Sociedade, Comte percebeu que a ciência é a chave para o 
crescimento intelectual e moral da Sociedade e colocou como condição 
fundamental para este crescimento, a reforma social e intelectual a partir de uma 
política positiva; dessa forma, o Positivismo de Auguste Comte defendia o uso 
da Razão como ponto de partida para toda e qualquer área do conhecimento, 
ficando a religião, a ética e a moral entendidas a partir do uso de uma lógica que 
aplicada à Sociedade possibilita a ordem e o progresso (SOUZA, 2020). 
 Pensando assim, é a partir da reflexão sobre a 
contradição interna que a Sociedade enfrenta, que deixar de 
lado a ideia de um Deus que controla tudo o que acontece e 
colocar a própria humanidade como provedora do seu 
progresso, faz com que a Sociedade se desenvolva e possa 
oferecer oportunidade a todos, para que contribuam com um 
futuro melhor; por isso, Comte defendia que todo indivíduo 
tinha a obrigação moral de servir aos outros e colocar os 
interesses da coletividade acima dos seus próprios. 
 
 
 
3.2 Karl Marx (1818-1883) 
 
 Karl Marx é alemão, mas passou grande parte da sua vida no Reino Unido 
(Inglaterra). Filósofo, Sociólogo, Historiador, Economista e Jornalista, Marx também 
foi um grande revolucionário socialista, pois defendia uma Sociedade igualitária, 
combatendo as desigualdades sociais oriundas do Capitalismo; tanto que, publicou 
obras muito significativas, dentre elas: O Manifesto Comunista e O Capital, obras 
que não pouparam críticas ao Capitalismo. 
 
 Mas o que é o Capitalismo? Observe a imagem abaixo: 
 
 
Será que hoje em 
dia a Sociedade 
pensa assim? 
Fonte: pinteret.com 
Foto: Auguste Comte 
 
 
 
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23 
 
 Dentre as correntes teóricas que surgiram para explicar as diferenças entre 
classes sociais, cada vez mais visíveis devido a Revolução Industrial, está o 
Materialismo Histórico Dialético deKarl Marx e Friedrich Engels o qual 
compreende a evolução da história humana ligada às relações de produção e que 
estas por sua vez são determinadas pela estrutura econômica presente na 
sociedade; portanto, as mudanças sociais ocorrem determinadas pela situação 
econômica dos indivíduos. 
 Utilizando-se da dialética, Karl Marx propõe que o homem modifica sua 
história pela práxis, ou seja, pela prática cotidiana e não pelas ideias; assim, a 
mudança acontece quando as forças produtivas e as relações de produção entram 
em contradição. Como assim? Observe o esquema abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Im
ag
e
m
 r
et
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a 
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B
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ra
 (
2
0
1
1
).
 
 
Burgueses 
 detem Meios de 
produção 
Gera riqueza 
exp
lo
ram
 
Classe Operária 
V
en
d
e 
su
a 
m
ão
 d
e 
o
b
ra
 
Sentem-se 
injustiçados, 
insatisfeitos 
Conflitos 
Gera mudanças 
 
 
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24 
Atenção! Uma crítica a esta Teoria é que ela somente leva em conta a economia, 
deixando de lado as motivações religiosas, ideológicas e militares para o 
desenvolvimento da sociedade, tal como fez o sociólogo Max Weber anos depois. 
 Para Karl Marx a origem dos problemas sociais estaria no tipo de 
organização social; por isso as críticas ao modo de se organizar de uma Sociedade 
Capitalista de produção, onde segundo ele, a Burguesia – classe social 
dominante, detentora dos meios de produção e que mantém o controle do Estado 
para se manter no Poder enriquece às custas do operariado - mão de obra para 
o trabalho nas fábricas, o qual não trabalha somente o suficiente para manter seu 
sustento, para sanar suas necessidades básicas de comer, vestir, estudar, moradia 
etc., mas trabalha horas consecutivas, produzindo além do que recebe para dar 
lucro e pagar impostos. A essa dinâmica relacional entre classes sociais, Marx deu 
o nome de mais - valia (BITENCOURT; BEZERRA, 2011). 
 Mais- Valia é o valor que o trabalhador produz a 
mais, e que não fica com ele, e sim, com o patrão, ou seja, o 
quanto um trabalhador rende além do que recebe pelo 
trabalho efetuado e que não é convertido em valores 
monetários reais; configurando assim, o que define como 
exploração capitalista. Assim, podemos falar em: (a) Meio de 
Produção – são os materiais utilizados pelo trabalhador no seu fazer profissional, 
por exemplo: as máquinas, as instalações do ambiente de trabalho, matéria prima 
etc.; (b) Modo de Produção - é a maneira como a Sociedade produz e utiliza seus 
bens e serviços, ou seja, são as relações de produção estabelecidas em cada 
época histórica, por exemplo: escravidão, feudalismo, comunismo, socialismo, 
capitalismo (SCOTT, 2006). 
 Karl Marx traz mais dois conceitos importantes, são eles: 
• Alienação: é a condição na qual se encontra o trabalhador, visto que no 
meio de produção capitalista, com a separação de tarefas e a especialização 
do trabalho, o operário conhecia apenas parte daquilo que produziu, e não 
o seu todo, não tendo assim uma relação significativa com o resultado; por 
exemplo: se antes o agricultor arava a terra, distribuía as sementes, regava 
a terra e colhia a plantação; agora há um trabalhador especialista em cada 
 
