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Histofisiologia da polpa - THAYANA

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Histofisiologia da polpa e
 dos tecidos periapicais
A dentina e a polpa são tecidos que possuem origem embrionária semelhante e estão integradas tanto em sua forma anatômica quanto fisiológica.
· São consideradas um complexo: complexo dentinho-pulpar 
· Encontram-se isoladas do ambiente externo/oral (pelo revestimento do esmalte – na coroa dentária - e do cemento - na raiz.). 
Quando essas camadas protetoras naturais são perdidas, o complexo pode ser exposto a agentes irritantes e responder de diferentes formas e a presença de túbulos dentinários assegura que o estímulo aplicado sobre a dentina, resulte em algum estímulo sobre a polpa
· Polpa saudável: aspecto firme, rosáceo, sangramento vermelho rutilante.
- Uma particularidade que diferencia a polpa dos demais tecidos conjuntivos do organismo é a sua localização topográfica. 
Localização: interior da cavidade pulpar 
· É arrodeada por paredes inelásticas/inextensíveis de dentina e de cemento.Polpa coronária – presente na câmara pulpar 
Polpa radicular – presente no canal radicular 
Polpa Ligamento Periodontal 
Se conectam diretamente pelos forames apicais e forames laterais. 
Consequentemente alterações patológicas que ocorrem na polpa podem repercutir a depender da virulência do microrganismo, da atividade de microrganismos atuantes, sistema imune do paciente... ela pode repercutir no periodonto. 
EMBRIOGÊNESE
· Dente deriva de dois tipos de tecidos embrionários básicos: Ectoderma (esmalte) e ectomesenquima (dentina, polpa, tecidos periodontais) 
- Se caracteriza por um espessamento no ectoderma oral, associado a processos maxilares e mandibulares e esse ap de crescimento ocasiona a lâmina dentária.
Etapa seguinte é dividida em: 
· Botão (decorrência da proliferação do epitélio da lâmina dentária do ectomesenquima)
· Capuz (essa proliferação contínua origina o órgão do esmalte e forma uma cavidade semelhante a um capuz) 
· Campânula (esse germe dentário vai aumentar de tamanho e essa invaginação se torna mais profunda, semelhante a um sino.) O tecido que fica no interior dessa invaginação é conhecido como PAPILA DENTÁRIA
Papila dentária Ela será responsável em originar dentina e polpa.
Ainda no estágio de campânula, as células da camada interna do órgão do esmalte vão se diferenciar em ameloblastos, a seguir, as células da camada externa vão se diferenciar em odontoblastos por meio de um processo iniciado e modulado por fatores de crescimento. 
ODONTOBLASTOS 
· Vão iniciar a deposição de matriz de dentina e a primeira dentina a ser formada é a chamada “	Dentina do manto”
Dentina Formada pela DENTINA DO MANTO (que é formada pelos odontoblastos do manto) DENTINA CIRCUPULPAR (constituídas pela dentina peritubular e pela intertubular) 
Composição 
- Tecido mineralizado de estrutura avascular (não apresenta células no interior, apenas prolongamentos odontoblásticos) 
- Formada por 70% de material inorgânico, principalmente pelos cristais de hidroxiapatita; 
- 10% de água
- 20% de matriz orgânica – colágeno tipo I principalmente – cerca de 90% - mas também é encontrado colágeno tipo V
- Proteínas não – colagenosas (fosfoproteínas e proteoglicanas)
- Diversos fatores de crescimento
- Pequeno % de lipídeo 
PRÉ-DENTINA
· Uma zona estreita, não é mineralizada e está localizada entre a camada odontoblastica e a camada de dentina mineralizada. 
· Durante a dentinogênese, esses odontoblastos se movem em direção centrípeta (pra fora) deixando seus prolongamentos celulares no interior dessa dentina para formar os túbulos dentinários. 
Esses processos odontoblastos vão se estender de 1/3 até metade do túbulo e juntamente das terminações nervosas, fazem com que a dentina ela seja por natureza sensitiva. Justamente durante a fase de desenvolvimento, esses odontoblastos emitem seus processos, e esses prolongamentos fazem com a dentina seja sensível. 
