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O câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos de câncer em mulheres. É também a causa mais frequente de morte por câncer nessa população (15,5% dos óbitos por câncer em mulheres). No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais altas nas regiões Sul e Sudeste. Para o ano de 2021 foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres. A incidência do câncer de mama tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade. Câncer de mama é uma doença tratável com uso de terapias adequadas se detectado precocemente Múltiplos estudos mostram que o rastreamento mamográfico reduz a mortalidade pela doença em mulheres 40-74 anos. RASTREAMENTO É um exame periódico realizado em uma população para detectar uma doença clinicamente não reconhecida. Para ser passível de rastreamento, uma doença deve preencher alguns requisitos como alta prevalência, elevada mortalidade e fase pré-clínica suficientemente longa na qual possa ser detectada. O diagnóstico precoce precisa ter impacto na história natural da doença, com redução da mortalidade. Os métodos de rastreamento devem estar disponíveis para toda a população, com custo-benefício elevado e sem efeito adverso ao indivíduo. Por que rastrear? Impacto na mortalidade. Rastreamento – Benefício Primário: Redução na mortalidade! Detecção do câncer → pequeno e assintomático (↓ chances de metástases) → tratamento adequado (impede progressão) → reduz a mortalidade (objetivo primordial). Múltiplos estudos mostram que o rastreamento mamográfico reduz a mortalidade pela doença em mulheres 40-74 anos. Refletem a tecnologia mamográfica e tratamentos modernos. Derivam de programas de rastreamento implantados. Rastreamento – Outros Benefícios: tratamento menos extenso! Detecção do câncer → pequeno e assintomático (↓ chances de metástases) → reduz extensão do tratamento (↓ mastectomia / ↓ QT / ↓ dissecação axilar) → ↓ morbidade e custo. Mulheres ≥ 75 anos: • Maior risco de comorbidades; • Aumenta morbidade do tratamento; • Pode impossibilitar terapia adequada; • Reduzir morbidade do tratamento é especialmente relevante nessas mulheres. Câncer assintomático detectado no rastreio: • Maior chance de tumor em estádio inicial; • Opções terapêuticas menos agressivas; • Maior sobrevida; • Menor risco de morrer pela doença. Programas de rastreamento: • Modelo varia de acordo com região/país. • Brasil: predomina o modelo oportunístico. Médicos e pacientes seguem diretrizes que são divergentes. • Raras iniciativas organizadas regionais. RECOMENDAÇÕES DE RASTREAMENTO EM MULHERES DE RISCO MÉDIO Diretrizes CBR, SBM e FEBRASGO: • Baseado na mamografia, preferencialmente digital: considerar a tomossíntese, sempre que disponível. • Início aos 40 anos e intervalo anual; • Para mulheres ≥ 75 anos: o Não estabelece limite superior para encerrar; o Considerar expectativa de vida e comorbidades; o Manter enquanto a mulher desejar e estiver saudável. RISCOS Quantificáveis: • Falso-positivos; Não facilmente quantificáveis: • Ansiedade; • Risco da radiação. Falsos positivos: • Reconv. Avaliação adicional com imagem: o Risco mais comum; o Probabilidade após um rastreamento: 2,4% a 11,6%; o > 90% restringe-se a incidências mamográficas e/ou US. • Biópsia com resultados benignos: o Ocorre em menos de 2% das mulheres; o Vasta maioria é percutânea e minimamente invasiva. Ansiedade: • Preocupação é válida e primariamente associada aos falso-positivos, mas é pessoal, subjetiva e difícil quantificação; • Falso-positivo aumentam a ansiedade a curto prazo; • Não tem efeitos negativos a longo prazo; • Aumentam a adesão ao rastreamento; • Mulheres consideram uma “troca” aceitável considerando o benefício de salvar vidas; • Reduzir tempo para o diagnóstico definitivo. RADIAÇÃO IONIZANTE • A dose dos equipamentos