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Modulo_de_Metodos_de_Estudo_Curso_de_GELactualizado

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MÓDULO DE MÉTODOS DE ESTUDO 
 
Curso de Gestão de Empresas e Liderança 
 
Moçambique
 
UNIVERSIDADE WUTIVI - UNITIVA 
Ensino Superior a Distância 
 
 
 
ii 
 
 
FICHA TÉCNICA 
 
 
 
 
 
 
 
Maputo, Julho de 2019 
 
© Guia de Estudo para o Curso de Gestão de Empresas e Liderança 
(Ensino a Distância) 
 
Todos os direitos estão reservados a Universidade Wutivi 
Título do módulo: Métodos de Estudo 
Edição: 1ª 
 
Organização e Edição 
Universidade Wutivi (Ensino Superior à Distância) 
Autor: Josina Anjos, Etelvino Guila e Américo Buque 
Revisor de EaD: Lina Sara Chovano do Rosário 
Revisor Linguístico: Emília Morais 
Revisor Científico: Nobre dos Santos 
 
 
iii 
 
ÍNDICE 
FICHA TÉCNICA .............................................................................................................. ii 
Apresentação .................................................................................................................... viii 
Introdução ao Módulo ......................................................................................................... 1 
Objectivos do Módulo......................................................................................................... 2 
Recomendação para o Estudo ............................................................................................. 2 
Ícones da Actividade ........................................................................................................... 3 
Dicas de Apoio .................................................................................................................... 4 
Tempo para o Estudo .......................................................................................................... 4 
Testes/Avaliações ............................................................................................................... 5 
Unidade Didáctica nº 1: Planificação e Gestão do Tempo de Estudo ................................ 6 
Introdução ........................................................................................................................... 6 
Objectivos da Unidade ........................................................................................................ 6 
Desenvolvimento do Conteúdo ........................................................................................... 7 
1. Planificação e Gestão de Tempo ................................................................................. 7 
1.1. Estudo a Distância........................................................................................................ 8 
1.1.1. Interacção Online ...................................................................................................... 9 
1.2. Elaboração do Plano de Actividades e da Sessão de Estudo ..................................... 10 
1.2.1. Elaboração de Planos de Actividades ..................................................................... 10 
1.3. Condições que influenciam uma sessão de estudo .................................................... 16 
Tarefas............................................................................................................................... 18 
Auto-avaliação .................................................................................................................. 18 
Chave-de-correcção .......................................................................................................... 19 
 
iv 
 
Resumo ............................................................................................................................. 19 
Bibliografia ....................................................................................................................... 20 
Unidade Didáctica nº 2: Directrizes para Leitura, Análise e Interpretação de Textos ...... 22 
Introdução ......................................................................................................................... 22 
Objectivos da Unidade ...................................................................................................... 22 
Desenvolvimento do Conteúdo ......................................................................................... 23 
1. Directrizes de Leitura ................................................................................................ 23 
1.1.O Plano das Seis Etapas .............................................................................................. 23 
1.1.1. 1ª Etapa: Examinar .................................................................................................. 23 
1.2. 2ª Etapa: Descobrir .................................................................................................... 24 
1.3. 3ª Etapa: Ler Por Alto ................................................................................................ 25 
1.4. 4ª Etapa: Ler Intensivamente (skanning) ................................................................... 25 
1.5. 5ª Etapa: Repetir e Verificar ...................................................................................... 25 
1.6. 6ª Etapa: Integrar........................................................................................................ 26 
2. A Leitura Dinâmica ou Activa ................................................................................... 26 
2.1. Relação entre Velocidade e Compreensão/Rendimento ........................................ 28 
2.1.1. Vantagens do Leitor Rápido ............................................................................... 28 
2.1.2. O Leitor Lento .................................................................................................... 29 
Tarefas............................................................................................................................... 30 
Auto-avaliação .................................................................................................................. 31 
Chave-de-correcção .......................................................................................................... 31 
Resumo ............................................................................................................................. 32 
Bibliografia ....................................................................................................................... 32 
Unidade Didáctica nº 3: Procura e Tratamento da Informação ........................................ 34 
 
v 
 
Introdução ......................................................................................................................... 34 
Objectivos da unidade ....................................................................................................... 34 
Desenvolvimento do Conteúdo ......................................................................................... 35 
1. Procura e Tratamento de Informação ........................................................................ 35 
1.1. Procura de Informação ........................................................................................... 35 
1.1.1. Bibliotecas Físicas .............................................................................................. 35 
1.1.2. Como está Organizada uma Biblioteca? ............................................................ 35 
1.1.3. Identificação das Fontes .....................................................................................36 
1.2. Pesquisa Bibliográfica na Internet ......................................................................... 37 
2. Tratamento da Informação ......................................................................................... 38 
2.1. Tomada de Notas/Apontamentos ........................................................................... 38 
2.1.1. Algumas das Razões que levam os Estudantes a Tomar Notas/Apontamentos . 39 
2.1.2. Procedimentos para a Tomada de Notas ............................................................ 39 
2.1.3. Diferentes Estilos da Tomada de Notas/Apontamentos ..................................... 40 
2.2. Fichas ..................................................................................................................... 41 
2.2.2 Tipos de Fichas ........................................................................................................ 42 
Tarefas............................................................................................................................... 46 
Auto-avaliação .................................................................................................................. 46 
Chave-de-correcção .......................................................................................................... 47 
Resumo ............................................................................................................................. 47 
Bibliografia ....................................................................................................................... 48 
Unidade Didáctica nº 4: O Resumo .................................................................................. 49 
Introdução ......................................................................................................................... 49 
Objectivos da Unidade ...................................................................................................... 49 
 
vi 
 
Desenvolvimento do Conteúdo ......................................................................................... 50 
1. O Resumo .................................................................................................................. 50 
1.1. Vantagens da Elaboração de Resumos .................................................................. 51 
1.2 Principais Características de um Resumo ................................................................... 51 
1.3 Fases da Actividade de Resumir ................................................................................. 52 
Tarefas............................................................................................................................... 53 
Auto-avaliação .................................................................................................................. 54 
Chave-de-correcção .......................................................................................................... 55 
Resumo ............................................................................................................................. 56 
Bibliografia ....................................................................................................................... 56 
Unidade Didáctica nº 5: Trabalho de Pesquisa ................................................................. 57 
Introdução ......................................................................................................................... 57 
Objectivos da Unidade ...................................................................................................... 57 
Desenvolvimento do Conteúdo ......................................................................................... 58 
1. O Conceito de Pesquisa ............................................................................................. 58 
2. Características da Pesquisa ........................................................................................ 59 
3. Tipos de Pesquisa ...................................................................................................... 59 
4. Fontes de Pesquisa ..................................................................................................... 60 
5. Fases de elaboração de um trabalho de pesquisa ....................................................... 61 
6. Estrutura de um Projecto de Pesquisa ........................................................................ 62 
7. Estrutura de Trabalhos Académicos (relatórios de pesquisa) .................................... 63 
Tarefas............................................................................................................................... 65 
Auto-avaliação .................................................................................................................. 66 
Chave-de-correcção .......................................................................................................... 66 
 
vii 
 
Resumo ............................................................................................................................. 67 
Bibliografia ....................................................................................................................... 68 
 
 
 
viii 
 
Apresentação 
 
Caro(a) estudante 
Está nas suas mãos o Guia de Estudo do módulo de Métodos de Estudo que integra a 
grelha curricular do curso de Licenciatura em Gestão de Empresas e Liderança oferecido 
pela Universidade Wutivi. 
Este guia tem por finalidade inseri-lo às exigências do ensino superior. Assim, o mesmo 
irá dotá-lo de estratégias e técnicas de estudo, que serão o garante para o sucesso na sua 
carreira estudantil. 
Caro estudante, lembre-se que ao estudar o módulo de Métodos de Estudo, estará em 
contacto, de forma indirecta, com todas as disciplinas do seu curso, pois irá encontrar 
nesta cadeira instrumentos orientadores de como deverá estudar cada vez melhor em 
qualquer área do saber. 
Assim, a equipa de professores que se dedicou à elaboração, adaptação e organização 
deste guia sente-se honrada em tê-lo como interlocutor(a) em constantes diálogos 
motivados por um interesse comum, a educação de pessoas e o desenvolvimento do país, 
e compromete-se a apoiá-lo durante os próximos anos da sua formação. 
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso convívio. 
A Equipa da EaD 
 
1 
 
 
Introdução ao Módulo 
 
Bem-vindo ao módulo de Métodos de Estudo 
Caro estudante, está perante o módulo de Métodos de Estudo, que será leccionado no 
ensino à distância na UniTiva. Neste módulo poderá ter os pressupostos inerentes à 
dinâmica da vida académica bem como aceder a vários métodos para enfrentar os 
obstáculos ligados à frequência do ensino superior. 
O módulo em questão tem como finalidade inserir o estudante às exigências do ensino 
superior, particularmente no ensino a distância. Também constitui objectivo deste módulo 
dotar o estudante de estratégias de estudo, uma vez que estas representam o garante para 
o sucesso na carreira estudantil. Em outras palavras, as técnicas de estudo são para 
qualquer estudante um instrumento útil para o sucesso da sua aprendizagem. 
É sabido que há uma ruptura do ritmo de estudos e do aprendizado do ensino presencial 
para o Ensino a distância. Neste último, o estudante tem mais liberdade para o estudo, o 
que também pressupõe maior necessidadede organização e de gestão do tempo e das 
actividades a serem realizadas. Assim sendo, é imprescindível um comprometimento e 
você precisa saber gerir o seu tempo. 
Este módulo está dividido em 5 unidades, nomeadamente: 
 planificação e gestão do tempo de estudo; 
 diretrizes para leitura e análise e interpretação de textos; 
 procura e tratamento de informação; 
 resumo e 
 trabalho de pesquisa. 
 