O uso da tecnologia vai 
além de facilitar o 
trabalho, ela possibilita 
que o trabalhador 
produza mais e assim, dê 
mais lucro. 
 
 
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25 
etapa, como no caso da montagem de carros nas fábricas. Assim ficava mais 
fácil de o empregador controlar a produção e o trabalhador. 
 
• Ideologia: é a maneira de pensar de uma Sociedade, podendo ser a partir 
do modo de produção ou pelo estilo tecnológico; sendo o mais comum: 
atribuindo ideias a uma determinada classe social; por exemplo: ao se fazer 
uma representação da Sociedade como algo harmônico e justo, camuflando 
assim, a luta entre as classes sociais, estamos criando a ilusão de uma 
Sociedade igualitária, quando na verdade, não passa de um jogo de Poder 
para manter os privilégios da classe dominante; por exemplo: Incentivar as 
pessoas a trabalharem cada vez mais porque somente assim será possível 
o progresso da nação, sendo que quem está trabalhando 
está sendo explorado, não está recebendo seus direitos e 
quem está incentivando está enriquecendo 
individualmente. 
 
 
 
 
 
3.3 Èmile Durkheim (1858-1917) 
 
 Na França, a Escola de Durkheim se originou da obra de Auguste Comte, 
dando continuidade à visibilidade dos fenômenos da estrutura social, em meio às 
discussões surgidas na então Sociedade Industrial; no entanto, seu interesse foi 
o de compreender quais são os fatores que definem uma Sociedade; para tanto era 
preciso ir a campo para estudar. Eis que surge o Funcionalismo – cujo objetivo é 
explicar a Sociedade, as ações coletivas e individuais, a partir de causalidades; 
assim, considera a Sociedade como um sistema complexo cujas partes trabalham 
juntas para promover a solidariedade e a estabilidade (CABRAL, 2004). 
 Incomodado com a formação literária e pouco científica nas escolas 
francesas, Durkheim procurou referências nos modelos biológicos para explicar os 
 
Fonte: pinteret.com 
Foto: Karl Marx 
 
 
A ideologia 
impede que a 
classe 
trabalhadora 
tenha consciência 
sobre a própria 
submissão 
 
 
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26 
modelos sociais; fazendo parte dos seus estudos as Ciências da Natureza, a 
Filosofia, a Psicologia, o Direito e a Economia, o que resultou na formulação da 
Teoria dos Fatos Sociais – tão importante quanto a funcionalidade da Sociedade, 
são os fatos que a levam a funcionar de determinada maneira, sendo estes fatos 
fixos, coercitivos, generalizantes e independentes da vontade do indivíduo 
(DURKHEIM, 2002). 
 Para Durkheim, a Sociedade precisa de um consenso para então, existir 
como conjunto de pessoas que dividem o mesmo tempo e espaço, interagindo entre 
si e legitimando sua evolução ao longo do tempo. Este consenso é representado 
pelos padrões compartilhados: crenças, costumes, propósitos, preocupações. 
Contudo, Durkheim pontua, no fim do século XIX (momento de contradições entre 
a fé e a ciência), que com o advento da ciência, tais padrões, tidos como tradições 
repassadas de geração em geração, foram abaladas pelo desenvolvimento do 
pensamento científico (ARON,2003). 
 O conhecimento científico é, para Durkheim, o que o sociólogo deve ter em 
mente para não cair em contradições ou se precipitar com conclusões do senso 
comum. Dessa forma, os fatos sociais - aqueles comuns em toda Sociedade e que 
regem sua organização - entendidos sob o ponto de vista objetivo, conferem ao 
sociólogo elementos mais precisos para entender a dinâmica social (DURKHEIM, 
2002). 
 Os Fatos Sociais são, portanto, regras gerais construídas socialmente ao 
longo do tempo e espaço e que por seus procedimentos padronizados constitui 
uma consciência coletiva – modo de pensar, sentir e agir reconhecidos, aceitos e 
sancionados pela Sociedade (BITENCOURT; BEZERRA, 2011). Neste sentido, 
não pode ser modificado pela vontade de um único indivíduo agindo 
de livre e espontânea vontade a ponto de infringir as regras sociais. 
 Dessa forma, para ser identificado como fato social, é preciso atender a três 
características: generalidade, exterioridade e coercitividade. 
 Observe o esquema abaixo: 
 
