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A CONQUISTA Em 20 de julho de 1969, o mundo testemunhou o evento que mudou a História O contexto da Guerra Fria, a criação da NASA e suas consequências: todos os detalhes da missão Apollo 11 “É um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade” Neil Armstrong, o primeiro astronauta a pisar na Lua DO ESPACO TEORIA DA CONSPIRAÇÃO Será que foi tudo uma farsa? H is tó ri a em F o co E sp ec ia l - A no 6 , n º 15 - 2 01 9 Grupo Unico PDF Passe@diante Passos históricos ÍNDICE 3 9 12 14 Fo to o Fi c ia l pa ra a p re si d ên c ia – d iv u lg a ç ã o /p la n a lt o .g o v. br Ampliando o conhecimento indicações culturais para saber mais sobre os temas desta edição você sabe quem são neil armstrong, buzz aldrin e Michael collins? se não consegue lembrar exatamente por qual motivo eles são conhecidos, provavelmente já ouviu o nome dos três astronautas que, há 50 anos, conduziram a missão apollo 11, responsável por levar os primeiros seres humanos à lua. para saber mais sobre esse assunto, entender o contexto que levou os estados unidos a investirem, entre 1959 e 1973, cerca de 23,6 bilhões de dólares em exploração espacial e ficar por dentro dos desdobramentos da conquista lunar, apresentamos esta edição especial de HISTÓRIA EM FOCO. nas próximas páginas, você vai encontrar matérias que explicarão deasde a corrida espacial da guerra Fria até os programas que antecederam apollo e os fatos que marcaram a viagem até o satélite natural da terra. além disso, apresentamos as teorias que acreditam que toda essa jornada rumo à lua não passou de uma encenação americana com o objetivo de demonstrar seu poder para a união soviética. esperamos que gostem. Boa leitura! A redação Ao espaço e além a criação da nasa, no contexto da guerra Fria, impulsionou a corrida espacial Uma jornada nas estrelas entenda como ficaram as explorações espaciais depois do episódio pioneiro 6 O pouso da águia a missão apollo 11 marcou a história da humanidade ao levar o primeiro homem à lua Lua, câmera... ação! conheça os argumentos de quem acredita que tudo não passou de uma farsa Design Jamile cury Foto castleski/shutterstock images Toque para ir na matéria desejada Grupo Unico PDF Passe@diante Fo to : r an gi zz z/ Sh ut te rs to ck Im ag es E ALÉM AO ESPAÇO A Guerra Fria impulsionou o desenvolvimento tecnocientífico mundial, contexto no qual os Estados Unidos criaram a maior agência espacial já vista TEXTO E ENTREVISTAS MARINA BORGES/COLABORADORA DESIGN JAMILE CURY Quando se fala em exploração do espaço, geralmente o primeiro nome que vem à mente é o da NASA – agência espacial norte-americana responsável pelo desen- volvimento dessa área científica –, mas nem sempre foi assim. A história da National Aeronautics and Spa- ce Administration (significado da sigla, em inglês) teve início com as disputas acirradas entre os Estados Uni- dos (EUA) e a União Soviética (URSS) durante a Guerra Fria. Com os investimentos em tecnologias e aparatos bélicos, uma potência estimulava a outra, caracterizan- do o desejo de ambas as nações cruzarem a linha de chegada do espaço como símbolo de poder e suprema- cia no cenário mundial. Devido à pressão da URSS, que liderava a corrida, os EUA se sentiram ameaçados e re- solveram fundar uma agência nacional para administrar a atividade espacial não-militar do país. Foi em meio à Guerra Fria que o então presidente americano, Dwight David Eisenhower, assinou o decreto que deu origem à NASA em 1958. Segundo o historiador Lucas Paris, a corrida espacial não pode ser compreendida como um expediente téc- nico e científico neutro. “Todo e qualquer avanço das sociedades humanas pautou-se em interesses sociais e de poder. Assim aconteceu com as grandes navegações, a revolução industrial e o neocolonialismo. No caso da Guerra Fria, o jogo político existiu em função das super- potências nucleares: Estados Unidos e União Soviética”, explicita. Pioneirismo soviético: os Sputniks Durante a Guerra Fria, a União Soviética largou na frente dos Estados Unidos na disputa pela hegemonia espacial. Pioneiros em realizar o lançamento de um saté- lite artificial à órbita da Terra – o Sputnik I –, os soviéticos deram início, então, a uma jornada emblemática pelo es- paço. Além desse feito, a nação socialista foi a primeira a levar um animal, a cadela Laika, e um humano, o astronau- ta Yuri Gagarin, para