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Suicídio: Fatores de Risco e Protetores

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Amanda Coimbra Pires 
Suicídio 
Exame psíquico X Súmula psicopatológica 
Registro da observação do entrevistador ou terapeuta, no momento da entrevista. No exame psíquico, as 
anotações deverão ser feitas de forma que alguém de fora da área “Psi” possa compreendê-las. No 
exame psíquico, não se usam termos técnicos; são registrados aspectos objetivos que justifiquem os termos 
técnicos que serão empregados posteriormente na súmula. Ex: “Paciente apresenta-se inquieto, 
demonstrando desassossego, mas podendo ainda controlar sua agitação.” Isso corresponde ao que se 
chama de “hipercinesia moderada”. Esse termo aparecerá somente na súmula quando se estiver 
apontando o termo técnico indicativo da psicomotricidade do paciente. 
Ref.: Emergências psiquiátricas e Compêndio de psiquiatria. 
... 
Em psiquiatria, suicídio é a emergência primária. É impossível de prever, mas podem-se observar indícios. 
Talvez o conceito mais importante no que tange ao suicídio é que quase sempre ele resulta de doença 
mental, normalmente depressão, sendo receptivo a tratamento psicológico e farmacológico. 
Importante frisar também que o suicídio e as tentativas de suicídio aparecem como características 
comuns as Síndromes psicóticas (importante para o caso). 
CONCEITOS 
 Intenção suicida: desejo de morrer. 
 Ideação suicida: Pensamentos de servir como agente de sua própria morte. Pode variar em 
gravidade, dependendo da especificidade de planos de suicídio. 
 Tentativa de suicídio: Comportamento autolesivo com consequências não fatais, acompanhado 
de evidências de que a pessoa pretendia morrer. 
 Tentativa abortada de suicídio: Comportamento potencialmente autolesivo com evidências de 
que a pessoa pretendia morrer, mas a tentativa foi interrompida antes do dano ocorrido. 
 Suicídio: Morte autoprovocada. 
FATORES DE RISCO 
 SEXO: Homens cometem suicídio com frequência quatro vezes maior do que mulheres, mas as 
mulheres fazem tentativas de suicídio ou têm pensamentos suicidas com frequência três vezes 
maior do que homens. Homens têm maior probabilidade do que mulheres de cometerem suicídio 
com armas de fogo, por enforcamento ou pulando de locais altos. E mulheres normalmente 
ingerem uma overdose de substâncias psicoativas ou veneno. 
 IDADE: é uma ocorrência rara antes da puberdade. Os índices aumentam com a idade e tendo 
uma relevância a crise de meia-idade. Entre homens, o suicídio atinge seu auge após os 45 anos; e 
entre mulheres após os 55 anos. 
 ETNIA: Os índices de suicídio entre homens brancos são cerca de 2 a 3 vezes maiores do que entre 
homens e mulheres pretos. 
 ESTADO CIVIL: O casamento reduz significativamente o risco de suicídio, sobretudo quando possui 
filhos. Pessoas solteiras que nunca se casaram registram quase o dobro de suicídio de pessoas 
casadas. 
Amanda Coimbra Pires 
 OCUPAÇÃO: Quanto maior o nível social do indivíduo, maior o risco de suicídio. Uma queda do 
nível social também aumenta esse risco. O trabalho é fator protetor contra o suicídio (paciente do 
caso quer trabalhar). Entre as categorias profissionais, os médicos correm o maior risco. 
 SAÚDE FÍSICA: Fatores associados a doenças que contribuem tanto para suicídios quanto para 
tentativas de suicídio são perda de mobilidade, sobretudo quando a atividade física é importante 
para a profissão ou para recreação; deformação, especialmente entre mulheres; e dor crônica 
intratável. Pacientes em hemodiálise correm alto risco. Além dos efeitos diretos da doença, os 
efeitos secundários – como rompimento de relacionamentos e perda de emprego- são também 
importantes. 
 DOENÇA MENTAL: Quase 95% de todas as pessoas que cometem suicídio ou que fazem tentativas 
de suicídio foram diagnosticadas com algum transtorno mental. Transtornos depressivos respondem 
por 80% dos casos, esquizofrenia, por 10%; e demência ou delirium, por 5%. Entre todas as pessoas 
com transtornos mentais, 25% também são dependentes de álcool e têm diagnóstico duplo 
(estudos mostram que eles são propensos a tentar o suicídio; a abusar de outras substâncias; a 
exibir comportamentos impulsivos, agressivos e criminosos; e a estar entre vítimas de suicídio). 
Isolamento social intensifica as tendências suicidas entre pacientes deprimidos. 
 ESQUIZOFRENIA: Os fatores de risco são juventude, sexo masculino, estado civil solteiro, tentativa 
anterior de suicídio, vulnerabilidade a sintomas depressivos e alta recente do hospital. 
 
