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BIANCA ABREU-MD3 1 1. Descrever a circulação coronariana e como ela nutre o coração; 1.1 Descrever a circulação nas veias e nos vasos linfáticos do coração; 1.2 A chegada de sangue ao miocárdio ocorre na sístole ou na diástole? 1.3 Explicar as propriedades endoteliais e a regulação metabólica e neuro-humoral nas coronárias; 1.4 Diferenciar hiperemia ativa e reativa e em quais situações elas ocorrem; 2. Descrever a formação da placa de ateroma 2.1 Diferenciá-las em estável e instável; 2.2 Qual delas ocasiona maior risco de Infarto Agudo do Miocárdio e por quê? 2.3 Qual a origem do HLD e do LDL, suas relações com os triglicerídeos e quais suas funções no organismo? 2.4 Conceituar circulação colateral; 2.5 Qual é a importância, como e quando se forma a circulação colateral no coração? 2.6 Quais coronárias, quando obstruídas, levam a Infarto Agudo do Miocárdio fulminante? Por que? 3. Diferenciar aterosclerose de arteriosclerose; 4. Quais os fatores de risco para Infarto Agudo do Miocárdio? Por que? Lembrar: a) Hipertensão b) Tabagismo c) Obesidade d) Sedentarismo e) Alimentação f) Estresse g) Uso de drogas – lícitas e ilícitas h) Diabetes i) Dislipidemia j) Idade 5. Existem sintomas que antecedem a ocorrência de um Infarto Agudo do Miocárdio? 6. Por que ocorre a irradiação da dor para dorso, precórdio, membro superior esquerdo e epigastro? 6.1 Existe diferença na manifestação da irradiação da dor entre os sexos 7. Quais os exames complementares para diagnóstico e acompanhamento? (análises laboratoriais) 7.1 Por que analisar mioglobina? 7.2 Se o infarto for no VE, qual é a alteração no ECG? 8. Após o infarto, o miocárdio se regenera? 9. Qual a diferença entre o VD e o VE no recém-nascido? BIANCA ABREU-MD3 2 Circulação coronariana O fluxo sanguíneo pela circulação coronária é controlado, quase totalmente, pelos metabólitos locais, e a inervação simpática apenas desempenha papel secundário. Os fatores metabólicos locais mais importantes são a hipóxia e a adenosina. Por exemplo, se houver um aumento da contratilidade do miocárdio, ocorre aumento da demanda por O2 pelo músculo cardíaco e aumento do consumo de O2 , causando hipóxia local. Essa hipóxia local causa vasodilatação das arteríolas coronárias, que, em seguida, produz aumento compensatório do fluxo sanguíneo coronariano e da distribuição de O2 para atender às demandas do músculo cardíaco (i.e., hiperemia ativa). Característica incomum da circulação coronariana é o efeito da compressão mecânica dos vasos sanguíneos, durante a sístole, no ciclo cardíaco. Essa compressão provoca breve período de oclusão e redução do fluxo sanguíneo. Quando o período de oclusão (i.e., a sístole) acaba, ocorre hiperemia reativa para aumentar o fluxo sanguíneo e a distribuição de O2 e para pagar o déficit de O2, contraído durante a compressão. O fator primário responsável pela perfusão do miocárdio é a pressão aórtica. Variações da pressão aórtica geralmente promovem alterações direcionais paralelas do fluxo sanguíneo coronário. Isso é causado, em parte, pelas variações da pressão de perfusão coronariana. Entretanto, o fator principal na regulação do fluxo sanguíneo coronariano é a alteração da resistência arteriolar, provocada por variação da atividade metabólica do coração. Quando a atividade metabólica do coração aumenta, a resistência coronariana diminui; quando o metabolismo cardíaco diminui, a resistência coronariana aumenta. Além da pressão que move o sangue pelos vasos coronários, o coração também modifica seu suprimento sanguíneo pelo efeito compressivo do miocárdio em contração sobre seus próprios vasos sanguíneos. A estimulação dos nervos simpáticos cardíacos aumenta acentuadamente o fluxo sanguíneo coronário. Entretanto, esse aumento do fluxo é associado ao aumento da frequência cardíaca e à sístole mais forte. A contração e a taquicardia mais intensas tendem a restringir o fluxo sanguíneo coronário. O aumento da atividade metabólica miocárdica, entretanto, tende a dilatar os vasos de resistência coronários. O aumento do fluxo sanguíneo coronário provocado pela estimulação dos nervos simpáticos cardíacos reflete a soma desses fatores. Após esse efeito inicial o efeito metabólico provoca vasodilatação. Além do mais, quando o bloqueio do receptor β-adrenérgico elimina os efeitos cronotrópicos e inotrópicos positivos a ativação dos nervos simpáticos cardíacos aumenta a resistência coronária. Essas observações indicam que a ação primária das fibras nervosas simpáticas nos vasos de resistência coronária é a vasoconstrição. Os receptores α-adrenérgicos (constritores) e receptores βadrenérgicos (dilatadores) estão presentes nos vasos coronários. Os vasos de resistência coronária também participam dos reflexos barorreceptores e quimiorreceptores, e o tônus constritor simpático das arteríolas coronárias pode ser modulado por tais reflexos. Contudo, a resistência coronária está, de modo predominante, sob controle local não-neural. BIANCA ABREU-MD3 3 Componentes anatômicos arteriais e venosos ARTÉRIAS CORONÁRIAS : surgem a partir de dois Óstios na Artéria Aorta Ascendente, os quais originam as Artérias Coronárias Direita e Esquerda. Inicialmente, ambas as artérias possuem um percurso Epicárdico, ou seja, sobre a superfície do coração; para depois penetrarem o Miocárdio e assumirem o Percurso Intramiocárdico. Durante a Sístole, o fluxo de sangue pelas Artérias Coronárias é reduzido. Durante o relaxamento, a alta pressão sanguínea na Artéria Aorta impulsiona o sangue às Artérias Coronárias. ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA: origina-se no Seio de Valsava Anterior Direito, penetrando o Sulco Atrioventricular Direito. Curva-se para a direita ao redor da borda do coração, onde pode dar origem aos Ramos Descendente e Ventricular Posterior. Frequentemente nutre a maior parte da parede basal e inferior do Ventrículo Esquerdo, a metade posterior do Septo Interventricular e uma porção do Ventrículo Direito. ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA: origina-se no Seio de Valsava Anterior Esquerdo, acompanha o Sulco Atrioventricular e se bifurca, originando as Artérias Interventricular ou Descendente Anterior e Circunflexa. A Artéria Descendente Anterior curva-se anteriormente ao redor BIANCA ABREU-MD3 4 da base da Artéria Pulmonar, perfundindo o Septo Interventricular e porções do Ventrículo Esquerdo e Direito. A Artéria Circunflexa curva-se para a esquerda no Sulco Atrioventricular, emergindo por debaixo do Átrio Esquerdo, descendo em direção ao Ápice e irrigando a superfície lateral, posterior e inferior do coração. ARTÉRIAS INTRAMURAIS: esta classe penetra o Miocárdio perpendicularmente. Durante a Sístole, sofrem intermitente compressão da musculatura. VASOS SUBENDOCÁRDICOS: compreendem a Microcirculação Coronariana, a começar pelas Arteríolas, as quais regulam o fluxo sanguíneo VEIAS CORONÁRIAS: a maior parte do fluxo sanguíneo coronariano do Músculo Ventricular Esquerdo retorna ao Átrio Direito por meio do Seio Coronário, representando cerca de 75% do fluxo sanguíneo coronariano total. A Veia Cardíaca Parva e a Veia Interventricular Posterior também desembocam no Seio Coronário. E a maior parte do sangue venoso do Músculo Ventricular Direito retorna ao átrio Direito pelas Veias Cardíacas Anteriores. Uma pequena quantidade de sangue venoso coronariano reflui diretamente nas Câmaras Cardíacas através das pequenas Veias Tebesianas. Circulação Venosa do Coração Após a passagem do sangue pelas artérias da Circulação Coronária, ele flui para os capilares, nos quais libera O2 e nutrientes para o miocárdio e coleta CO2 e resíduos e, em seguida, segue para as veias. A maior parte do sangue desoxigenado proveniente do Miocárdio drena para um grande Seio Vascular (é uma veia de paredes finas, que nãopossui Músculo Liso para alterar o seu diâmetro) no Sulco Coronário, na face posterior do coração, chamado de Seio Coronário. O sangue desoxigenado no Seio Coronário drena para o Átrio Direito. As principais tributárias que levam o sangue para o Seio Coronário são: as Veias Cardíacas Magna, Interventricular Posterior (Cardíaca Média), Parva e Posterior. VEIA CARDÍACA MAGNA: começa no Ápice do coração, Sobe no Sulco Interventricular Anterior, onde se relaciona com a Artéria Interventricular anterior e costuma ser denominada Veia Interventricular Anterior. Chegando ao Sulco Coronário, a Veia Cardíaca Magna volta-se para a esquerda e continua até a base/superfície diafragmática do coração. Neste ponto, associa-se ao Ramo Circunflexo da Artéria Coronária Esquerda. Continuando ao longo do trajeto no Sulco Coronário, a Veia Cardíaca Magna gradualmente aumenta de volume para formar o Seio Coronário, que BIANCA ABREU-MD3 5 entra no Átrio Direito. Drena as áreas do coração irrigadas pela Artéria Coronária Esquerda (Ventrículos Direito, Esquerdo e Átrio Esquerdo). VEIA INTERVENTRICULAR POSTERIOR (CARDÍACA MÉDIA): a Veia Interventricular Posterior começa perto