fora dos limites terrestres. O dia 4 de outubro de 1957 categorizou o início, de fato, da corrida espacial travada entre os soviéticos e os norte-americanos. Dessa forma, o Sputnik I se ca- racterizou como um marco histórico. Apesar da sim- plicidade do projeto, o satélite auxiliou astrônomos na identificação das mais altas camadas atmosféricas da Terra. NASA Grupo Unico PDF Passe@diante Após o sucesso do Sputnik I, e com as crescentes investidas espaciais dos Estados Unidos, a União Soviética continuou in- vestindo em seu programa e lançou outros satélites nos anos seguintes. Em novembro de 1957, o Sputnik II foi à órbita e fi- cou famoso por enviar ao espaço o primeiro ser vivo, a cadela Laika. Os dados da cachorra foram monitorados e, depois de algum tempo, os sinais vitais foram perdidos. Existem várias versões para a morte de Laika: na época, o governo soviético alegou falta de oxigênio, mas uma versão mais recente indica que o animal tenha morrido com o superaquecimento da ca- bine, em torno de sete horas após sua decolagem. Os soviéticos deram continuidade ao projeto lançando mais três satélites da série: os Sputniks III, IV e V, indo à órbita entre o final da década de 1950 e início da de 1960. O Sputnik IV, que era um projeto para que a URSS conseguisse levar o primeiro homem ao espaço antes dos Estados Unidos, não conseguiu decolar devido a uma falha nos retrofoguetes. Mercury: a primeira missão Após os avanços da URSS no cenário tecnológico, os EUA se sentiram pressionados e desenvolveram, por meio da NASA, suas primeiras missões. O início se deu com o Progra- ma Mercury, que atuou entre os anos de 1961 e 1963, e tinha como objetivo principal lançar um homem ao espaço e desco- brir os efeitos gerados sobre o corpo humano. Com o tempo, a missão Mercury passou a focar no envio de animais ao espaço e de astronautas americanos à Lua, feito que, até então, nunca havia sido alcançado por ninguém. Esse objetivo começou a ser trilhado pelo lançamento da cápsula da missão Freedom 7, com Alan Shepard a bordo – primeiro estadunidense a chegar ao espaço, impulsionado pelo foguete Redstone, realizando uma manobra sub-orbital de cerca de 15 minutos. Mais tarde, no mesmo ano, foi a vez de Virgil Grisson de- colar rumo às estrelas, dessa vez dentro da cápsula da mis- são Liberty Bell 7, também movida por um Redstone em um idêntico voo sub-orbital. No final de 1961, em continuidade aos experimentos anteriores, os EUA enviaram ao espaço o chimpanzé Enos, que completou duas órbitas na cápsula da Mercury-Atlas 5. Após a viagem de Grisson, a cápsula da Friendship 7 foi en- viada ao espaço, em 1962, pilotada pelo astronauta John Glenn – terceiro estadunidense a alcançar o cosmo e o primeiro a entrar em órbita. Por fim, em 1963, o cosmonauta Gordon Co- oper decolou na cápsula da missão Faith 7 e se tornou o último astronauta do Projeto Mercury a ir ao espaço, quebrando o recorde de permanência com dezenas de órbitas completadas – mais de que todos os seus antecessores juntos. Tais astro- nautas citados foram os primeiros seis americanos a saírem dos limites planetários. Fo to : i xp er t, O ut er S pa ce /S hu tt er st oc k Grupo Unico PDF Passe@diante CONSULTORIA Lucas Paris, historiador com especialização em sociologia e professor; Eduardo Molina, historiador com pós-graduação em Política e Relações Internacionais, palestrante e professor. Programa Gemini O Programa Gemini foi o segundo projetode exploração espacial realizado pela NASA. Constituí- do por dez equipes, manteve-se ativo entre os anos 1961 e 1966. Suas 12 missões tiveram como foco preparar a tecnologia necessária para levar o homem à Lua, e foi no período do Gemini que os EUA lideraram a corrida espacial. No projeto, realizaram-se diversas pesquisas sobre o comportamento dos tripulantes e das máquinas no es- paço e as manobras de acoplamento em órbita terrestre, além das atividades extraveiculares (habilidades consi- deradas importantes para o voo até a Lua). Em 1961, a NASA anunciou o plano de estender o programa espa- cial de voos tripulados, desenvolvendo uma espaçonave para dois tripulantes. O programa foi iniciado oficial- mente em janeiro de 1962. A nave Gemini era um melhoramento da pequena nave Mercury (com capacidade para um astronauta), e o projeto utilizava como lançador o foguete Titan 2. No total, foram dez voos tripulados e dois voos teste não tripulados, somando 