FATORES PROTETORES 
 
Destacam-se suporte social, vínculo familiar, gestação, maternidade e religiosidade, acesso restrito a 
meios que resultem no suicídio. Estilos de vida saudáveis, caracterizados por socialização com pessoas que 
não fazem uso de drogas ou álcool de forma inadequada, manutenção de uma boa alimentação, de 
bons padrões de sono, prática de exercício físico e conservação de uma vida ativa. 
 
AVALIAÇÃO 
 
Escalas e estratégias foram propostas com a finalidade de estimar o risco de suicídio, entretanto, nenhuma 
delas demonstrou eficiência plena para essa finalidade. 
 
A entrevista clínica realizada de forma clara e empática permanece sendo a melhor estratégia para 
avaliar o risco de comportamentos suicidas, sendo importante o estabelecimento de vínculo baseado em 
confiança para a efetividade dessa avaliação. 
 
Essa avaliação deve ser baseada nos fatores de risco e nos fatores de proteção, estimados durante a 
entrevista clínica. 
 
Deve-se considerar o comportamento suicida, transtornos psiquiátricos, situação psicossocial, 
vulnerabilidade e capacidade de enfrentamento individuais, além da história médica pregressa e história 
familiar. 
 
Entre os fatores de risco a serem avaliados diante de um paciente com risco de suicídio, o de maior fator 
preditivo são as tentativas prévias de suicídio. 
 
O PRIMEIRO PASSO da avaliação do risco de suicídio é determinar a presença de pensamentos suicidas, 
incluindo conteúdo e duração desses pensamentos. 
 
Caso seja de caráter crônico, deve-se indagar sobre mudanças nas características dos pensamentos 
dessa natureza, como aumento na intensidade ou na frequência. 
 
 Deve-se perguntar diretamente se o paciente pensou em acabar com a própria vida. Questionar 
sobre a formulação de um plano incluindo método, lugar e hora, além do acesso ao método. 
Amanda Coimbra Pires 
 A letalidade do plano e o desejo de poder ser resgatado também fazem parte da avaliação. 
Determinar o quão intensa é a presença dos pensamentos e dos planos suicidas e a habilidade do 
paciente de controlar impulsos. 
 Averiguar o acesso a sistemas de suporte e recentes estressores. 
 
 
ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO AO SUICÍDIO 
 
De acordo com a OMS, os pacientes devem ser classificados em baixo, médio e alto risco: 
 Os de baixo risco são aqueles que têm pensamentos suicidas ocasionais, mas sem planos. Orienta-
se fornecer suporte emocional e encaminhamento a um profissional de saúde mental ou médico, 
além de instituir visitas em intervalos regulares. 
 Os de médio risco apresentam pensamentos e planos, mas não são de caráter imediato. Devem 
ser estimulados a trabalhar seus sentimentos suicidas, fortalecendo o desejo de viver. Alternativas 
ao suicídio devem ser exploradas, na tentativa de que a pessoa reconsidere. Deve haver o 
encaminhamento ao psiquiatra ou médico e agendamento de consulta o mais rápido possível. A 
família e os amigos devem ser informados. 
 Os de alto risco incluem as pessoas que têm um plano definido e meios de execução, além de ter 
caráter imediato. Devem ser acompanhados em tempo integral até que se providencie a 
hospitalização, que deve ser imediata. A família deve ser informada, e o apoio por parte do 
profissional deve ser reafirmado. Se houver meios de suicídio em posse do paciente, devem ser 
removidos. 
Obs.: Indivíduos gravemente doentes que não conseguem se manter seguros em ambientes menos 
restritivos ou que têm suporte social inadequado também devemser avaliados quanto à necessidade da 
internação. 
 
MANEJO 
Amanda Coimbra Pires 
Deve-se considerar as condições clínicas do paciente (transtorno psiquiátrico e condições físicas), suporte 
social, fatores que motivam o paciente a querer viver, a capacidade de prover o autocuidado, de 
compreender os riscos e os benefícios das abordagens terapêuticas e de cooperar com o tratamento 
planejado e instituído. 
A decisão do local e da terapêutica a ser instituída não está atrelada apenas à estimativa do risco de 
suicídio, mas também à avaliação desse conjunto de fatores. 
SOBRE O CASO DA TUTORIA 
Abuso de álcool e cocaína; insônia; retraimento social e se questionava se valeria a pena continuar a 
viver, MAS NÃO PLANEJOU COMO. Possui um transtorno psicótico e isso se enquadra como fator de risco 
para o suicídio. Possui pragmatismo pobre (vontade em executar ações- iniciativa) e possui socialização 
pobre inclusive demonstrando falta de apoio familiar. Possui fator de risco familiar, visto que o tio apresenta 
os mesmos sintomas. 
 Baixo risco pela OMS. Porém... 
O paciente afirma hoje estar bem. Casado, mora com a esposa e filhos e possui suporte social pois recebe 
um auxílio-doença por incapacidade laborativa, entretanto esse auxílio vai acabar dentro de 1 semana. 
Pretende voltar ao trabalho. Possui planos para o futuro de fazer um curso técnico e mudar de casa. Na 
avaliação não apresenta alteração no padrão clínico e não possui condições mórbidas associadas. 
(fatores protetivos).

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