do Ápice do coração e sobe no sulco interventricular posterior em direção ao Seio Coronário. Associa-se ao Ramo Interventricular Posterior da Artéria Coronária Direita ou Esquerda durante todo o seu trajeto. Drena as áreas irrigadas pelo Ramo Interventricular posterior da Artéria Coronária Direita (Ventrículos Direito e Esquerdo). VEIA CARDÍACA PARVA: começa na parte anterior inferior do Sulco Coronário entre o Átrio e o Ventrículo Direitos. Continua neste sulco até a base/superfície diafragmática do coração, onde entra no Seio Coronário em sua extremidade atrial. Acompanha a Artéria Coronária Direita em todo seu trajeto e pode receber a Veia Marginal Direita. Esta pequena veia acompanha o Ramo Marginal da Artéria Coronária Direita ao longo da margem aguda do coração. Se a Veia Marginal Direita não se unir à Veia Cardíaca Parva, entrará diretamente no átrio direito. Drena o Átrio Direito e o Ventrículo Direito. VEIA CARDÍACA POSTERIOR: situa-se na superfície posterior do Ventrículo Esquerdo, imediatamente à esquerda da Veia Cardíaca Média. Entra no Seio Coronário diretamente ou une-se à Veia Cardíaca Magna. Outras Veias Cardíacas: dois grupos adicionais de veias cardíacas também estão envolvidos na drenagem venosa do coração: VEIAS ANTERIORES DO VENTRÍCULO DIREITO (VEIAS CARDÍACAS ANTERIORES): são pequenas veias na superfície anterior do Ventrículo Direito. Elas drenam o Ventrículo Direito e se abrem diretamente no Átrio Direito. Atravessam o Sulco Coronário e entram na parede anterior do Átrio Direito. Drenam a parte anterior do Ventrículo Direito. A Veia Marginal Direita pode fazer parte deste grupo se não entrar na Veia Cardíaca Parva. • VEIAS CARDÍACAS MÍNIMAS DO CORAÇÃO OU VEIAS TEBESIANAS/ DE TEBÉSIO : drenam diretamente para as Câmaras Cardíacas, são numerosas no Átrio e no Ventrículo Direitos, ocasionalmente se associam ao Átrio Esquerdo e raramente se associam ao Ventrículo Esquerdo. Fluxo sanguíneo coronariano normal Em repouso, o Fluxo Sanguíneo Coronariano representa 4-5% do Débito Cardíaco Total. Durante o exercício, portanto, o Débito Cardíaco aumenta- para valores 4-7 vezes acima do normal. Simultaneamente, o fluxo sanguíneo ao coração aumenta por 3-4 vezes mais para levar os nutrientes adicionais necessários ao coração. Esse aumento não é tão maior quanto o aumento da Carga de Trabalho, ou seja, a proporção entre o gasto energético pelo coração e o fluxo sanguíneo coronariano aumenta. Dessa maneira, o coração trabalha mais –torna-se mais eficiente- para compensar a relativa deficiência do suprimento sanguíneo coronariano. BIANCA ABREU-MD3 6 Efeito da Compressão Muscular Cardíaca: observamos que, durante a Sístole Ventricular, a compressão é tão alta que o Fluxo Sanguíneo Capilar caí para um valor baixo, porque os Vasos Intramusculares são muito comprimidos, o que é oposto ao fluxo por outros leitos vasculares do corpo. Durante a Diástole Ventricular, o Músculo Cardíaco relaxa e não mais obstrui o fluxo sanguíneo pelos capilares do Músculo Ventricular Esquerdo, de modo que o sangue flui rapidamente durante toda a Diástole. É importante lembrar que o VD sofre alterações, mas como a força de contração do Músculo Ventricular Direito é muito menor, as alterações fásicas são apenas parciais. Circulação colateral A circulação coronariana colateral se desenvolve fisiologicamente de um vaso para outro como forma de suprir a falta de irrigação sanguínea para uma determinada região do miocárdio. Em geral, o estímulo para o desenvolvimento do arco de vasos colaterais é a existência de um vaso ocluído ou pelo menos com uma obstrução de gravidade severa. É uma rede de vasos microscópicos preexistentes, com menos de 600 micras, que são comunicações anastomóticas sem leito capilar, entre porções de uma mesma artéria ou entre diferentes artérias. Esses leitos de vasos colaterais preexistentes podem, sob determinadas condições, se desenvolverem e, até mesmo, formar novas Artérias Coronárias com diâmetros acima de 600 micras. Os estímulos responsáveis pela formação e desenvolvimento da Circulação Coronária Colateral não são todos conhecidos, sendo a hipóxia considerada o maior fator. Supõe-se, que episódios transitórios de isquemia servem para estimular a formação dessas colaterais. No coração normal, não existe grande comunicação calibrosa entre as artérias coronárias maiores, porém, existe grande comunicação entre as artérias menores. Quando ocorre a oclusão súbita de uma das artérias coronárias maiores, as pequenas anastomoses começam a dilatar em poucos segundos. Porém, o fluxo sanguíneo nesses vasos não é o BIANCA ABREU-MD3 7 suficiente para manter o coração funcionando; os diâmetros dos vasos não aumentam muito de 8 a 24 horas. No entanto, o fluxo colateral começa a aumentar, duplicando no segundo ou terceiro dia e atingindo a circulação coronariana normal dentro de 1 mês. Quando a aterosclerose constringe as artérias coronárias lentamente por um período de vários anos, os vasos colaterais podem se desenvolver durante esse mesmo tempo. Por conseguinte, a pessoa pode nunca manifestar episódio de disfunção cardíaca Mecanismos de regulação O Fluxo Sanguíneo Coronariano é regulado, principalmente, em resposta às necessidades nutricionais do Músculo Cardíaco. Isto é, sempre que a força de contração cardíaca estiver aumentada, o fluxo sanguíneo coronariano aumenta. DEMANDA DE OXIGÊNIO: o fluxo é regulado, quase precisamente de acordo com a necessidade de oxigênio necessário à musculatura cardíaca. Fisiologicamente, 70% do oxigênio do sangue arterial são removidos enquanto o sangue flui através do Músculo Cardíaco. Em situações em que é exigido maios consumo de oxigênio pelo coração, o fluxo sanguíneo aumenta quase que em proporção direta. O consumo de O2 parece determinar a dilatação coronariana. Dependendo da concentração de oxigênio no coração, são liberadas Substâncias Vasodilatadoras pelas Células Musculares, atuando nas Arteríolas. “Uma dessas substâncias é a Adenosina, a qual é liberada diante de concentrações muito baixas de oxigênio, pois o ATP passa a ser degradado em Monofosfato de Adenosina, o qual é ainda mais degradado, resultando em Adenosina – que é liberada nos líquidos teciduais do Músculo Cardíaco e promove a vasodilatação local” HIPEREMIA ATIVA: ilustra o conceito de que o fluxo sanguíneo para um órgão é proporcional a sua atividade metabólica. Se a atividade metabólica do Musculo Esquelético aumentar, como resultado de exercício estimulante, então o fluxo de sangue para o musculo aumentara proporcionalmente para suprir a demanda metabólicaaumentada. HIPEREMIA REATIVA: aumento do fluxo de sangue em resposta, ou reagindo a um período prévio de fluxo diminuído. Por exemplo, o aumento do fluxo de sangue para um órgão que ocorreu em seguida a um período de oclusão arterial. Durante a oclusão, acumulou-se um Débito de O2 – quando maior o período de oclusão, maior o Débito de O2 e, em seguida, maior o aumento do fluxo de sangue, acima dos níveis anteriores à oclusão. O aumento do fluxo continua até o débito ser pago. HIPEREMIA ATIVA (OU ARTERIAL - AINDA QUE O PROCESSO TAMBÉM ENVOLVA VÊNULAS E CAPILARES) Aumento do afluxo sanguíneo arterial por aumento da Pressão Arterial e/ou diminuição da Resistência Pré capilar. BIANCA ABREU-MD3 8 H. ATIVA FISIOLÓGICA: Aumento do suprimento de O2 e nutrientes, paralelamente á demanda de maior trabalho. Ocorre expansão do leito vascular, com os vasos de reserva se tornando funcionais. Exemplos: Tubo gastrointestinal durante a digestão, Musculatura esquelética durante exercícios físicos, Cérebro durante estudo, Glândula mamária durante lactação, Rubor facial após hiperestimulação psíquica, Corpos cavernosos penianos durante excitação sexual. H. ATIVA PATOLÓGICA: Aumento do afluxo sanguíneo devido à liberação local de mediadores bioquímicos da inflamação (devido à alguma agressão aos tecidos), com relaxamento de esfíncteres pré capilares e diminuição da Resistência pré capilar. Do mesmo modo que na hiperemia fisiológica, ocorre expansão do leito vascular, com os vasos de reserva se tornando funcionais. Exemplos: Injúria térmica (queimaduras ou congelamento), Irradiações intensas, traumatismos, infecções, Inflamação aguda, Descompressão súbita ("Hiperemia Ex Vácuo", vista nas retiradas abruptas de líquido ascítico ou pleural, ou de Faixas de Esmarch". Síndrome de Horner (Paralisia de nervos vasoconstrictores). HIPEREMIA PASSIVA (OU VENOSA: OU ESTASE OU AINDA CONGESTÃO) Diminuição da drenagem venosa por aumento da Resistência Pós Capilar. H. PASSIVA LOCAL Obstrução ou compressão vascular; Garroteamento na punção venosa; Torção de vísceras (H. Passiva aguda); Trombos venosos, embolias em sistema porta, Postura (ação da força da gravidade) vs flebectasias (varizes); Compressão vascular por neoplasias, abscessos, granulomas e útero gravídico (H. Passiva crônica). H. PASSIVA "GERAL" OU SETORIAL OU SISTÊMICA Na Insuficiência Cardíaca Congestiva; Trombose e embolia pulmonar, e nas lesões pulmonares extensas (enfizemas graves em eqüinos, Tbc, neoplasias pulmonares, etc...). REGULAÇÃO MIOGÊNICA: alterações da Pressão Arterial (PA) ativam Canais Iônicos Sensíveis à Deformação de Membrana localizados em Células Musculares Lisas Vasculares, provocando alterações no fluxo de íons transmembrana e induzindo dilatação ou constrição em arteríolas de 50 µm a 80 µm de diâmetro. Assim, a elevação da PA provoca vasoconstrição, limitando um aumento regional inadequado do fluxo sanguíneo e, dessa forma, protegendo a microcirculação. CONTROLE NERVOSO: a estimulação dos Nervos Autônomos para o coração pode afetar o fluxo sanguíneo de modo direto (através dos neurotransmissores -> Acetilcolina, Noradrenalina e Adrenalina) e indireto (derivadas do aumento ou diminuição da atividade coronária). BIANCA ABREU-MD3 9 Inervação Simpática Origina-se do Plexo Cervical (formado pelos Ramos Ventrais 4 Nervos Cervicais Superiores) e dos quatro primeiros Gânglios Torácicos. As Fibras Simpáticas inervam Vasos Coronários Epicárdicos e Intramiocárdicos. Os grandes vasos possuem receptores α1 e β2, enquanto nos pequenos vasos predominam receptores β 2. O Estímulo Simpático libera as catecolaminas, provocando vasoconstrição das Artérias Coronárias, uma ação que geralmente é atenuada pela vasodilatação secundária ao aumento do metabolismo miocárdico devido à resposta concomitante ao aumento da Frequência Cardíaca e Contratilidade Miocárdica. Inervação Parassimpática É realizada pelo Nervo Vago. A estimulação Vagal promove a liberação de Acetilcolina (Ach) promove Bradicardia e diminuição da Contratilidade Miocárdica, efeitos que diminuem o consumo de oxigênio, e, portanto, resultam em vasoconstrição secundária. AUTORREGULAÇÃO: é a manutenção do fluxo sanguíneo em face da alteração na Pressão Arterial. Propõe que quando o Músculo Liso Vascular é estirado, ele se contrai. Assim, caso a Pressão Arterial aumente, as Arteríolas são estiradas e o Músculo Liso Vascular se contrai, aumentando a Resistência. Na situação em que a Pressão Arterial em uma Artéria Coronária diminua, ocorrerá uma tentativa de manter constante o fluxo através dessa artéria – essa tentativa será produzida pela vasodilatação compensatória imediata das Arteríolas Coronárias, diminuindo a Resistência da vasculatura coronariana e propiciando o fluxo constante, apesar da pressão diminuída. Essa relação é explicada pela Lei de Laplace, que afirma que T= P x r (assim, se a pressão aumentar e o raio diminuir a tensão poderá continuar constante). REGULAÇÃO ENDOTELIAL: as Células Endoteliais sintetizam uma série de substâncias que interferem na vasomodulação e na estrutura da parede vascular. Entre as substâncias vasoconstritoras secretadas pelo endotélio destacam-se a Endotelina-1, A Angiotensina II, o Tromboxano A2 (TXA2) e a PGH2. As principais substâncias vasodilatadoras são o Óxido Nítrico (ON), A Prostaciclina (PGI2) e o Fator Hiperpolarizante Derivado do Endotélio (FHDE)1. Em geral, as substâncias vasoconstritoras promovem crescimento da parede vascular, enquanto as vasodilatadoras o inibem. A chamada vasodilatação mediada por fluxo, ou seja, a dilatação de vasos de condutância consequente a um aumento do fluxo, bem como a vasodilatação induzida por acetilcolina, são fenômenos dependentes do Endotélio, uma vez que podem ser inibidos pela remoção da camada endotelial ou por antagonista da Óxido Nítrico Sintase. MEDIADORES QUÍMICOS: enquanto isso, a Angiotensina II regula o fluxo sanguíneo coronariano por meio de suas propriedades vasoconstritoras através de sua ligação com os Receptores V1. Serotonina, liberada diante de traumas, e a Vasopressina BIANCA ABREU-MD3 10 (ADH) também produzem vasoconstrição, porém com efeitos media-dos pela função endotelial. “O Hormônio Tireoidiano produz vasodilatação secundária ao aumento do consumo de oxigênio pelos seus efeitos na freqüência cardíaca e contratilidade miocárdica, o mesmo ocorrendo com o glucagon.” “As Catecolaminas, como Noradrenalina e Adrenalina, estimulam os Receptores dos Vasos Coronários, promovendo vasoconstrição direta, mas também indiretamente leva a vasodilatação pelo aumento do consumo de oxigênio. A Histamina é liberada em resposta ao trauma e tem efeitos vasculares potentes – causa dilatação das arteríolas e constrição das vênulas. Seu efeito resultante é o grande aumento da pressão, o que aumenta a filtração capilar e o edema local. A Bradicinina causa dilatação das arteríolas e constrição das vênulas, resultando em filtração capilar aumentada e edema local. Prostaglandinas A prostaciclina e as prostaglandinas da série E são vasodilatadores em muitos leitos vasculares. O Tromboxano A2 e as Prostaglandinas da série F são vasoconstritores. Hormônio Natriurético Atrial é um vasodilatador, secretado pelos átrios em resposta a aumentos da Pressão Arterial.” VASODILATADORES VASOCONSTRITORES PNA (secretado pelos átrios com o aumento da pressão arterial) Angiotensina II e ADH aumenta a RPT (por meio dos receptores V1) PGE e Prostaciclina Ca+2, K+ (doses altas) Mg e K+ (doses baixas) Noradrenalina e adrenalina (ação direta) Bradicinina e Histamina (Causa dilatação das arteríolas e constrição das vênulas= filtração capilar aumentada e edema local) Serotonina (liberada em resposta à lesão na tentativa de reduzir a perda de sangue)Dopamina Tromboxano A2 e PGF Noradrenalina e adrenalina (pelo aumento do consumo de O2) Endotelina CO2 , O2 e ADENOSINA Hormonio tireoideano e Glucagon Óxido Nítrico BIANCA ABREU-MD3 11 Interessante! ADENOSINA Pouco oxigênio nas células musculares -> grande proporção do ATP celular é degradada em monofosfato de ADENOSINA -> pequenas porções desse monofosfato de adenosina são ainda mais degradadas, liberando adenosina nos líquidos teciduais do musculo cardíaco -> aumento resultante no fluxo sanguíneo coronariano local. NO O ESTRESSE POR CISALHAMENTO produzido durante a interação do fluxo com as células endoteliais inicia o relaxamento dos vasos derivado do NO. O NO: Regula o diâmetro dos vasos; Inibe a adesão dos monócitos as células endoteliais disfuncionais; Mantem um ambiente antiproliferativo a antiapoptotico na parede dos vasos. Sintetizado nas células endoteliais pela oxido nítrico sintase endotelial (eNOS). Essa enzima dependente de Ca2+ catalisa a oxidação da L-arginina e age através da proteína G. Observação! O estresse de cisalhamento aumenta a síntese de VEGF, que é um potente estimulador da eNOS. Uma vez produzido, o NO se difunde através da célula e da membrana basal até a túnica media subjacente e se liga a guanilatociclase no citoplasma das células lisas. Essa enzima aumenta a produção de GMPc que ativa a proteína cinase G -> efeito negativo sobre os canais de Ca2+ -> relaxamento da musculatura lisa. -> por meio da: fosforilação e ativação da trifosfatase de adenosina-Ca2+ (ATPase) que reduz os níveis intracelulares de Ca2+ necessários par a ligação da calmodulina e ativação da MLCK; fosforilação de proteínas que sequestram o cálcio no REL -> reduz Ca2+ intracelular; diminuição do IP3 . PROSTACICLINA A PGI2 (prostaciclina) liga-se a receptores nos músculos lisos -> estimula PKA ativada por AMPc -> fosforilação da MLCK -> impede a ativação do complexo cálcio- calmodulina-> relaxamento também inibe a agregação plaquetária, diminui a quantidade de colesterol que penetra nos macrófagos e células lisas e previne a liberação de fatores de crescimento que espessam a parede vascular. A síntese de PGI2 é estimulada por vários fatores como: bradicinina, histamina, HDL, hipóxia tecidual e estresse hemodinâmico. ENDOTELINA 1 A ENDOTELINA 1 interage com seu receptor ETA no musculo liso vascular, que ativa a fosfolipase C -> liberação de DAG e IP3 -> aumenta a liberação de Ca2+ -> aumento da contração muscular lisa. Observação! Os níveis plasmáticos de endotelina 1 são duas vezes mais altos em pacientes com infarto do miocárdio. Demonstrou-se que ocorre aumento da ligação de endotelina 1 aos receptores cardíacos durante isquemia prologada (>30 min) e reoxigenação. Outros vasoconstritores derivados do endotélio incluem o tromboxano A2 e a prostaglandina H2. O tromboxano A2 é sintetizado a partir da prostaglandina H2. Além disso, a diminuição da produção de NO ou sua inativação pelo ânion superóxido (O2-) tem efeito estimulante de constrição. BIANCA ABREU-MD3 12 Colesterol É uma substância gordurosa encontrada em todas as células no nosso corpo. Ele é essencial para a formação das membranas das nossas células, para a síntese de hormônios, como a Testosterona, Estrogênio, Cortisol e outros, para a produção da bile, para digestão de alimentos gordurosos, para formação da Mielina, para metabolização de algumas Vitaminas (A, D, E e K), etc. O colesterol do nosso organismo tem duas origens: (1) Endógena – o colesterol é produzido pelo nosso próprio corpo, com destaque para o fígado; (2) Exógena – o colesterol também pode ser é adquirido através dos alimentos. Pelo seu caráter apolar, o Colesterol não se dissolve no sangue, necessitando de Proteínas