digitais modernos é muito baixa: o 1/4 a 1/6 da dose anual de fontes naturais. • Não há demonstração direta de câncer de mama induzido pela readiação mamográfica; • Estimativa é baseada em modelos matemáticos e mostra que risco teórico é amplamente superado pela redução na mortalidade associado à detecção precoce. POR QUE RASTREAR – MULHERES 40-49 ANOS • Significativa redução mortalidade e maior número de anos de vida ganhos; o 30% dos anos de vida perdidos pela doença ocorre nessa faixa etária; • Redução na morbidade e custos do tratamento; • Risco da radiação é teórico e não supera os benefícios; • Incidência aumenta bastante ao redor dos 40 anos – 1 a cada 6 cânceres de mama ocorrem nessa faixa etária; • Idade de início: todas as diretrizes concordam que mais vidas serão salvas com início aos 40 anos e apoiam que a mulher deve ter a opção de iniciar nessa idade; POR QUE RASTREAR – MULHERES COM IDADE MAIOR OU IGUAL A 75 ANOS, EMBORA NÃO HAJA RCT MOSTRANDO BENEFÍCIO NA MORTALIDADE • Grupo de risco para câncer de mama crescente e vulnerável: o Aumentará no Brasil de 4,8 milhões (2020) para 7,5 milhões em 2030 e 1,47 milhões (2050); • Maior sobrevida e menor risco de morrer pela doença; • Redução na morbidade do tratamento; • Menor risco de falso-positivo e dos efeitos da radiação. Baseado na mamografia (preferencialmente digital); Início aos 40 anos e intervalo anual; Para mulheres com idade igual ou superior a 75 anos: • Não estabelece limite superior para encerrar; • Considerar expectativa de vida e comorbidades; • Manter enquanto a mulher desejar e estiver saudável. RASTREAMENTO EM MULHERES DE ALTO RISCO: GENÉTICO, FAMILIAR E PÓS RT TORÁCICA • Sexo; • Idade; • Mutação genética documentada; • História familiar de neoplasia de mama; • Radioterapia torácica prévia; ↑ Risco Alto (10 – 20 RR) • Antecedentes pessoais de CA mama ou ovário; • Biópsia mamária prévida (HDA, HLA, CLIS); • Densidade do tecido mamário; ↑ Risco Intermediário (4 – 5 RR) • Fatores hormonais: menarca, menopausa, TRH; • Fatores reprodutivos: nº de partos, aleitamento. • Estilo de vida: dieta, exercícios. ↑ Risco Baixo (1 – 2 RR) Mutação genética: • 50% das mutações são conhecidas: o 15% BRCA 1/2; 3% TP53, PTEN, outros; 4% CHEK2, PALB2, outros. História familiar de neoplasia de mama: FATORES DE RISCO RECOMENDAÇÕES PARA O RASTREAMENTO EM MULHERES DE ALTO RISCO • Neste grupo, os tumores costumam ocorrer mais cedo e serem mais agressivos; • Portanto, para estas mulheres, o rastreamento deve começar mais cedo. • Começar o rastreamento 10 anos antes da idade na qual a doença foi diagnosticada em familiar de 1º grau (pai, mãe, irmã, irmão), mas não antes dos 30 anos, a não ser que haja suspeita ou prova de mutação BRCA-1 ou BRCA-2; • Em pacientes com mutação BRCA-1 o rastreamento deve iniciar aos 20-25 anos; • Em pacientes BRCA-2 iniciar aos 25-30 anos; • Mulheres tratadas para linfoma com radioterapia no mediastino após os 18 anos e antes dos 30 anos, recomenda-se iniciar o rastreamento 8 anos após o término do tratamento, devido a maior incidência de câncer de mama (começa aos 8 anos, com pico 15 anos após o tratamento); • Para mulheres que fizeram biópsia com diagnóstico histológico de hiperplasia ductal ou lobular atípica ou carcinoma lobular in situ é aconselhável iniciar o rastreamento mamográfico logo após o diagnóstico; Key Point – Faixa Etária: • BRCA 1: pico de incidência entre 20 a 39 anos (60% dos tumores aparecerão nessa idade); • BRCA 2: pico de incidência entre 30 a 49 anos (87% dos tumores aparecerão nessa idade); • Alto risco familiar: pico entre 40 a 59 anos (75% dos tumoresaparecerão nessa faixa); • Alto risco pós RT tórax: pico entre 20 a 29 anos (10 anos pós RT, devido maior risco entre 10-14 anos). MAMOGRAFIA Incidências padrão: Incidências complementares: MANOBRAS DE ECKLUND AVALIAÇÃO