 
2 
 
 Os tópicos das unidades acima referidas serão desenvolvidas a seguir, sendo que nelas 
estarão igualmente presentes várias actividades, para a auto-avaliação, que servirão de 
barómetro para medir o grau de apreensão dos conteúdos abordados. 
 
 
 Objectivos do Módulo 
 
Quando terminar o estudo deste móduloo, você deverá ser capaz de: 
 Planificar actividades de estudo definindo objectivos, métodos e tempo; 
 Desenvolver técnicas de estudo com vista a exercitar as suas capacidades 
cognitivas para processar, organizar e armazenar informação; 
 Desenvolver uma postura investigativa na sua aprendizagem de modo que obtenha 
um maior dinamismo na elaboração de trabalhos científicos, em geral, e na 
elaboração de trabalho de fim de curso, em particular. 
 
Recomendação para o Estudo 
Prezado estudante, o alcance dos objectivos previamente estabelecidos no processo de 
ensino-aprendizagem na modalidade a distância pressupõe não só uma boa planificação e 
gestão das suas actividades, mas sobretudo, a entrega e a dedicação pessoal por sua parte, 
uma vez que esta modalidade de aprendizagem não prevê a sua presença física na sala de 
aula. Portanto, para o estudo deste módulo é aconselhável que leia os textos 
recomendados. Para o nível de apreensão dos conteúdos leccionados execute as tarefas e 
actividades apresentadas e verifique as respectivas soluções. 
É também importante que se prepare para participar nos fóruns e chats de forma 
antecipada, para melhor ultrapassar os obstáculos que possam provavelmente advir do 
processo de ensino e aprendizagem. 
 
3 
 
É de salientar que a construção e consolidação do conhecimento no ensino a distância 
pressupõe a utilização dos recursos tecnológicos (a plataforma) para ter acesso aos 
materiais, aprender, partilhar a informação, ajudar e obter a ajuda dos colegas e do tutor, 
cooperar com os outros e realizar as avaliações. 
Ícones da Actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes 
ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem 
indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de 
actividade, etc. 
 
A seguir, veja o conjunto completo de ícones usados neste manual. Cada um com uma 
descrição do seu significado e da forma como nós interpretámos esse significado para 
representar as várias actividades ao longo deste módulo. 
 
 Introdução 
 
 Desenvolvimento do 
conteúdo 
 
 
 Objectivos 
 
 Resumo 
 
 
4 
 
 Tempo para completar 
o tema 
 Definições importantes 
 
 Tarefas Auto-avaliação 
 
 Para investigar 
 
 
 Texto de leitura 
 
Dicas de Apoio 
Se tiver dificuldades poderá consultar ao seu tutor, usando vários meios que serão 
definidos no início do curso. 
 
 
 Tempo para o Estudo 
Este Módulo tem a duração de 8 semanas e tem uma carga horária de 100 horas. Caro 
estudante, as 76 são dedicadas ao seu estudo independente, as 8 horas dedicadas ao 
contacto directo e 16 horas dedicadas ao contacto virtual. 
 
 
5 
 
Testes/Avaliações 
Nesta disciplina você vai realizar duas avaliações presenciais (AP’s) e várias avaliações a 
distância (AD’s). 
 
 
 
 
6 
 
Unidade Didáctica nº 1: Planificação e Gestão do Tempo de Estudo 
 
 
 Introdução 
Caro estudante, a presente unidade procura trazer aspectos inerentes aos métodos e 
técnicas a serem adoptados no processo de planificação e gestão do tempo, as estratégias 
de estudo para alcançar, com êxito, as metas previamente estabelecidas. 
Segundo Serafini (1996, p. 17) “os estudantes bem sucedidos são portanto aqueles que 
têm uma noção clara do que devem fazer, não perdem tempo, conseguem uma boa 
colaboração com os professores, assim como uma boa compreensão daquilo que estes 
esperam deles, conseguindo ainda uma boa exposição dos resultados do seu trabalho”. A 
presente unidade traz, portanto, uma abordagem de conteúdos que, se bem seguidos, 
poderão ajudá-lo a melhorar o seu rendimento, organização, concentração, motivação e 
autonomia na vida estudantil. 
Constitui objecto de estudo desta unidade os seguintes temas: Organização do tempo de 
estudo; Elaboração do plano de actividades e condições que influenciam uma sessão de 
estudo. 
 
 
 
Objectivos da Unidade 
Ao terminar esta unidade, você deve ser capaz de: 
 definir e planificar as actividades de estudo; 
 identificar o melhor método ou estratégia de estudo e 
 
7 
 
 planificar com exactidão as actividades semestrais, mensais, semanais e diárias, 
ponderando os vários factores que condicionam o estudo. 
 
 
 
 Desenvolvimento do Conteúdo 
1. Planificação e Gestão de Tempo 
As capacidades intelectuais não são únicas responsáveis pelo secesso ou insucesso dos 
alunos. Estudar e obter um rendimento requer, para além da motivação e boas condições 
pessoais e ambientais, uma adequada planificação (Carrilho, 2004, p. 28). A planificação 
desempenha um papel fundamental na medida em que ela faz com que exista qualidade 
no processo de estudo. Ela evita a improvisação, a pressão, o esforço desnecessário, os 
contratempos de última hora e permite detectar, a tempo, eventuais problemas, bem como 
superar as prováveis dificuldades. 
Cada estudante é um ser individual diferente dos outros, por isso, ele tem de ser realista 
ao fazer a planificação do seu estudo, observando as suas reais capacidades e o seu ritmo 
de aprendizagem. Assim, torna-se fundamental que cada um encontre o seu método 
pessoal, aprenda a distribuir o seu tempo de uma forma flexível e adaptada às 
necessidades, permitindo que se efectuem alterações ou mudanças em função das tarefas 
que têm de ser levadas a cabo e dos trabalhos que se espera que realize. 
Segundo Ron (2000:30), pode-se estudar de forma inteligente, isto é, gastar menos tempo 
e ter melhores resultados. Para este caso, é já sabido que o tempo escasseia, sendo um 
estudante-trabalhador ou não. A vida cobra-nos um tempo para quase tudo. O que se deve 
fazer é organizar o tempo em função das tarefas a executar desde as mais simples e 
insignificante às mais complexas. Para este autor, referindo-se aos estudos, é necessário 
disciplinar o seu empenho ao estudo. Por outras palavras, é necessário treinar a 
 
8 
 
autodisciplina, o que pressupõe gastar algum tempo, diariamente, se possível, a praticar a 
leitura. Isto quer dizer que depois de um tempo a leitura passará a ser rotina, no bom 
sentido. Passará a ser algo “obrigatório”. A título de exemplo, para quem gosta de se 
manter informado, sabea que horas deve estar atento à televisão para ver as notícias 
veiculadas diariamente. Nota-se que existe um hábito: todos os dias, à mesma hora, há 
obrigação de estar em frente ao televisor, custe o que custar. Deixa-se de lado tudo o que 
se estiver a fazer e vai-se ao encontro do televisor. É o que se deve fazer com o estudo. 
Em determinado momento deve-se dedicar à leitura. Deve-se manter as horas em que se 
inicia a leitura e, a repetição da mesma acção, regularmente cria o hábito de leitura, de 
estudo. 
 
