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Aula 3- Prevenção de IH no ambiente cirúrgico



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PREVENÇÃO E CONTROLE 
DE INFECÇÃO EM 
PACIENTE CIRÚRGICO
VIRGÍNIA XAVIER PEREIRA DA SILVA
DISCIPLINA: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO
PACIENTE EM CLÍNICA CIRÚRGICA
INFECÇÃO HOSPITALAR
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria
nº 2616, 12 de maio de 1998. DOU, 13
de maio de 1998.
✓ Infecção Hospitalar é aquela adquirida
após a admissão do paciente e que
manifeste durante a internação ou após a
alta, quando puder estar relacionada com
a internação ou procedimentos
hospitalares (BRASIL, 1998).
Infecção Relacionada à Assistência à Saúde 
(IRAS)
Condição localizada ou sistêmica,
resultante de reação adversa à presença de
agente infeccioso ou sua toxina, sendo
causada por agentes infecciosos de fontes
endógenas (por exemplo: presente na pele
do paciente) ou exógenas (por exemplo:
presente em equipamentos). Não pode
haver evidências que a infecção está
presente ou incubada no momento da
admissão do paciente no serviço de saúde
(HORAN; ANDRUS; DUDECK, 2008).
Infecção Relacionada à
Assistência à Saúde (IRAS)
✓Infecção do Trato Urinário (ITU);
✓Pneumonia Relacionada à Assistência
à Saúde;
✓Infecção de Sítio Cirúrgico;
✓Infecção da Corrente Sanguínea
Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC)
É a infecção “relacionada a
procedimentos cirúrgicos, com ou sem
colocação de implantes, em pacientes
internados e ambulatoriais, sendo
classificada conforme os planos
acometidos” (ANVISA, 2017 a).
Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC)
✓É a terceira IRAS mais frequente;
✓Incidência entre 14% e 16% de
todas as IRAS em pacientes
hospitalizados;
✓Estudos norte-americanos: acréscimo de 6,5
dias de internação; custo adicional de mais de 3
mil dólares; pacientes apresentam cinco vezes
mais chances de reinternação após alta
hospitalar; 60% maior possibilidade de
internação em UTI;maior risco/morte.
FATORES PREDISPONENTES 
A INFECÇÃO DE SÍTIO 
CIRÚRGICO
Microorganismo:
✓Quantidade de
inóculo;
✓Virulência.
Paciente:
✓Idade;
✓Obesidade/des
nutrição;
✓Diabetes
mellitus.
Procedimento
cirúrgico:
✓Tricotomia;
✓Técnica
cirúrgica;
✓Drenos;
✓Duração da 
cirurgia;
✓Estresse
cirúrgico;
✓Hipotermia;
✓Potencial de 
contaminação 
da ferida 
cirúrgica.
A ferida operatória pode ser dividida em 
quatro classes:
✓limpa;
✓potencialmente contaminada;
✓contaminada;
✓infectada.
Classificação de cirurgias segundo 
potencial de contaminação
Cirurgias limpas:
✓Ferida operatória com ausência de processo
infeccioso ou inflamatório;
✓Sem penetração nos tratos respiratório,
digestório e geniturinário;
✓Fechamento por primeira intenção.
Exemplos: safenectomia, revascularização do
miocárdio.
(CDC, 2017)
Classificação de cirurgias segundo potencial 
de contaminação
Cirurgias potencialmente contaminadas:
✓Ferida operatória com penetração nos tratos
respiratório, digestório ou geniturinário sob
condições controladas e sem contaminação
não usual;
Especificamente cirurgias envolvendo o
trato biliar, apêndice, vagina e
orofaringesão classificadas nesta categoria, 
sem evidências de infecção ou grande quebra 
de técnica.
Exemplos: colecistectomia, apendicectomia,
perineoplastia.
(CDC, 2017)
Classificação de cirurgias segundo potencial 
de contaminação
Cirurgias contaminadas:
✓ Feridas aberta, fresca e acidental;
✓ Cirurgia com grande quebra na técnica estéril ou
derramamento grosseiro do trato gastrointestinal e, incisões
em que se encontra inflamação aguda
incluindo tecido necrótico sem evidência
não purulenta, 
de drenagem
purulenta estão incluídas nesta categoria.
de processoExemplo: apendicectomia na presença 
inflamatório.
