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MÓDULO DE MÉTODOS DE ESTUDO Curso de Gestão de Empresas e Liderança Moçambique UNIVERSIDADE WUTIVI - UNITIVA Ensino Superior a Distância ii FICHA TÉCNICA Maputo, Julho de 2019 © Guia de Estudo para o Curso de Gestão de Empresas e Liderança (Ensino a Distância) Todos os direitos estão reservados a Universidade Wutivi Título do módulo: Métodos de Estudo Edição: 1ª Organização e Edição Universidade Wutivi (Ensino Superior à Distância) Autor: Josina Anjos, Etelvino Guila e Américo Buque Revisor de EaD: Lina Sara Chovano do Rosário Revisor Linguístico: Emília Morais Revisor Científico: Nobre dos Santos iii ÍNDICE FICHA TÉCNICA .............................................................................................................. ii Apresentação .................................................................................................................... viii Introdução ao Módulo ......................................................................................................... 1 Objectivos do Módulo......................................................................................................... 2 Recomendação para o Estudo ............................................................................................. 2 Ícones da Actividade ........................................................................................................... 3 Dicas de Apoio .................................................................................................................... 4 Tempo para o Estudo .......................................................................................................... 4 Testes/Avaliações ............................................................................................................... 5 Unidade Didáctica nº 1: Planificação e Gestão do Tempo de Estudo ................................ 6 Introdução ........................................................................................................................... 6 Objectivos da Unidade ........................................................................................................ 6 Desenvolvimento do Conteúdo ........................................................................................... 7 1. Planificação e Gestão de Tempo ................................................................................. 7 1.1. Estudo a Distância........................................................................................................ 8 1.1.1. Interacção Online ...................................................................................................... 9 1.2. Elaboração do Plano de Actividades e da Sessão de Estudo ..................................... 10 1.2.1. Elaboração de Planos de Actividades ..................................................................... 10 1.3. Condições que influenciam uma sessão de estudo .................................................... 16 Tarefas............................................................................................................................... 18 Auto-avaliação .................................................................................................................. 18 Chave-de-correcção .......................................................................................................... 19 iv Resumo ............................................................................................................................. 19 Bibliografia ....................................................................................................................... 20 Unidade Didáctica nº 2: Directrizes para Leitura, Análise e Interpretação de Textos ...... 22 Introdução ......................................................................................................................... 22 Objectivos da Unidade ...................................................................................................... 22 Desenvolvimento do Conteúdo ......................................................................................... 23 1. Directrizes de Leitura ................................................................................................ 23 1.1.O Plano das Seis Etapas .............................................................................................. 23 1.1.1. 1ª Etapa: Examinar .................................................................................................. 23 1.2. 2ª Etapa: Descobrir .................................................................................................... 24 1.3. 3ª Etapa: Ler Por Alto ................................................................................................ 25 1.4. 4ª Etapa: Ler Intensivamente (skanning) ................................................................... 25 1.5. 5ª Etapa: Repetir e Verificar ...................................................................................... 25 1.6. 6ª Etapa: Integrar........................................................................................................ 26 2. A Leitura Dinâmica ou Activa ................................................................................... 26 2.1. Relação entre Velocidade e Compreensão/Rendimento ........................................ 28 2.1.1. Vantagens do Leitor Rápido ............................................................................... 28 2.1.2. O Leitor Lento .................................................................................................... 29 Tarefas............................................................................................................................... 30 Auto-avaliação .................................................................................................................. 31 Chave-de-correcção .......................................................................................................... 31 Resumo ............................................................................................................................. 32 Bibliografia ....................................................................................................................... 32 Unidade Didáctica nº 3: Procura e Tratamento da Informação ........................................ 34 v Introdução ......................................................................................................................... 34 Objectivos da unidade ....................................................................................................... 34 Desenvolvimento do Conteúdo ......................................................................................... 