1.1. Estudo a Distância 
Torna-se necessário entender que a natureza do estudo a distância prevê a leitura de 
módulos e outro tipo de materiais disponibilizados e/ou recomendados pela equipa 
docente e uma interacção online com recurso às novas tecnologias de informação e 
comunicação, ou seja, através das ferramentas da plataforma. 
Fazem parte das ferramentas da plataforma correio electrónico (de comunicação 
assíncrona indicado para enviar e receber mensagens, esclarecer dúvidas e dar sugestões), 
chat (de comunicação sincrónica que permite a comunicação de forma mais interactiva e 
dinâmica. Esta é utilizada como suporte para a realização de reuniões e discussões sobre 
assuntos de trabalhos e aulas), o fórum de discussão (mecanismo propício para 
desenvolver debates. Este é organizado de acordo com uma estrutura de árvore em que os 
assuntos são dispostos hierarquicamente, mantendo a relação entre o tópico lançado, 
respostas e contra-respostas), perfil (de comunicação assíncrona; está relacionado com a 
documentação dos participantes no processo de aprendizagem, isto é, professores e 
alunos) e por último a avaliação (envolve as avaliações que devem ser feitas pelos 
estudantes online. Do mesmo modo, fornece informações a respeito das notas, registo das 
avaliações que foram feitas pelos estudantes, tempo gasto para resposta, etc.). 
 
9 
 
 
É evidente que a interacção no ensino a distância requer habilidades para o envio de 
mensagens respondendo às questões propostas para a discussão nas actividades das aulas, 
além de, muitas vezes, reflectir e enviar mensagens comentando as respostas dos colegas. 
 
Várias são as situações que o professor poderá solicitar que você participe livremente das 
discussões, como também que você faça isso de forma estruturada, como, por exemplo, 
enviar comentários para grupos de respostas de seus colegas ou que escolha uma ou mais 
respostas para comentar, com algumas reflexões positivas e outras críticas na plataforma. 
 
1.1.1. Interacção Online 
Quando pensamos em interacção virtual, conforme referimos anteriormente, temos um 
leque de possibilidades: chats, fóruns de discussão, troca de mensagens por e-mail etc. 
Você deve estar a pensar que ninguém precisa de orientação nem estratégias para bater 
papo com os colegas e com o professor, todavia falando-se do processo de ensino-
aprendizagem é preciso que tais ferramentas virtuais de interacção sejam utilizadas da 
maneira mais proveitosa possível. 
Interagir de maneira proveitosa é ler as mensagens postadas pelos colegas e pelo 
professor, reflectir sobre tudo o que é dito na discussão e enriquecê-las com comentários 
e questões pertinentes ao assunto que está a ser discutido. 
 
Nos chats: siga as regras estabelecidas pelo moderador, que é aquele responsável pela 
condução do debate, podendo ser o tutor, um monitor ou um estudante designado pelo 
tutor. Acompanhe atentamente o desenrolar da discussão e faça comentários, bem como 
perguntas, pertinentes. Nos fóruns de discussão: procure acessar o fórum ao menos três 
ou mais vezes por semana e participe postando comentários e questões. 
 
 
10 
 
Quanto aos e-mails: nunca deixe de respondê-los! Sua resposta, ainda que curta e 
aparentemente insignificante, tem um papel importantíssimo na comunicação por meio 
deste veículo, pois ela assegura ao remetente que você recebeu a mensagem e está ciente 
do assunto ora discutido. 
 
Portanto, independentemente da ferramenta de interacção utilizada, sinta-se à vontade 
para indicar textos, filmes, reportagens ou sites que de alguma forma relacionem-se com 
o tema em discussão. Essas contribuições são sempre muito bem-vindas, além de 
demonstrarem que você é uma pessoa ‘antenada’! 
 
1.2. Elaboração do Plano de Actividades e da Sessão de Estudo 
1.2.1. Elaboração de Planos de Actividades 
Caro estudante, ao planificar as actividades, não deve estabelecer objectivos de estudo 
demasiado ambiciosos, que se revelem inatingíveis. Se não planificar o tempo disponível 
de uma forma realista nunca conseguirá cumprir com os objectivos, o que poderá ser 
objecto de desmotivação. 
Parte do nosso tempo diário dedicámo-lo ao estudo que combinamos com o resto das 
actividades da nossa vida pessoal, familiar e social. 
Nem todas as pessoas têm as mesmas capacidades para assimilar e reter o que estudam. 
Daí que, cada um deve determinar o tempo de que necessita diariamente para reter os 
conteúdos, com alguma profundidade. 
Lembre-se que um bom plano de estudos não resolve o problema. Várias pesquisas 
indicam que boa parte dos alunos, no ensino superior e em EaD, não utiliza métodos 
eficientes em seus estudos. Em geral, há deficiência de concentração, não são utilizados 
métodos proveitosos de leitura, não são feitas anotações adequadas, as bibliotecas não são 
exploradas e mesmo a pesquisa na Internet é ineficaz. A eficiência de seu estudo como 
 
11 
 
aprendiz virtual dependerá diretamente do método que você utilizar. A EaD exige 
interesse, curiosidade, pró-atividade, atenção e concentração, senso crítico, raciocínio 
lógico e persistência. Você deve estar disposto, em todos os momentos, a relacionar o que 
estiver estudando, tanto com outras disciplinas do curso quanto com situações fora do 
ambiente académico, principalmente profissional. 
 
Observe que o dia tem 24 horas. Se dormir 8 horas e estudar 8 horas (faculdade + estudo 
individual /grupo), sobram-lhe 8 horas para fazer aquilo que quiser. Ainda, tem os fins-
de-semana livres. Se estudar 40 horas e dormir 56 horas restam-lhe 72 horas por semana. 
Observe o quadro abaixo: 
Uma semana tem 
Estuda: 
Dorme: 
Sobram: 
168 horas 
40 horas 
56 horas 
72 horas 
São mais de 10 horas por dia para realizar outras actividades como lavar, cozinhar e fazer 
outras actividades, ou então 8 horas por dia e tem o fim-de-semana totalmente livre. 
 
A seguir vamos apresentar as tabelas que o ajudarão a ter uma vida organizada, regrada: 
Tabela A: Actividades diárias 
Actividades diárias 
Dia: 
8:00 14:00 20:00 2:00 
 
12 
 
8:15 14:15 20:15 2:15 
8:30 14:30 20:30 2:30 
8:45 14:45 20:45 2:45 
9:00 15:00 21:00 3:00 
9:15 15:15 21:15 3:15 
9:30 15:30 21:30 3:30 
9:45 15:45 21:45 3:45 
10:00 16:00 22:00 4:00 
10:15 16:15 22:15 4:15 
10:30 16:30 22:30 4:30 
10:45 16:45 22:45 4:45 
11:00 17:00 23:00 5:00 
11:15 17:15 23:15 5:15 
11:30 17:30 23:30 5:30 
11:45 17:45 23:45 5:45 
12:00 18:00 0:00 6:00 
12:15 18:15 0:15 6:15 
12:30 18:30 0:30 6:30 
12:45 18:45 0:45 6:45 
13:00 19:00 1:00 7:00 
 
13 
 
13:15 19:15 1:15 7:15 
13:30 19:30 1:30 7:30 
13:45 19:45 1:45 7:45 
8:00 14:0020:00 2:00 
 
 
Cores: Branco = Dormir 
 Azul = Comer, compras, etc 
 Lilás = Trabalho 
 Amarelo = Actividades de lazer 
 Preto = Horas mortas 
 Verde = Realização dos trabalhos das cadeiras 
 Laranja = Deslocações 
 Vermelho = Estudo em casa 
 
Tabela B - Horário de Actividades Semanais 
 
 SEG. TER. QUA. QUI. SEX. SAB. DOM. 
8.00 
9.00 
10.00 
11.00 
12.00 
 
14 
 
13.00 
14.00 
15.00 
16.00 
17.00 
18.00 
19.00 
20.00 
21.00 
22.00 
23.00 
0.00 
1.00 
2.00 
3.00 
4.00 
5.00 
6.00 
7.00 
 
► Assinale o horário das aulas; 
► Assinale o horário das actividades não escolares (obrigatórias, fixas e regulares); 
► Assinale os períodos para o estudo; 
► Dedicar, diariamente, algum tempo para fazer revisões da matéria dada no dia e os trabalhos de casa 
dessas disciplinas. Nos dias em que tiver menos aulas e numa parte do fim-de-semana dedique algumas 
horas a fazer revisões mais profundas, a estudar as matérias em que tem mais dificuldades, a preparar 
testes, etc. 
 