 
 
 
 
 
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 Atenção! 
 
 
 
 Mesmo que as estruturas organizacionais que regem a Sociedade de 
determinado tempo e espaço (como as Sociedades Agrária, Industrial e do 
Conhecimento) variem na sua composição de acordo com o pensamento da época, 
existem elementos comuns a todas elas. 
 Assim podemos citar como exemplos de fatos sociais: 
• Instituições Sociais: Com seu poder normativo e coercitivo, designam 
meios sociais duradouros e estáveis que funcionarão como organização das 
ações humanas no coletivo, ou seja, controlam o comportamento da pessoa 
na Sociedade. Podendo ser: (a) Espontâneas – surgem das relações entre 
os indivíduos – por exemplo: Família; (b) Criadas – foram instituídas para 
regular, organizar e operacionalizar – por exemplo: Bancos, Igrejas, Política, 
Escolas e locais designados ao lazer. 
FATOS SOCIAIS 
(comuns em toda Sociedade) 
Consciência Coletiva 
Comportamento 
estabelecido pela 
Sociedade, exercendo 
determinada força sobre 
os indivíduos; obrigando-
os a se adaptar às regras 
do lugar onde vivem. 
co
n
stitu
i 
 Coercitividade Generalidade Exterioridade 
caracte
rística
s 
Induzir, pressionar ou 
forçar os indivíduos a 
agirem de acordo com os 
padrões estabelecidos 
pela Sociedade. 
Abrange não somente 
um indivíduo ou grupo, 
mas toda a Sociedade. 
O que não depende do indivíduo 
para acontecer, ou seja, quando 
ele nasce a Sociedade já está 
organizada e cabe a ele 
aprender e se adaptar. 
 
 
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28 
• Educação: Enquanto fato social, atua como processo de preparação do 
indivíduo, moldando-o de acordo com a consciência coletiva; assim, todas 
as Sociedades desenvolvem sistemas educacionais formais; para ensinar as 
ciências e a cultura de maneira hegemônica, com o intuito de manter o 
padrão vigente e possibilitar que o indivíduo integre-se ao grupo social. 
 Continuando sob esta perspectiva, podemos falar no conceito de 
Sociabilidade - o indivíduo aprende na família e nas relações sociais sobre o modo 
de se comportar da sua Sociedade; mas é na escola que ocorre o processo de 
aprendizagem chamado por Durkheim como socialização, o que nos dá o 
sentimento de pertencimento no todo (DURKHEIM, 2002). 
 Vale ressaltar que no século XIX, muitas instituições 
encontravam-se enfraquecidas, as condições de vida 
estavam estremecidas: miséria, desemprego, doenças e 
muitos questionamentos foram levantados, levando ao 
rompimento de valores tradicionais para o surgimento de 
novas maneiras de pensar e se comportar. Não à toa que, 
Durkheim reiterou, que somente com uma escola laica e de 
valores morais seria possível superar a crise identitária 
causada pelo Capitalismo. 
 Para Durkheim, uma Sociedade adoecida é como um corpo humano doente 
que precisa de atenção e cuidados para que volte à situação de coesão e harmonia. 
Assim, define dois estágios dos fatos sociais: 
• Fato Social Normal: Aqueles comuns a todos, apresentando pouca 
variação, ou seja, a Sociedade está funcionando dentro do esperado. 
• Fato Social Patológico: Ocorre quando os fatos sociais estão “falhando”, 
ou seja, não há mais controle e coesão por meio deles; o que abre espaço 
para a marginalidade, criminalidade, violência, corrupção. 
 
