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UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Disciplina - Fundamentos de Macroeconomia Professor - Aluna - Larissa Clemente Quintalino. 20200074271 Adam Smith é conhecido como o fundador da ciência econômica, recebeu esse título através de sua obra A Riqueza das Nações. Ele defende a divisão de trabalho, pois com ela cada ser humano pode se especializar em uma atividade e uma empresa vai produzir mais em menor tempo. Após concluir que o ser humano é propenso a troca e estabelecer a importância da divisão do trabalho, vem a necessidade de um instrumento comum para todas as trocas, o dinheiro. Com base nesse cenário Smith começa a buscar um motivo para a constante mudança dos preços, uma causa para que eles aumentem ou diminuam, assim nasce a teoria do valor buscando esclarecer essas questões. O primeiro pensamento de Adam é que o valor de troca não tem relação com o valor de uso, para explicar esse raciocínio ele utiliza como exemplo a água e o diamante, a água indispensável para o ser humano enquanto o diamante compõe um acessório de luxo e o valor do diamante é muito mais elevado que o da água. Visto que a teoria do valor busca não somente o fundamento para as alterações dos preços, como também a medida da riqueza produzida, o autor conclui que esse fundamento se encontra no trabalho. Essa conclusão de Smith que o trabalho é a medida de valor vai dar base para todo seu raciocínio dentro da teoria, no entanto existe uma grande dificuldade de se medir o trabalho utilizado em uma mercadoria, sendo assim ele afirma que o dinheiro é a medida de valor mais utilizada. Também é possível observar que o valor do dinheiro sofre mudanças de tempos em tempos ou, até mesmo, de um local para outro, podemos afirmar isso avaliando que antigamente se comprava mais coisas com R$50,00 dentro de um mercado, atualmente já não compramos muito, além disso, de uma cidade para outra o valor de uma mercadoria muda consideravelmente. Avaliando os componentes que constituem os preços Adam Smith avalia que nos primórdios os frutos do trabalho eram divididos entre os trabalhadores, então os frutos eram como seus salários. Com o passar dos tempos o valor de uma mercadoria precisaria cobrir os salários dos trabalhadores e o lucro dos empresários. Outro fator a ser avaliado é que as terras também possuem valor, são propriedades privadas então é preciso pagar uma taxa pelo uso da mesma. Após essas avaliações é possível definir que o preço é medido através do trabalho comandado e que seus componentes são os salários, lucros e a renda da terra. A parte do preço que paga os salários, lucros e renda da terra em taxas naturais é conhecido como preço natural, entretanto algumas vezes ele pode estar acima do preço natural ou abaixo dele. Outro termo utilizado é o preço efetivo, que significa o qual a mercadoria é vendida, é seu preço de mercado. Geralmente o preço de mercado é diferente do preço natural. Pode ocorrer de a demanda ser maior que a oferta, gerando assim, um aumento nos preços de mercado ficando superior ao preço natural, como também pode ocorrer de a oferta ser maior que a demanda, assim, os preços de mercado ficam abaixo do natural. As quantidades de mercadorias oferecidas no mercado, chamada de demanda anteriormente, estão relacionados a muitos fatores como por exemplo, colheita, oferta de matéria prima, entre muitos outros. Concluindo, percebemos que em sua busca para compreender as mudanças nos preços, os elementos mais importantes nos mercados, segundo Adam Smith esses fatores contribuem para que exista a divisão de trabalho e o aumento da riqueza. A teoria do valor nos mostra que o preço das mercadorias corresponde à quantidade de trabalho que possa comprar ou comandar. Adam Smith foi o primeiro a buscar explicar de forma científica a economia, após ele temos David Ricardo como seu sucessor, ele construiu uma teoria da distribuição que possibilitava compreender em quais proporções o produto poderia se dividir, excluindo os salários, entre lucros e renda da terra. Assim como Smith, Ricardo também