 
1.2.2. Elaboração de uma Sessão de Estudo 
 
15 
 
Conforme foi dito anteriormente, a planificação é o garante no processo de ensino-
aprendizagem. A planificação de uma sessão de estudo também se reveste de extrema 
importância, uma vez que permite estabelecer um quadro de programação diária, sintético 
e de fácil consulta. 
Segundo Dias e Nunes (1998, p. 47) “para cada período de estudo, de acordo com as 
avaliações e trabalhos que terão de ser realizados devem ser estabelecidos objectivos 
realistas”. Assim, durante a programação da sessão de estudo é fundamental dedicar mais 
tempo de estudo às disciplinas em que se tem mais dificuldades e prever o tempo para a 
revisão das matérias antes dos testes. Assim, na elaboração da sessão de estudo é crucial 
tomar em consideração as seguintes questões: 
 O que tenho de fazer hoje? (Por exemplo: revisão da matéria; preparação dos 
testes; etc) 
 Como vou distribuir as actividades? (Por exemplo: dar mais tempo às disciplinas 
em que tenho mais necessidades; começar com as mais difíceis; deixar as mais 
fáceis para o fim; etc) 
 De que material vou precisar? (Pensar no material necessário, tal como: manuais, 
cadernos, dicionários, máquina de calcular, livros de especialidade, etc). 
 O que vou fazer exactamente? (Que assuntos ou matérias vou estudar; em que 
capítulos ou páginas do manual está a matéria; que actividades vou fazer para 
estudar: ler manual ou outras fontes de informação, fazer resumos, resolver 
exercícios, etc) 
 
 
Tabela C: Exemplificação da Planificação de uma Sessão de Estudo 
Sessão de estudo: dia 26 de Março de 2013, terça-feira 
Hora Disciplina Conteúdo Material 
 
Actividades Observações 
 
16 
 
9.30 Matemática Equações Caderno de 
actividades e 
máquina de 
calcular 
▪fazer 
exercícios da 
pag. 38 e 39 
 
▪Não 
compreendi o 
exercício 2 
10:35 Pausa 
 
 
 
10:45 
 
Métodos de 
estudo 
 
Planificaçã
o e gestão 
de tempo 
Texto de 
Fernanda Carrilho 
Pag. 28-35 
Preencher a 
tabela 
referente à 
planificação 
semanal 
Percebi tudo 
12:10 Arrumar o material e almoçar 
1.3. Condições que influenciam uma sessão de estudo 
O sucesso ou insucesso de uma sessão de estudo depende, em grande medida, das 
condições ambientais e pessoais, pois estas podem condicionar a atenção e concentração. 
No dizer de Dias Nunes (1998, p. 47), muitos estudantes queixam-se de falta de atenção 
ou concentração durante os períodos de estudo em casa e nas aulas. Mas, são poucos os 
que se preocupam com o ambiente do estudo e com os factores que contribuem para a sua 
distracção durante as aulas. 
Carrilho (2004) apresenta como sendo condições ambientais de estudo as seguintes: 
 local de estudo - deve ser tranquilo, confortável, acolhedor e simples, não 
devendo conter objectos que perturbem a concentração tais como o televisor, 
rádio, fotografias, etc; 
 mobiliário indispensável – mesa com dimensões suficientes para dispor todo o 
material necessário, uma cadeira que não seja demasiado rígida pois cria mal 
estar, nem demasiado cómoda porque pode convidar ao descanso: uma estante, se 
 
17 
 
possível, perto da mesa onde estarão dispostos os livros, os dicionários e todo o 
material cujo acesso seja fácil e rápido; 
 iluminação – deve sempre recorrer à luz natural e em caso de luz artificial usar 
lâmpada fosca (60 a 75 Watts) ou fluorescente (10 a 20 watts); 
 temperatura – A temperatura adequada situa-se entre 17 e 21 graus; 
 ventilação – deve procurar estudar em locais arejados, evitando estudar em 
ambientes fechados ou abafados; e 
 silêncio – o local de estudo deve estar o mais isolado possível do barulho, pois o 
ruido tem sempre efeitos negativos. 
Quanto às condições pessoais de estudo, a mesma autora, destaca as seguintes: 
 saúde mental – está directamente relacionada com ausência de preocupações e 
sentimentos, tais como, revolta, insegurança, frustração, pressão, dependência, 
baixa auto-estima. Quando isso acontece é aconselhável recorrer a amigos, 
professores, ou até à ajuda de um especialista, descansar no mínimo oito horas 
diárias, e definir objectivos concretos que imprimam entusiasmo e permitam 
destruir algumas barreiras que se interponham no caminho; 
 alimentação – deve ser rica, variada e equilibrada, baseada em proteínas, 
vitaminas, sais minerais, evitando recorrer aos chamados fast food, álcool, drogas, 
tabacos, etc. 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 Tarefas 
 
1. Tendo em conta a sessão de estudo por si realizada, proceda a auto-avaliação da 
mesma preenchendo a tabela constante na página 38 do texto de Carrilho (2004). 
2. Esboce um plano de estudo semanal, obedecendo aos pressupostos referidos nas 
páginas anteriores, tomando em consideração que o mesmo deverá ser realista, ou 
seja, em função da sua rotina. 
3. Comente a seguinte afirmação: “A organização do tempo de estudo requere, 
necessariamente, uma análise meticulosa das actividades diárias, bem como das 
condições ambientais e pessoais”. 
 
 
 
 Auto-avaliação 
 
1. Comente a afirmação 
Muitos estudantes do ensino superior queixam-se da exiguidade de tempo. 
2. Enumere e explique as características de uma sessão de estudo. 
3. Tomando em consideração 3 disciplinas à sua escolha, elabore uma sessão de estudo. 
 
19 
 
4. Tendo em conta a questão da planificação e gestão do tempo de estudo, defina as metas 
a alcançar a médio e longo prazos. Passe essa questão para as tarefas. 
Chave-de-correcção 
1. Ao responder deve ponderar aspectos relativos à gestão e planificação do tempo, 
devendo tomar em consideração a hierarquização das actividades. 
2. Realista – Deve conter o que se faz enão o que era suposto fazer; Pessoal – deve 
estar de acordo com as características, necessidades e ritmo de cada um; Equilibrado 
– Conter não só momentos de estudo, como de lazer; procurar sempre contemplar 
todas as disciplinas. 
3. O plano de estudo deve conter os seguintes elementos: hora, disciplina, material 
necessário, actividades a executar e observações sempre que possível. O plano deve 
contemplar momentos ou intervalos de descanso que permitirão um desempenho 
rentável. 
4. Relativo. Ponderar os aspectos abordados. 
 
 
 
 
Resumo 
 Na presente unidade, aprendemos que na vida estudantil a elaboração de um plano de 
estudo constitui um processo simples que permite aproveitar melhor o tempo. O mesmo 
deve ser pessoal, realista, equilibrado e flexível e que se ajuste às necessidades de cada 
estudante. Saliente-se que embora a sua produção seja fundamental para o processo de 
ensino-aprendizagem, às vezes, não é fácil elaborá-lo e muito menos cumpri-lo. Portanto, 
fica claro que a planificação é um trabalho árduo que exige um exercício de 
 
20 
 
autodisciplina, empenho, dedicação e, sobretudo, rigor no cumprimento das actividades, 
previamente estabelecidas. 
Outro aspecto a reter na planificação e gestão do tempo de estudo está relacionado com 
os factores ambientais e pessoais que podem influenciar, em grande medida, a nossa 
capacidade de concentração e assimilação das matérias em estudo. Assim, as condições 
ambientais (local de estudo, mobiliário, iluminação, temperatura, ventilação e silêncio) e 
pessoais (saúde mental e alimentação) devem ser ponderadas aquando da planificação do 
estudo. 
Em suma, o sucesso na vida académica no que concerne à planificação e gestão do tempo 
de estudo pressupõe uma identificação clara dos objectivos de aprendizagem, 
organização do tempo, identificação do seu estilo de aprendizagem e criação de 
condições apropriadas para a aprendizagem. 
 
Bibliografia 
Carrilho, F. (2005). Métodos e técnicas de estudo. Lisboa: Editorial Presença 
Dias, M. M., Nunes, M. M. (1998). Manual de métodos de estudo. Lisboa: Edições 
Universitárias Lusófonas 
Estanqueiro, A. (1998). Um Guia para o Sucesso na Escola. Lisboa: Texto Editora 
Gonzalo, S. (1999). Como Estudar. Lisboa: Editorial Estampa 
Serafini, M. T. (1996). Saber estudar e aprender. 2.ed. Lisboa: Editorial Presença 
Ron, F. (2000). O guia do bom estudante. Lisboa: Presença 
http://www.scribd.com/doc/18104868/METODOS-DE-ESTUDO 
http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Apontamentos.htm 
http://www.scribd.com/doc/18104868/METODOS-DE-ESTUDO
http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Apontamentos.htm
 
21 
 
http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Pesquisa.htm 
http://spyhl.sites.uol.com.br/se1.html 
http://www.esec-fogueteiro.rcts.pt/Material/Metest/Metest.htm 
 
http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Pesquisa.htm
http://spyhl.sites.uol.com.br/se1.html
http://www.esec-fogueteiro.rcts.pt/Material/Metest/Metest.htm
 
22 
 
Unidade Didáctica nº 2: Directrizes para Leitura, Análise e 
Interpretação de Textos 
 
 
 Introdução 
Caro estudante, na nossa vida académica deparamo-nos, constantemente, com um acervo 
de informação escrita que, para sua sistematização, pressupõe que façamos a leitura. Por 
vezes, a leitura é vista como uma obrigação ou um acto penoso porque a pessoa não se 
encontra motivada para o fazer. Ela não constitui uma capacidade inata, mas sim 
adquirida, que só o treino contínuo e sistemático pode ajudar a aperfeiçoar. A presente 
unidade tem, por objectivo, dotar o estudante de estratégias e capacidades para a leitura 
de textos académicos, uma vez que a leitura é o veículo fundamental para a aquisição de 
novos conhecimentos, representa um instrumento indispensável para o sucesso escolar e 
profissional. 
Nesta unidade, serão objecto de estudo os aspectos relativos à decifração e interpretação 
do material escrito, tais como as etapas de leitura e leitura dinâmica. 
 