INICIAL ACR BI-RADS: Composição da mama: Fatores que influenciam na densidade mamária: • Genética; • Etnia. • Menopausa; • Paridade; • Hábitos alimentares; • TRH. NÓDULOS Margem circunscrita: • Transição abrupta entre a lesão e o tecido circunjacente; • Pelo menos 75% da margem deve ser bem definida para ser classificado como circunscrito; • Se qualquer porção da margem for indistinta, microlobulada ou espiculada, deve ser classificada de acordo com esta última (achado mais suspeito). Margem obscurecida: • Está oculta por tecido fibroglandular adjacente ou sobreposto; • É um termo utilizado principalmente quando parte da margem do nódulo é circunscrita, mas o restante (>25%) está oculto. Margem microlobulada: • Caracterizada por pequenas ondulações; • O uso deste termo descritivo implica um achado suspeito. Margem indistinta: • Não há clara demarcação de toda margem ou parte dela em relação ao tecido adjacente; • Não deve ser usado quando acreditamos que tal aspecto decorra provavelmente de tecido adjacente; • O uso deste termo descritivo implica um achado suspeito. Margem espiculada: • Caracterizada por linhas que se irradiam do nódulo; • O uso deste termo descritivo implica um achado suspeito. Densidade: • É usada para definir a atenuação dos raios X pela lesão em relação à atenuação esperada de um volume igual de tecido fibroglandular. ANATOMIA As mamas são glândulas sudoríparas apócrinas modificadas, sucetíveis a estímulos neuro hormonais. A mama localiza-se sobre o músculo grande peitoral, na parede anterior do tórax e tem os seguintes limites: • Lateral – linha axilar anterior; • Medial – bordo do esterno; • Superior – segundo arco costal, próximo à clavícula; • Inferior – sexto arco costal. Constituição: glandular, gordura, elementos fibrosos e rede vascular. No homem e na criança é rudimentar: as papilas são pequenas, porém a areola apresenta-se completamente formada. O tecido da glândula consiste em pouco mais do que um sistema de ductos envolvidos em tecido conjuntivo não se estendendo além da aréola. O tecido mamário ocupa no tórax uma área maior do que se percebe na anatomia de superfície. O tecido mamário pode estender-se medialmente à borda do esterno, superiormente até a clavícula, e região axilar. O efeito da curvatura torácica na imagem mostra que parte do tecido mamário pode não se projetar no filme, mesmo com o posicionamento adequado. As linhas pontilhadas mostram o tecido que pode se perder ao posicionar-se a mama no mamógrafo. Puxar o tecido vigorosamente ajuda a ter uma imagem da maior parte do tecido a ser estudado. O mesmo ocorre com o tecido adiposo retromamário: • É composto por tecido adiposo que separa a glândula mamária do plano muscular na parede anterior do tórax. • A camada adiposa posterior é uma referência importante que deve ser sempre incluída na mamografia. • A inclusão da camada adiposa posterior indica que toda a mama foi adequadamente mobilizada e não houve perda da parte glandular. HISTOLOGIA O tecido fibroglandular é composto por vários lobos. Os lobos são constituídos por vários lobulos e ductos, que juntos foram a unidade ductolobular terminal, que é a unidade funcional da mama. O ducto é constituído pela membrana basal: uma camada de células mioepiteliais e uma camada de células epiteliais luminais. CDIS: é definido como uma doença heterogênea que se caracteriza pela proliferação de células epiteliais neoplásicas confinadas ao ducto, apresentando a camada de células mioepiteliais e a membrana basal íntegras. É uma lesão precursora não obrigatória do carcinoma invasivo. 