12 missões concluídas durante o programa estadunidense. As inovações tecnológicas desenvolvidas até então foram impulsionadas pela disputa acirrada entre as duas superpotências mundiais durante a corrida para cruzar a linha espacial. Para o historiador Eduardo Molina, a Guerra Fria en- tre os EUA e a URSS deixou um dos mais importantes avanços tecnocientíficos já vistos. “Todas as guerras, quando acabam, deixam um legado para a humanidade, seja bom ou ruim. Com a batalha entre americanos e soviéticos, não foi diferente. Óculos com proteção contra os raios ultra- violeta; notebooks; aparelhos auditivos e ortodônticos; coletes a prova de bala e até mesmo controles de video game possuem influência direta da corrida espacial em seu desenvolvimento”, pontua o especialista. Além disso, a disputa entre as nações socialista e capitalista revolucionou a era da tecnologia, desenvol- vendo satélites de comunicação e, assim, permitindo a criação de tecnologias como transmissões ao vivo das televisões, internet e sistemas espaciais e de navegação. Ademais, a corrida contribuiu para a ampliação de todo o conhecimento que se obtém a respeito do espaço, de outros planetas e, até mesmo, de voos com interesses comerciais fora da órbita terrestre. Outro avanço significativo dessa disputa foi a criação da NASA que, nas últimas décadas, vem sendo respon- sável por inúmeras missões tripuladas e não tripuladas; pelo lançamento de diversos corpos no espaço; pela construção de tecnologias jamais vistas; pela chegada do homem à Lua e pelo vasto conhecimento da humani- dade sobre o universo – caracterizando, assim, uma das mais importantes heranças que a Guerra Fria e a corrida espacial deixaram para a humanidade. Fo to : M ia 2y ou / Sh ut te rs to ck Im ag es Retornar ao índice < Grupo Unico PDF Passe@diante da águia O pouso Há 50 anos, os primeiros seres humanos chegaram à Lua em uma missão espacial comandada pelos Estados Unidos TEXTO E ENTREVISTA ÉRIKA ALFARO DESIGN JAMILE CURY Explorar o desconhecido, estar aonde nenhum ser humano nunca esteve, ultrapassar limites planetários, viajar pelo espaço e revolucionar o campo da engenharia: entre tantos outros elementos que cercaram a chegada do homem à Lua – inclusive políticos, ideológicos e socioeconômicos –, Apollo 11 foi um marco histórico. Os nomes de Neil Armstrong, comandante da expedição, Buzz Aldrin, piloto do módulo lunar, e Michael Collins, piloto do módulo de comando, entraram para os registros da hu- manidade como sinônimos de coragem, pioneirismo e heroísmo. E os próprios astronautas tinham noção da gran- diosidade do que acabaram de fazer naquele 20 de julho de 1969, dada a expectativa e o cenário criados pela corrida espacial no contexto da Guer- Edwin E. Aldrin Jr. ao lado da bandeira dos EUA fincada no solo lunar. A foto foi feita pela colega Neil A. Armstrong. Fo to : N A SA Im ag e an d Vi de o Li br ar y/ D iv ul ga çã o APOLLO 11 Grupo Unico PDF Passe@diante dos EUA. Havia três estágios, com cinco motores em sua base”, explica o físico com habilitação em astronomia Daniel Soler. O especialista em astronomia pontua que a nave foi lançada 13 vezes. “O Saturno V foi resultado de um pla- nejamento muito bem executado. Até hoje, continua a ser o mais alto e mais potente foguete já operado. E ain- da detém o recorde de maior e mais pesada carga útil já lançada à órbita terrestre baixa”, afirma o professor. A primeira missão tripulada do programa foi a Apollo 7, mas uma das mais marcantes, a oitava, acon- teceu em 1968, na véspera do natal, com apenas o com- plexo de comando e serviço, sem o módulo lunar. No entanto, com a disputa acirrada da corrida espacial, os americanos queriam chegar à órbita da Lua antes dos soviéticos. O triunfo dessa tentativa ousada exigiu que apenas mais dois testes fossem feitos para corrigir as- pectos relacionados ao pouso – a Apollo 10 chegou a uma distância de cerca de 15 km da superfície lunar. Os riscos de entrar para a história No dia 16 de julho de 1969, às 9h32min, direto do Kennedy Space Center, em Cabo Canaveral, na Flórida (EUA) o Saturno V foi lançado. Em poucos minutos, já estava na órbita da Terra e, depois de uma volta e meia, partiu em direção ao satélite. Depois de três dias, o foguete atingiu a órbita lunar. Foi então, no dia 20 de julho, que Neil Armstrong e Buzz Aldrin foram para o módulo lunar, batizado como Eagle (Águia, em português). E o