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5.2 Técnicas de estudo 5.2.1 Grifar Devido a sua facilidade talvez esta seja uma das técnicas mais utilizadas já que é apenas passar o marca texto no conteúdo que o leitor julgue mais importante. É uma técnica pouco efetiva, pois ao grifar uma sentença, o seu cérebro não organiza, cria ou conecta conhecimentos. Logo é recomendável utilizar esta técnica combinada com outras técnicas. 5.2.2 Releitura É uma técnica mais eficiente que grifar, mas para otimizar esta técnica é necessário que a releitura seja feita imediatamente após a primeira leitura do conteúdo. Caso contrário, isto reduzirá seu desempenho. 5.2.3 Revisão constante Um dos maiores erros cometidos pelos estudantes é simplesmente o fato de não revisar frequentemente os conteúdos. Quando você não revisa, o cérebro perde o acesso ao que já foi estudado. Em outras palavras, o cérebro não esquece, mas, sim, perde a possibilidade de trazer à mente as informações necessárias naquele momento. Por isso, estudar pela segunda vez é muito mais fácil que a primeira. Para esta técnica ser mais eficiente é recomendado uma revisão programada e constante, de preferência semanalmente de modo que seja possível sempre relembrar todo o conteúdo. 5.2.4 Associações por imagens Essa é uma técnica eficiente desde que feita de forma adequada, no qual o estudante cria mapas mentais, tabelas, figuras, infográficos e etc. Quando o estudante utiliza a técnica de associações por imagens aos conteúdos ele consegue fazer a conexão de ideias e conceitos de forma muito rápida, simples e natural. 5.2.5 Fichamentos/Resumos Devido à quantidade enorme de conteúdos estudados é muito comum que depois de algum tempo, as diferentes ideias, informações e análises sobre um determinado assunto que você estudou fiquem desorganizadas na sua cabeça, tornando difícil extraí- las do seu cérebro. Para auxiliar neste processo de organização do conhecimento, sugiro que você organize e estruture os diferentes conteúdos que foram estudados em fichamentos com tópicos lógicos e simples, com citações diretas e indiretas, transcrevendo os dados com o máximo de exatidão e cuidado. Recomendo que este seja feito, de preferência, manualmente e com suas próprias palavras, anotando os pontos mais importantes do texto/artigo e as principais ideias de modo que, no momento em que o resumo for revisto, seja possível lembrar-se de forma rápida grande parte do conteúdo. O fichamento é uma das técnicas preferidas e intuitivas de aprendizagem dos estudantes. Esta técnica contribui para a aquisição de novos conhecimentos a partir de diferentes levantamentos (bibliográfico, de conteúdo ou temático, de citações, de opinião, de comentários ou analítico). Possibilita ao estudante guardar a informação, aprofundar no conteúdo, consultar a qualquer momento e melhorar o desempenho em provas discursivas. Para o estudante de graduação ou pós-graduação, o fichamento é uma ferramenta de excelência imprescindível, pois facilita o desenvolvimento das atividades acadêmicas, no qual pode ser utilizado para: identificar obras; organizar diferentes conhecimentos; selecionar documentos; conhecer conteúdos; fazer citações; analisar o material; elaborar críticas; auxiliar e embasar a produção de textos científicos (TCC, dissertação, tese e artigo científico). Classificação dos fichamentos: Fichamento de opinião – descreve comentários; Fichamento textual – é a “radiografia” do texto; pois capta a estrutura do texto, destacando as ideias principais e secundárias, argumentos, justificativas, exemplos, fatos etc. É estruturado em forma visualizável de itens esquemas, diagramas ou quadro; Fichamento temático - reúne elementos relevantes (conceitos, fatos, ideias, informações) de um conteúdo. Consiste na transcrição literal de trechos do texto, ou no registro de ideias, segundo a visão do leitor; Fichamento bibliográfico - consiste no comentário da ideia central do texto/artigo. Por ser uma técnica de estudos individual, cada estudante pode desenvolver as suas estratégias de estudos, porém, recomendo três passos fundamentais para a construção do fichamento (Figura 1 A e B). 