30-50% progridem para o estágio invasivo. Quando esta lesão transpõe a membrana basal, ela passa do estágio in situ para o estágio de invasão da doença, chamado de carcinoma ductal invasivo. ACR BI-RADS CALCIFICAÇÕES Calcificações classificadas como benignas na mamografia são tipicamente maiores, mais grosseiras, redondas, com margens regulares e mais facilmente visualizadas do que as malignas. Calcificações associadas a malignidade (e também muitas benignas) são muito pequenas e frequentemente exigem ampliação para serem adequadamente avaliadas. Tipicamente benignas: Cutâneas: geralmente tem centro radiotransparente e são patognomônicas em sua aparência. Vasculares: são calcificações em linhas paralelas ou calcificações tubulares lineares que são claramente associadas a vasos sanguíneos. Grosseiras (“em pipoca”): são calcificações clássicas, grandes, produzidas por um fibroadenoma* em involução. Fibroadenoma: • Lesão bengina mais comum da mama; • Caracterizado pela proliferação de elementos estromais e glandulares. • Epidemiologia: o Geralmente ocorrem em mulheres com idade entre 10 e 40 anos; o É o nódulo mais comum na população adolescente e adulta jovem; o O pico de incidência é entre 25 e 40 anos; o A incidência diminui após 40 anos. Grandes, semelhantes a bastonetes: são calcificações benignas associadas a ectasia ductal; Redondas, puntiformes: • Podem ser consideradas benignas quando difusas e pequenas (<1mm), frequentemente se formam nos ácinos; • Quando menores do que 5mm, deve-se usar o termo puntiforme; • Um grupo isolado de calcificações puntiformes pode justificar uma avaliação com “provavelmente benigna” e controle mamográfico, se não houver exame anterior para correlação, ou mesmo biópsia percutânea guiada por imagem se o grupo for novo, tiver aumentado ou apresentar distribuição suspeita (linear ou segmentar). Anelares: • Calcificações redondas ou ovais, com superfície regular e centro radiotransparente; • Necrose gordurosa e calcificações nas paredes de cistos são as mais comuns. Distróficas: • Tipicamente ocorrem na mama irradiada, após trauma ou cirurgia; • São irregulares e frequentemente apresentam centro radiotransparente. Fios de sutura: representam cálcio depositado sobre o material de sutura. CALCIFICAÇÕES DE MORFOLOGIA SUSPEITA • A classificação da morfologia é útil para prever a probabilidade de malignidade; • Há quatro termos descritivos para morfologia de calcificações que indicam suspeita de malignidade suficiente para recomendação de biópsia. Morfologia suspeita: Amorfas: são tão pequenas e/ou indefinidas que uma classificação morfológica mais específica não pode ser determinada. Heterogêneas Grosseiras: • São calcificações irregulares, que tendem a coalescer, mas são menores que as calcificações distróficas; • Podem estar associadas a malignidade, porém mais frequentemente estão presentes em fibroadenomas ou em áreas de fibrose ou trauma, representando calcificações distróficas em desenvolvimento; • Um único grupo de calcificações grosseiras heterogêneas tem um VPP um pouco menor do que 15%, portanto, este achado deve ser classificado como BI-RADS 4B. Pleomórficas finas: • São mais evidentes que as amordas e apresentam formas distintas; • Variam em tamanho e forma e geralmente tem diametro <0,5mm; • Tem um VPP para malignidade um pouco mais alto (29%) do que as amorfas ou grosseiras heterogêneas, também devem ser classificadas como 4B. Lineares finas ou lineares finas ramificadas: • São calcificações finas lineares,irregulares, que podem ser descontínuas e com calibre < 0,5mm; • Ocasionalmente formas ramificadas podem ser vistas; • Sua aparência sugere o preenchimento do lúmen de um ducto ou ductos envolvidos irregularmente pelo câncer de mama; • Entre as calcificações suspeitas, são as que apresentam VPP mais alto (70%); • Portanto, devem ser classificadas como BI-RADS 4C. Distribuição: é tão importante quanto a morfologia. Difusas: • São distribuídas aleatoriamente por toda a mama; • Calcificações puntiformes e amorfas assim distribuídas são quase sempre benignas, sobretudo se forem bilaterais. Regional: • Numerosas calcificações ocupando uma grande parte de tecido mamário (>2cm em sua maior dimensão), não confirgurando uma distribuição ductal; • Considerando que esta distribuição pode envolver a maior parte de um quadrante ou mais do que um único quadrante, a malignidade é menos provável; • Entretanto, a avaliação deve levar em conta também a morfologia. Agrupadas: • Poucas calcificações ocupam uma pequena porção da mama; • O limite mais baixo para utilização deste termo é 5 calcificações em menos de 1cm; • O limite superior é 2cm. Linear: • São calcificações dispostas em linha; • Esta distribuição pode levantar a suspeita de malignidade, já que sugere dépósito em ducto; • Observe que tanto as calcificações vasculares quanto as em bastonete são em geral lineares em sua distribuição, mas essas calcificações apresentam morfologia caracteristicamente benigna. Segmentar: • São suspeitas pois sugerem depósito em um ducto ou ducto e suas ramificações. DISTORÇÃO ARQUITETURAL • O parênquima encontra-se distorcido, sem nenhum nódulo definido visível; • Este achado inclui linhas finas, retas ou espiculadas irradiando-se a partir de um ponto focal; • Na ausência de trauma ou cirurgia, a distorção arquitetural é suspeita de malignidade, sendo recomendada biópsia. ASSIMETRIA • É uma área de tecido de densidade fibroglandular visível somente em uma incidência mamográfica. • A maioria desses achados representa artefatos de somação de estruturas mamárias normais. Assimetria focal: É avaliada em relação ao sítio correspondente na mama contralateral e representa um volume relativamente pequeno de tecido de densidade fibroglandular em relação a uma porção confinada da mama (menos de um quadrante). Apresenta uma forma similar em diferentes incidências (portanto é um achado real e não sobreposição de estruturas mamárias normais), mas não caracteriza um nódulo. Geralmente se observa a presença de gordura em seu interior. Assimetria em desenvolvimento: É uma assimetria focal nova, maior ou mais evidente do que em exame anterior. Aproximadamente 15% dos casos de assimetria em desenvolvimento tem diagnóstico de carcinoma. Desta forma, esses achados justificam avaliação adicional com biópsia, a menos que seja um achado tipicamente benigno (ex: um cisto no US direcionado). A ausência de correlação ultrassonográfica, especialmente em casos de pequena assimetria em desenvolvimento (<1cm) não deve evitar a realização de biópsia. LINFONODO INTRAMAMÁRIO • São nódulos circunscritos reniformes e contém gordura hilar. • Costumam ocorrer nas porções lateral e superior da mama, mais próximas da axila, embora também possam ocorrer em qualquer lugar da mama. • Frequentemente estão localizados adjacente a uma veia. LESÃO DE PELE A lesão se projeta sobre a mama (especialmente em duas incidências diferentes) e pode ser confundido com uma lesão intramamária. Uma lesão de pele apresentando relevo suficientemente frande para ser vista à mamografia deve ser marcada pelo técnico com um marcador radiopaco específico. TOMOSSÍNTESE A mamografia digital convencional é limitada nas mamas densas devido a sobreposição tecidual. A tomossíntese visa reduzir o efeito dessa sobreposição, através da realização de múltiplos finos cortes, que é feito pela movimentação angulas do braço do mamógrafo, com posterior reconstrução volumétrica da mama através de software específico, permitindo uma varredura do parênquima mamário em camadas, por isso também é conhecida por mamografia tridimensional. É um método cada vez mais utilizado, é uma evolução do mamógrafo digital convencional, apresentando benefício nas mamas densas, principalmente quando utilizada no rastreamento. • Aumento da sensibilidade da mamografia (34-49%); • Aumento na detecção do carcinoma lolubar invasor; • Distorção arquitetural é o achado mais beneficiado; • Redução