 
Dinâmica que ocorre 
de tempos em 
tempos 
 
 
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29 
 O fato social patológico deve ser tratado o quanto antes, 
com a aplicação do Direito e da Justiça, para que a 
Sociedade não seja acometida pela Anomia – falta de 
regras claras, sem valores, sem limites – o que pode levar 
o indivíduo ao desespero, a cometer atos ilícitos 
(Durkheim, 2002). 
 Sabendo que, em Sociedade o todo está integrado, ou 
seja, os fatos sociais estão interligados entre si e que qualquer 
alteração afeta toda a Sociedade; então podemos concluir 
que tanto os comportamentos ditos maus, quanto os bons 
influenciam o coletivo. Partindo-se deste pressuposto, podemos enfim falar no 
conceito de Solidariedade – uma combinação da consciência individual e coletiva, 
responsáveis pela formação dos nossos valores morais e que exercem influência 
sobre nossas escolhas, o que nos impulsiona a agir pelo outro. 
 Assim, podemos especificar dois tipos de Solidariedade: 
• Solidariedade Mecânica: Quando os indivíduos diferem pouco entre si e 
por se enxergarem como semelhantes, dividindo os mesmos valores e 
sentimentos, mantém uma coesão social solidária; por exemplo: Sociedades 
Primitivas (pré-capitalistas); e na Sociedade Contemporânea indivíduos 
pertencentes a grupos, como os religiosos. 
• Solidariedade Orgânica: Possui um arranjo mais complexo, pois seus 
indivíduos se diferenciam entre si, como os órgãos de um corpo, onde cada 
um possui sua singularidade, mas todos trabalham juntos por um objetivo, 
manter o ser humano vivo. Assim, podemos afirmar que o que une os 
indivíduos diferentes entre si é a necessidade de troca de serviços; o que 
nos leva ao conceito de Divisão do Trabalho Social. 
 O conceito de Divisão do Trabalho Social diz respeito ao modo como os 
seres humanos se organizam para distribuir as tarefas cotidianas, o que seria 
responsável por manter a harmonia e a produtividade do sistema social; portanto, 
para Durkheim, esta divisão consiste mais de princípios morais do que econômicos 
(DURKHEIM, 1999). 
 
 
 
 
O fato social 
patológico 
pode ser 
tratado com 
punição; mas 
também, com 
ações 
educativas 
preventivas e 
com a 
reparação de 
danos 
Fonte: Google 
Foto: Emile Durkheim 
 
 
 
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30 
 Na fase inicial das Sociedades humanas, a divisão do trabalho era feita por 
critérios sexuais e de faixa etária; à medida que a Sociedade foi evoluindo, as 
divisões sociais no trabalho tornaram-se mais significativas, surgiram as 
especializações e as especificações do trabalho; ficando as atividades laborais 
separadas em partes constituintes de um processo produtivo. 
 A divisão social do trabalho, na Sociedade Moderna, possui implicações 
tanto no processo produtivo, quanto nas dinâmicas sociais; por exemplo: a partir do 
momento que o processo de trabalho é dividido por tarefas específicas, exige-se 
do trabalhador um conhecimento próprio para aquele fazer e esse trabalhador ao 
exercer constantemente a mesma tarefa, alcança um nível de eficiência que 
aumenta a velocidade produtiva do sistema como um todo, como desejável no 
Sistema Capitalista de produção. Do ponto de vista das dinâmicas sociais, percebe-
se que tamanha divisão específica do trabalho traz como consequência a 
estratificação social; pois ao se estabelecer diferentes valorizações e níveis de 
importância sobre as atividades exercidas, o sistema acaba gerando divisão de 
classes sociais. 
 Justamente a divisão de classes sociais modifica a maneira como os 
indivíduos se relacionam entre si e os crimes, definidos por Durkheim como 
transgressões a leis, deixa de ser vertical: população contra o Estado e passa a ser 
horizontal: população contra população (DURKHEIM, 1999). 
 