momento mais crítico da missão começou. Quando os astronautas estavam se preparando para o pouso, o controle detectou um movimento inespera- do que poderia causar um grande problema: os sovié- ticos haviam lançado uma sonda não tripulada na ór- bita lunar, coincidindo com a chegada da Apollo 11. Os americanos tentaram entrar em contato com os russos para esclarecer a questão. A missão da URSS, Luna 15, possuía propósitos de pesquisa: colher amostras na Lua e levar para a Terra, mas, no fim das contas, sofreu um acidente no local. Nesse momento, os representantes da NASA espe- ravam o sinal positivo da equipe para pousar. Eugene F. Kranz era o diretor de voo, e foi ele quem autorizou o feito histórico. Seis minutos antes de chegar à superfície ra Fria. Seis horas após a aterrissagem, depois de anunciar à base de Houston "a águia pousou", Ar- mstrong se tornaria o primeiro ser humano a pisar na superfície lunar. Foi então que disse a frase em- blemática, que seria lembrada como símbolo de tal momento sem precedentes: "É um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade". O projeto Antes do sucesso da décima primeira missão, o Programa Apollo, desenvolvido e comandado pela Na- tional Aeronautic and Space Administration (NASA), promoveu diversas experiências, além de muitos in- vestimentos em tecnologia, estudos e testes – alguns deles fracassados e até desastrosos. Apollo 1 era uma tentativa visando a primeira mis- são tripulada do projeto. Foi então que, no dia 27 de janeiro de 1967, em um exercício cujo propósito era lançar uma equipe na órbita ao redor da Terra, houve um incêndio no módulo de comando. A falha acabou matando os três astronautas que participavam do ex- perimento em Cabo Canaveral, localizado na Flórida. Gus Grissom, veterano dos programas Mercury e Ge- mini, Edward White, o primeiro americano a se aven- turar em atividades fora do veículo espacial na Gemini IV, e Roger Chaffee, o menos experiente entre os três, protagonizaram a maior tragédia do projeto. As missões de dois a seis, não tripuladas, eram tes- tes do Saturno V, que, mais tarde, seria bem-sucedido na viagem lunar. “O foguete foi desenvolvido pelo en- genheiro alemão Wernher Von Braun, que trabalhou para a Alemanha nazista antes de se dedicar ao serviço “Aqui os homens do planeta Terra puseram pela primeira vez os pés na Lua. Julho de 1969 d.C. Viemos em paz em nome de toda a humanidade” Placa deixada por Buzz Aldrin, Michael Collins e Neil Armstrongna Lua Grupo Unico PDF Passe@diante CONSULTORIA Daniel Soler, físico com habilitação em Astronomia e mestre em ensino de ciências, docente da Escola Superior de Engenharia e Gestão (ESEG). FONTE Áudio original da NASA. Disponível em go.nasa.gov/3129BeB lunar, o computador emitiu um alerta de sobrecarga. Então, Neil reparou que o local programado para o pouso não era seguro (existia uma cratera enorme e pedras gigantes). Nesse momento, o combustível apre- sentava níveis críticos, e Houston deu um prazo de 60 segundos para abortar a missão. Quando o aviso de 30 segundos foi dado, eles estavam a aproximadamente três metros da superfície. No áudio original da NASA, a sequência do diálogo foi: “Houston, a tranquilidade está estabelecida aqui. A Águia pousou”. A resposta de alívio era clara: “Voltamos a respirar, obrigado”. Há 50 anos, pela primeira vez Passaram-se cerca de seis horas até que Armstrong colocou seus pés na Lua. Nesse momento, sua famosa frase foi anunciada, sob os olhares atentos de mais de 500 milhões de pessoas ao redor do mundo que assis- tiam a transmissão ao vivo pela televisão. Logo em seguida, Buzz Aldrin desceu as escadas da Eagle, bem a tempo de ver Armstrong fincar a bandeira americana no solo lunar e ser fotografado pelo compa- nheiro ao lado dela. Além da coleta de rochas lunares, foram executadas três experiências. De acordo com Daniel, Soler, a pri- meira, trazida de volta para a Terra, foi uma coleta de partículas de vento solar, já a segunda era um sismô- metro passivo, que tinha como objetivo estudar a pro- pagação de ondas sísmicas, bem como fornecer mais detalhes sobre a estrutura interna e da crosta lunar. “A terceira, talvez a mais famosa, é a única que está em De acordo com Daniel Soler, físico com habilitação em astronomia e professor da Escola Superior de Enge- nharia e Gestão (ESEG), é difícil estabelecer critérios objetivos para avaliar o nível de fama dos