DENTINA PRIMÁRIA
· Essa dentina tem natureza tubular 
· É fisiologicamente depositada pelos odontoblastos durante a formação do dente
· Constitui grande parte da estrutura dentária. 
· É formada até o fechamento do ápice radicular.
- Compreende a dentina do manto (formada pelos odontoblastos do manto)
 
DENTINA SECUNDÁRIA
· Formada fisiologicamente após o completo desenvolvimento da raiz;
· Circunda toda a polpa e se processa durante toda a vida do indivíduo. 
DENTINA TERCIÁRIA 
Tem uma estrutura irregular e pode ser de dois tipos
· Reacional: dentina irregular, não tem estrutura tubular e é ordenada pelas dentinas primárias e secundárias. Se forma mediante estímulo de cárie, mas é formada com o objetivo de afastar a lesão de cárie da polpa.
· Reparadora: formada por células diferenciadas da polpa, originada na maioria das vezes de um tecido semelhante a osso primário, considerada uma dentina do tipo osteóide, 
DENTINA ESCLERÓTICA
- Também conhecida como a dentina que promove a calcificação tubular ou formação de dentina esclerosada, que vai corresponder a obliteração dos túbulos dentinários devido a cárie, trauma, desgaste.
- Essa obliteração dos túbulos causada por essa dentina esclerótica, pode acontecer devido a utilização de material forrador no interior do complexo pulpar. 
- É formada em situação de estresse adaptativo.
- Aparência escurecida (caract clínica)
- Pode ser formada tanto fisiologicamente quanto patologicamente. Quando é fisiologicamente vai haver formação contínua de dentina peritubular, que é formado justamente pelos prolongamentos de odontoblástos. Patologicamente vai ser verificado a calcificação intratubular que ocorre devido a precipitação de sais minerais dentro desses túbulos dentinários. 
TÚBULOS
Se estende por toda espessura de dentina e apresenta uma formação cônica, com diâmetro maior voltado pela polpa e menor áreas externas (prx ao esmalte e ao cemento)
· Próximo à polpa são mais densos, com maiores quantidades e maiores em tamanhos também.
- Esses túbulos, quando associados a polpa viva, eles contém fluido dentinários, processos odontoblastos... 
- Estão relacionados a permeabilidade dentinária 
· Considerada a expressão da soma de todos os processos que atuam na passagem de substância e fluidos através do tecido. 
· Influenciada pela área de difusão, espessura da dentina; proximidade com a polpa, presença de smear layer (é uma lama dentinária, criada pelo momento de instrumentação), oclusão dos túbulos (se estiverem ocluídos há uma menor permeabilidade)
· Sensibilidade tanto com coisas geladas quanto quentes.
POLPA
Constitui um t. conjuntivo frouxo, que ocupa a cavidade intrna do dente. 
· Altamente vascularizada, rica em fluido, de cor rósea-brilhante, possui resistência e pouca elasticidade. 
Esse complexo dentina polpa, é um substrato residual vital, continuo. Sendo esses dois tecidos, intrinsecamente ligados desde a sua formação embrionária a partir da papila dentária
· Tem origem ectomesenquimal, circundado por paredes inelásticas de dentina denominadas câmara pulpar e canal radicular (comp dentino pulpar).
Funções
· Formadora (porque a polpa produz dentina por toda a vida através dos odontoblastos, responsáveis pela dentinogênese)
· Nutritiva (rica em vascularização, entrada de nutrientes, líquido tecidual e oxigênio pelos vasos e saída de restos metabólicos teciduais.)
· Defensiva (pode se defender de infecções por meio de dentina esclerosada, que é a dentina reacional; resposta inflamatória e imunológica, utilizando os odontoblastos na formação de dentina reacional.)
· Sensorial (a polpa atua como sistema de alarme eficaz, indicando alterações de normalidade. 
O paciente sente dor justamente pela presença de nervos – nervos mielinizados: delta A e nervos amielinizados: delta C.
 OBS: A inervação da polpa é encontrada mais na pré dentina do que na dentina mineralizada. Na falta de nutrição, as fibras de delta A são destruídas diferente das de delta C.