3.4 Max Weber (1864-1920) 
 
 Sociólogo, economista e jurista alemão, Max Weber presenciou a unificação 
dos reinos de origem germânica em Estado, constituindo a Alemanha. Para Weber, 
a característica mais importante da Sociedade Moderna é a racionalização, tendo 
o trabalho, exercido de maneira disciplinada, como uma virtude para se alcançar o 
sucesso profissional e a salvação espiritual. 
 Buscando compreender a Sociedade por suas condições históricas,culturais 
e sociais, Max Weber defendia que as mudanças sociais ocorriam por meio das 
ações sociais – liberdade que os indivíduos dispunham para agir e modificar a sua 
realidade - observadas nos fenômenos sociais; sendo as ideias, as crenças e os 
 
 
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31 
valores os principais catalizadores destas mudanças (WEBER, 2009). Destaca-se 
que a ideia de liberdade, a qual permite fazer escolhas, confere ao indivíduo o 
status de sujeito-no-mundo, aquele que cria a si mesmo – traço fundamental do 
Existencialismo. 
 Weber coloca que, para analisar uma situação social é necessário criar um 
instrumento de orientação, o qual chamaremos de “Tipo Ideal” para então, 
entender a ação social, do ponto de vista de: qual o sentido que o indivíduo como 
ator, atribui à sua conduta. Assim, o pesquisador sociólogo, a partir de uma 
construção mental dos aspectos do que ele deseja observar estabelecerá um 
parâmetro; por exemplo: para Weber o trabalhador ideal é aquele que exerce com 
dedicação seu trabalho árduo e que obtém seu sustento a partir deste trabalho 
(Aron, 2003). 
 Pensando no sentido que o indivíduo dá à sua conduta, as ações sociais 
podem ser classificadas em: 
• Ação Social Tradicional: é uma ação motivada pelos hábitos, crenças e 
costumes 
• Ação Social Afetiva: é agir de acordo com a emoção, os sentimentos, tais 
como: orgulho, vingança, loucura, paixão, inveja, medo etc. 
• Ação social racional com relação a fins: na busca pelos melhores 
meios de se alcançar um objetivo, o indivíduo escolhe agir de maneira 
estritamente racional; por exemplo: Quero emagrecer, então vou fazer 
ginástica ou Quero passar em um concurso público, então tenho que 
estudar. 
• Ação social racional com relação a valores: a ação é norteada pelos 
princípios e os valores morais do indivíduo (influenciados pela cultura e 
costumes locais); por exemplo: Não vou roubar porque é errado. 
 Para Weber, a ação social é aquela que é orientada ao outro; assim, 
algumas atitudes coletivas não podem ser desconsideradas, como os fenômenos 
sociais intrínsecos a toda Sociedade: O Poder e a Dominação; ambos pertencentes 
à mesma esfera das relações sociais, um dependendo do outro, mas com 
significados diferentes. 
 
Exemplos: 
*estudar 
*rezar 
*trabalhar
*escrever 
*consumir 
 
 
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 O Poder é a imposição da vontade, pela força física, autoridade ou 
legalidade, de uma pessoa ou instituição sobre os outros indivíduos e assim, 
independe da aceitação. O Poder torna-se mais legítimo à medida que alcança 
mais indivíduos, por isso o Estado tem tamanho controle sobre a população 
(WEBER, 1991). 
 
 
 
 A Dominação é a aceitação e a subordinação dos indivíduos ao Poder 
exercido. São três tipos de Dominação legítima: 
• Dominação Legal: estabelecida entre os indivíduos de uma mesma 
Sociedade para manter a ordem, a harmonia e a garantia dos direitos 
individuais; sendo ao Estado instituída a competência para fazer valer as 
leis, ou seja, a obediência se deve às regras. Exemplos: a Hierarquia 
Funcional; a Administração baseada em Documentos; a demanda pela 
Aprendizagem Profissional; o emprego da força por parte do Estado por meio 
da polícia e do exército contra a população. 
• Dominação Tradicional: é a moral implícita nas relações, o respeito à 
tradição; tendo a figura detentora do Poder: professor, o pai na família 
patriarcal, o líder religioso, o governante como quem vai perpetuar o respeito 
aos costumes. 
• Dominação Carismática: é a força de dominação mais instável, pois está 
ligada às características pessoais do indivíduo, a sua habilidade de 
comunicação, de mobilizar grande quantidade de pessoas 
e comandar/ liderar. O líder carismático tem forte Poder de 
dominação, faz com que os outros vejam nele a esperança 
por dias melhores, o ponto inicial para uma mudança 
necessária; e por isso a decisão está nas mãos dele. 
Exemplos: profetas, grandes líderes políticos, líderes 
comunitários etc. 
 Um fenômeno social que requer atenção na visão de Weber é o Trabalho. 
Sob forte influência religiosa do Protestantismo, o trabalho deixa de ser visto como 
 Atenção! 
Se há quem imponha sua vontade (dê ordens), há quem 
receba estas ordens. 
 