na taxa de reconvocação para realização de incidências complementares. ULTRASSONOGRAFIA Principais indicações: • Caracterizar nódulos sólidos de cistos; • Avaliar nódulos palpáveis em mulheres jovens, gestantes e puérperas; • Nódulos localizados na periferia das mamas; • Avaliar coleções pós-cirúrgicas e mastites; • Caracterização das assimetrias focais visualizadas na mamografia; • É o método de escolha, sempre que possível, para orientar procedimentos intervencionistas na mama (biópsias, punçõeslocalizações pré-operatórias); • Avaliação de resposta a QTN; • Implantes; • Frequentemente utilizada no rastreamento do câncer de mama como complemento à mamografia em mamas densas. Axilas: Composição do tecido: Nódulo – forma: Orientação: Margem: Não circunscrita: indistinta, angulada, microlobulada ou espiculada. Ecogenicidade: Anecóico Hiperecóico Complexo sólido cístico Hipoecóico Isoecóico Característica acústica posterior: • Nenhuma; • Reforço; • Sombra. Calcificações: Doppler: Microcistos agrupados: Cisto complicado: Corpo estranho: Implantes/silicone Linfonodos: RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Na detecção do CA de mama, a RM supera tanto a mamografia (com ou sem tomossíntese) quanto a ultrassonografia, apesar de NÃO substituí-los completamente. Apesar da alta sensibilidade, as indicações são específicas: • Rastreamento em pacientes de ALTO RISCO; • Estadiamento, planejamento cirúrgico, avaliação de resposta à quimioterapia; • Avaliação de tumor primário oculto (metástase detectada sem achados na mama por outros métodos de imagem); • Avaliação de achados que permanecem indeterminados após a avaliação com os exames convencionais (MG e US); • Avaliação de implantes de silicone. Desvantagens: • A RM também detecta lesões benignas que podem simular lesões suspeitas, ou seja, como consequência pode gerar biópsias desnecessárias e causar ansiedade na paciente; • Custo; • Utilização de contraste. É considerado o melhor método de imagem, quando bem indicado, em decorrência de sua alta sensibilidade. Entretanto, não substitui os outros métodos de imagem e não diminui a importância da mamografia (principalmente na população sem risco adicional), que continua sendo o método de imagem mais importante no rastreamento do câncer de mama, com comprovada redução da mortalidade. MAMA MASCULINA • Ginecomastia e câncer de mama são as duas alterações mais frequentes da mama masculina; • O restante das alterações são raras, e se originam na pele, subcutâneo, linfático ou nervos. Ginecomastia: • É frequente, podendo acometer até 57% dos homens com mais de 44 anos; • Manifestação clínica: nodulação macia,móvel e dolorosa na região retroareolar; • Está relacionada a aumento sérico nos níveis de estrógeno associado a redução dos níveis de testosterona; • Esta alteração pode ocorrer de maneira fisiológica na adolescência e senescência, como resultado das alterações endócrinas e metabólicas destes períodos; • Outras causas incluem doenças sistêmicas como cirrose e insuficiência renal crônica; • Uso de drogas como omeoprazol, diuréticos tiazídicos, espironolactona e antidepressivos tricíclicos. • Diagnóstico: o Mamografia; o É o método de imagem mais sensível; o Presença de tecido fibroglandular na região retroareolar da mama, que pode ser simétrica ou assimétrica. Câncer de mama masculino: • Representa 1% do total de câncer de mama e 0,17% de todos os Ca que acometem os homens; • Como a incidência é baixa, não existe programa de rastreamento mamográfico em homens e os métodos de imagem são utilizados no diagnóstico de alterações clínicas; • Manifestação clínica: nodulação endurecida, fixa, indolor; • Fatores de risco: idade avançada, exposição à radiação ionizante, criptorquidia, história familiar de câncer de mama.
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