· Reguladora (controla e regula o volume e velocidade do fluxo sanguíneo de determinada arteríola)
· Indutora (na formação do esmalte): Polpa participa na iniciação e desenvolvimento da dentina, que quando formadaleva a formação de esmalte. 
Esses eventos são interdependentes, na medida em que o epitélio do esmalte induz a diferenciação de odontoblastos, e os odontoblastos e a dentina induzem a formação de esmalte.
Elementos estruturais do tecido pulpar 
· Células
1. Odontoblastos: células mais características do complexo dentino-pulpar. 
· Eles estão organizados em uma única camada de células, camadas odontoblasticas, localizadas no limite da dentina e da polpa. 
· O corpo celular dele é localizado na camada pulpar adjacente a pré-dentina, esses odontoblastos maduros, quando estão maduros, dizemos que são células altamente diferenciadas, responsáveis pela formação e mediação da nutrição da dentina. 
· Seu prolongamento penetra nos túbulos dentinários (Fibras de Tomes ou processo odontoblasticos emitem projeções para o interior da dentina formada, essas projeções são as fibras de T. Uma das particularidades dessa célula é ela manter as projeções do seu citoplasma no interior de uma dentina já formada.
2. Fibroblastos (colágeno)
· São visíveis em grande número na polpa coronária, eles alteram a estrutura pulpar quando existe alguma patologia. 
· Nas polpas jovens, encontram muitos fibroblastos e poucas fibras, como consequência as fibras de idosos tendem a possuir menor capacidade de se defender de agressões.
· Estão relacionados com a produção da matriz intercelular.
3. Mesenquimais indiferenciadas 
· Se encontram distribuídas por todo tecido pulpar, sendo mais numerosas na região da polpa propriamente dita.
· Essas células são as primeiras a se dividir quando acontece alguma injúria, porque constituem uma reserva que sempre estão prontas a se diferenciar em qualquer dos elementos celulares da polpa. Ela retém a capacidade de diferenciação. E pode se diferenciar em odontoblastos e fibroblastos sempre que ocorre injuria. 
4. Células de defesa (macrófagos, dendríticas e linfócitos)
- Neutrofilos: ligadas ao processo inflamatório agudo
- Mastócitos: regulação da permeabilidade vascular 
- Linfócitos T e B: células mais frequentemente encontradas, relacionadas com a resposta imune, presentes na resposta inflamatória do tipo crônica. Produzem tb citocinas.
5. Matriz extra celular 
O conjunto desses componentes (fibras e subs fundamental) forma o que chamamos de “estroma fibroso do tecido conjuntivo pulpar”
Fibras:
Colágenas: mais numerosas, fornecem firmeza para manter as células e os tecidos juntos 
Reticulares: encontradas como estrutura de suporte de vasos e nervos. 
Na porção apical há mais porções de colágeno 
Substância Fundamental: 
· Matriz extracelular amorfa situada entre as fibras. Importante para retenção de água e união das fibras colágenas. 
· Produzidas principalmente por fibroblastos e possuem proteínas colagenosas e não colagenosas. 
Essa MEA é formada por um complexo molecular de água, carboidratos e proteínas que atuam como mediadores de transporte e nutrientes. 
6. Elementos de suporte (vasos)
- Capilares
- Arteríolas
- Vênulas
- Vasos linfáticos 
Que penetram e saem através do forame e/ou foraminas e ramificações (quando presentes).
 Então, essa vascularização é originada pelos ramos da artéria infraorbitária, alveolar posterosuperior e alveolar inferior que por sua vez tem origem na artéria maxilar, que é um ramo da carótida externa. 
Como acontece o suprimento sanguíneo: Provém de vasos que penetram pelo forame apical e lateral; se estende no sentido coronário, ocasionalmente duas arteríolas (meta-arteríolas) entram pelo forame apical e se posicionam de forma mais descolada no centro do tecido pulpar, elas tendem a se estender mais longitudinalmente em comparação a polpa coronária, enquanto numeroso capilares vão se deslocar em ângulo reto para formar uma densa rede de capilares na periferia da polpa (plexo odontogênico). Em seguida o sangue vai drenar para vênulas, ao contrário da maioria dos tecidos vasc do corpo, a polpa não possui um vdd suprimento sanguíneo colateral, o que torna esse tecido mais suscetível aos efeitos deletérios de uma infecção grave. 