 
 
O que 
poderíamos 
dizer sobre os 
influenciadore
s digitais na 
atualidade? 
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o
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gl
e
 
A
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33 
uma condenação e passa a ser a possibilidade de alcançar a glória de Deus, dando 
um novo sentido a quem dele necessita. Vale ressaltar que o sentido do trabalho é 
socialmente construído e associado à realidade social, que na Sociedade Moderna 
condiz ao Capitalismo. Para tanto, Max Weber defende que o indivíduo tenha uma 
atividade laboral, pois a afirmação da pessoa humana passa pelo trabalho; 
devendo, assim, todos trabalhar, mesmo que não necessitem financeiramente; 
afinal o trabalho é o caminho para a conquista da felicidade, do valor desejável, do 
pertencimento social e, portanto, confere significado à existência humana (WEBER, 
1997). 
 
4. Sociologia da Educação 
 
 As transformações tecnológicas, políticas, sociais e culturais da Sociedade 
geradas pela Revolução Industrial, também trouxeram transformações intelectuais 
para o Mundo Moderno, o que redirecionou o discurso pedagógico; pois, se antes 
a interpretação sobre a realidade se dava pelo sagrado (a figura de Deus) e com o 
Iluminismo pela centralidade da razão e pela ciência. Agora, a realidade passa a 
ser heterogênea, reconhecendo a pluralidade do pensamento. 
 Ora, se há pluralidade do pensamento, então significa que cada indivíduo 
é capaz de fazer por si só uma interpretação sobre a realidade. Mas, lembre-se! O 
ser humano é um indivíduo social, ou seja, necessita do outro para coexistir, sendo 
assim, cada interpretação encontra seu limite na perspectiva do outro, ou seja, é 
na relação com o outro que se abre uma gama de possibilidades de ideias. 
Assim, surge a nova educação – integrando elementos: 
crenças, valores, demonstração afetiva, interesses sociais e 
cenário político, os quais são construídos na interação entre 
indivíduos – preparando, assim, a formação integral, na sua 
capacidade física, intelectual e moral; instigando a liberdade 
de pensamento e criatividade. 
 Eis que, podemos, enfim, falar sobre uma Sociologia “na” e “para” a 
Educação! Todo este movimento em torno do novo contexto sobre a Educação, 
surgiu na primeira metade do século XX e pode ser entendido por meio da 
 
Deixa de ter enfoque 
moralista e passa a 
considerar a alteridade. 
 
 
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34 
Sociologia da Educação – ciência que estuda os processos sociais de ensino e 
de aprendizagem, compreendendo que a educação se dá no contexto da 
Sociedade, onde um indivíduo exerce influência sobre o outro. Dessa forma, a 
Sociologia da Educação fornece instrumentos que auxiliam a pensar o lugar da 
educação na ordem social, compreendendo sua vinculação com outras instituições: 
família, comunidade, religião, como se dá a relação entre indivíduos no processo 
de ensino-aprendizagem e o papel da escola. 
 
 
 Entendendo-se a educação como um desses espaços 
mais importantes para se promover o bem-estar social, ela 
passa a ser democrática, reconhecida como direito de todos 
à formação cidadã e para o desenvolvimento de aptidões e 
habilidades comocondição essencial, para uma mão-de-obra 
qualificada (FERREIRA, 2006). 
 
 Neste sentido a Sociologia da Educação se propõe a compreender: 
• A educação como processo social global 
• Os sistemas escolares 
• A escola como unidade sociológica 
• A sala de aula como subgrupo social 
• O papel do professor 
• O papel da escola na formação do indivíduo 
 Vejamos a seguir o que os pensadores clássicos da sociologia diziam sobre 
a Educação. 
 
 
 
 
 
 
Walfare States: 
modelo de Estado 
assistencialista e 
intervencionista 
fundado com base nos 
direitos sociais. 
 