astronau- tas. “Mas, certamente, Neil Armstrong está no ‘hall da fama’ e será sempre conhecido como um dos mais famosos, já que é um dos protagonistas de um feito ex- traordinário e único”, pontua o especialista. Porém por qual motivo os três foram escolhidos para essa missão tão marcante? Quem eram eles? O professor explica que Armstrong tinha formação em engenharia aeroespacial, passou pela Marinha dos EUA e depois seguiu para a Força Aérea/Aeronáutica. Além disso, participou da Guerra da Coreia e entrou para o corpo de astronautas da NASA em 1962. “Buzz Aldrin, por sua vez, é engenheiro mecânico formado na Academia Militar dos EUA, tendo ainda doutorado em aeronáutica pelo Instituto de Tecnologia de Mas- sachusetts (MIT). Assim como seu colega, lutou na Coreia defendendo as Forças Aéreas, e entrou para a NASA em 1963”, conta Daniel. Já Michael Collins, segundo o físico, nasceu na Itália e tinha como pai um oficial do exército norte-america- no. Ele estudou na Academia Militar dos EUA, forman- do-se em 1952 e indo em seguida para a Força Aérea, atuando como piloto de caças. Foi o primeiro dos três a se juntar ao corpo de astronautas da NASA em 1961. Tripulação de estrelas uso até hoje. Consiste de uma série de pequenos refle- tores, formados por espelhos, capazes de refletir feixes de laser, vindos da Terra, de volta para o ponto de onde haviam sido emitidos. Em observatórios na Terra, são emitidos feixes que, ao terem seu reflexo capturado de volta, e o ângulo e o tempo de reflexão mensurados, permitem determinar com grande precisão a distância entre a Terra e a Lua”, esclarece o professor. Assim, depois de duas horas e 31 minutos na Lua, os dois voltaram ao módulo e, no dia 24 de julho, pou- saram no oceano. Já no dia 27, estavam de volta aos Estados Unidos. “Acredito que esta nação deve comprometer-se a atingir o objetivo, antes que esta década termine, de pousar um homem na Lua e devolvê-lo em segurança ao planeta Terra” Promessa de John F. Kennedy, presidente dos Estados Unidos entre 1961 e 1963 APOLLO 11 Retornar ao índice < Grupo Unico PDF Passe@diante nas estrelas Uma jornada A missão Apollo 11 foi determinante para o avanço da tecnologia. Saiba quais são os rumos recentes da exploração espacial TEXTO MATHEUS SANTOS/COLABORADOR DESIGN JAMILE CURY A o dar alguns poucos passos na superfície lu-nar em 1969, o astronauta norte-americano Neil Armstrong pronunciou a icônica frase “um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade” para des- crever o feito. Acompanhada por milhões de pessoas na Terra à frente das telas, a missão Apollo 11, além de uma conquista impressionante, foi considerada o início de uma nova era de exploração espacial, mar- cada pela projeção de um amplo horizonte, repleto de possibilidades a respeito dos limites que a ciência poderia atingir a partir de então. Como consequência, novos objetivos foram trilhados em busca da solução dos mistérios do universo. Planetas desconhecidos foram visitados e veículos espaciais, mais potentes, desenvolvidos. FO TO O FI C IA L PA RA A P RE SI D ÊN C IA – D IV U LG A Ç Ã O /P LA N A LT O .G O V. BR CONSEQUÊNCIAS E NOVOS HORIZONTES Grupo Unico PDF Passe@diante Para provar essa evolução, 50 anos depois da histórica expedição, no ano de 2019, em anúncio oficial, a National Aeronautics and Space Administration (NASA) divulgou um novo projeto de viagem à Lua, denominado Artemis. Baseado na deusa lunar e irmã gêmea de Apollo, o pro- grama traça planos inovadores para as expedições ao satélite natural da Terra: a construção de uma mini-esta- ção espacial (chamada Gateway), a viagem da primeira mulher em direção ao solo lunar e o desenvolvimento do maior foguete documentado (o Sistema de Lança- mento Espacial, referido popularmente como SLS). Tudo em tempo recorde. Até o ano de 2024, a missão estará pronta com o objetivo de mapear o polo sul da Lua – região constituída por supostas formações de gelo – e construir uma base humana sustentável no território. Missão bem-sucedida Após a primeira caminhada do homem na Lua, in- questionavelmente, os objetivos da ciência espacial nunca mais foram os mesmos. Por mais que ainda haja discussão a respeito da veracidade da Apollo 11 (veja mais na página 12), a viagem se tornou um marco do po- tencial humano na exploração do espaço. Após o trajeto de julho de 1969, o programa Apollo preparou mais seis tripulações para expedições ao território