 
 
Objectivos da Unidade 
Ao completar esta unidade, você deve ser capaz de: 
 identificar as etapas e os tipos de leitura; 
 aplicar melhor as estratégias de leitura no processo de ensino e aprendizagem; 
 extrair e sintetizar informações pertinentes de diversas fontes textuais. 
 
 
 
23 
 
 
 
 Desenvolvimento do Conteúdo 
1. Directrizes de Leitura 
Apesar de vivermos numa época audiovisual, os livros continuam a ser o principal 
instrumento de estudo. Tudo indica que passarão muitos anos até que o livro possa ser 
substituído. O livro é, neste momento, o material mais disponível e de mais fácil acesso. 
A leitura obedece determinadas etapas, que passam pelo exame da obra, uma leitura ao 
alto, uma leitura intensiva, uma leitura repetida e profunda. Todas as etapas da leitura são 
sistematizadas a seguir. 
 
1.1.O Plano das Seis Etapas 
Quando alguém pega num livro para estudar (sobretudo quando se trata do primeiro 
contacto) um capítulo, ou a obra toda, não deve pretender fixar a matéria, logo à primeira. 
O processo de leitura que passa por diferentes etapas. Tal como acontece com os atletas 
antes do início de uma competição, que passam por uma fase de aquecimento, para que a 
prova se realize sem sobressaltos e permita o seu melhor rendimento possível. Na leitura 
acontece o mesmo, como passamos a descrever. 
 
1.1.1. 1ª Etapa: Examinar 
Examinar antecede o estudo verdadeiro e tem por objectivo obter uma impressão global 
da matéria. O estudante obtém uma ideia geral sobre os aspectos exteriores e os relativos 
ao conteúdo e à estrutura do livro. Nesta fase, presta-se maior atenção ao título, prefácio, 
introdução, índice, ilustrações, glossário, bibliografia usada e dados do autor. Por 
 
24 
 
exemplo, percorrendo o índice, é possível descortinar o essencial da matéria tratada. O 
índice mostra, de forma esquemática, o conteúdo e a organização de um livro. 
Muitos estudantes saltam esta parte com o argumento de que isso não faz parte da matéria 
a ser examinada. É verdade que o estudante ainda não está a estudar, mas está a construir 
uma base para a matéria de estudo. 15 a 30 minutos poderá ser um tempo razoável para o 
estudante poder obter uma impressão global do livro. 
 
1.2. 2ª Etapa: Descobrir 
A segunda, terceira, quarta e quinta etapas são aplicáveis aos parágrafos, capítulos ou a 
uma quantidade de matéria delimitada que poderá ser assimilada dentro do tempo 
disponível. 
Você pode iniciar esta etapa fazendo uma breve avaliação. Poderá colocar a si próprio as 
seguintes perguntas: esta quantidade de matéria pode ser trabalhada dentro do tempo de 
que disponho? Quantas páginas vou ler e qual o seu grau de dificuldades? É desejável 
que, antes de o estudante começar a ler saiba o número de páginas que irá ler e em 
quanto tempo o fará. 
A seguir, recomenda-se percorrer com a vista, mas de uma forma rápida, o capítulo para 
que ele fique com uma impressão geral, assim como se faz com o jornal num em dia que 
se está muito ocupado e com muito trabalho ou com a capa de uma revista numa loja. As 
seguintes perguntas poderão ser colocadas: Do que se trata? Quais são os temas aqui 
abordados? Também nesta fase olha (m)-se o (s) capitulo (s) anterior (es). Esta 
metodologia vai permitir situar o capítulo no conjunto, oque fará com que você 
estabeleça a conexão entre as diferentes partes do conteúdo. 
 
 
25 
 
1.3. 3ª Etapa: Ler Por Alto 
Ler por alto ou sobrevoar um capítulo é dar uma rápida passagem de olhos pelo seu 
conteúdo (skimming). Aqui, você começa a debruçar-se sobre a estrutura do texto e a 
composição da informação. Nesta fase, não se deve preocupar com assuntos que ainda 
desconhece nem com pormenores. 
Trata-se de uma leitura que serve para oferecer ao leitor uma visão panorâmica do terreno 
a explorar, ou seja uma visão geral do assunto. Nesta etapa, aconselha-se a leitura de um 
ou outro parágrafo do início, do meio e do fim do capítulo (leitura em diagonal). O mais 
importante é você saber do que se trata e como é que os parágrafos e as alíneas se 
relacionam e qual é o raciocínio desenvolvido no texto. Esta é a altura de pegar num 
caderno e uma caneta para fazer algumas anotações. 
 
1.4. 4ª Etapa: Ler Intensivamente (skanning) 
Nesta etapa, você deve fazer uma leitura intensiva com o objectivo de compreender e 
armazenar um excerto do texto. Pode colocar as seguintes questões: Quais são os 
aspectos principais e secundários? Que relação o capítulo/o parágrafo/a alínea tem com 
os anteriores? Porque é que o autor dá mais ênfase a estes aspectos e não aqueles outros? 
Concordo com as opiniões do autor? Que novidades surgem no texto? Que pretende 
transmitir o autor? As explicações são fundamentadas? Os factos e os argumentos são 
esclarecedores? 
Por conseguinte, deve, nesta fase, manifestar espírito crítico perante o que lê. Deve 
analisar, compreender, interpretar, comparar e avaliar. Trata-se de uma leitura activa. 
 
1.5. 5ª Etapa: Repetir e Verificar 
Depois de você ler um parágrafo, uma página ou uma porção longa da matéria aconselha-
se que feche o livro para verificar se tem o domínio sobre o assunto em estudo. Existem 
 
26 
 
casos de estudantes que, dois minutos após a leitura, não conseguem repetir o que acabam 
de ler e, muito menos, poderão evocar esses conhecimentos numa fase posterior. Quando 
assim acontece, aconselha - se a realizarem mais uma leitura, até à compreensão do texto. 
Ganhar o hábito de verificar o progresso durante o estudo é fundamental. Todos aqueles 
que não fazem a verificação dos conhecimentos durante o estudo estão sujeitos ao 
fracasso. 
1.6. 6ª Etapa: Integrar 
A 6ª etapa, assim como a 1ª, aplicam-se à matéria, em geral. Nesta etapa, você visualiza 
as relações existentes entre os capítulos, assim como as relações entre os pormenores. É 
nesta fase que faz a avaliação, em termos de domínio dos conteúdos: se os domina ou 
ainda existem algumas lacunas. Na etapa “integrar”, você deve ser capaz de determinar 
os principais pontos do capítulo ou do livro, no seu todo, e como é que eles se 
interrelacionam. Significa que compreende a estrutura, desenhou na memória, os pontos 
focais e é capaz de evocar todo o capítulo ou todos os capítulos do livro. 
 
2. A Leitura Dinâmica ou Activa 
Nem todos possuem técnicas de leitura adequadas. É uma das razões pelas quais nem 
todos possuem o mesmo rendimento na aprendizagem. Se desejarmos saber se o ritmo da 
nossa leitura e a compreensão que dela obtemos são os mais adequados, basta 
formularmos as seguintes perguntas: 
 Leio com um bom ritmo? 
 compreendo perfeitamente um texto, depois de acabar de o ler? 
 utilizo dicionários ou algum outro material auxiliar que me possa facilitar a 
tarefa? 
 pratico alguma técnica diária para aumentar a minha capacidade de leitura? 
 tomo apontamentos, enquanto leio, para realçar as ideias fundamentais de cada 
parágrafo? 
 