Carreadoras para viajar através da corrente sanguínea e alcançar os tecidos periféricos. Essa função é dada às Lipoproteínas do Fígado. São descritas quatro principais: • VLDL (Lipoproteína de Muito Baixa Densidade): transporta, principalmente, triglicerídeos e concentrações moderadas de colesterol e de fosfolipídios. • IDL (Lipoproteína de Densidade Intermediária): inicialmente eram VLDL’s, porém, perderam parte dos Trigli-cerídeos, restando as concentrações, agora altas, de colesterol e de fosfolipídios. • • LDL (Lipoproteína de Baixa Densidade): derivada das ILD’s, com a remoção quase que total de Triglicerídeos, deixando a concentração, especialmente, de colesterol elevadas. • HDL (Lipoproteína de Alta Densidade): é um transportador que faz o caminho inverso, tirando o colesterol dos tecidos e devolvendo-o para o fígado que vai excretá-lo nos intestinos. O HDL promove a retirada do excesso de colesterol das Placas Arteriais. OBS.: a produção das Lipoproteínas é regulada pelos níveis de colesterol. Colesterol derivado de gorduras saturadas e gordura trans favorecem a produção de LDL, enquanto que o consumo de gorduras insaturadas, encontrada no azeite, peixes e amêndoas, por exemplo, promovem a produção do HDL. Portanto, ao dosarmos os valores das lipoproteínas transportadoras LDL, VLDL e HDL temos uma avaliação indireta da quantidade e da qualidade do colesterol que circula em nosso sangue. Por isso, o Lipidograma, exame usado para dosar as lipoproteínas, é usado para avaliarmos os níveis de colesterol sanguíneos. Dislipidemia é o aumento dos níveis de colesterol. BIANCA ABREU-MD3 13 Valores Ótimo Normal Baixo Médio Alto Muito alto LDL < 100mg/dL Entre 101 e 130 mg/dL ------------- -- Entre 131 e 160 mg/dL Entre 161 e 190mg/dL >190mg/dL HDL > 60mg/dL Entre 41 e 60mg/dL < 40mg/dL ------------ --- -------------- --- ---------------- Triglicerídeos/ Gordura Neutra São utilizados pelo organismo para fornecer energia aos diferentes processos metabólicos, tendo função similar aos carboidratos. Quando a quantidade de triglicerídeos está elevada, eles são armazenados nos Tecidos Adiposos e nas Células Hepáticas, sob a forma de Reserva Energética. Uma alimentação rica em carboidratos (doces, massas, pães, etc.) significa uma maior conversão hepática de açúcar em Triglicerídeos. Os Triglicerídeos viajam pela corrente sanguínea acoplados a uma proteína chamada VLDL. Níveis sanguíneos aumentados de triglicerídeos está associado à deposição de gorduras nos vasos e Aterosclerose, aumentando o risco de doenças cardiovasculares. • Normal – abaixo de 150 mg/dL. • Moderado – entre 150 e 199 mg/dL. • Alto – entre 200 e 499 mg/dL. • Muito alto – maior ou igual a 500 mg/dL. OBS.: a Lipoproteína (A) ou Lp (A), é uma partícula que, quando presente em grandes quantidades no plasma, está associada com o aumento do risco de Doença Coronária. A Lipoproteína (A) tem estrutura semelhante à da LDL. Seus níveis circulantes são determinados geneticamente, mas podem ser influenciados a partir da dieta. Sabe-se que ácidos graxos trans aumentam a quantidade de Lp (A) e estrógenos diminuem tanto a LDL quanto a Lp (A). Acredita-se que uma concentração elevada de Lp (A) torne mais lenta a degradação de coágulos sanguíneos que desencadeiam os Infartos do Miocárdio, pois a Lp (A) parece competir com o Plasminogênio. Placa de ateroma A aterosclerose é caracterizada por lesões na íntima chamadas ateromas (ou placas ateromatosas ou ateroscleróticas). As placas ateromatosas são lesões elevadas compostas por centro mole e grumoso de lipídios (principalmente colesterol e ésteres de colesterol, com restos necróticos), recobertas por uma cápsula fibrosa. As placas ateroscleróticas podem BIANCA ABREU-MD3 14 obstruir mecanicamente o lúmen vascular e se romper, evoluindo para trombose catastrófica dos vasos. Essas também enfraquecem a média subjacente e levam àformação de aneurisma. Como a doença das artérias coronarianas é uma importante manifestação da aterosclerose, dados epidemiológicos relacionados com a mortalidade tipicamente refletem nas mortes causadas por doença isquêmica do coração (DIC) PATOGENIA Denominada hipótese da resposta à lesão, o modelo considera a aterosclerose como uma resposta inflamatória crônica da parede arterial à lesão endotelial. A progressão da lesão envolve a interação de lipoproteínas modificadas, macrófagos, macrófagos derivados de monócitos, linfócitos T e constituintes celulares da parede arterial. De acordo com esse modelo, a aterosclerose é produzida pelos seguintes eventos patogênicos: 1. Lesão endotelial — e consequente disfunção endotelial causando aumento da permeabilidade, adesão leucocitária e trombose 2. Acúmulo de lipoproteínas (principalmente LDL oxidada e cristais de colesterol na parede dos vasos) 3. Adesão plaquetária 4. Adesão de monócitos ao endotélio, migração para a íntima e diferenciação em macrófagos e células espumosas 5. Acúmulo de lipídios no interior dos macrófagos, com liberação de citocinas inflamatórias 6. Recrutamento de células musculares lisas devido aos fatores liberados pela ativação de plaquetas, macrófagos e células da parede vascular 7. Proliferação de células musculares lisas e produção de MEC LESÃO ENDOTELIAL A lesão de células endoteliais é o pilar da hipótese da resposta à lesão. A perda endotelial decorrente de qualquer tipo de lesão — induzida experimentalmente por desnudamento mecânico, forças hemodinâmicas, deposição de imunocomplexos, irradiação ou produtos químicos — promove o espessamento da íntima; na presença de dietas ricas em lipídios, resulta na formação de ateromas típicos. No entanto, as lesões ateroscleróticas iniciais na espécie humana começam em locais intactos, mas com disjunção endotelial. A disjunção das células endoteliais apresenta aumento da permeabilidade e da adesão plaquetária, e alteração na expressão genética, sendo todos esses fatores contribuintes para o desenvolvimento da aterosclerose. Acredita- se que estímulos desencadeadores das lesões ateromatosas iniciais incluam hipertensão, hiperlipidemia, toxinas da fumaça do cigarro, homocisteínas e até mesmo agentes infecciosos. As citocinas inflamatórias (p. ex., fator de necrose tumoral [TNF]) também podem estimular a expressão gênica dos padrões proaterogênicos nas células endoteliais. Entretanto, as duas causas mais importantes de disjunção endotelial são os distúrbios hemodinâmicos e a hipercolesterolemia. DESEQUILÍBRIO HEMODINÂMICO A importância dos fatores hemodinâmicos na aterogênese é ilustrada pela observação de que as placas tendem a ocorrer nos óstios de saída dos vasos, nos pontos de BIANCA ABREU-MD3 15 ramificações e ao longo da parede posterior da aorta abdominal, onde há fluxo sanguíneo turbulento. Estudos in vitro demonstraram, ainda, que o fluxo laminar não turbulento resulta na indução de genes endoteliais que produzem fatores protetores contra a aterosclerose. Tais genes “ateroprotetores” poderiam explicar a localização não aleatória das lesões inicias da aterosclerose. LIPÍDIOS Os lipídios são tipicamente transportados na corrente sanguínea ligados a apoproteínas específicas (formando complexos de lipoproteína). As dislipoproteinemias podem se originar de mutações genéticas que codificam as apoproteínas ou os receptores de lipoproteínas, ou outras doenças que provocam danos no metabolismo lipídico, por exemplo, síndrome nefrótica, alcoolismo, hipotireoidismo ou diabetes melito. As anormalidades das lipoproteínas são comuns na população em geral (presentes em muitos sobreviventes de infarto do miocárdio) e incluem: aumento dos níveis de colesterol LDL, diminuição dos níveis de colesterol HDL e elevação dos níveis de lipoproteína. Diversas linhas de evidência sugerem o papel da hipercolesterolemia na aterogênese: • Os lipídios dominantes nas placas ateromatosas são colesterol e ésteres de colesterol. • Defeitos genéticos na absorção e no metabolismo da lipoproteína que causam hiperlipoproteinemia estão relacionados com aterosclerose acelerada. Desse modo, a hipercolesterolemia familiar homozigótica, causada por defeitos nos receptores de LDL e na absorção de LDL hepática inadequada, pode evoluir para o infarto do miocárdio aos 20 anos de idade. • Outros distúrbios genéticos e adquiridos (p. ex., diabetes melito, hipotireoidismo) causadores de hipercolesterolemia favorecem a aterosclerose prematura. • A redução do colesterol sérico pela dieta ou medicamentos retarda a taxa de progressão da aterosclerose, provoca regressão de algumas placas ateromatosas e reduz o risco de ocorrência de eventos cardiovasculares. Os mecanismos pelos quais a dislipidemia contribui para a aterogênese incluem: ✓ Hiperlipidemia crônica, em especial hipercolesterolemia, que pode comprometer diretamente a função endotelial por provocar aumento da produção local de radicais livres derivados do oxigênio, dentre outras funções; esses produtos aceleram a redução do óxido nítrico, diminuindo a sua atividade vasodilatadora. ✓ Com a hiperlipidemia