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DIFERENÇAS HISTOLÓGICAS DO ESTÔMAGO DO CÃO E DO EQUINO

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CURSO 
MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS VETERINÁRIA APLICADAS AO SISTEMA 
DIGESTÓRIO E GLÂNDULAS ANEXAS 
 
 
 
DAIANA BIRAL 
 
 
 
 DIFERENÇAS HISTOLÓGICAS ENTRE O ESTÔMAGO DE UM CÃO E DE UM EQUINO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2020 
Tanto o estômago do cão como a do cavalo é a parte mais dilatada do sistema 
digestório, localizado entre o esôfago e o intestino delgado. Entretanto com diversas 
especificidades que veremos a seguir. 
O estômago do cão é unicavitário, sua mucosa é glandular (revestido com epitélio 
colunar simples), somente uma pequena parte é aglandular (próximo onde o esôfago se une ao 
estômago) revestido de epitélio pavimentoso estratificado queratinizado. 
Enquanto que o estômago do equino é também unicavitário, porém composto 
histologicamente, pois possuí 2/3 de mucosa glandular (revestido com epitélio colunar 
simples), restrita às regiões fúndicas e pilóricas, onde são secretados: HCL, pepsinogênio, 
hormônio polipeptídico e gastrina. Também é onde há efetivos mecanismos protetores, como 
a produção de muco, bicarbonato e rápida re-epiteliação da mucosa e 1/3 aglandular (coberta 
por epitélio escamoso estratificado, cornificado, ligeiramente dobrado e com aspecto 
esbranquiçado). Essa união se dá pela margem pregueada onde há prevalência de lesões. 
O estômago apresenta quatro camadas histológicas, de interna para externamente 
denominadas: mucosa, submucosa, muscular e serosa, cuja superfície interna é integrada por 
quatro regiões: cárdica, fúndica, corpo e pilórica. 
 
Glândulas cárdicas 
Transição entre o esôfago e o estômago, essa região contém as glândulas cárdicas, 
zona estreita, responsável pela produção de muco (proteção contra o suco gástrico). São 
glândulas espiraladas e tubulosas revestidas de epitélio colunar simples, possuindo células 
secretoras de hormônios. 
Já o inicio da região das glândulas cárdicas no equino é delimitado pela transição do 
epitélio estratificado pavimentoso, para epitélio colunar simples na parte glandular do 
estômago. 
Nos equinos não há glândulas cárdicas na região cárdica, como acontece nos cães, pois 
essa região é aglandular, essas glândulas estão localizadas em conjunto com as glândulas 
pilóricas. 
Na região aglandular não há fator de proteção, pois não possui glândulas, a proteção 
vem da saliva através da mastigação. 
Mais uma particularidade dos cavalos é que o esôfago entra no estômago de maneira 
oblíqua pelo esfíncter da cárdia, o estômago possui três regiões (região de saco cego, região 
fúndica e região pilórica) e se liga ao duodeno pelo esfíncter piloro, esses esfíncteres são bem 
desenvolvidos e se encontram próximos sendo que a cárdia realiza fechamento hermético 
impedindo a regurgitação. 
Glândulas Pilóricas 
Glândulas encontradas na mucosa da parte pilórica do estômago, responsável pela 
produção de muco (proteção contra o suco gástrico), revestindo a face interna abrandamento 
da acidez. Suas células compõem o esfíncter pilórico na junção gastroduodenal. Suas 
glândulas são tubulares curtas, simples ou ramificadas. 
Na região pilórica glandular há fossetas gástricas profundas que são glândulas 
pilóricas tubulosas simples ou ramificadas e decretam muco e lisozima. Há muitas células G, 
estímulo parassimpático, aminoácidos e aminas. Distensão da parede do estômago (atividade 
células G, liberam gastrina e produção de ácido pelas células parietais). 
Glândulas fúndicas ou próprias. 
Encontradas no fundo gástrico e no corpo do estômago, há três tipos de células: 
Mucosa do colo (produz muco, células de reserva para substituir células epiteliais). Células 
principais (produz pepsinogênio e precursor da enzima pepsina, que faz a digestão da 
proteína). Células parietais (fonte de íons de cloreto e oxigênio, fator intrínseco para 
reabsorção da vitamina B12 no íleo). 
Nos equinos a região fúndica glandular reveste maior parte do interior do estômago, a 
lâmina própria do fundo e corpo é preenchida por glândulas tubulares (glândulas fúndicas e 
glândulas gástricas próprias). As glândulas se localizam em três regiões distintas: Istmo 
(células mucosas, células-tronco, células parietais). Colo (células-tronco, mucosas do colo, 
células parietais, zimogênicas). Células enteroendócrinas distribuídas pelo colo e base das 
glândulas 
Glândulas fúndicas com células acessórias produtoras de muco; células parietais 
secretoras do ácido clorídrico; células principais secretoras de pepsinogênio; células D 
secretoras de somatostatina; células G produtoras de gastrina; e células semelhantes à 
enterocromafim, secretoras de histamina e serotonina. 
Mucosa 
Parte mais interna da parede do estômago, possuem dobras tortuosas paralelas, pregas 
gástricas, áreas gástricas e fossetas gástricas (onde se localizam as glândulas gástricas 
revestida de células parietais, principais, enteroendócrinas) revestido de epitélio colunar 
simples com células muco secretoras. Lâmina própria de tecido conjuntivo e muscular da 
mucosa (duas camadas de músculo liso). 
Nos equinos as fossetas gástricas recebem muco alcalino (composto de água, 
glicoproteínas e lipídeos) + bicarbonato, além da secreção das glândulas tubulares. 
Submucosa 
Possui uma camada delgada, resistente composta de tecido areolar separada da mucosa 
própria, possuí mucosa muscular plexiforme. Profundamente à mucosa encontra-se uma 
espessa camada de tecido conjuntivo, conhecida como submucosa gástrica. 
O seu arranjo significa que é resistente, mas flexível e móvel, além da rica 
vascularização e linfáticos, essa camada também contém o plexo submucoso de Meissner. As 
fibras nervosas deste plexo transportam inervação parassimpática para os vasos sanguíneos e 
para o músculo liso da parede do estômago. A estimulação parassimpática está associada às 
funções de "descanso e digestão" e, portanto, estimula a digestão. 
 
