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TDAH - transtorno do déficit de atenção e hiperatividade

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Amanda Coimbra Pires 
 
INTRODUÇÃO 
Os transtornos do neurodesenvolvimento são um conjunto de condições que levam a déficits no 
desenvolvimento e começam a se manifestar em crianças com idade pré-escolar, culminando em 
dificuldades no desempenho social, pessoal, acadêmico e profissional. 
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é identificado pelo DSM 5 como um distúrbio 
do neurodesenvolvimento. 
É definido pela presença de sintomas de desatenção, desorganização ou hiperatividade e impulsividade. 
A DESATENÇÃO E DESORGANIZAÇÃO vai ser a dificuldade de permanecer em uma tarefa, perder objetos e 
não perceber um chamado em nível incoerente à idade. 
A HIPERATIVIDADE E IMPULSIVIDADE vai ser a inquietação, interferência nas atividades de outras pessoas, 
incapacidade de aguardar sua vez ou de permanecer sentado. 
EPIDEMIOLOGICAMENTE FALANDO o TDAH é um dos principais motivos de encaminhamento de escolares 
para o serviço de saúde. 
A prevalência do TDAH é em torno de 3% a 6% em crianças em idade escolar. A prevalência mundial é de 
5,3% em crianças e adolescentes menores de 18 anos. Sendo que metade permanece sintomático na 
idade adulta. 
A diferença entre os gêneros é na proporção de 2:1, sendo mais prevalente em meninos. 
O subtipo predominantemente hiperativo/impulsivo atinge mais os meninos. Porém as meninas 
apresentam mais o subtipo predominantemente desatento que vem acompanhado de menos transtornos 
de conduta como comorbidade e causa menos desconforto social para a escola e para a família e, por 
isso, são menos encaminhadas ao serviço de saúde. 
FISIOPATOLOGIA 
No que tange a ETIOLOGIA, existe uma influência genética e ambiental para seu desenvolvimento. 
Com relação aos FATORES GENÉTICOS algumas pesquisas sugerem que genes codificadores dos 
componentes do sistema dopaminérgico, serotoninérgico e noradrenérgico estão envolvidos na 
fisiopatologia. 
Um fator importante a se saber é que a maturação e mielinização do encéfalo ocorre de maneira póstero-
anterior, então é considerado fisiológico algum nível de hiperatividade em crianças até cerca de 4 anos 
de idade, pois a região pré-frontal (responsável pelo controle motor) só finaliza seu processo de 
mielinização nessa faixa etária. 
Por isso, alguns estudos recentes vêm sugerindo que crianças com TDAH apresentam uma atividade 
reduzida, menor volume e uma lentificação na maturação do córtex pré-frontal, que está relacionado à 
capacidade de atenção e controle dos impulsos. Sendo que a menor disponibilidade de receptores D2 e 
D3 de dopamina está associada a sintomas de desatenção, e a hiperatividade está mais ligada ao 
bloqueio de receptores α2 de serotonina. 
TDAH 
Amanda Coimbra Pires 
Com relação aos FATORES AMBIENTAIS, questões psicossociais, como presença de doença mental nos 
pais e história de abuso infantil, podem participar do surgimento do transtorno. Complicações da gestação 
também parecem aumentar o risco de desenvolvimento do TDAH (muito baixo peso ao nascer tem risco e 
exposição intrauterina ao álcool ou tabaco aumentam o risco). (A MÃE NÃO POSSUI AJUDA FAMILIAR, 
EXISTE UM ABANDONO PATERNO E UMA PROVAVEL TENDÊNCIA DEPRESSIVA DA MÃE). 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
O diagnóstico do TDAH é clínico, realizado através de critérios do DSM. 
Para realizar o diagnóstico de DESATENÇÃO pelo DSM 5, o paciente precisa preencher pelo menos 6 dos 
critérios, SÃO ELES: 
1. Frequentemente não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido (tarefas escolares); 
2. Frequentemente tem dificuldade de manter a atenção em atividades lúdicas; 
3. Frequentemente parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra; 
4. Frequentemente não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos; 
5. Frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades; 
6. Frequentemente evita tarefas que exijam esforço mental prolongado; 
7. Frequentemente perde coisas importantes; 
8. Com frequência é facilmente distraído por estímulos externos; 
9. Com frequência se esquece de atividades cotidianas. 
 