crônica, as lipoproteínas acumulam-se dentro da íntima, local onde supostamente produzem dois derivados patogênicos: LDL oxidada e cristais de colesterol. A LDL é oxidada através da ação de radicais livres de oxigênio produzidos localmente por macrófagos e células endoteliais, e ingeridos pelos macrófagos através do receptor depurador, resultando na formação de células espumosas. Ademais, a LDL oxidada estimula a secreção de fatores de crescimento local, citocinas e quimiocinas, BIANCA ABREU-MD3 16 aumentando o recrutamento de monócitos, e também possui ação citotóxica para as células endoteliais e musculares lisas. INFLAMAÇÃO A inflamação contribui para iniciação, progressão e complicação das lesões ateroscleróticas. Os vasos em condições normais não se ligam às células inflamatórias. No estágio da aterogênese, no entanto, as células endoteliais disfuncionais expressam moléculas de adesão que promovem adesão leucocitária; a molécula de adesão de célula vascular I (VCAM-1), em particular, liga-se a monócitos e linfócitos T. Após a adesão no endotélio, os leucócitos migram para dentro da íntima sob a influência de quimiocinas produzidas localmente. ✓ Os monócitos diferenciam-se em macrófagos e englobam avidamente as lipoproteínas, inclusive a LDL oxidada e pequenos cristais de colesterol. Os cristais de colesterol parecem ser importantes estimuladores da inflamação através da ativação do inflamassoma e subsequente liberação de IL-1. Macrófagos ativados também produzem espécies tóxicas de oxigênio que levam à oxidação da LDL e à síntese de fatores de crescimento que estimulam a atividade proliferativa das células musculares lisas. ✓ Os linfócitos T são recrutados para a íntima e interagem com macrófagos, contribuindo para o estado de inflamação crônica. Todavia, as células T ativadas em lesões crescentes na íntima produzem citocinas inflamatórias (p. ex., INF-a), que podem estimular macrófagos, células endoteliais e musculares lisas. ✓ Como consequência do quadro inflamatório crônico, os leucócitos ativados e a liberação de fatores de crescimento pelas células da parede vascular promovem a proliferação das células do músculo liso e a síntese de MEC. INFECÇÃO Existem evidências de associação de infecções com aterosclerose. O herpesvírus, o citomegalovírus e a Chlamydia pneumoniae têm sido detectados em placas ateroscleróticas, e estudos soroepidemiológicos mostraram aumento dos títulos de anticorpos para Chlamydia pneumoniae em pacientes com aterosclerose mais intensa. As infecções por esses organismos, no entanto, são extremamente comuns (como a aterosclerose), tornando-se difícil tirarconclusões sobre a causalidade. É importante destacar que a aterosclerose pode ser induzida em camundongos livres de germes, indicando que a infecção não é um fator etiológico obrigatório para o desenvolvimento da doença. PROLIFERAÇÃO DAS CÉLULAS DO MÚSCULO LISO E SÍNTESE DE MATRIZ A proliferação de células do músculo liso da íntima e a deposição de MEC convertem a lesão inicial, ou seja, as estrias gordurosas, em ateroma maduro, contribuindo para o crescimento progressivo das lesões ateroscleróticas. Células do músculo liso da íntima podem se originar da média ou de precursores circulantes; entretanto, independentemente de sua origem, possuem fenótipo proliferativo e sintético distinto daquelas subjacentes às células musculares lisas da média. Diversos fatores de crescimento estão envolvidos na proliferação de células musculares lisas e na síntese de MEC, incluindo fator de crescimento derivado de plaquetas (liberado por plaquetas localmente aderentes, macrófagos, BIANCA ABREU-MD3 17 células endoteliais e células musculares lisas), fator de crescimento fibroblástico e TGF-a. As células musculares lisas recrutadas sintetizam MEC (principalmente o colágeno), que estabilizam as placas ateroscleróticas. No entanto, células inflamatórias ativadas nos ateromas também podem causar apoptose das células musculares lisas da íntima e desintegrar a matriz, formando placas instáveis. Morfologia ESTRIAS GORDUROSAS As estrias gordurosas surgem como múltiplas máculas amareladas e planas que coalescem em lesões maiores, com 1 cm ou mais de comprimento. Elas são compostas por macrófagos espumosos repletos de lipídios, com discreta elevação, mas sem causar desequilíbrio significativo do fluxo sanguíneo. A relação das estrias gordurosas com as placas ateroscleróticas é incerta; embora estas possam evoluir para placas, nem todas evoluem para esse processo. PLACAS ATEROSCLERÓTICAS. As principais características dessas lesões são espessamento da íntima e acúmulo de lipídios. As placas ateromatosas são lesões elevadas branco-amareladas, com diâmetro variando de 0,3-1,5 cm, que podem coalescer e formar massas maiores. O trombo sobreposto sobre uma placa ulcerada apresenta coloração vermelho- acastanhada. As placas ateroscleróticas são irregulares, geralmente envolvem apenas uma parte de determinada parede arterial; no corte transversal, portanto, parecem ser “excêntricas”. A localização das placas pode estar relacionada com a variabilidade hemodinâmica vascular. Desequilíbrios do fluxo local, como turbulência em pontos de BIANCA ABREU-MD3 18 ramificação, favorecem a formação de placas em determinadas partes da parede do vaso. Em ordem decrescente, os vasos mais extensamente acometidos são a aorta abdominal infrarrenal, as artérias coronárias, poplíteas, carótidas internas e os vasos do círculo de Willis. Em um mesmo paciente, a aterosclerose é frequentemente mais grave na aorta abdominal do que na torácica. Vasos das extremidades superiores em geral são poupados, assim como as artérias mesentéricas e renais, exceto nos seus óstios. As placas ateroscleróticas apresentam três componentes principais: (1) células, incluindo as células musculares lisas, macrófagos e células T; (2) matriz extracelular, incluindo colágeno, fibras elásticas, proteoglicanos; e (3) lipídios intra e extracelulares. A proporção e a configuração de cada componente variam de lesão a lesão. Mais comumente, as placas possuem cápsula fibrosa superficial composta por células musculares lisas (CML) e colágeno relativamente denso. O local de interação da cápsula com a parede do vaso (o “ombro”) é mais celularizado e contém macrófagos, células T e células musculares lisas. Profundamente à cápsula fibrosa, há um centro necrótico contendo lipídios (principalmente colesterol e ésteres de colesterol), restos necróticos, macrófagos repletos de lipídios (células espumosas) e células musculares lisas, fibrina, trombo com formação variável e outras proteínas do plasma. O colesterol extracelular, frequentemente, assume a forma de agregados cristalinos, que são removidos durante o processamento tecidual de rotina, sendo caracterizados como “fendas de colesterol”. A periferia das lesões apresenta neovascularização (proliferação de pequenos vasos sanguíneos). A profundidade da placa na média pode ser atenuada e exibir fibrose secundária à perda ou atrofia muscular lisa. Os ateromas típicos contêm lipídios em abundância, mas algumas placas são compostas quase exclusivamente por células musculares lisas e tecido conjuntivo fibroso. As placas, em geral, continuam a mudar e aumentar de volume progressivamente através da degeneração e morte celular, síntese e degradação da MEC (remodelação), e organização de trombo. Acrescido a isso, os ateromas costumam sofrer calcificação Placa instável X Placa estável BIANCA ABREU-MD3 19 As placas ateroscleróticas se desenvolvem e crescem lentamente durante décadas. As placas estáveis podem produzir sintomas relacionados com a isquemia crônica por estreitamento dos vasos, enquanto placas instáveis podem causar complicações isquêmicas drásticas e potencialmente fatais relacionadas com ruptura aguda da placa, trombose ou embolização. As placas estáveis tendem a apresentar cápsula fibrosa densa, acúmulo mínimo de lipídios e pouca inflamação; por outro lado, as placas “vulneráveis” são instáveis e exibem cápsula fibrosa fina, centro rico em lipídios e infiltrado inflamatório relativamente denso. Arteriosclerose X Aterosclerose A arteriosclerose é um termo geral usado para denominar o espessamento e endurecimento das artérias. Devido à diminuição da elasticidade da parede das artérias, a pressão arterial sistólica (vulgarmente chamada a “máxima”) aumenta e diminui a pressão arterial diastólica (vulgarmente chamada a “mínima”). A aterosclerose é um tipo de arteriosclerose. É uma doença inflamatória crónica na qual ocorre a formação de ateromas dentro dos vasos sanguíneos. Os ateromas são placas compostas especialmente por lipídios e tecido fibroso, que se formam na parede dos vasos. Levam progressivamente à diminuição do diâmetro do vaso, podendo chegar à obstrução total do mesmo. Infarto Agudo do Miocárdio O termo infarto do miocárdio significa basicamente a morte de cardiomiócitos causada por isquemia prolongada. Em geral, essa isquemia é causada por trombose e/ou vasoespasmo sobre uma placa aterosclerótica. A