Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Hipersensibilidades Prof. Juliano Coutinho Reação de hipersensibilidade ➢ Portier e Richet (1902) – descobriram que a resposta imune nem sempre representava proteção. Poderia as vezes, provocar estados patológicos! Na 2ª dose ANAFILAXIA ("afastada da proteção“: reação exagerada a um invasor) Reação de hipersensibilidade ✓ Resposta imunológica excessiva e inapropriada do organismo a uma substância inócua (alérgeno). ✓ RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA, EXAGERADA OU INADEQUADA, RESULTANDO EM REAÇÃO INFLAMATÓRIA E/OU DANO TECIDUAL! Reação de hipersensibilidade Em geral, as respostas imunes erradicam os organismos infectantes sem provocar graves lesões aos tecidos do hospedeiro. No entanto, essas respostas são, algumas vezes, controladas de maneira inadequada, inapropriadamente direcionadas aos tecidos do hospedeiro ou desencadeadas por microrganismos comensais ou antígenos ambientais, os quais geralmente são inofensivos. Nestas situações, a resposta imune, normalmente benéfica, torna-se a causa da doença. Reação de hipersensibilidade Reação de hipersensibilidade https://www.youtube.com/watch?v=2I0K_A sm_Rw&t=1s&ab_channel=MedCanal Reações de Hipersensibilidade| IMUNOLOGIA Indução da Hipersensibilidade tipo I ➢A maioria dos animais normais responde a esses antígenos produzindo anticorpos IgG ou IgA. ➢Antígenos ambientais montando uma resposta Th2 exagerada e produzindo quantidades excessivas de anticorpos IgE. ➢São esses animais que desenvolvem reações de hiper. do tipo I ou alergias. A doença é causada pela liberação de moléculas inflamatórias pelos mastócitos após a ligação dos antígenos à IgE. Hipersensibilidade tipo I ▪Requisitos básicos: ▪Exposição prévia ao antígeno (alérgeno). ▪Produção IgE pelo individuo suscetível. ▪Reexposição do mesmo Ag. ▪Alérgenos: ▪Pode ser de origem proteica, vegetal (pólen), ou animal (pelo, leite, ovos), drogas (aspirina, penicilina, anestésicos, etc.). ▪ Inalados ou ingeridos (mais frequente), mas podem ser inoculados através de injeção ou picada de inseto. REAÇÃO LOCALIZADA ✓ Antígenos Inalados (asma, rinite alérgica) ✓ Antígeno Ingeridos (cólica, diarreia); ✓ Antígeno Inoculados (urticária, picada de inseto) ✓ Antígenos na pele (dermatite local) ✓ Antígenos em aerossóis (lacrimejamento intenso, conjuntivite) Hipersensibilidade tipo I FATORES DETERMINANTES: ✓ Predisposição genética: um dos pais é alérgico. ✓ Ambientais (nº de exposições do antígeno, estado nutricional, presença de infecção crônica...) CÉLULAS ENVOLVIDAS: ✓ Mastócitos: ricos em grânulos (histamina e heparina), alta afinidade para porção Fc da IgE. ✓ Basófilos: grânulos com subst. similares a dos mastócitos. ✓ Eosinófilos: liberam mediadores inflamatórios capazes de aumentar a reação atópica. Hipersensibilidade tipo I REAÇÃO SISTÊMICA = CHOQUE ANAFILÁTICO A Anafilaxia alérgica é uma reação de hipersensibilidade sistêmica severa e de risco à saúde. ✓ Pode causar distúrbios respiratórios, broncoconstrição, edema de glote, erupções cutâneas e colapso vascular. Hipersensibilidade tipo I • Os cães diferem de outros mamíferos domésticos pelo fato de o principal órgão de choque não ser o pulmão, mas sim o fígado, especialmente as veias hepáticas. • Os cães com anafilaxia alérgica mostram excitação inicial seguida de vômito, defecação e micção. • À medida que a reação progride, os cães entram em colapso com fraqueza e depressão respiratória, tornando-se comatosos, convulsionam e morrem dentro de 1 hora. • À necropsia, o fígado e o intestino