1) Tenha o contato com o texto/artigo – faça uma leitura dinâmica para identificar de forma geral o conteúdo do texto/artigo; 2) Destaque os pontos mais importantes do texto/artigo e “converse” com eles (interaja com o texto, discuta os principais argumentos do texto/artigo); 3) Escreva o que você realmente quer demonstrar ou apresentar. Selecione as informações que você destacou, fazendo citações diretas ou escrevendo com suas próprias palavras as ideias dos diferentes autores. Figura 6 – Modelo de fichamento. A - Elementos estruturais de uma ficha e B – Modelo de fichamento. 5.2.6 Flash Cards É uma técnica que combina recursos visuais com texto com o objetivo de desenvolver a memória fotográfica. O estudante cria baralhos/decks, em que cada carta do baralho corresponde a uma pergunta e no seu verso a resposta resumida referente à pergunta. A ideia central do flash cards é a de um jogo, em que o jogador deve acertar a pergunta sorteada, caso o jogador erre a pergunta, ele irá refazer esta pergunta na próxima revisão (dia ou semana). Ex:, versões digitais e on-line de flash cards GoConqr Anki 5.2.7 Blocos de estudos (intercalar as disciplinas) Sabemos que devido à fadiga o cérebro não consegue manter-se focado em um único conteúdo por mais do que uma hora, o que acaba resultando em menor rendimento de aprendizagem (memorização e entendimento). Portanto, para otimizar a sua rotina de estudos, crie blocos temáticos com diferentes conteúdos (3 ou 4 disciplinas) e distribua o estudo em pequenos períodos ao longo do dia, intercalando com intervalos regulares de descanso. Durante o período de estudo (20 a 60 minutos), faça uma imersão e foque exclusivamente nesta tarefa. Caso surja algum imprevisto, simplesmente anote no papel e siga adiante. Após este período, descanse entre 10 a 20 minutos e recomece um novo período de estudo. Na prática, a ideia dos blocos de estudo associado com as pausas é manter você por mais tempo imerso em um conteúdo. Inicialmente, eu recomendo que você utilize 2 x 25 min. com 5 min. de intervalo durante um período da manhã, após o almoço e outro à noite. 5.2.8 Distribuir a prática Talvez o maior erro dos estudantes seja deixar para estudar todo o conteúdo na véspera da prova. Portanto, é recomendado distribuir o conteúdo durante os dias da semana, além do estudante precisar estudar apenas 10% a 20% do tempo do ele precisaria se ele tivesse estudado alguns dias antes da prova. 5.2.9 Interrogação elaborativa É muito comum durante as provas discursivas dar aquele famoso “branco na cabeça”, pois a grande parte dos estudantes para se livrarem mais rápido de suas obrigações, aprendem no estilo “decoreba”, um processo de memorização de curto prazo. Para evitar isto, a melhor forma é utilizar a técnica baseada na memorização de longo prazo durante as horas de estudo. Esta técnica exige maior esforço e concentração do seu cérebro para compreender as causas de determinado fato e guardar as informações mais importantes. O estudante deve entender o conteúdo lido e questionar sobre o assunto, ele deve criar explicações e investigar suas origens causas e efeitos que justifiquem por que determinados fatos apresentados no texto são verdadeiros. Exemplo: Utilize o “Por quê?” em vez de O quê? 5.2.10 Auto-explicação Sabe aquele ditado que diz que a melhor maneira de aprender é ensinar ou ainda segundo Albert Einstein: “Se você não consegue explicar algo de modo simples é porque não entendeu bem”. Essa técnica consiste em explicar o conteúdo para si mesmo, ou em outras palavras, agora você é o seu próprio professor. A auto explicação ajuda aanalisar se o estudante compreendeu realmente o conteúdo como um todo, principalmente para os conteúdos mais abstratos, além disso, esta técnica serve como um treino efetivo para uma posterior apresentação. Para praticar esta técnica, é recomendado o estudante diante de um espelho ler em voz alta e/ou explicar de forma lógica os conteúdos apreendidos com suas próprias palavras para ele mesmo, lembrando-se de usar a entonação para indicar os conteúdos mais relevantes. 5.2.11 Estudo em grupo Esta técnica trata-se de uma solução interessante para estudantes com dificuldades de concentração, porém exige do grupo muita disciplina. Sua principal vantagem é estimular a discussão sobre os temas estudados, pois o debate com outras pessoas melhora o foco e facilita a memorização e o entendimento. Para que esta técnica seja eficiente, é recomendado que o estudante associe-se a outros estudantes de mesmo nível semelhante, em que os membros do grupo compartilhem seus diferentes conhecimentos e experiências pessoais, para que sirva de inspiração para todos os membros do grupo, a ideia do grupo é fortalecer as fraquezas de cada membro. O grupo deve ser pequeno (3 a 5 membros), as reuniões devem ser regulares, com horários e tópicos pré-determinados da matéria a ser estudada. O local não deve ter distrações e “bate-papo” e exige-se a participação ativa de todos os membros. Essas reuniões também são uma ótima oportunidade para os membros compartilharem livros, apostilas e outros materiais. 