Aterosclerose é a causa principal da Doença Cardíaca Isquêmica. O processo migra do subendocárdio para o subepicárdio. A maior parte dos eventos é causada por rotura súbita e formação de trombo sobre placas vulneráveis, inflamadas, ricas em lipídios e com capa fibrosa delgada. Uma porção menor está associada à erosão da placa aterosclerótica. Primeiro, grandes quantidades de colesterol são depositadas sob o endotélio das artérias, ao longo de todo o corpo, incluindo as artérias coronárias. Em seguida, devido esse depósito de gordura ser considerado um corpo estranho, é BIANCA ABREU-MD3 20 combatido pelo sistema imune. Essa área é invadida por tecido fibroso que evolui para um estágio necrótico. Por fim, temos um estágio de calcificação. O coágulo sanguíneo é denominado trombo e pode ocluir parcial ou totalmente os vasos coronários. Em alguns momentos, esse coágulo pode se romper e fluir pela circulação, um processado chamado de embolismo. No entanto, o diâmetro dos vasos é de diferentes calibres, logo, um trombo ou embolismo pode bloquear totalmente o fluxo sanguíneo para uma determinada área do coração. Isso causará em um primeiro momento um processo isquêmico que leva a um distúrbio eletrolítico. Caso a obstrução permaneça, uma isquemia prolongada provoca lesões que até certo ponto são reversíveis. Do contrário, caso não ocorra a reperfussãotecidual, teremos a necrose desse tecido processo com danos irreversíveis: infarto agudo do miocárdio. Quando a aterosclerose oclui lentamente os vasos coronários ao longo de vários anos, pode haver desenvolvimento de vasos colaterais com consequente manutenção dos níveis quase normais de fluxo sanguíneo coronário. Por esse motivo, podemos retardar ou até evitar o aparecimento do infarto agudo do miocárdio. EM UM IM TÍPICO, OCORRE A SEGUINTE SEQUÊNCIA DE EVENTOS: 1. Uma placa ateromatosa rompe-se subitamente como resultado de hemorragia intraplaca ou de forças mecânicas; em consequência, o colágeno subendotelial e o conteúdo necrosado da placa entram em contato com o sangue. 2. As plaquetas aderem à placa rompida, agregam-se e são ativadas, liberando tromboxano A2, difosfato de adenosina (ADP) e serotonina — que causam mais agregação plaquetária e também vasoespasmo BIANCA ABREU-MD3 21 3. A ativação da coagulação pela exposição do fator tecidual e por outros mecanismos aumenta o trombo em crescimento. 4. Em minutos, o trombo pode evoluir e obstruir totalmente o lúmen de uma artéria coronária. Tipos de infarto INFARTOS TRANSMURAIS: envolvem toda a espessura do Ventrículo e são causados pela oclusão de vasos epicárdicos, a qual resulta da combinação de Aterosclerose Crônica com Trombose Aguda; os IMs Transmurais normalmente produzem elevações do Segmento ST do Eletrocardiograma (ECG), e pode haver ondas Q negativas, com perda de amplitude da onda R. Esses infartos também são chamados de IMs com ST elevado (IMESTs). Importante! existem Infartos Transmurais que ocorrem na ausência de Doença Vascular Aterosclerótica Oclusiva esses infartos são atribuídos principalmente ao Espasmo Muscular de uma Artéria Coronária ou a Êmbolos que se desprenderam de Trombos Murais (p. ex., no caso de fibrilação atrial) ou de Vegetações Valvares (coágulo de plaquetas). INFARTOS SUBENDOCÁRDICOS: são IMs limitados ao terço interno do Miocárdio; esses infartos normalmente não exibem elevações do Segmento ST ou ondas Q no traçado do ECG. Como já foi mencionado, a Região Subendocárdica é mais vulnerável à hipoperfusão e à hipóxia. Assim, na presença de Doença Arterial Coronariana Grave, diminuições transitórias do fornecimento de oxigênio (como resultado de hipotensão, anemia ou pneumonia) ou aumentos da demanda de oxigênio (como ocorre na taquicardia e na hipertensão) podem provocar Lesão Isquêmica Subendocárdica. Esse padrão também pode ocorrer quando um Trombo Oclusivo sofre lise antes que ocorra um infarto de espessura total. INTERESSANTE! Os infartos subendocárdicos tem mais chances de acontecer porque essa região é especialmente suscetível à isquemia porque é a última área a receber o sangue transportado pelos Vasos Epicárdicos e também porque está exposta a Pressões Intramurais relativamente altas, que agem impedindo a chegada do sangue INFARTOS MICROSCÓPICOS: ocorrem quando há oclusões de pequenos vasos e podem não exibir nenhuma alteração diagnóstica no ECG. Podem ocorrer nos casos de Vasculite, formação de êmbolos a partir de Vegetações Valvares ou Trombos Murais, ou de Espasmo Vascular decorrente da elevação de catecolaminas — endógenas (p. ex., Feocromocitroima –tumor que acomete as Glândulas Suprarrenais- ou Estresse Extremo) ou exógenas (p. ex., cocaína). BIANCA ABREU-MD3 22 Fatores de risco • Tabagismo: está associado a concentrações reduzidas de HDL, a nicotina pode causar agressão direta ao endotélio, aumento da coagulabilidade, pelo aumento da Reatividade Plaquetária (níveis de fibrinogênio e Fator VII da Coagulação). Além disso, a Nicotina causa diretamente isquemia pela demanda metabólica das células miocárdicas e vasoconstrição das Artérias Coronárias; • Hipercolesteromia: níveis de LDL elevados, LDL oxidado é um importante fator para o processo de Aterogênese, que normalmente leva ao IAM; • Diabetes Mellitus(DM): tanto a tipo I como a II causam o processo aterosclerótico. Acompanham de uma anormalidade lipídica significativa, caracterizada pela elevação dos triglicerídeos e LDL colesterol e redução do HDL colesterol. Pode predispor um aumento da reatividade plaquetária e dos fatores de coagulação. Concentrações elevadas de glicose reduzem a produção de NO e aumentam a de TXA2 pela célula endotelial. • Hipertensão Arterial: pode causar Hipertrofia Ventricular e Disfunção Endotelial. Nos hipertensos, as células endoteliais aumentam e tornam espessas para o interior do lúmen, também ocorre redução do NO e aumento de PGH2. A PAS elevada aumenta o estresse nas placas ateroscleróticas, elevando o potencial de ruptura; BIANCA ABREU-MD3 23 • Idade, Sexo e Histórico Familiar: os homens abaixo de 55 anos apresentam uma incidência para essas doenças três a quatro vezes maior que nas mulheres. O Estrogênio é benéfico, principalmente por aumentar os níveis de HDL e reduz os de LDL (associa-se a vasodilatação das artérias coronárias, porem vem de mecanismos desconhecidos). Após os 55 anos, a incidência torna-se igual entre homens e mulheres. Com o aumento da idade, ocorre a diminuição de NO nas Células Endoteliais. Apresenta-se também um componente genético, pessoas que apresentam parentes com Doença Coronariana, tem duas a quatro vezes chances de desenvolver; • Estresse: embora a liberação de Catecolaminas Séricas e Corticosteroides participem do mecanismo de adaptação ao estresse, o Sistema Nervoso Autônomo assume papel principal. Situações de estresse mental estão associadas a uma elevação dos níveis de Renina e Angiotensina II. A participação do estresse mental na Doença Isquêmica do Miocárdio se faz de duas formas: (1) como sendo fator de risco para Doença Arterial Coronariana e (2) como desencadeador de Eventos Isquêmicos Agudos em pacientes com Aterosclerose Coronariana estabelecida. A exposição crônica ao estresse levaria a uma exacerbação de todas as alterações vasculares e do metabolismo intermediário induzidas pelo mesmo. Tais alterações, principalmente plaquetárias e lipídicas, apresentam forte caráter aterogênico. • Frio: ao sentir o frio, os Receptores Nervosos da pele estimulam a liberação de Adrenalina e Noradrenalina, contraindo os vasos sanguíneos. Com o consequente estreitamento dos canais de circulação do sangue, embora não tão significativo, pode gerar rupturas de placas de gordura, no interior das Artérias Coronárias. Neste processo, as proteínas e plaquetas do sangue são designadas para reverter o quadro, e isto aumenta as chances de formar coágulos. Eles que são responsáveis pelo entupimento das artérias e podem causar Infarto do Miocárdio; • Dislipidemia: são alterações metabólicas lipídicas, ou seja, das gorduras corporais, decorrentes de distúrbios em qualquer fase do Metabolismo Lipídico, que ocasionem repercussão nos níveis séricos das Lipoproteínas. Elas podem ser Primárias ou Secundárias. Assim, exemplos clássicos de primária (Hipercolesterolemia Isolada, Hipertrigliceridemia Isolada, Hiperlipidemia Mista e Redução Isolada do HDL-colesterol) estão as causadas por fatores genéticos e ambientais. Assim, teremos Doenças Coronarianas em pacientes jovens. • Obesidade: Indivíduos obesos apresentam maior frequência de HAS, síndrome metabólica, dislipidemias e outros fatores de risco cardiovasculares que contribuem para alterações na parede endotelial. Desse modo, a inflamação, a obesidade e a resistência insulina geralmente se manifestam em conjunto e contribuem para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Embora a relação entre massa gorda e função vascular ainda seja pouco entendida, a obesidade, de forma independente, demonstra diminuição na resposta de vaso Sintomas BIANCA ABREU-MD3 