 
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35 
4.1 A Educação como Processo de Socialização 
 
 Èmile Durkheim foi um dos primeiros sociólogos a 
colocar a escola como uma instituição importantíssima na 
Sociedade, capaz de desenvolver o senso de disciplina, a 
noção de pertencimento ao grupo e a autonomia do indivíduo; 
sendo a responsável por fornecer aos indivíduos o conjunto 
de regras, valores, atitudes e comportamentos fundamentais 
para a coesão social (DURKHEIM, 2011). 
 As ideias pedagógicas de Durkheim revelam o caráter conservador da 
tendência proposta na época; para ele a educação é uma ação exercida pelas 
gerações adultas sobre as mais jovens, com o intuito de formar indivíduos 
preparados para tomar parte do espaço público; pois estes somente poderão 
começar a agir, quando tomarem consciência do contexto no qual estão inseridos, 
obtendo conhecimento histórico sobre sua origem e sobre as condições atuais. 
Para tanto, Durkheim defende que a consciência individual seja desenvolvida a 
ponto de transformar o indivíduo em ser social; mas para isso as Instituições de 
Ensino devem ser laicas e públicas; sendo o Estado, o órgão regulador e 
fiscalizador responsável pela educação formal, onde o papel do professor tem o 
significado social de autoridade formadora de cidadãos capazes de contribuir 
com a harmonia social, passando o conhecimento de maneira a estabelecer 
confiança e segurança na relação com o aprendiz, fazendo-se valer de uma 
Pedagogia fundamentada na Sociologia, a qual determina os fins e na 
Psicologia a qual determina os meios (ALMEIDA, 2016). 
 Apesar de não ter escrito nenhum documento específico sobre educação, 
Karl Marx fez referência à educação no processo de desenvolvimento das 
Sociedades e sua relação com a luta de classes pelo Poder. Para Marx a educação 
possui uma ligação direta com as relações sociais de produção, uma vez que 
o trabalhador não precisava mais ter o conhecimento sobre o todo; mas sim se 
especializar em apenas uma parte para realizar as tarefas na fábrica. Dessa forma, 
entendendo a atividade laboral como central no processo de formação da 
Sociedade, Marx coloca que o conhecimento segmentado adquirido pelos 
operários reforça a alienação, pois de geração em geração aprendem aquele modo 
 
Fonte: Google 
Autor: desconhecido 
 
 
 
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de vida, por exemplo: trabalhar para receber salário e se sustentar, percebendo 
como algo natural, sem perspectiva de mudança. O que reforça a ideologia da 
classe dominante e a luta entre classes (RODRIGUES, 2004). 
 Sendo assim, podemos entender que esta dinâmica, à sua época, se 
perpetuava para que a educação não alcançasse o patamar de libertação e 
emancipação; qualidades atribuídas à educação por Marx. No entanto, para 
corromper com este ideal, seria preciso que a educação escolar ocorresse em 
apenas um período, para que no outro o indivíduo estivesse livre para trabalhar, 
rompendo com a alienação e promovendo a emancipação, ou seja, com uma 
educação que contemplasse o mental, o físico e o tecnológico (práxis – saber fazer) 
os filhos dos operários estariam à frente dos filhos da Burguesia que não recebiam 
esta educação tecnológica (eram ensinados a pensar e não a fazer) e assim, 
poderiam tomar o Poder. 
 Para Marx Weber a educação vista como parte do processo de 
socialização torna-se um objeto da contemporaneidade. Weber coloca que o 
Estado Capitalista precisava de um novo Homem, mais racional para lidar com a 
burocratização da vida social moderna e, assim, ser educado para a legitimação 
das regras da vida em Sociedade. Dessa forma, a educação humanista e 
intelectualizante devem dar espaço a profissionais capacitados; o que chamou de 
Pedagogia do Treinamento - a qual tem a função de tornar os profissionais 
especializados em funções específicas de acordo com as necessidades do Estado 
e das empresas privadas (RODRIGUES, 2004). 
 Neste sentido, entende-se a educação como um sistema que forma de 
maneira a despertar carisma (capacidade de exercer Poder), preparar para uma 
conduta de vida (Homem culto) e transmitir conhecimento especializado (para 
exercer trabalho burocrático) para introduzir o indivíduo em uma atividade no 
mercado de trabalho. 
 Para Weber, diferente de Marx e Durkheim, infelizmente 
a educação não é sinônimo de libertação, mas sim um fator a 
mais para fazer a distinção entre indivíduos, obter honras, 
Poder e enriquecer, reforçando a estratificação social. 
 
 
Atenção! 
 