27 
 
 sublinho as ideias principais e secundárias de cada um dos temas de estudo? 
 utilizo os apontamentos e sublinhados para elaborar resumos e esquemas sobre o 
que li? 
 resumo e esquematizo, de forma isolada cada um dos temas que li? 
 se a resposta for negativa, em relação à maior parte das perguntas temos de 
admitir que alguma coisa está a falhar na nossa técnica de leitura e essa 
deficiência, seguramente, poderá ser a causa de baixo rendimento escolar. 
Estanqueiro (1998) refere que uma leitura activa ou dinâmica implica os seguintes 
processos: consultar o dicionário, sublinhar, fazer anotações e tirar apontamentos. Isso 
exige que o estudante tenha à mão dicionários, cadernos, esferográficas, lápis, borracha. 
Exige ainda que escolha locais apropriados e tenha posturas físicas correctas para ler e 
escrever. Desaconselha-se, por isso, a opção daqueles que preferem estudar reclinados no 
sofá ou na cama. 
A leitura dinâmica favorece igualmente a compreensão. Por isso pode ser chamada de 
leitura compreensiva. Segundo Carrilho (2005) a leitura compreensiva é a leitura 
propriamente dita. Significa percorrer o texto com a preocupação de encontrar as ideias 
principais e secundárias contidas no texto; perceber o ponto de vista do autor; identificar 
conceitos; distinguir os factos das opiniões; proceder à hierarquização das ideias; 
identificar os “pontos-chave” de cada capítulo; formular questões; fazer anotações. 
A compreensão dos textos depende, muitas das vezes, do ritmo que se empreende no acto 
da leitura. A grande questão que se coloca quando se fala do ritmo de leitura, está 
relacionada com o facto de se saber se a compreensão do texto é favorecida por uma 
leitura lenta ou por uma leitura rápida. Em seguida passamos a descrever a relação entre a 
velocidade da leitura e a compreensão. 
 
 
28 
 
2.1. Relação entre Velocidade e Compreensão/Rendimento 
O ritmo da leitura terá de se adaptar sempre à natureza dos textos (mais complexos ou 
mais acessíveis) à capacidade de assimilação do leitor e aos objectivos pretendidos. 
À primeira vista, pode parecer que os textos lidos devagar deixam marcas mais profundas 
no leitor. De facto assim não acontece. As experiências mostram que a velocidade de 
leitura, desde que não excessiva, favorece o rendimento. 
Para Carrilho (2005), o cálculo da velocidade e compreensão da leitura podem ser 
averiguados, a título de exemplo, aplicando uma técnica simples que consiste em pegar 
num relógio e ler durante 2 a 3 minutos um texto, previamente seleccionado e medido. 
Depois poderá somar as palavras lidas e dividi-las pelo tempo para obter a média de 
palavras que lemos por minuto. As pessoas que obtiverem um resultado entre 250 e 300 
palavras por minuto encontram-se dentro dos termos normais referidos em relação à 
velocidade de leitura. Quem estiver abaixo desse resultado, terá de admitir que tem 
problemas importantes com as suas técnicas de leitura e deve praticar, se quiser obter 
resultados mais satisfatórios. 
 
2.1.1. Vantagens do Leitor Rápido 
Distinguindo as características dos leitores lentos e dos leitores rápidos, pode-se concluir 
que os rápidos alcançam maior rendimento e com menor esforço. Contudo, o leitor rápido 
não pode ser confundido com o apressado, impaciente e superficial que “engole” textos a 
uma velocidade perigosa. O rápido avança depressa, mas é cuidadoso nos textos mais 
importantes. O rápido não se fixa em palavras isoladas. Procura ver, em cada paragem do 
olhar, grupos de palavras ou frases com sentido. A sua preocupação centra-se nas ideias e 
na visão de conjunto do texto, podendo perder um ou outro pormenor, mas ganha mais na 
compreensão e assimilação.29 
 
2.1.2. O Leitor Lento 
O leitor lento, por opção própria, ou por pobreza de vocabulário, inspecciona o texto, 
palavra a palavra. Fixa o olhar e soletra as palavras como se receasse perder alguma 
coisa. É meticuloso. Não distingue a natureza dos textos e, por vezes, gasta tempo a 
“armazenar” pormenores e exemplos. No meio da sua lentidão, divaga e perde as ideias. 
Não consegue, por isso, ter grande rendimento 
Conclui-se que o leitor rápido não só poupa tempo como tem mais possibilidades de 
compreender o sentido daquilo que lê. Ganha, assim, no seu rendimento. 
 
Quadro comparativo: Leitor lento/Leitor rápido segundo Estanqueiro (1998) 
Leitor lento Leitor rápido 
● Acompanha a leitura com o lápis, com o 
dedo ou com o movimento da cabeça 
● Pronuncia (em voz alta, em voz baixa ou 
mentalmente) todas as palavras 
● Vê as palavras isoladas ou três palavras, 
em cada fixação do olhar 
● Lê 150 a 300 palavras por minuto, em 
textos de dificuldade média 
● Não adapta o seu ritmo à natureza dos 
textos. Lê sempre com reduzida velocidade 
● Dispersa-se com facilidade e nunca 
chega a sentir-se motivado. Depressa se 
● Mantém a cabeça fixa e apenas 
movimenta os olhos sobre as palavras 
● Olha as palavras, mas não as pronuncia 
(nem sequer em silêncio). Faz uma leitura 
“visual” 
● Consegue ver conjuntos de cinco a dez 
palavras, cada vez que olha um texto 
● Lê, habitualmente, 400 a 600 palavras 
por minuto. Em textos fáceis chega a 1000 
palavras por minuto 
● Acelera o ritmo, em leituras simples. 
Demora-se naquilo que merece maior 
 
30 
 
 
 
 
 
Tarefas 
1. Explicite a relação existente entre as etapas da leitura com o sucesso na fruição do 
conteúdo do texto. 
2. A leitura activa ou dinâmica pressupõe a observância rigorosa de procedimentos, tais 
como o uso do dicionário, quando preciso, sublinhar o texto, tomar notas, fazer 
esquemas, dentre outros aspectos. Com base no texto de Estanqueiro (1998), em 
anexo, aplique a leitura dinâmica. 
3. Tomando em consideração o texto de Carrilho (2005) constante das páginas 68 a 70, 
pratique o treino de leitura rápida através das formas indicadas nas páginas 66 e 67 da 
mesma autora. 
4. “Muitos estudantes quando lhes são colocadas questões que dizem respeito à relação 
entre velocidade e rendimento muitas vezes respondem que a leitura lenta é que 
favorece a assimilação e compreensão na leitura”. Comente a afirmação. 
 
 
aborrece cuidado 
Concentra-se na leitura. Sente pouca 
fadiga. Chega a ler com entusiasmo 
 
31 
 
 
 
 Auto-avaliação 
 
1. Apresente as etapas do plano de leitura aprendido durante as aulas. 
2. Descreva em que consistem as seguintes etapas: examinar, ler intensivamente e 
integrar. 
3. Explique por que razão o leitor rápido é bem sucedido na fruição do conteúdo do 
texto. 
4. Como podemos melhorar o rendimento de leitura? 
 
Chave-de-correcção 
1. Examinar, descobrir, ler por alto, ler intensivamente, repetir e verificar e, por fim, 
integrar. 
2. Examinar consiste em ler o texto com o objectivo de ter a impressão global do que vai 
ser lido; ler intensivamente – é o estudo pormenorizado da matéria; integrar – 
avaliação do domínio da matéria, identificação dos pontos-chave do conteúdo lido, ou 
seja, fruição do conteúdo. 
3. Faz leitura visual; Fica sempre mais concentrado; lê muitas palavras em pouco tempo, 
fá-lo com entusiasmo; etc. 
4. Através da prática diária até chegarmos a leitores perfeitos; começar com a leitura de 
textos fáceis e, gradualmente, ir aumentando o grau de dificuldades; adaptar sempre a 
velocidade de leitura ao grau de dificuldades do texto que enfrentamos; tentar ler com 
a maior rapidez possível, procurando captar o sentido geral do texto. 
 
 
32 
 
 
 
 Resumo 
Caro estudante, nesta unidade aprendemos que, para a leitura de um texto (simples ou 
complexo), temos que aplicar uma estratégia para a fruição do seu conteúdo. Assim 
sendo, podemos usar o método de 6 etapas, que compreende examinar, descobrir, ler por 
alto, ler intensivamente, repetir e verificar e, finalmente integrar. 
A leitura sendo um acto complexo, é uma tarefa árdua e fundamental na nossa vida 
quotidiana e estudantil. Desta feita, é necessário fazer da leitura um hábito. Para tal, 
temos que reservar um tempo para a mesma, diariamente, procurando partir da leitura de 
textos simples e, gradualmente, intensificar a leitura de textos com maior grau de 
dificuldade, adaptar sempre a velocidade de leitura ao grau de dificuldade do texto que 
enfrentamos, procurar sempre melhorá-lo. É importante sublinhar que o objectivo 
essencial não é aumentar a rapidez, mas sim de aumentar o rendimento. 
 