24 • Dor fixa no peito, que pode variar de fraca a muito forte, ou sensação de compressão no peito que geralmente dura cercade 30 minutos; • Ardor no peito, muitas vezes confundido com azia, que pode ocorrer associado ou não à ingestão de alimentos; • Dor no peito que se irradia pela mandíbula e/ou pelos ombros ou braços (mais frequentemente do lado esquerdo do corpo); • Ocorrência de suor, falta de ar, náuseas, vômito, tontura e desfalecimento; • Ansiedade, agitação e sensação de morte iminente. Sintomas em homens e mulheres O infarto não atinge igualmente homens e mulheres. Os sintomas e até mesmo as faixas etárias mais atingidas são diferentes. “O pico de incidência costuma ser em homens com mais de 45 anos e mulheres após os 55 anos, no período da menopausa. INFARTO EM HOMENS: em homens a dor do infarto geralmente é percebida como uma pressão no peito. Não é possível localizar com um dedo. A dor pode ser acompanhada de suor sem estar sentindo calor, o “suor frio”, dor em braços, dor na boca do estômago e até dor na mandíbula. Tonturas e desmaios durante a dor podem acontecer. INFARTO EM MULHERES: os sintomas de infarto em mulheres variam mais. As dores podem ser descritas como queimação e pontadas em região do peito. As dores em mulheres geralmente são subvalorizadas, pois classicamente, antes da menopausa, elas têm menos chance de infarto do que os homens da mesma idade. Atualmente as mulheres fumam, bebem, tem trabalhos estressantes e praticam pouco exercício físico. Usam anticoncepcionais, que associados a alguns outros fatores de risco, como dieta inadequada e sedentarismo, aumentam as chances de trombose e infarto. Irradiação da dor do infarto A explicação do mecanismo da dor referida é de que os impulsos provenientes dos órgãos viscerais e das estruturas somáticas, superficiais ou profundas, compartilham vias comuns do interior do sistema nervoso central. Deste modo, os ramos das fibras aferentes da dor visceral fazem sinapse na medula espinhal com alguns dos neurônios de 2ª ordem que recebem fibras de dor provenientes da pele. Tomemos o coração de exemplo. Quando uma pessoa tem um infarto de miocárdio (ataque cardíaco), a dor pode irradiar desde o peito até o queixo, e pode ser sentido ao longo do braço até a ponta dos dedos. http://www.hcor.com.br/imprensa/noticias/cirurgia-cardiovascular-do-hcor-aponta-crescimento-de-doencas-cardiovasculares-cardiacas-em-mulheres-apos-a-menopausa/ BIANCA ABREU-MD3 25 Resposta do Miocárdio à Isquemia A perda do suprimento sanguíneo miocárdico acarreta consequências bioquímicas, morfológicas e funcionais intensas. Segundos após a obstrução vascular, a glicólise aeróbica cessa, levando à queda do nível de trifosfato de adenosina (ATP) e ao acúmulo de metabólitos potencialmente nocivos (p. ex., ácido láctico) nos miócitos cardíacos. A consequência funcional é a rápida perda da contratilidade, que ocorre em aproximadamente um minuto do início da isquemia. As alterações ultraestruturais (que englobam o relaxamento das miofibrilas, a depleção do glicogênio e a tumefação celular e mitocondrial) também se tornam rapidamente evidentes. Essas alterações iniciais são potencialmente reversíveis. Somente a isquemia grave que dura pelo menos 20-40 minutos causa dano irreversível e morte de miócitos, levando à necrose por coagulação. Quando os períodos de isquemia são mais longos, ocorre lesão vascular e, como consequência, trombose na microvasculatura. Assim, se o fluxo sanguíneo miocárdico for restaurado antes que ocorra uma lesão irreversível, a viabilidade das células poderá ser preservada; esse fato fornece a justificativa para o diagnóstico precoce do IM e a rápida intervenção por meio da trombólise ou da angioplastia para salvar o miocárdio em risco. A isquemia do miocárdio também contribui para o aparecimento de arritmias, provavelmente por causar instabilidade elétrica (irritabilidade) nas regiões isquêmicas do coração. Embora a lesão miocárdica maciça possa causar insuficiência mecânica fatal, a morte súbita cardíaca nos casos de isquemia do miocárdio quase sempre (em 80-90% dos casos) resulta de fibrilação ventricular desencadeada por irritabilidade miocárdica. A lesão irreversível dos miócitos isquêmicos ocorre primeiramente na zona subendocárdica. Essa região é especialmente suscetível à isquemia porque é a última área a receber o sangue transportado pelos vasos epicárdicos e também porque está exposta a pressões intramurais relativamente altas, que agem impedindo a chegada do sangue. Quando a isquemia é mais prolongada, a frente de onda da morte celular desloca-se para outras regiões do miocárdio, e o infarto geralmente alcança sua extensão total dentro de 3-6 horas; sem intervenção médica, o infarto pode envolver toda a espessura da parede (infarto transmural). PADRÕES DO INFARTO A localização, o tamanho e as características morfológicas de um infarto agudo do miocárdio dependem de vários fatores: • Do tamanho e da distribuição dos vasos envolvidos • Da velocidade do desenvolvimento e da duração da oclusão • Das demandas metabólicas do miocárdio (afetado, p. ex., pela pressão arterial e frequência cardíaca) • Da extensão da irrigação colateral BIANCA ABREU-MD3 26 A oclusão aguda da parte proximal da artéria descendente anterior esquerda (DAE) é a causa de 40-50% de todos os IMs e normalmente provoca infarto na parede anterior do ventrículo esquerdo, nos dois terços anteriores do septo ventricular e na maior parte do ápice do coração; uma oclusão mais distal do mesmo vaso pode afetar apenas o ápice. De modo similar, a oclusão aguda da parte proximal da artéria circunflexa esquerda (CE) (vista em 15-20% dos IMs) causará necrose da parte lateral do ventrículo esquerdo, e a oclusão da parte proximal da artéria coronária direita (ACD) (30-40% dos IMs) afeta grande parte do ventrículo direito. O terço posterior do septo e a parte posterior do ventrículo esquerdo são irrigados pela artéria descendente posterior. A artéria descendente posterior pode originar-se da ACD (em 90% das pessoas) ou da CE. Por convenção, a artéria coronária — a ACD ou a artéria circunflexa esquerda — que dá origem à artéria descendente posterior e, portanto, irriga o terço posterior do septo é considerada o “vaso dominante”. Assim, em um coração com vaso dominante direito, a oclusão da ACD pode causar lesão isquêmica no ventrículo esquerdo, enquanto em um coração com vaso dominante esquerdo, a oclusão da artéria coronária principal esquerda geralmente afeta todo o ventrículo esquerdo e o septo. Às vezes, as obstruções coronarianas são encontradas na artéria coronária principal esquerda — uma lesão apelidada de “fazedora de viúvas” porque uma grande área do miocárdio é irrigada por esse vaso, e sua oclusão normalmente é fatal. As oclusões também podem afetar ramos secundários, como os ramos diagonais da artéria DAE ou ramos marginais da artéria CE. Já a aterosclerose e a trombose significativas de ramos intramiocárdicos penetrantes das artérias coronárias são raras. Embora as três principais artérias coronárias sejam artérias terminais, esses vasos epicárdicos estão interconectados por numerosas anastomoses intercoronarianas (circulação colateral). Apesar de esses canais estarem normalmente fechados, o estreitamento gradual de uma artéria permite que o sangue flua das áreas de alta pressão para as áreas de baixa pressão por meio dos canais colaterais. Assim, a dilatação progressiva dos vasos colaterais pode tornar possível a irrigação adequada de áreas do miocárdio, mesmo que um vaso epicárdico esteja obstruído. Exames para acompanhamento As alterações eletrocardiográficas são importantes para o diagnóstico do IM; elas englobam ondas Q, segmentos ST anormais e ondas T invertidas (as duas últimas representam alterações da repolarização do miocárdio). Arritmias causadas por anomalias elétricas no miocárdio isquêmico e no sistema de condução são comuns; de fato, amorte súbita cardíaca decorrente de arritmia fatal é responsável pela maioria das mortes relacionadas a IMs que ocorrem antes da hospitalização. A avaliação laboratorial do IM baseia-se na determinação dos níveis sanguíneos de macromoléculas que extravasam através das membranas das células lesadas do miocárdio; essas moléculas incluem a mioglobina, as troponinas cardíacas T e I (TnT, TnI), a creatina cinase (CK) (mais especificamente a isoforma miocárdica CK-MB) e a lactato desidrogenase. As troponinas e a CK-MB têm especificidade e sensibilidade elevadas para lesão miocárdica. BIANCA ABREU-MD3 27 Fases do Eletrocardiograma durante um Infarto Agudo do Miocárdio Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia há uma sequência de eventos eletrocardiográficos que se seguem a uma oclusão da artéria coronária: 1) minutos iniciais: ondas T amplas, positivas, pontiagudas e de base simétrica, com elevação > 0,1 mV; 2) após 20 minutos: supradesnivelamento do segmento ST, que morfologicamente tende a ser convexo; 3) horas após: aparecimento de ondas Q patológicas e corte nas