 
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37 
4.2 A Educação na Contemporaneidade 
 
 
 Com o advento do Capitalismo e os resultados do pós Segunda Guerra 
Mundial, a Teoria do Capital Humano – formalizada por Theodore Schultz, 
buscava mostrar que, países desenvolvidos que foram arrasados na guerra, 
conseguiram se reconstruir devido os investimentos na área da Educação e Saúde; 
a Educação deixou de ser percebida como bem de consumo e passou a ser vista 
como investimento econômico, pois ao aprimorar aptidões e habilidades nos 
indivíduos, torna-os mais produtivos, o que pode influenciar positivamente as taxas 
de crescimento e desenvolvimento do país (FERREIRA, 2006). 
 Sob este aspecto, as principais discussões acerca da educação estavam 
voltadas à problemáticas tais como: mobilidade social, mecanismos de seleção 
escolar para torná-la mais democrática e as diferenças no processo de 
escolarização de acordo com a classe social. Assim, a Sociologia da Educação 
ganhou espaço na construção do conhecimento científico que passa a ser 
priorizado devido a sua significativa contribuição social; com isso, esperavam-se 
explicações sobre o processo de reconstrução em plena mudança social e em vias 
de modernização. 
 No Brasil, o desenvolvimento da Sociologia da Educação foi marcado 
pelo Movimento Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova em 1932, o qual deu 
origem a um documento que serviu como Base da Educação a pedido do então 
Presidente Getúlio Vargas. Tal Movimento foi um marco do projeto de renovação 
 educacional do Brasil; dentre os intelectuais que 
participaram, estavam: Fernando Azevedo, Anísio Teixeira e 
Cecília Meireles os quais contribuíram para a discussão sobre 
os novos ideais de educação, contra o empirismo dominante, 
de modo a servir aos interesses dos indivíduos, vinculando a 
escola ao seu meio social, condicionado pela solidariedade, 
serviço social e cooperação (FERREIRA, 2006). 
 Para tanto, Sociologia da Educação, enquanto ciência, nas suas pesquisas, 
buscou definir as taxas de escolarização por categorias socioeconômicas e 
estabelecer correlações entre o desempenho escolar e os fatores sociais, como: 
Pesquise mais 
sobre este 
assunto! 
 
 
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idade, sexo, habitar, profissão, nível escolar dos pais, tamanho da família, rendaetc. Contudo, a partir do final da década de 60 com a emersão dos Movimentos 
Sociais e dos protestos sobre as promessas de estabilidade econômica que não se 
concretizaram, surgiram novas teorias explicativas sobre a realidade e 
consequentemente um novo olhar sobre as relações entre escola e estrutura social; 
o que desencadeou o olhar crítico e os novos caminhos da Sociologia da Educação. 
 Dentre os sociólogos contemporâneos podemos citar o 
francês Pierre Bourdieu (1930-2002) que se popôs a superar 
as oposições entre o subjetivo (indivíduo) e o objetivo 
(sociedade), analisando o social como existindo nas duas 
modalidades, uma vez que considera as relações familiares, 
a convivência com a comunidade, os aspectos religiosos e os 
sistemas escolares como o cenário onde o indivíduo se 
prepara para viver em Sociedade e por isso o processo de socialização e as 
relações de aprendizagem são diferentes para cada um, determinando assim, 
sua percepção e a maneira de agir. Mas, como as estruturas políticas, morais, 
éticas da Sociedade são incorporadas pelo indivíduo? Bourdieu coloca que a 
reprodução do pensamento social muitas vezes ocorre de forma inconsciente sem 
que o indivíduo se dê conta (FERREIRA, 2006). 
 Partindo deste pressuposto, Bourdieu defende que a educação escolar não 
é de todo democrática, pois ao assumir uma postura imparcial, com critérios de 
seleção objetivos, ensinando conteúdos pré-determinados baseados nos grupos 
dominantes está impossibilitando aos estudantes competir de forma igualitária, pois 
não leva em consideração seus aspectos individuais determinados pela bagagem 
cultural que carregam consigo (PRAXEDES, 2015). Por exemplo: ensinar arte, 
somente a partir de obras consagradas e música erudita, ao invés de incluir o grafite 
e a música de rua. 
 Portanto, se faz necessário refletir sobre o papel da escola e do professor 
em uma Sociedade que se compromete com a educação emancipadora e 
igualitária, mesmo que por interesses políticos, não haja respaldo para que o 
professor de fato atue como educador e não como reprodutor de conhecimento e 
para que a escola seja lugar de mudança social e não um espaço doutrinador. 
 
 
Fonte: Google 
Foto: Pierre Bourdieu 
 
 
 
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