(CDC, 2017)
Classificação de cirurgias segundo 
potencial de contaminação
Cirurgias infectadas:
✓ Inclui feridas traumáticas antigas com tecido
desvitalizado retido e, aquelas que envolvem
infecção clínica existente ou víscera perfurada.
Exemplos: apendicectomia supurada, debridamento 
de lesão por pressão com tecido desvitalizado.
(CDC, 2017)
Classificação de cirurgias 
segundo potencial de
contaminação
Critérios para definição de ISC
ISC – incisional
superficial
ISC – incisional
profunda
ISC – órgão/espaço
Paciente
✓Ambiente;
✓Materiais;
✓Equipamentos.
Mecanismos de contaminação
Profissionais 
de saúde
Microrganismos relacionados à ISC
✓Geralmente é causada por
microrganismos colonizadores da
pele e/ou mucosa do próprio
paciente.
✓Os cocos Gram-positivos são os 
mais comuns: Staphylococcusaureus
✓O principal mecanismo de
contaminação de ISC é a inoculação direta
da microbiota do próprio paciente,
principalmente da pele e do sítio
manipulado;
✓Outros mecanismos: equipe
cirúrgica, material, equipamento
e o ambiente;
✓A ocorrência depende: capacidade de
defesa do hospedeiro
+ quantidade do agente inoculado +
virulência do microrganismo.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE
INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO
Pré-operatório
Procedimento Recomendação
Preparo do 
paciente
Sempre que possível, identificar e
tratar as infecções a distância
antes de cirurgias eletivas; adiar o
procedimento até que a infecção
seja resolvida;
Não remover os pelos, exceto 
quando estiverem ao redor da 
incisão e interferirem no ato
cirúrgico;
Se for necessário realizar a
tricotomia, fazê-la imediatamente
antes da cirurgia, com o uso de
aparelho elétrico (tricotomizador);
Pré-operatório
Procedimento Recomendação
Preparo do 
paciente
Banho pré-operatório
no chuveiro com degermante
na noite anterior ao
procedimento ou na manhã da
cirurgia;
Usar degermante apropriado
para o preparo da
pele (soluções alcoólicas à
base de clorexidina ou PVPI).
Intraoperatório
Procedimento Recomendação
Controle da
contaminação
ambiental
Uso de sistema de ventilação
adequado (ar condicionado
centralizado);
Manter pressão positiva na sala de
operação (SO) em relação ao corredor
e às áreas adjacentes;
Manter as portas fechadas,
exceto para passagem de
equipamentos, pessoal e paciente;
Limitar o número de pessoas
em SO somente ao
necessário.
Intraoperatório
Procedimento Recomendação
Preparo da
equipe
cirúrgica
Manter unhas curtas e não utilizar
unhas artificiais;
Executar a escovação das mãos,
antebraços e cotovelos por pelo
menos 2 a 5 minutos, com
degermante;
Não utilizar joiasdemãos
ou braço, como pulseira,
braceletes, relógios e anéis;
Intraoperatório
Procedimento Recomendação
Vestimenta
Paramentação
cirúrgica
Usar máscara cirúrgica que cubra
totalmente a boca e o nariz quando
entrar na SO, a partir do momento de
exposição do primeiro material estéril.
Usar a máscara durante todo o
procedimento cirúrgico;
Todo o cabelo e barba devem ser
cobertos ao entrar na SO;
Não utilizar propés;
Calçar luvas cirúrgicas estéreis após a
escovação das mãos;
Usar aventais e campos cirúrgicos
estéreis que promovam barreira efetiva,
mesmo quando molhadas, isto é,
materiais que resistam à penetração de
líquidos;
Trocar a paramentação quando estiver
visivelmente suja ou infiltrada com
sangue ou outro fluido corpóreo
potencialmente infectante.