lunar, aprimo- rando e desenvolvendo, significativamente, os objetivos e funções dos astronautas envolvidos a cada missão. En- tre essas, o único percurso do projeto que não saiu como o planejado foi a Apollo 13. Depois de mais de dois dias de viagem, indo em direção à Lua, a nave enfrentou uma explosão no módulo de serviço, compartimento em que sistemas e equipamentos de sobrevivência encontram- -se, e precisou retornar imediatamente à Terra. Considerada um sucesso em relação ao seu objetivo inicial proposto pelo presidente norte-americano John Kennedy, o projeto Apollo foi responsável pela conquis- ta de diversos dados científicos a respeito da estrutura do nosso satélite natural e do sistema solar como um todo. Inserido em um contexto de Guerra Fria, o pro- grama é creditado como fundamental para inúmeros avanços tecnológicos no ramo da comunicação, aviação e computação no século 20 e 21. Além de todos esses ga- nhos, o empreendimento da NASA, definitivamente, foi um importante capítulo da história e abriu portas para o estudo de inúmeros fenômenos presentes no espaço. Um caminho alternativo Mesmo com a finalidade de colocar um humano em solo lunar, a NASA também desenvolveu outras missões em direção aos céus. Em 1962, foi criado o Programa Ma- riner com o propósito de mapear planetas do Sistema Solar. Após dez anos de experimentos, o projeto foi ca- paz de enviar o primeiro satélite artificial para a órbita de Marte e por alcançar o planeta Mercúrio, coletando O empreendimentoda NASA, definitivamente, foi um importante capítulo da História e abriu portas para o estudo de inúmeros fenômenos presentes no espaço. Fo to : E ve re tt H is to ric al /S hu tt er st oc k Im ag es Grupo Unico PDF Passe@diante os dados da formação de ambos. Entre 1958 e 1978, a instituição espacial também realizou o Progra- ma Pioneer, num total de 20 missões, buscando mapear os fe- nômenos cósmicos existentes em pla- netas como Júpiter, Saturno e Vênus. No ano de 1977, a agência americana iniciou o Progra- ma Voyager, em funcionamento até hoje. Em conjunto, as sondas Voyager 1 e 2, lançadas com a finalidade de explo- rar Júpiter, Saturno e seus respectivos satélites naturais, estão em atividade há mais de 40 anos. Resistentes, os objetos foram capazes de ultrapassar os limites do Siste- ma Solar, proporcionando informações valiosas para os cientistas da NASA. Além disso, o projeto carrega o Voya- ger Golden Record, um disco de ouro, contendo imagens e sons da raça humana para o caso de seres extraterrestre entrarem em contato com a nave. Outra conquista considerada determinante para um maior conhecimento do cosmos é a construção do teles- cópio espacial Hubble. Desenvolvido durante as décadas de 1970 e 1980 pela agência norte-americana, o aparato é tratado como um equivalente contemporâneo da luneta do cientista Galileu Galilei. Responsável por tecnologias capazes de detectar tanto luz visível quanto luz infraver- melha, o objeto, desde 1990 – ano de seu lançamento –, é utilizado para obter imagens de alta precisão e detalhes de eventos do universo. Ainda a respeito de episódios impressionantes, a construção da Estação Espacial Internacional (ISS) é vista como um feito de considerável grandeza. Constru- ído por agências espaciais de diversos países, o laboratório em órbita terrestre teve seu desen- volvimento iniciado em 1998 e foi concluído em 2011. Planejado com o intuito de perpetuar a per- manência humana no espaço, a iniciativa também é um indicativo do projeto mundial de exploração espacial – nesse quesito, a Agência Espacial Europeia (ESA), a Ad- ministração Espacial Nacional da China (AENC) e a Agên- cia Espacial Federal Russa (Roscosmos) têm apresentado resultados impressionantes. Em virtude dessa exploração global, ocorreu a única viagem de um astronauta brasi- leiro: o engenheiro Marcos Pontes foi designado para a instalação de um módulo na plataforma em 2006. Novos horizontes Com o foco no futuro, as agências espaciais têm apon- tado seus projetos para um objeto em específico: Marte. Em questão de interesse científico, o planeta vermelho tem configurado como alvo de expedições espaciais re- centes e sido considerado o equivalente contemporâneo da Lua. Mais do que isso, tem apresentado diversas infor- mações promissoras a respeito da sua geografia e forma- ção biológica, indicativos da presença de vida ou, mesmo, de um ambiente propício