 
Bibliografia 
Carrilho, F. (2005). Métodos e técnicas de estudo. Lisboa: Editorial Presença 
Dias, M. M., Nunes, M. M. (1998). Manual de métodos de estudo. Lisboa: Edições 
Universitárias Lusófonas 
Estanqueiro, A. (1998). Um Guia para o Sucesso na Escola. Lisboa: Texto Editora 
Gonzalo, S. (1999). Como Estudar. Lisboa: Editorial Estampa 
Serafini, M. T. (1996). Saber estudar e aprender. 2.ed. Lisboa: Editorial Presença 
 
33 
 
Ron, F. (2000). O guia do bom estudante. Lisboa: Presença 
http://www.scribd.com/doc/18104868/METODOS-DE-ESTUDO 
http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Apontamentos.htm 
http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Pesquisa.htm 
http://spyhl.sites.uol.com.br/se1.html 
http://www.esec-fogueteiro.rcts.pt/Material/Metest/Metest.htm 
http://www.scribd.com/doc/18104868/METODOS-DE-ESTUDO
http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Apontamentos.htm
http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Pesquisa.htm
http://spyhl.sites.uol.com.br/se1.html
http://www.esec-fogueteiro.rcts.pt/Material/Metest/Metest.htm
 
34 
 
Unidade Didáctica nº 3: Procura e Tratamento da Informação 
 
 
 Introdução 
Caro estudante! 
No dia-a-dia da sua vida estudantil constantemente estará diante de situações que o 
obrigam a procurar informação para satisfazer as exigências da academia. Nesta unidade, 
procuraremos abordar aspectos relacionados com a procura de informação, bem como 
com aspectos vários que têm a ver com a manipulação da mesma. 
Interessa-nos, nesta unidade, trazer aspectos que o ajudem a localizar a informação e 
fazer bom uso dela. Constituirão temas a serem abordados na presenta unidade 
orientações para o uso de bibliotecas quer físicas quer virtuais, tomada de notas, 
apontamentos e fichas. 
 
 
 
 Objectivos da unidade 
Ao completar esta unidade, você deve ser capaz de: 
 usar adequadamente as bibliotecas físicas e virtuais; 
 identificar as diversas fontes de informação e 
 registar diversas informações através de tomada de notas, apontamentos e fichas 
de leitura. 
 
 
35 
 
 
 
 Desenvolvimento do Conteúdo 
1. Procura e Tratamento de Informação 
1.1. Procura de Informação 
É importante que você obtenha uma grande variedade de materiais de referência. Mas 
como é que localiza as obras de referência escritas pelos especialistas no assunto? 
Geralmente, a informação é obtida nas bibliotecas, que podem ser físicas ou virtuais. 
 
1.1.1. Bibliotecas Físicas 
Asbibliotecas guardam o registo da breve estadia da humanidade no planeta terra. São 
uma das melhores conquistas que a humanidade dispõe para o arquivo e divulgação de 
todo o património cultural e científico, adquirido ao longo dos tempos. 
Os regulamentos para o acesso e uso das bibliotecas podem variar de biblioteca para 
biblioteca, públicas ou privadas, gerais ou especializadas, grandes ou pequenas. Os 
serviços prestados por elas são grátis, sendo o cartão de leitor, o seu bilhete importantes 
para a sua identificação de forma a ter acesso ao mundo do conhecimento que o vai 
manter ocupado para o resto da vida. 
 
1.1.2. Como está Organizada uma Biblioteca? 
Existem vários sistemas de classificação dos assuntos, utilizados pelas bibliotecas. É o 
caso do denominado Sistema de Classificação Dewey, também conhecido como 
Classificação Decimal Universal (CDU). Existe, também, o Sistema de Classificação da 
Biblioteca do Congresso. Ambos são muito utilizados, sobretudo, nos países de origem 
 
36 
 
anglo - saxónica. A maioria das bibliotecas em Moçambique usa o CDU, como sistema 
de classificação dos documentos, o que lhe permite organizar o seu fundo, facilitando o 
acesso dos utilizadores e a recuperação da informação. 
A CDU é um dos sistemas de classificação mais usados no mundo. Divide o 
conhecimento humano em 10 classes, de 0 a 9. Assim: 0-Generalidades; 1-Filosofia, 
Psicologia; 2-Religiao, Teologia; 3-Ciências Sociais; 5-Matemática e Ciências Naturais; 
6-Ciências Aplicadas; 7-Arte, Desporto; 8-Linguística, Literatura e 9-Geografia, 
Biografia, História. 
Como pode notar, a classe 4 está vazia prevendo a possibilidade do aparecimento de uma 
área científica completamente nova. 
 
1.1.3. Identificação das Fontes 
Numa biblioteca, como identificar as fontes bibliográficas indispensáveis para a 
elaboração de um trabalho? Procurando as fichas (de assuntos, de obras e de autores), nos 
catálogos gerais e nos específicos. 
A identificação das fontes bibliográficas pode ser iniciada pela consulta de obras que 
propiciam informações gerais sobre o assunto: enciclopédias, manuais, dicionários 
especializados, etc.. Estas obras indicarão outras que abordam o assunto de maneira mais 
específica e abrangente. 
Segundo Gil (1998), as fontes bibliográficas classificam-se em: 
a) livros de leitura/corrente. Obras de literatura, nos seus diversos géneros 
(romance, poesia, teatro); obras de divulgação que podem ser científicas, técnicas 
e de vulgarização. As científicas e técnicas utilizam a linguagem própria da 
ciência e destinam-se aos especialistas de cada área. As de vulgarização destinam-
se ao público não especializado na matéria. 
 
37 
 
b) livros de referência. Dicionários, enciclopédias e anuários são as principais obras 
de referência informativa. Os de referência remissiva são os catálogos das grandes 
bibliotecas e editoras, os boletins e jornais especializados. 
c) periódicos. As principais publicações periódicas são os jornais e revistas de 
grande utilidade para a actualização das informações. As revistas costumam 
publicar resenhas, que representam uma forma de estar em dia com as publicações 
recentes de cada área do conhecimento. 
d) impressos diversos. Além de livros, jornais e revistas, encontram-se nas 
bibliotecas, publicações do governo, boletins informativos de empresas ou de 
institutos de pesquisa e estatutos de entidades diversas. 
 
1.2. Pesquisa Bibliográfica na Internet 
A pesquisa em biblioteca, como foi visto, tem sido a maneira tradicional de recuperar 
informações em qualquer das áreas do conhecimento humano. Recentemente, com o 
aparecimento das facilidades dos recursos electrónicos da rede mundial de computadores 
– Internet – essa outra forma de pesquisa tornou o acesso muito mais amplo e 
praticamente sem fronteiras físicas. 
Os conceitos de recuperação da informação electrónica, de um modo geral, estão 
presentes no uso de Ferramentas de busca, também designados Web sites de busca ou 
motores de busca. Trata-se de programas que ficam vinculados à própria rede e se 
encarregam de localizar os sites a partir da indicação de palavras-chave, assuntos, nomes 
de pessoas, entidades etc. Entre os sites mais correntes e poderosos podemos encontrar o 
Google, Alta vista e o yahoo. 
Em relação à pesquisa científica, uma nova categoria de serviços de busca, ainda não 
muito divulgada, que está a proliferar, são os chamados Vortais ou Portais Verticais. 
Vortais são mecanismos de busca especializados que se concentram numa única 
 
38 
 
categoria como ciências sociais, medicina, computação, entre outros. Por serem 
especializados, a probabilidade de localizar a informação desejada é muito maior e em 
menor tempo. 
O pesquisador poderá utilizar uma ferramenta de busca para aceder um Vortal, podendo 
escrever apenas Portal de (colocar o assunto). 
Exemplo de Portais: www.portaldecontabilidade.com.br e www.eusou.com/jurista/ 
Deve-se salientar que, quando se inicia uma pesquisa na Internet para fins científicos, é 
necessário aplicar também o rigor científico (metodologia e técnicas correctas para a 
busca) na execução da pesquisa, da mesma forma que o aplicamos nas publicações 
científicas em papel. É imprescindível pesquisar em sites especializados com base 
científico, governamental e institucional, e fazer uso do Tesauro específico para a área de 
conhecimento a ser pesquisada. 
 
2. Tratamento da Informação 
2.1. Tomada de Notas/Apontamentos 
Tirar apontamentos é um processo que facilita a captação e a retenção da matéria. 
Segundo Serafini (1996, p.60) “estudos diversos têm mostrado que existe uma forte 
correlação entre a capacidade de tirar apontamentos e a facilidade de aprender”. 
Escrevendo, aprende-se melhor e guarda-se a informação por mais tempo. Cabe ao 
estudante saber interpretar a informação, o que requer deste uma atitude activa, ou seja, 
de espírito crítico e atenção selectiva. 
A atitude do estudante deverá estar dirigida para uma escrita activa e participativa, 
questionando-se mentalmente e procurando as relações existentes, de modo a reconhecer 
o objectivo e o desenvolvimento lógico da exposição do professor. 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/
http://www.eusou.com/jurista/
 
39 
 
Os apontamentos constituem o material de estudo mais frequente para os estudantes de 
qualquer parte do mundo (constitui a principal ocupação do estudante de hoje). O papel 
do estudante deve cingir-se a entender os conteúdos e apresentar dúvidas, à medida que 
elas forem surgindo. 
 