Muscular 
Sua função é mesclar o alimento com o suco gástrico e transferir essa mistura (quimo) 
para o intestino delgado, possui três camadas de músculo liso: 
A camada interna da mucosa muscular consiste de fibras circulares (forma esfíncter 
cárdico e pilórico). Suas funções são a abertura e fechamento respectivamente para a passagem 
do alimento. A túnica muscular consiste em músculo liso localizado profundamente à 
submucosa. É composta por três camadas: oblíqua interna, circular médio e longitudinal 
externa. A camada muscular externa produz movimentos de agitação necessários para a 
digestão mecânica. 
Obs.: A camada circular média nos cavalos equivale à camada interna nos cães. 
Serosa 
A serosa gástrica é a camada mais externa da parede do estômago. Consiste em uma 
camada de epitélio pavimentoso (escamoso) simples, conhecido como mesotélio, e uma fina 
camada de tecido conjuntivo subjacente. 
Cobre o órgão inteiro, se adere ao musculo subjacente exceto nas curvaturas onde ela se 
reflete e continua para os omentos (maior e menor) derivados especiais da serosa conjuntiva que 
consiste em lâminas duplas de membrana serosa que se prolongam do estômago até a serosa 
parietal. 
Portanto o aparelho digestivo apresenta diferentes graus de especializações de acordo 
com a espécie animal, pois está adaptado ao tipo de alimento e precisa ser diferente para 
processar a digestão e absorção. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIA 
 
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010384782013000200018&script=sci_arttext&tlng=pt 
 
https://professor.pucgoias.edu.br 
 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/histologia-do-estomago 
 
https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/estomago/ 
 
Ciência Rural, Santa Maria, v.43, n.2, p.305-313, fev, 2013 ISSN 0103-8478 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010384782013000200018&script=sci_arttext&tlng=pt
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010384782013000200018&script=sci_arttext&tlng=ptfile:///C:/Users/Daiana/Desktop/%0b%0dhttps:/professor.pucgoias.edu.br 
file:///C:/Users/Daiana/Desktop/%0b%0dhttps:/professor.pucgoias.edu.br 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/histologia-do-estomago
https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/estomago/

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