· A pressão da polpa varia de 6-11mmHg, em condições de exposição da dentina essa pressão pode aumentar a 20-30mmHg que pode causar uma dor intensa, porque ela vai provocar um fluxo de fluido dentinário em direção externa, causando dor intensa. 
Apresenta nas zonas periféricas:
· Z. Periférica ou camada odontoblástica
· Z. de Weil (Acelular)
· Z. Rica em células
Z. Central (vasos e nervos) 
7. Nervos
Seguem o trajeto da vascularização que se estende e se ramifica no sentido coronário.
· Fibras mielínicas: Delta A (maioria) e Beta-A
Tem características mielinizadas, rápida velocidade de condução, resposta pela dor rápida, aguda, e localizada. Beta – A (1 a 5 %)
· Fibras amielínicas: Tipo C (predominam na porção coronária) 
Velocidade de condução lenta, alto limiar de excitabilidade, dor lenta, profunda e difusa. 
Nervo trigêmeo forame apical feixe 20% amielínicos e 80% amielínicos Plexo de Raschkow.
FISIOLOGIA PULPAR 
· Pressão elevada = dor 
Afetada por drogas vasoativas e variações de temperatura.
· Dentina 
Limita as alterações do volume sanguíneo
- A aposição de dentina e cemento perdura por toda a vida e pode ser afetada por diferentes estímulos. Contudo, dependendo da exposição, a idade fisiológica passa a ser frequentemente menor. 
- Redução do volume com a idade, com diminuição dos vasos sanguíneos, nervos e componentes celulares diminuição da resistência da polpa, por outro lado, aumenta a distância entre o órgão pulpar e a substância externa, tornando-a menos sujeita a exposição. 
REGIÃO PERIAPICAL 
· Centro nervoso, vascular e linfático de todo o periodonto, com altíssima atividade metabólica
· Cemento, ligamento periodontal e osso alveolar 
PERIÁPICE 
· Ligamento Periodontal 
- É um tecido conjuntivo fibroso particularmente adequado para sua função principal (sustentar o dente no seu alvéolo, permitindo que ele resista às cardas de compressão decorrente da mastigação) 
- Atua como receptor sensorial (indispensável para o posicionamento adequado da maxila e da mandíbula durante a mastigação). 
- A espessura pode variar entre 150 e 380 micrometro, com a porção delgada normalmente localizada no terço médio da raiz.
· Cemento 
- É um tecido conjuntivo fibroso DURO avascular; 
- Recobre a raiz dentária;
- Principal função: fornece a superfície de contato para as fibras do ligamento periodontal.
- Diferente do osso, ele não possui sua própria vascularização, geralmente é mais resistente a reabsorção. 
De acordo com o padrão celular, nós temos dois tipos de cemento: 
1. Celular
· Observado mais no terço apical radicular e na região interadicular
· Usualmente, esse cemento é encontrado sobre uma camada de cemento acelular. No entanto, a distribuição desses dois tipos de cemento é altamente variável e ambos podem ser observados na mesma raiz, distribuídos de forma aleatória.
2. Acelular 
· Osso alveolar 
· Localiza-se na porção da maxila e da mandíbula que formam e dão suporte aos alvéolos dentários. 
· O processo alveolar é constituído por uma tábua cortical externa de osso compacto que pode ser vestibular ou palatina, um sendo esponjoso (que é um compartimento constituído por osso trabecular) e o osso que reveste o alvéolo, que é o osso alveolar propriamente dito. 
· Função: promover a fixação das fibras do LP.
· É perfurado por numerosos orifícios que dão passagem a vasos e nervos, por isso é também conhecido como lâmina cribiforme; 
· Responde rapidamente a estímulos que induzem formação e reabsorção. 
HISTOLOGIA DO PERIÁPICE 
- Tecido conjuntivo fibroso 
- Células presentes: fibroblastos, células mesenquimais, células de defesa e cementoblastos. 
- Fibras abundantes: colágenas (feixes) 
- Substância fund amorfa
- Extensa atividade metabólica (vasos e nervos em grande quantidade) 
- Continuidade com o tecido conjuntivo pulpar

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