2.1.1. Algumas das Razões que levam os Estudantes a Tomar 
Notas/Apontamentos 
As notas ou apontamentos revestem-se de muita importância porque permitem: 
 registar, por escrito, os ensinamentos do professor. O estudante pode determinar o 
conteúdo da matéria do dia, o que torna mais fácil planificar uma sessão de 
estudo. Pode completá-los através do trabalho na biblioteca 
 facilitar ao estudante a tarefa de se concentrar nas explicações do professor. O 
tomar notas implica que o estudante deve estar concentrado. 
 
2.1.2. Procedimentos para a Tomada de Notas 
Ao tomarmos notas ou apontamentos temos que ter em consideração os seguintes passos: 
 tentar entender a matéria; 
 quando tiver compreendido o que tenha sido escrito ou dito, deve tentar escrever o 
conteúdo usando as suas próprias palavras; 
 resumir tudo que forpossível, tendo muito cuidado para não modificar o seu 
significado; 
 escrever os apontamentos com a melhor caligrafia possível e 
 utilizar abreviaturas, pois, se pretende escrever as ideias com todas as palavras, 
não lhe restará tempo. 
Note que utilizar os apontamentos de outra pessoa é uma prática muito pouco 
recomendável, porque cada um emprega regras próprias para entender e exprimir o seu 
conteúdo (evita perguntar o significado deste ou daquele parágrafo ou sentido concreto de 
 
40 
 
uma frase). Esta posição é reforçada por Serafini (1996) quando diz que a utilidade dos 
apontamentos é tanto maior quando estes forem personalizados, isto é, apresentem uma 
organização dada pelo seu autor, que seja sensivelmente da do texto lido. 
 
2.1.3. Diferentes Estilos da Tomada de Notas/Apontamentos 
Gonzalo (1999) considera três diferentes Estilos para a Tomada de Notas ou 
Apontamentos que são os seguintes: a narração, a lista e o esquema. 
a) Narração 
A narração consiste em transcrever, de forma pormenorizada, todo o conteúdo da lição 
exposta pelo professor, sem os submeter a um processo de selecção, nem separar aquilo 
que é realmente importante daquilo que não o é. O resultado deste método é ter 
apontamentos excessivamente monótonos. 
b) Lista 
Este modelo visa estruturar, por listas, o conteúdo dos apontamentos. Consiste em 
registar as ideias mais importantes da exposição à medida que elas vão aparecendo. 
Podem ser utilizados símbolos em que se incluem letras, palavras e números. 
c) Esquema 
O estudante esforça -se por tomar os apontamentos numa sequência hierárquica de 
categorias principais e subcategorias. 
Este estilo de esquema alfabético/numérico é recomendável apenas para os estudantes 
com elevada capacidade de análise e síntese capazes de estruturar de, forma gradual, o 
conteúdo definitivo das suas notas. 
 
 
41 
 
2.2. Fichas 
As fichas têm por objectivo registrar todas as informações e/ou partes importantes de 
uma obra ou texto assinalado ao longo das leituras feitas. Essa técnica facilita a 
compreensão do texto e a organização do estudo. 
É basicamente o arquivo do texto que você lê conteúdo a referência e o que você 
entendeu do conteúdo do texto de uma obra, de um texto ou mesmo de um tema (Filho, 
S/A). 
Segundo Severino (2000), o fichamento é constituído primeiramente pelas fichas de 
documentação temática. Baseia-se nos conceitos fundamentais que estruturam 
determinada área do saber. Cada estudante pode formar seu o ficheiro de documentação 
temática relacionado ao curso que esta seguindo, a partir da estrutura curricular do 
mesmo. 
Pode-se afirmar que a ficha é um recurso didáctico utilizado por estudantes/pesquisadores 
na construção do seu próprio conhecimento. É a forma de colecta e registo de 
informações das fontes bibliográficas tendo em vista à utilização para a construção de um 
novo texto. 
 
2.2.1 Para que fazer as Fichas? 
O arquivo de leitura sobre um determinado tema compreende fichas, de preferência de 
formato grande, dedicadas aos livros ou artigos que leu. Nelas você registará resumos, 
opiniões, citações. Enfim, tudo o que puder referir-se ao livro lido. 
Com o uso do computador, a confecção de fichas ficou mais simples. Sugerimos um 
modelo básico, e que pode ser adaptado tanto para como para meios electrónicos, como 
para o uso tradicional das fichas de cartolina. 
 
 
42 
 
2.2.2 Tipos de Fichas 
As fichas de leitura podem ser de diversa tipologia dependendo do objectivo último da 
sua confecção. Destacam-se dentre várias os seguintes tipos de fichas: 
Bibliográfica (catalogação bibliográfica) 
 Citação (transcrição) 
 Resumo (de conteúdo) 
 Opinião (de comentário ou analítico). 
 
a) Ficha Bibliográfica 
Trata-se de uma ficha contendo a relação das obras que poderão servir de fontes para a 
elaboração de um trabalho académico. Este tipo de fichas surge devido à dificuldade de 
se ter uma biblioteca em casa. 
O primeiro passo de uma pesquisa bibliográfica é fazer um levantamento bibliográfico 
nas bibliotecas a que se tem acesso, montando para isso o seu próprio banco de dados 
bibliográficos. 
Exemplo de uma ficha bibliográfica 
Assunto (TEMA): Antropologia Filosófica 
Ficha no 1 
Referência Bibliográfica Completa: 
Buber, M. (2004). EU e TU. Tradução de Newton Aquiles Von Zuben. 8ª Ed. 
São Paulo: Centauro (1) 
Galeffi, D. A. (2003). Filosofar e Educar: Inquietações Pensantes. Salvador: 
Quarteto (2) 
Oliveira, L. C. B. (2002). Os diversos sentidos da existência para o homem 
 
43 
 
grego. 2ª Ed. Brasília: Universa (3) 
Tillich, P. (1967). A coragem do ser. Tradução de Egli Malheiros. Rio de 
Janeiro: Paz e Terra (4) 
Wojtyla, K. C. (1982). Amor e responsabilidade: Um estudo ético. São Paulo: 
Loyola (5) 
Biblioteca onde se encontram as obras: 
● Biblioteca do Povo (UniTiva), Campus principal: Livros 1, 4 e 5 
● Biblioteca pessoal: Livros 2, 3 e 4 
 
b) Ficha de citação (transcrição) 
 É a ficha que consiste na reprodução fiel de parte da obra de interesse observando 
as regras para esse fim. 
Após leitura sistemática da obra, o estudante/pesquisador sublinha frases, 
parágrafos, partes que expressam a ideia principal do autor, partes estas que podem 
ser transcritas no seu trabalho de pesquisa (artigo, monografia, ensaio…). 
Na produção deste tipo de ficha deve- se ter o cuidado de abrir e encerrar a citação 
com aspas e indicar a página da qual se fez a transcrição. Quando se fizer supressão 
de alguma parte da obra, deve-se indicar tal supressão com reticências entre 
colchetes […] 
Vejamos alguns exemplos 
Citação completa 
SEVERINO, António Joaquim. (2003). Metodologia do trabalho científico. São 
 
44 
 
Paulo: Ed. Cortez 
“Ao dar inicio a essa nova etapa de sua formação escolar; a etapa de ensino 
superior, o estudante dar-se-á conta de que se encontra diante de exigências 
especificas para a continuidade de sua vida de estudos.” (Severino, 2003, p.23) 
 
Citação com supressão 
Assunto: (Tema): Vida e Cotidiano Ficha no 1 
Referência Bibliográfica Completa: 
HELLER, Agnes. (1992). O Cotidiano e a história. 4ª Ed.. São Paulo: Paz e Terra 
Texto da Ficha: 
``O adulto deve dominar, antes de mais nada a manipulação das coisas (…) Mas embora 
a manipulação das coisas seja idêntica à assimilação das relações sociais, continua 
também contendo inevitavelmente, de modo imanente, o domínio espontâneo das leis da 
natureza`` (p. 19) 
Tipo de ficha: Citação 
Biblioteca que se encontra a obra: Biblioteca do Povo (UniTiva). Campus Principal 
 
Observações: 
 quando a citação passar de uma página para outra, deve-se referir o número das 
duas páginas (ex. p. 325 – 326) 
 quando a supressão é de vários parágrafos deve- se usar uma linha pontilhada 
entre as transcrições. 
 
45 
 
c) Ficha de resumo (de conteúdo) 
É a captação da ideia central do texto através do registo, de forma resumida, das 
informações mais importantes em ficha para consulta posterior. Trata-se de uma

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