estão massivamente ingurgitados, talvez com até 60% do volume sanguíneo total do animal. Todos esses sinais resultam de uma oclusão da veia hepática decorrente da combinação da contração da musculatura lisa e do edema hepático. Isso resulta em hipertensão porta e acúmulo de sangue na víscera, bem como na diminuição do retorno venoso, do débito cardíaco e da pressão arterial. Os mediadores identificados incluem a histamina, as prostaglandinas e os leucotrienos. Hipersensibilidade tipo I • Nos felinos, o principal órgão de choque é o pulmão. • Os gatos com anafilaxia alérgica apresentam forte coceira ao redor da face e da cabeça, conforme a histamina é liberada na pele. • Isso é seguido por dispneia, salivação, vômito, descoordenação, colapso e morte. • A necropsia revela broncoconstrição, enfisema, hemorragia pulmonar e edema de glote. Hipersensibilidade tipo II ▪ Também denominada hipersensibilidade citotóxica. ▪ Ocorre quando anticorpos (e sistema complemento) destroem células normais. ▪ É mediada por IgG e IgM; ▪ Anticorpos são dirigidos contra um constituinte normal da célula. Hipersensibilidade tipo II As mães podem tornar-se sensibilizadas pelos fetos durante a gestação e produzir Ac contra eritrócitos fetais. Estes Ac, se ingeridos no colostro, podem causar a destruição dos eritrócitos de um animal recém – nascido, denominada doença hemolítica do recém – nascido. 1. Neonato deve herdar eritrócitos Aa positivo de seu pai que não esteja presente em sua mãe. 2. A mãe deve ser sensibilizada pelo eritrócito Aa negativo (hemorragia transplacentária ou gestações repetidas). 3. Ingestão de colostro contendo altos títulos de Ac contra seu eritrócitos. Doença Hemolítica do Recém- Nascido (DHR) Hipersensibilidade tipo II Hipersensibilidade tipo III ▪ Ag e Ac se combinam = formando imunocomplexos. ▪ Os imunocomplexos podem desencadear uma inflamação grave quando depositados em grandes quantidades nos tecidos. Hipersensibilidade tipo III ▪ Uma forma inclui as reações locais que se desenvolvem quando os imunocomplexos se formam dentro dos tecidos. ▪ A segunda forma ocorre quando grandes quantidades de imunocomplexos se formam dentro da corrente sanguínea. Infecções crônicas, vacinações, doenças auto-imunes (excesso ou persistência do Ag no organismo) Hipersensibilidade tipo IV ▪Certos antígenos, quando injetados na pele de animais sensibilizados, provocam uma resposta infamatória no local da injeção após 12 a 24 horas. ▪Reações de hipersensibilidade tardia. Ag APCs LT Hipersensibilidade tipo IV Formaldeído, ácidos, corantes, resinas, medicamentos tópicos Hipersensibilidade tipo IV Reação da tuberculina ▪ Tuberculina é o nome dado ao extrato de micobactéria utilizado em testes cutâneos, com a finalidade de identificar os animais infectados pela tuberculose. ▪ Quando a tuberculina é injetada na pele de um animal normal, não há nenhuma resposta aparente. Por outro lado, se ela for injetada em um animal infectado com micobactéria, ocorre uma resposta de hipersensibilidade tardia. Hipersensibilidade tipo IV Lesão granulomatosa e característica da hipersensibilidade do tipo IV. Hipersensibilidade tipo IV Desenvolve-se um aumento de volume eritematoso e endurecido no local da injeção. A inflamação começa após 12 a 24 horas, atinge sua maior intensidade em 24 a 72 horas e pode persistir várias semanas antes de desaparecer gradualmente. Reações de hipersensibilidade Tipos de hipersensibilidade Mecanismos imunes patológicos Mecanismo de lesão tecidual e doença Hipersensibilidade Tipo I (imediata) Anticorpo IgE - Mastócitos