35 1. Procura e Tratamento de Informação ........................................................................ 35 1.1. Procura de Informação ........................................................................................... 35 1.1.1. Bibliotecas Físicas .............................................................................................. 35 1.1.2. Como está Organizada uma Biblioteca? ............................................................ 35 1.1.3. Identificação das Fontes .....................................................................................36 1.2. Pesquisa Bibliográfica na Internet ......................................................................... 37 2. Tratamento da Informação ......................................................................................... 38 2.1. Tomada de Notas/Apontamentos ........................................................................... 38 2.1.1. Algumas das Razões que levam os Estudantes a Tomar Notas/Apontamentos . 39 2.1.2. Procedimentos para a Tomada de Notas ............................................................ 39 2.1.3. Diferentes Estilos da Tomada de Notas/Apontamentos ..................................... 40 2.2. Fichas ..................................................................................................................... 41 2.2.2 Tipos de Fichas ........................................................................................................ 42 Tarefas............................................................................................................................... 46 Auto-avaliação .................................................................................................................. 46 Chave-de-correcção .......................................................................................................... 47 Resumo ............................................................................................................................. 47 Bibliografia ....................................................................................................................... 48 Unidade Didáctica nº 4: O Resumo .................................................................................. 49 Introdução ......................................................................................................................... 49 Objectivos da Unidade ...................................................................................................... 49 vi Desenvolvimento do Conteúdo ......................................................................................... 50 1. O Resumo .................................................................................................................. 50 1.1. Vantagens da Elaboração de Resumos .................................................................. 51 1.2 Principais Características de um Resumo ................................................................... 51 1.3 Fases da Actividade de Resumir ................................................................................. 52 Tarefas............................................................................................................................... 53 Auto-avaliação .................................................................................................................. 54 Chave-de-correcção .......................................................................................................... 55 Resumo ............................................................................................................................. 56 Bibliografia ....................................................................................................................... 56 Unidade Didáctica nº 5: Trabalho de Pesquisa ................................................................. 57 Introdução ......................................................................................................................... 57 Objectivos da Unidade ...................................................................................................... 57 Desenvolvimento do Conteúdo ......................................................................................... 58 1. O Conceito de Pesquisa ............................................................................................. 58 2. Características da Pesquisa ........................................................................................ 59 3. Tipos de Pesquisa ...................................................................................................... 59 4. Fontes de Pesquisa ..................................................................................................... 60 5. Fases de elaboração de um trabalho de pesquisa ....................................................... 61 6. Estrutura de um Projecto de Pesquisa ........................................................................ 62 7. Estrutura de Trabalhos Académicos (relatórios de pesquisa) .................................... 63 Tarefas............................................................................................................................... 65 Auto-avaliação .................................................................................................................. 66 Chave-de-correcção .......................................................................................................... 66 vii Resumo ............................................................................................................................. 67 Bibliografia ....................................................................................................................... 