para a humanidade habitar no futuro. Nesse quesito, os dados coletados pelas sondas Spirit e Oportunity, na missão de Veículos Exploradores de Marte da NASA, iniciada em 2003, apontaram para a presença de água no planeta – e o objeto Mars Recon- naissance Orbiter, da mesma agência, apontou a existên- cia da substância em estado líquido em 2015. De olho nesse objetivo, o vice-presidente norte-ame- ricano do governo Trump, Mike Pence, estipulou que até o ano 2024 os Estados Unidos serão capazes de voltar à Lua. A missão Artemis, da NASA, além do objetivo de ma- pear o satélite com a primeira astronauta mulher a pisar no local, também tem a finalidade de desenvolver uma base humana sustentável. O sucesso do projeto pode in- dicar o avanço rumo a Marte. Em declaração dada a Cable News Network (CNN), em 2016, o antecessor de Trump, Barack Obama, indicava a tendência de levar o homem ao planeta vermelho até 2030. Com um ponto estratégico – a Lua –, a chegada ao local pode ser facilitada, audacio- samente indo onde nenhum homem jamais esteve. Columbia, o módulo de comando que levou Neil Armstrong, Michael Collins e Buzz Aldrin de volta à Terra. Fo to : D av id W oo ds /S hu tt er st oc k Im ag es Fo to : C hr is tia n Ko hl er /S hu tt er st oc k Im ag es Retornar ao índice < Grupo Unico PDF Passe@diante No dia 20 de julho de 1969, numerosas famílias ao redor do mundo se reuniram em frente aos televisores para acompanhar o primei-ro passo do homem fora de nosso planeta. A transmissão era precária, mas não impediu o êxtase dos expectadores que acreditavam presenciar um fato histórico. Contudo, há quem pense que tudo não passou de uma fraude: os conspiradores atestam que esse feito heroico, na verdade, foi uma encenação promovida pelos Estados Unidos (EUA). Quem defende a conspiração diz que tudo foi uma produção ao melhor estilo hollywoodiano com direção do diretor Stanley Kubrick e cenas filmadas em um estú- dio de TV no estado de Nevada, em solo americano. Guillermo de Castro, astrônomo especialista em física espacial, diz que a missão faz parte de uma promessa do ex-presidente John Kennedy em 1962. Teorias dizem que a NASA não tinha condições de realizar o feito, mas, para cumprir o compromisso político, optou pela fabricação das cenas. “A corrida espacial era um peão no xadrez da Guerra Fria, e a promessa deveria ser cumprida a qual- quer custo”, declara. Onde está a farsa? Atualmente, não dá para negar que o homem já foi para o espaço, que os satélites estão em órbita e que son- das estudam o universo. Entretanto, os teóricos explicam que a “mentira” está apenas na aterrissagem. A missão Apollo 11 realmente existiu e os três astronautas foram enviados ao espaço sob os aplausos de mais de três mil pessoas. Os estudos da atividade sísmica lunar também são inegáveis. Alguém precisou implantar o sistema de ob- servação sísmica no solo da Lua para permitir as análi- ses. “Os conspiradores alegam que uma sonda realizou esse trabalho com a precisão necessária, mas essa seria a prova de que a tecnologia da NASA já permitia o envio de uma estrutura com passageiros que pousasse na Lua”, afirma Castro. As principais justificativas da teoria referem-se às fo- tos da data. Castro acredita que esses argumentos de observação implicam desconhecimento da física e da as- tronomia. O astrônomo Renato Las Casas, completa di- zendo que nunca viu uma foto que não fosse facilmente explicada. Observações possíveis O destaque para os desconfiados é a bandeira dos EUA tremulando em solo lunar, onde não há gravidade. Castro explica que a bandeira se contorceu em resposta aos movimentos aplicados para fixar o mastro no solo. Eles teriam virado a bandeira para esquerda e direita, provocando o balanço. A falta de estrelas, mesmo na ausência de atmosfera, também causa desconfiança – os corpos celestes deve- riam ficar mais nítidos, já que a atmosfera não encobriria o brilho. Essa falta justifica-se porque o filme deveria ficar exposto por mais tempo para registrar o brilho estelar, mas as roupas brancas e a alta intensidade da luz solar não permitiram essa exposição. Isso poderia danificar os únicos registros do momento. Um motivo para não acreditar na conquista é a ausên- cia de novas missões. “A exploração espacial continuou, mas ficou estagnada com acontecimentos como a Guer- ra do Vietnã e a crise econômica norte-americana, encer- rando o programa espacial