e seus mediadores (aminas vasoativas, mediadores lipídicos, citocinas). Hipersensibilidade Tipo II (citotóxica) Mediada por anticorpos Anticorpos IgM e IgG contra antígenos da superfície celular ou matriz extracelular - Opsonização e fagocitose de células - Recrutamento e ativação de leucócitos (neutrófilos, macrófagos) mediados por complemento e receptor Fc. - Anormalidades nas funções celulares. Hipersensibilidade Tipo III Mediada por imunocomplexos Imunocomplexos de antígenos circulantes e anticorpos de IgM ou IgG - Recrutamento e ativação de leucócitos mediados por complemento receptor de Fc. HipersensibilidadeTipo IV (tardia) Mediada por linfócitos T e NK 1. Linfócitos TCD4+ 2. CD8+ (citólise mediada por linfócitos T) - Ativação de macrófagos, inflamação mediada por citocinas. - Dirigir a destruição de células-alvo, inflamação mediada por citocinas. Vacinas Tipos de imunização ▪Proteção dos animais: Exposição ao Ag Ac pré – formados Ativa Passiva Tipos de imunização • A imunização passiva gera imunidade temporária pela transferência de anticorpos de um animal resistente a outro suscetível. Estes anticorpos, transferidos de forma passiva, conferem proteção imediata; no entanto, uma vez que são gradualmente catabolizados, essa proteção diminui em intensidade e o receptor, eventualmente, torna-se suscetível novamente. Tipos de imunização • A imunização ativa, em contrapartida, envolve a administração de antígenos a um animal, de forma que ele responda desencadeando uma resposta imunológica. • Uma nova imunização ou a exposição do mesmo animal à infecção resultará em uma resposta imunológica secundária e na melhora acentuada da imunidade. • A desvantagem da imunização ativa é que, assim como ocorre em todas as respostas adaptativas, a proteção não é conferida imediatamente. Entretanto, uma vez estabelecida, apresenta longa durabilidade e é passível de reestimulo. Imunidade passiva x ativa Imunização Passiva: “Anticorpos produzidos em um animal doador que são administrados a animais suscetíveis para conferir uma proteção imediata” Tipos de imunização ▪ As toxinas são desnaturadas e detoxificadas pelo tratamento com formaldeído = toxóides. ▪ Os cavalos doadores = inoculados com toxóides = Anticorpos são produzidos. ▪ Ac atingem títulos suficientemente elevados = sangue é coletado. Vacinas e soros imunes produzidos pelo Instituto Butantan Tipos de imunização ▪ Problemas: ▪Utilização das imunoglobulinas em espécies heterólogas. Imunização Passiva Artificial: ▪ Permanência de Ac passivos. ▪ Formação de imunocomplexos. ▪ Hipersensibilidade tipo III Tipos de imunização ▪ Desvantagem = a proteção não é conferida imediatamente. ▪ Entretanto, uma vez estabelecida, apresenta longa durabilidade e é passível de reestímulo. Imunização Ativa: “Administração de antígenos a um animal, de forma que ele responda desencadeando uma resposta imunológica” Produção Ac ou LT CD8+ Tipos de imunização ▪ Vacina ideal: Imunização Ativa Artificial: ▪ Conferir forte proteção ▪Tempo prolongado de proteção ▪ Imunidade fetal ▪ Sem efeitos colaterais ▪ Baixo custo ▪ Adaptável a vacinação em massa ▪ Imunidade distinguível da imunidade natural Tipos de imunização ▪ Tipos de vacinas: Imunização Ativa Artificial: Vivas (atenuadas) Mortas (inativadas) C O N V E N C I O N A l Tipos de imunização ▪ Vacinas vivas atenuadas: Imunização Ativa Artificial: ▪ Maior antigenicidade (Estimulam melhor a resposta imune) ▪ Dosagem baixa ▪ Adjuvante desnecessário ▪ Hipersensibilidades ▪ Proteção maior Vantagens: Desvantagens: ▪ Menor segurança ▪ Maior