Intraoperatório
Procedimento Recomendação
Técnica 
cirúrgica
Técnica asséptica na instalação de
dispositivos intravasculares ou cateteres de
anestesia epidural e raquidiana, ou quando
preparar e administrar medicamentos
endovenosos;
Montar equipamentos e soluções estéreis 
imediatamente antes de usar;
Manipular os tecidos delicadamente, manter
hemostasia eficiente, diminuir os tecidos
desvitalizados e corpos estranhos (por
exemplo: suturas, uso de bisturis elétricos e
restos necróticos) e eliminar espaço morto
do sítio cirúrgico;
Se a drenagem for necessária, utilizar dreno
com sistema fechado. Inserir o dreno por
meio de uma incisão separada, diferente da
incisão operatória, e removê-lo assim que
possível.
Pós-operatório
Procedimento Recomendação
Incisão
Proteger a incisão primariamente 
fechada com curativo estéril por 24 a 
48 horas;
Lavar as mãos antese após a 
realização de curativo ou qualquer 
contato com a incisão cirúrgica;
Trocar o curativo com técnica
asséptica;
Educar pacientes e familiares quanto
aos cuidados com a incisão, na
identificação e notificação de sinais e
sintomas relacionados à infecção.
PRECAUÇÕES
• Indicação – todos os pacientes.
• Higiene de mãos
• Uma das medidas mais efetivas na prevenção de
IRAS.
• Limpeza e segurança do ambiente;
• Atenção àssuperfícies frequentemente tocadas.
• Sangue, fluidos corporais, secreções,
excreções, pele não intacta e mucosas
podem conter agentes infecciosos
transmissíveis
Precauçõespadrão
Precauçõespadrão
• Cuidados com roupas hospitalares
• Retirada com mínimo de agitação
• Respeito às especificações para lavanderias
hospitalares
• Etiqueta da tosse
• Cuidados com perfuro cortantes
• Uso de EPI-Se risco de contato com sangue ou fluidos
corpóreos
• Práticas seguras para administração de 
medicamentos EV
• Uma seringa, uma agulha, uso único.
• Técnica asséptica
• Frascos com dose unitária
Precauções baseadas no modo de 
transmissão de doenças
• Medidas adicionais de bloqueio
• Em associação com precauções padrão.
• Contato, gotículas e aerossóis.
Aerossóis
• Partículas 1 μm a 5 μm
• Permanecem viáveis no ambiente por período
prolongado
• Podem ser disseminadas para áreas adjacentes.
Medidas administrativas e de infraestrutura
• Adiar procedimentos
• Informar equipe
• Agendar último horário do dia
• Minimizar o número de pessoas em sala
• Designar sala com estrutura adequada
• 12 ou mais trocas/hora
• -2,5 PSI
Precauções para aeross
Aerossóis
Pré-operatório
• Paciente - máscara cirúrgica durante o transporte
• Transportar paciente diretamente para a sala de cirurgia
• Disponibilizar filtro para equipamento de VM
Perioperatório
• Máscara N95 - toda a equipe
• Utilizar circuito descartável ou processar 
após o uso
• Portas fechadas – diferencial de pressão.
Pós-operatório
• Recuperação e extubação em sala
• Portas fechadas até a limpeza terminal e total 
exaustão das partículas
Aerossóis
Máscara N95 durante
a higienização da sala
HEPA sistema
portátil
20 minutos –
remoção de 94% 
das partículas
• Eliminada no ar exalado (respiração, tosse ou fala)
• Podem transportar micro-organismos a curta
distância.
Recomendações
• Máscara cirúrgica para contato próximo (<1m)
• Recuperação em sala
• Uso de máscara cirúrgica pelo paciente no transporte
Gotículas
• Tipo de precaução mais frequente –
bactérias multirresistentes (BMR).
Recomendações
• Uso de luvas e avental ao entrar na sala
• Atenção para sistemas de drenagem durante
o transporte
• Higiene ambiental
Precauções de contato
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Critérios
Diagnósticos de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. 2 ed. 
135p. 2017a.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Medidas de
Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. 2 ed. 201p. 
2017b.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Surgical Site
Infection (SSI) Event. Procedure-associated Module SSI. January 2017.