Para diagnóstico de HIPERATIVIDADE E IMPULSIVIDADE, precisa preencher pelo menos 6 dos critérios: 
 
1. Frequentemente remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira. 
3. Frequentemente corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado; 
4. Com frequência é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente; 
5. Com frequência “não para”, agindo como se estivesse “com o motor ligado”; 
6. Frequentemente fala demais; 
7. Frequentemente deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída; 
9. Frequentemente interrompe ou se intromete; 
 
Para fechar o diagnóstico, os sintomas precisam ser constantes e persistentes por um período mínimo de 6 
meses e terem um grau incoerente com a idade e o nível de desenvolvimento da criança. Devem ter 
surgido antes dos 12 anos de idade e influenciarem negativamente a funcionalidade das atividades 
sociais, estando presente em pelo menos 2 ambientes (como casa, escola, com amigos). 
 
Na idade pré-escolar, a principal manifestação é a hiperatividade. Porém o TDAH é mais diagnosticado 
durante o ensino fundamental, quando o paciente apresenta desatenção, que é mais evidente no 
ambiente escolar. 
O TDAH não é considerado um transtorno de aprendizagem, mas seus sintomas podem gerar uma 
dificuldade de aprendizagem, resultando em um pior rendimento escolar e profissional. (O PACIENTE 
POSSUI DIFICULDADE DE APRENDIZADO NO RELATÓRIO ESCOLAR – não sabe ler nem escrever. MAS acredito 
que ele possa ter realmente um transtorno da aprendizagem que podem ser da leitura, linguagem e 
escrita, não relacionado ao TDAH). 
Uma das principais comorbidades das crianças com TDAH é o transtorno opositor desafiante (TOD), 
podendo estar presente em até metade dos pacientes com TDAH com subtipo combinado. (FOI RELATADO 
NO CASO QUE O PACIENTE EVOLUIU COM REBELDIA, AGRESSIVIDADE VERBAL IRRITABILIDADE, LABILIDADE 
AFETIVA E COMPORTAMENTO OPOSITOR, FICANDO CADA VEZ MAIS ISOLADO). 
CLASSIFICAÇÃO 
Amanda Coimbra Pires 
O TDAH é classificado em 3 subtipos: apresentação predominantemente desatenta, apresentação 
predominantemente hiperativa/impulsiva e apresentação combinada. 
Predominantemente hiperativo/impulsivo: quando somente os 6 critérios de hiperatividade/impulsividade 
são preenchidos. Predominantemente desatento: quando somente os 6 critérios de desatenção são 
preenchidos. Combinado: quando preenche critérios para desatenção e hiperatividade/impulsividade. 
Também pode ser classificado conforme a gravidade em leve, moderado e grave. 
LEVE se o paciente apresentar poucos ou nenhum sintoma além dos necessários para o diagnóstico e com 
pequenos prejuízos no âmbito social ou acadêmico/profissional. GRAVE se tiver muitos sintomas além dos 
necessários para o diagnóstico ou apresenta sintomas graves ou que resulte em grande prejuízo nas 
relações sociais ou na função acadêmica ou profissional. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
O diagnóstico do TDAH não exige exames laboratoriais ou de imagem e não existe marcador biológico. 
Exames de acuidade visual e auditiva, entretanto, são importantes para identificar se o déficit de atenção 
é proveniente de alteração nessas funções sensoriais ou se podem estar relacionadas ao TDAH.

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