virulência ▪ Reações sistêmicas (inchaço, febre, inquietação) ▪ Maior custo (relativo) ▪ Maior cuidado com armazenamento, preparação e manipulação Tipos de imunização ▪Métodos de ATENUAÇÃO mais comuns são: ▪Adaptação dos moos ao crescimento em condições incomuns de forma que percam sua adaptação ao hospedeiro comum. ▪ Ex: Deixar o moogs com escassez de nutrientes. ▪ E a manipulação genética. ▪ Ex: Pasteurella multocida – forma mantidas por longo tempo de estreptomicina e ficaram dependentes, originando mutantes deste antibiótico. Imunização Ativa Artificial: Tipos de imunização ▪ Vacinas inativadas: ▪Bactérias mortas = BACTERINAS ▪Toxinas derivadas = TOXÓIDES Imunização Ativa Artificial: Inativação Deve manter a virulência semelhante ao moos vivo! Métodos Produtos Químicos = formol, acetona, álcool Não modifiquem as proteínas de superfície dos moos para não interferirem na sua capacidade em reagir com os Ac. Tipos de imunização ▪ Vacinas inativadas: Imunização Ativa Artificial: Vantagens: Desvantagens: ▪ Maior segurança (imunodeficientes) ▪ Menor custo (relativo) ▪ Maior facilidade de armazenamento ▪ Não se disseminam para outros animais ▪ Menor virulência ▪ Reações sistêmicas (inchaço, febre, inquietação) ▪ Dosagem alta (múltiplas) ▪ Adjuvante necessário ▪ Hipersensibilidade Adjuvantes ▪ Substâncias colocadas nas vacinas afim de potencializar a resposta imune. Adjuvare ▪Não sofre influência de peso e idade do animal. ▪Normalmente em via subcutânea ou intramuscular. ▪ São administradas pelas portas de entradas do Ag. ▪ Ex: vacina IBR – via intranasal. Administração da vacina Em algumas doenças a imunidade sistêmica não é tão importante quando a imunidade local, desta forma, é mais adequado aplicar a vacina no sítio de potenciais invasões. Dose padrão: o Espécie - Cada espécie apresenta seu respectivo esquema de vacinação. o Devendo levar em consideração: o O período de imunidade passiva. o Estado nutricional do animal. Esquema de vacinação Falhas na vacinação Fatores do animal Fatores vacinais Falhas humanas Imunodeficiência Inativação durante o manuseio Mistura incorreta de produtos Interferências de anticorpos maternais Armazenamento impróprio Exposição ao agente simultaneamente à vacinação Idade (extremos) Vacinas não protegem 100% da população Uso concomitante de antimicrobianos Prenhez Desinfetantes utilizados em seringas e agulhas Uso simultâneos de anti-soros Estresse Estirpes ou cepas erradas Administração de doses em intervalos curtos (< 2 semanas) Febre, hipotermia Atenuação excessiva Rota incorreta de administração Doença em incubação Medicamentos: citotóxicos Debilidade geral Estimativa da Duração Mínima da Imunidade (DOI) de Antígenos de Vacinas Caninas Comercializadas REAÇÕES ADVERSAS DA VACINAÇÃO Slide 1: Hipersensibilidades Slide 2: Reação de hipersensibilidade Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30: Vacinas Slide 31: Tipos de imunização Slide 32: Tipos de imunização Slide 33: Tipos de imunização Slide 34 Slide 35: Tipos de imunização Slide 36: Vacinas e soros imunes produzidos pelo Instituto Butantan Slide 37: Tipos de imunização Slide 38: Tipos de imunização Slide 39: Tipos de imunização Slide 40: Tipos de imunização Slide 41: Tipos de imunização Slide 42: Tipos de imunização Slide 43 Slide 44: Tipos de imunização Slide 45: Tipos de imunização Slide 46: Adjuvantes Slide 47 Slide 48 Slide 49: Falhas na vacinação Slide 50: Estimativa da Duração Mínima da Imunidade (DOI) de Antígenos de Vacinas Caninas Comercializadas Slide 51: REAÇÕES ADVERSAS DA VACINAÇÃO
Compartilhar