analisou o valor das mercadorias chegando a mesma conclusão de que a finalidade de uma mercadoria não tem relevância em seu valor de troca. Contudo, o autor chega ao pensamento de que algumas poucas mercadorias possuem características muito particulares e incomuns sendo esses fatores causadores de uma escassez que é representada em seus preços. Nesse cenário a quantidade de trabalho empregada não altera a oferta e não afeta seu valor. Ricardo chega à conclusão de que quanto maior for a demanda de um bem, maior será sua escassez, assim, maior será seu preço. Ambos os autores citam o trabalho em suas teorias do valor, embora seja em sentidos diferentes. Segundo Smith o preço de uma mercadoria equivale a quantidade de trabalho que a mesma consegue comprar, já Ricardo diz que a mercadoria vale o quanto de trabalho é utilizado em sua produção. Essa quantidade de trabalho que é utilizada na produção, de acordo com David, explica a alteração dos preços relativos. Os trabalhos podem possuir diferentes qualidades e podem refletir diferentes valores nas mercadorias. Em alguns trabalhos determinada carga horária significa um maior valor nas mercadorias do que outros, mas também, as mercadorias que precisam da mesma quantidade de tempo para serem produzidas podem possuir diferentes valores. O autor utiliza como exemplo uma peça de lã e outra de linho, por mais que as duas demandem o mesmo tempo para serem produzidas, uma peça de lã equivale ao preço de duas peças de linho, isto significa que demanda mais trabalho para fabricar lã do que para se fabricar linho. Após esse exemplo Ricardo afirma que a matéria-prima e ferramentas utilizadas na produção também agregam valor às mercadorias. Um caçador pode gastar mais tempo produzindo uma arma para matar um castor do que para matar um veado, o resultado disso é que o castor irá custar mais caro que o veado. Também podemos analisar que caso uma arma seja mais duradoura que a outra, a mesma transfere menor valor para a caça, ou seja, todos os equipamentos utilizados na produção transferem valor para as mercadorias. Assim, o preço de uma mercadoria é resultado da quantidade de trabalho utilizado em sua produção somado ao valor transferido pelas ferramentas utilizadas na produção da mesma. Outro fator a ser considerado é que o preço dos produtos não sofre alteração caso os salários ou lucros se alterem, para exemplificar temos um caçador e um pescador, caso os dois empreguem o mesmo número de empregados com os mesmos valores de salários um animal caçado iria valer duas vezes mais que um pescado, independente dos lucros e salários. Mesmo que os salários aumentassem, nenhum dos dois poderia subir o preço de seus produtos, uma alteração só seria possível, se por algum motivo fosse mais trabalhoso caçar ou pescar. Existem três possíveis motivos para uma alteração nos preços relativos: ou o valor de uma mercadoria foi alterado ou o de outra permaneceu o mesmo, ou o inverso, ou ambas as situações ocorreram. O trigo pode ficar mais caro que o ouro, isso pode ocorrer porque ou o ouro ficou mais fácil de ser produzido pelo motivo da descoberta de uma nova mina ou porque o trigo passou por uma safra ruim entre outros motivos. As duas situações podem ocorrer simultaneamente. Os capitais podem ser divididos entre capital fixo e capital circulante. O fixo não se desgasta completamente após o terminar o processo de produção, enquanto o circulante, pelo contrário, é completamente consumido. Por exemplo, em uma linha de produção de roupas, o capital circulante seria o algodão e o capital fixo seriam os teares ou máquinas utilizadas na fabricação. Essa classificação entre fixo e circulante não segue uma regra. Em síntese é possível compreender que DavidRicardo utilizou o pensamento de Adam Smith como base para seus estudos, no entanto obteve pensamentos próprios e diferentes. Bibliografia: FRANÇA, Fábio Mendes. Uma discussão sobre a teoria do valor em Smith, Ricardo e Marx. Rio de Janeiro: Monografia de Bacharelado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2012.
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