ondas R; 4) após alguns dias: retorno do segmento ST à linha de base, onda T negativa, profunda e simétrica. Se o supradesnivelamento do segmento ST permanecer após seis semanas do evento agudo, pode haver a presença de aneurisma ventricular; 5) meses após o evento agudo: eventual positivação da onda T. FASE AGUDA DO IAMCST APLANAMENTO DO SEGMENTO ST: é o sinal mais precoce e importante de Infarto Agudo do Miocárdio, sendo a perda da discreta concavidade que existe normalmente na ascensão do segmento ST com duração transitória. Aparece alguns minutos depois e observa-se nas derivações mais próximas à lesão miocárdica. ONDAS T HIPERAGUDAS: ondas T pontiagudas, amplas, positivas e assimétricas. Atualmente as alterações do Eletrocardiograma do infarto agudo do miocárdio com supradesnível do ST muitas vezes não cumprem os tempos da fase evolutiva, devido aos tratamentos urgentes de reperfusão coronária (fibrinólise ou Angioplastia Primária). Isto ocasiona que os sinais apareçam antes, mais tarde ou não apareçam. FASE SUPERAGUDA/ EVOLUTIVA DO IAMCST: Instalada a Fase Superaguda, é regra habitual a presença do bloqueio de injúria, que se associa ao supradesnivelamento de ST e aumento na amplitude da onda T. O segmento ST desnivela-se, inicialmente, com concavidade para cima, e onda T positiva. Esse momento representa a pior fase da evolução em razão da maior possibilidade de ocorrer fibrilação ventricular. ONDA Q PATOLÓGICA: aparece entre as 6 e 9 horas da oclusão, nas mesmas derivações que a elevação do ST. É um sinal eletrocardiográfico de necrose miocárdica transmural; http://pt.my-ekg.com/infarto-ecg/isquemia-lesao-necrose.html http://pt.my-ekg.com/infarto-ecg/isquemia-lesao-necrose.html BIANCA ABREU-MD3 28 AS ONDAS T SE TORNAM NEGATIVAS O SEGMENTO ST NORMALIZA-SE: após de aparecer a onda Q, a onda T se aplana e posteriormente se torna negativa. O Segmento ST começa a descer e retorna à normalidade após vários dias, embora alguns pacientes podem ter um supradesnível residual; PERDA DE ONDA R: Se produz após 12 horas do Infarto Agudo. Ocorre nas mesmas derivações que as alterações anteriores. AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO IM: se baseia na avaliação dos níveis sanguíneos de proteínas que vazaram dos Miócitos que morram. Essas moléculas incluem: MIOGLOBINA Presente no citoplasma dos músculos esquelético e cardíaco, a mioglobina é uma proteína de baixo peso molecular com estrutura semelhante à da hemoglobina, uma vez que tem também a capacidade de se ligar ao oxigênio. Seu teor no sangue aumenta sempre que há destruição muscular. Após uma lesão isquêmica da fibra muscular, a mioglobina é liberada precocemente na circulação, razão pela qual sua dosagem ajuda o médico no diagnóstico de infarto do miocárdio. Concentrações elevadas da proteína já podem ser observadas de uma a duas horas depois que a precordialgia começa, atingindo o pico em 12 horas e, em geral, normalizando-se 24 horas após um episódio único de isquemia. TROPONINAS T E I CARDÍACAS A TnI e a TnT normalmente não são encontradas na circulação; contudo, quando ocorre um IAM, as duas são detectáveis 2-4 horas após o infarto, e seus níveis atingem valores máximos em 48 horas e permanecem elevados durante 7-10 dias. Embora a troponina cardíaca e a CK-MB sejam marcadores igualmente sensíveis dos estágios iniciais de um IM, a persistência de níveis elevados de troponina por aproximadamente 10 dias permite o diagnóstico de um IAM muito tempo depois de os níveis de CK-MB terem retornado ao normal. Quando a reperfusão ocorre, os níveis de troponina e CK-MB podem atingir valores séricos máximos mais cedo por causa da remoção mais rápida da enzima do tecido necrosado. INTERESSANTE!! A terceira definição universal de infarto não especifica o tipo da troponina (T ou I). Caso você esteja em um serviço que não dispõe de troponina, o marcador de segunda escolha é a dosagem de CK-MB sérica feita pelo método de massa (melhor que o de atividade). Troponina e CKMB são conhecidas como marcadores de necrose miocárdica. BIANCA ABREU-MD3 29 Marcadores de necrose miocárdica elevados = infarto? Não! A presença deste marcadores em níveis aumentados no sangue indicam estar havendo morte de células cardíacas em ritmo superior ao considerado normal. Ou seja, troponina aumentada = injúria miocárdica. Por exemplo, se a pessoa sofre um trauma torácico contuso forte (ex: colisão de automóvel com trauma do tórax no volante do carro) pode haver liberação de troponina pelo músculo cardíaco mas isto não foi causado por infarto. Mesma raciocínio se o paciente for submetido à biópsia miocárdica para diagnóstico de alguma miocardiopatia. Define-se que ocorre infarto caso a elevação dos marcadores de necrose miocárdica seja secundária à isquemia miocárdica. Infarto do miocárdio = elevação de marcadores de necrose miocárdica secundária à isquemia miocárdica. Isquemia miocárdica por sua vez é definida como o desbalanço entre oferta e demanda de oxigênio pelo músculo cardíaco. Assim, se houver diminuição da oferta (ex: placa aterosclerótica rota com diminuição do fluxo sanguíneo) ou aumento da oferta (ex: choque hemorrágico grave em paciente sem lesões coronarianas críticas) isto pode levar à morte de células cardíacas. Resumindo: todo infarto do miocárdio é considerado uma injúria do músculo cardíaco, mas nem toda injúria miocárdica é consequência de um infarto FRAÇÃO MB DA CRETINA-CINASE (CK-MB) A CK-MB continua a ser um marcador valioso de lesão miocárdica, perdendo apenas para as troponinas específicas do coração. A atividade da CK total não é um marcador confiável de lesão cardíaca, já que várias isoformas dessa enzima também são encontradas no encéfalo, no miocárdio e no músculo esquelético. Contudo, a isoforma CK- MB — que provém principalmente do miocárdio, mas que também está presente em níveis baixos no músculo esquelético — é o indicador mais específico de lesão cardíaca. A atividade da CK-MB começa a se elevar 2-4 horas após o IM, atinge um pico 24-48 horas depois e volta ao normal em aproximadamente 72 horas. O diagnóstico da lesão miocárdica é estabelecido quando os níveis sanguíneos desses biomarcadores cardíacos estão aumentados no curso clínico da Isquemia Aguda. BIANCA ABREU-MD3 30 ECOCARDIOGRAMA: a Ecocardiografia constitui importante subsídio, tanto para a elucidação diagnóstica como para a avaliação do prognóstico, após IAM, pois as alterações da motilidade segmentar ocorrem em segundos após a Oclusão Coronária. Apesar de as alterações da motilidade segmentar poderem significar isquemia ou infarto antigo,ao invés de agudo, elas ajudam a afastar outras causas de dor precordial, como Dissecção de Aorta, Pericardite e Embolia Pulmonar Maciça. Por outro lado, sua ausência praticamente exclui infartos extensos. TESTE ERGOMÉTRICO: serve para a avaliação ampla do funcionamento cardiovascular, quando submetido a esforço físico gradualmente crescente, em esteira rolante. São observados os sintomas, os comportamentos da Frequência Cardíaca, da Pressão Arterial e do Eletrocardiograma antes, durante e após o esforço. Os principais objetivos do teste são diagnosticar e avaliar a Doença Arterial Coronária. Avalia também a capacidade funcional cardiorrespiratória; detecção de arritmias, de anormalidades da Pressão Arterial e de Isquemia Miocárdica; avaliar surgimento de sopros, sinais de falência ventricular esquerda e dos eventuais sintomas que podem acompanhar essas disfunções; avaliação funcional de doença cardíaca já conhecida; prescrição de exercícios físicos. Quais os critérios utilizados para dizer que o teste foi positivo para presença de Isquemia? A interpretação do exame envolve múltiplos fatores: presença de sintomas, os níveis de pressão arterial, o comportamento da frequência cardíaca, a capacidade física, os distúrbios do ritmo cardíaco e as alterações do observadas no eletrocardiograma registrado durante o esforço. CINTILOGRAFIA: Utilizada para diagnóstico de doenças coronarianas, a cintilografia miocárdica consiste em um exame invasivo de alto custo. Por isso, sua indicação depende de mecanismos eletivos. Realizado por meio de contraste, o teste afere o fluxo sanguíneo das artérias em direção ao coração, identificando eventos cardíacos graves, como infarto. Diferentemente dos demais diagnósticos de imagem, a cintilografia é capaz de identificar eventuais danos ao coração antes que o paciente manifeste sinais ou sintomas. Devido à alta sensibilidade dos aparelhos, o exame demarca com exatidão as zonas comprometidas. CATETERISMO: O Cateterismo também é indicado na fase aguda do infarto do miocárdio, condição em que uma artéria coronária está totalmente ocluída. Nesses casos, o exame https://www.secad.com.br/blog/medicina/conheca-os-diferentes-tipos-de-exames-contrastados/ BIANCA ABREU-MD3 31 identifica o local da obstrução. Na sequência, é realizada a Angioplastia, procedimento que irá restabelecer o fluxo sanguíneo no vaso em questão.
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