5.2.12 Crie o seu próprio vídeo A criação de vídeos é um ótimo exercício de síntese e memorização e ao fazer o seu vídeo, você ainda registra todo o conteúdo da disciplina e poderá assistir onde quiser e a qualquer hora do dia. Para gravar um vídeo, o estudante pode utilizar um smartfone, câmera digital ou a webcan do computador. Não se preocupe erros de gravação, nervosismo, timidez dentre outros constrangimentos na hora da gravação são normais. Com o tempo os erros irão reduzir e ficará bem mais fácil, lembre-se tudo é questão de prática. 5.2.13 Praticar testes – “Jogo coletivo” Essa técnica é duas vezes mais eficiente do que outras técnicas e consiste em resolver questões de provas ou testes práticos do conteúdo estudado. É muito importante o estudante familiarizar-se de forma prática com os tipos de questões que podem ser pedidas no dia da prova/exame. Com esta técnica o estudante descobre quais as disciplinas exigirão mais ou menos aprofundamento, além de garantir maior habilidade na hora da prova. 5.2.14 Personalização Algumas técnicas (organização, revisões periódicas da matéria e etc) funcionam para todos os estudantes, entretanto outras funcionam apenas para alguns. Existem estudantes que tem uma melhor performance fazendo fichamentos, ouvindo um áudio (podcast) ou gravando e assistindo vídeos, outros obtém melhores resultados estudando em silêncio ou ouvindo música clássica e ainda tem aqueles que preferem estudar pela manhã, tarde ou noite, por isso, a personalização é a melhor técnica de todas Esta técnica consiste em testar todos horários, tipos de ambiente e todas as técnicas de estudo. A ideia agora é não seguir as técnicas dos outros, o estudante deve testar, avaliar e descobrir realmente o que funciona para ele. O estudante deve criar o seu conjunto de técnicas de estudo para que ele consiga a excelência. 5.2.15 Calendário de estudos Agora que o estudante criou o seu arsenal de técnicas de estudo e desenvolveu a sua melhor forma de estudo, ele não pode deixar de planejar e organizar o seu calendário de estudos, priorizando os conteúdos/disciplinas. O estudante deve ter em mente que o mais importante não é a velocidade com que ele faz as coisas e sim é seguir na direção correta e claro preste atenção nas aulas e nas dicas dos seus professores. 1. Quais são as principais técnicas para melhor se administrar o tempo? 2. Quais são as principais técnicas de estudo? 3. O que é um fichamento e quais os tipos básicos para se otimizar um aprendizado? 1. R. Crie uma lista de prioridades e estabeleça metas, mantenha uma agenda atualizada, organize seu ambiente de estudo/trabalho, destrua as distrações, mantenha-se focado, crie intervalos de descanso, aprenda a dizer não, participe de reuniões só em casos extremos, selecione seus amigos, faça Backup dos seus estudos e aprenda a utilizar a informática a seu favor. 2. R. Grifar as informações mais importantes do texto, realizar uma releitura do conteúdo estudado, revisar constantemente, elaborar associações por imagens, construir fichamentos/resumos, usar a técnica do Flash Card, construir blocos de estudos (intercalar as disciplinas, distribuir a prática e evitar o estudo de véspera, construir a interrogação elaborativa, estimular a auto-explicação, promover estudos em grupo, criar seu próprio vídeo, praticar testes – “Jogo coletivo”, personalizar e estabelecer um calendário de estudos. 3. R. Consiste no processo de organização do conhecimento estudado em resumos ou fichas identificadas e estruturadas, com tópicos lógicos e simples, com citações diretas e indiretas, transcrevendo os dados com o máximo de exatidão e cuidado, a fim de organizar de forma sucinta e objetiva o conteúdo aprendido. Os fichamentos podem ser de opinião, textual, temático e bibliográfico. Charles Duhigg. O Poder do Hábito. Editora: Objetiva; 2012. Gary Keller e Jay Papasan. A Única Coisa. O Foco Pode Trazer Resultados Extraordinários Para Sua Vida; 2014. Paulo Vieira. O Poder da Ação. Editora: Gente; 2015.
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