em 1975”, diz Castro. CONSULTORIA Guillermo de Castro, astrônomo especialista em física espacial; Renato Las Casas, astrônomo ação! Lua, câmera... Será que os seres humanos realmente chegaram à Lua? É possível que seja tudo encenação? Conheça as teorias que cercam esse fato histórico TEXTOS RICARDO PICCINATO E HELENA OMETTO/COLABORADORA ILUSTRAÇÕES RICARDO AVANCINI/COLABORADOR CONSPIRAÇÃO Grupo Unico PDF Passe@diante PRODU ÇÃO DIREÇÃ O DATA CENA TOMAD A Homem na Lua 20/04 /1969 Cheg ada 03 Stanle y Kubr ickRetornar ao índice < Grupo Unico PDF Passe@diante O CONHECIMENTO AMPLIANDO Conheça alguns títulos culturais para ficar ainda mais por dentro do contexto histórico e sociopolítico que envolveu a corrida espacial TEXTOS MARINA BORGES/COLABORADORA CONSELHO João Carlos de Almeida e Pedro José Chiquito DIREÇÃO Silvino Brasolotto Junior COMERCIAL Marcelo Pelegia EDITORIAL Mara De Santi ENDEREÇOS BAURU Rua Gustavo Maciel, 19-26, CEP 17012-110, Bauru, SP. Caixa Postal 471, CEP 17015-970, Bauru, SP. Fone (14) 3235-3878, Fax (14) 3235-3879 SÃO PAULO Alameda Vicente Pinzon, Nº 173, 4º Andar, CEP 04547-130, Vila Olímpia, São Paulo, SP. 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O Primeiro Homem aborda as dificuldades e os custos que a nação americana enfrentou durante uma das mais perigosas missões na história das viagens espaciais. Apollo 13: Do Desastre ao Triunfo (1995) Direção: Ron Howard Elenco: Tom Hanks, Ed Harris e Kevin Bacon Em 1970, a NASA envia à Lua um novo grupo de astronautas na missão Apollo 13. Porém, um acidente ocorre com o tanque de oxigênio e provoca uma alte- ração na rota dos astronautas Jim Lovell, Jack Swigert e Fred Haise, que correm o risco de ficar sem ar e energia suficientes para voltarem à Terra. No meio desse ce- nário conturbado, as equipe de bordo e terra firme correm contra o tempo para consertar a nave espacial. Estrelas Além do Tempo (2016) Direção: Theodore Melfi Elenco: Taraji P. Henson, Octa- via Spencer e Janelle Monáe No auge da corrida espacial tra- vada entre Estados Unidos e União Soviética, durante a Guerra Fria, uma equipe de cientistas da NASA, formada exclusivamente por mulheres afro-americanas, provou ser o elemento crucial que faltava na equação para a vitória americana. Ao liderarem uma das maiores operações tecnológicas registradas na história do país, tornaram-se heroínas da nação. Filmes Fo to : V ov an /S hu tt er st oc k Im ag es e R ep ro du çã o SAIBA MAIS Grupo Unico PDF Passe@diante Missão Apollo: A Incrível História da Corrida à Lua Autor: David Baker Editora: M. Books O livro relata com deta- lhes as missões Apollo, desde a primeira apari- ção até a última, trazen- do imagens de espaçonaves, astronautas, fogue- tes, módulos de comando lunares, traje espacial da Apollo 1, operações da NASA, da Terra e da Lua. Além disso, há quadros especiais sobre eventos, pessoas importantes, números e fatos que revelam pormenores, como nome e idade dos astronautas, data e duração dos voos, o que Armstrong comeu em trânsito e onde ver a espaçonave Apollo nos dias atuais. Missão Apollo revive a experiência e o drama que se desenrolou desde a origem do pro- grama espacial estadunidense e as primeiras ten- tativas de colocar um astronauta americano no es- paço até o sucesso do pouso da Apollo 11 na Lua e a comemoração de sua queda no Oceano Pacífico. Os Eleitos (1983) Autor: Tom Wolfe Editora: Rocco A obra apresenta uma reportagem em linguagem literária, com apro- fundamento no viés humano da corrida espacial. Situando-se na se- gunda metade da década de 1950, o livro destaca o período em que o re- cém-eleito presidente dos Estados Unidos, John Kennedy (1917 – 1963), procurava um herói para cumprir a promessa de fazer um americano pisar na Lua. Minissérie Da Terra à Lua (1998) Autores: Andrew Chaikin e Graham Yost Elenco: Tom Hanks, David Andrews e Daniel Hugh Em 12 episódios, a minissérie narra a história do projeto Apollo – programa espacial norte-americano para a chegada do homem à Lua, cobrindo des- de o seu início, em 1961, até a missão final, em 1972. A produção destaca diversos elementos que envolveram a aterrissagem americana fora da ór- bita, como lançamentos de corpos no espaço, astronautas e suas famílias, pesquisadores, tragédias e conquistas até o “grande passo para a humani- dade” ser dado. Livros Retornar ao índice < Grupo Unico PDF Passe@diante Grupo Unico PDF Passe@diante