68 viii Apresentação Caro(a) estudante Está nas suas mãos o Guia de Estudo do módulo de Métodos de Estudo que integra a grelha curricular do curso de Licenciatura em Gestão de Empresas e Liderança oferecido pela Universidade Wutivi. Este guia tem por finalidade inseri-lo às exigências do ensino superior. Assim, o mesmo irá dotá-lo de estratégias e técnicas de estudo, que serão o garante para o sucesso na sua carreira estudantil. Caro estudante, lembre-se que ao estudar o módulo de Métodos de Estudo, estará em contacto, de forma indirecta, com todas as disciplinas do seu curso, pois irá encontrar nesta cadeira instrumentos orientadores de como deverá estudar cada vez melhor em qualquer área do saber. Assim, a equipa de professores que se dedicou à elaboração, adaptação e organização deste guia sente-se honrada em tê-lo como interlocutor(a) em constantes diálogos motivados por um interesse comum, a educação de pessoas e o desenvolvimento do país, e compromete-se a apoiá-lo durante os próximos anos da sua formação. Seja muito bem-vindo(a) ao nosso convívio. A Equipa da EaD 1 Introdução ao Módulo Bem-vindo ao módulo de Métodos de Estudo Caro estudante, está perante o módulo de Métodos de Estudo, que será leccionado no ensino à distância na UniTiva. Neste módulo poderá ter os pressupostos inerentes à dinâmica da vida académica bem como aceder a vários métodos para enfrentar os obstáculos ligados à frequência do ensino superior. O módulo em questão tem como finalidade inserir o estudante às exigências do ensino superior, particularmente no ensino a distância. Também constitui objectivo deste módulo dotar o estudante de estratégias de estudo, uma vez que estas representam o garante para o sucesso na carreira estudantil. Em outras palavras, as técnicas de estudo são para qualquer estudante um instrumento útil para o sucesso da sua aprendizagem. É sabido que há uma ruptura do ritmo de estudos e do aprendizado do ensino presencial para o Ensino a distância. Neste último, o estudante tem mais liberdade para o estudo, o que também pressupõe maior necessidadede organização e de gestão do tempo e das actividades a serem realizadas. Assim sendo, é imprescindível um comprometimento e você precisa saber gerir o seu tempo. Este módulo está dividido em 5 unidades, nomeadamente: planificação e gestão do tempo de estudo; diretrizes para leitura e análise e interpretação de textos; procura e tratamento de informação; resumo e trabalho de pesquisa. 2 Os tópicos das unidades acima referidas serão desenvolvidas a seguir, sendo que nelas estarão igualmente presentes várias actividades, para a auto-avaliação, que servirão de barómetro para medir o grau de apreensão dos conteúdos abordados. Objectivos do Módulo Quando terminar o estudo deste móduloo, você deverá ser capaz de: Planificar actividades de estudo definindo objectivos, métodos e tempo; Desenvolver técnicas de estudo com vista a exercitar as suas capacidades cognitivas para processar, organizar e armazenar informação; Desenvolver uma postura investigativa na sua aprendizagem de modo que obtenha um maior dinamismo na elaboração de trabalhos científicos, em geral, e na elaboração de trabalho de fim de curso, em particular. Recomendação para o Estudo Prezado estudante, o alcance dos objectivos previamente estabelecidos no processo de ensino-aprendizagem na modalidade a distância pressupõe não só uma boa planificação e gestão das suas actividades, mas sobretudo, a entrega e a dedicação pessoal por sua parte, uma vez que esta modalidade de aprendizagem não prevê a sua presença física na sala de aula. Portanto, para o estudo deste módulo é aconselhável que leia os textos recomendados. Para o nível de apreensão dos conteúdos leccionados execute as tarefas e actividades apresentadas e verifique as respectivas soluções. É também importante que se prepare para participar nos fóruns e chats de forma antecipada, para melhor ultrapassar os obstáculos que possam provavelmente advir do processo de ensino e aprendizagem. 3 É de salientar que a construção e consolidação do conhecimento no ensino a distância pressupõe a utilização dos recursos tecnológicos (a plataforma) para ter acesso aos materiais, aprender, partilhar a informação, ajudar e obter a ajuda dos colegas e do tutor, cooperar com os outros e realizar as avaliações. Ícones da Actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. A seguir, veja o conjunto completo de ícones usados neste manual. Cada um com uma descrição do seu significado e da forma como nós interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao longo deste módulo. Introdução Desenvolvimento do conteúdo Objectivos Resumo 4 Tempo para completar o tema Definições importantes Tarefas Auto-avaliação Para investigar Texto de leitura Dicas de Apoio Se tiver dificuldades poderá consultar ao seu tutor, usando vários meios que serão definidos no início do curso. Tempo para o Estudo Este Módulo tem a duração de 8 semanas e tem uma carga horária de 100 horas. Caro estudante, as 76 são dedicadas ao seu estudo independente, as 8 horas dedicadas ao contacto directo e 16 horas dedicadas ao contacto virtual. 5 Testes/Avaliações Nesta disciplina você vai realizar duas avaliações presenciais (AP’s) e várias avaliações a distância (AD’s). 6 Unidade Didáctica nº 1: Planificação e Gestão do Tempo de Estudo Introdução Caro estudante, a presente unidade procura trazer aspectos inerentes aos métodos e técnicas a serem adoptados no processo de planificação e gestão do tempo, as estratégias de estudo para alcançar, com êxito, as metas previamente estabelecidas. Segundo Serafini (1996, p. 17) “os estudantes bem sucedidos são portanto aqueles que têm uma noção clara do que devem fazer, não perdem tempo, conseguem uma boa colaboração com os professores, assim como uma boa compreensão daquilo que estes esperam deles, conseguindo ainda uma boa exposição dos resultados do seu trabalho”. A presente unidade traz, portanto, uma abordagem de conteúdos que, se bem seguidos, poderão ajudá-lo a melhorar o seu rendimento, organização, concentração, motivação e autonomia na vida estudantil. Constitui objecto de estudo desta unidade os seguintes temas: Organização do tempo de estudo; Elaboração do plano de actividades e condições que influenciam uma sessão de estudo. Objectivos da Unidade Ao terminar esta unidade, você deve ser capaz de: definir e planificar as actividades de estudo; identificar o melhor método ou estratégia de estudo e 7 planificar com exactidão as actividades semestrais, mensais, semanais e diárias, ponderando os vários factores que condicionam o estudo. Desenvolvimento do Conteúdo 1. Planificação e Gestão de Tempo As capacidades intelectuais não são únicas responsáveis pelo secesso ou insucesso dos alunos. Estudar e obter um rendimento requer, para além da motivação e boas condições pessoais e ambientais, uma adequada planificação (Carrilho, 2004, p. 28). A planificação desempenha um papel fundamental na medida em que ela faz com que exista qualidade no processo de estudo. Ela evita a improvisação, a pressão, o esforço desnecessário, os contratempos de última hora e permite detectar, a tempo, eventuais problemas, bem como superar as prováveis dificuldades. Cada estudante é um ser individual diferente dos outros, por isso, ele tem de ser realista ao fazer a planificação do seu estudo, observando as suas reais capacidades e o seu ritmo de aprendizagem. Assim, torna-se fundamental que cada um encontre o seu método pessoal, aprenda a distribuir o seu tempo de uma forma flexível e adaptada às necessidades, permitindo que se efectuem alterações ou mudanças em função das tarefas que têm de ser levadas a cabo e dos trabalhos que se espera que realize. Segundo Ron (2000:30), pode-se estudar de forma inteligente, isto é, gastar menos tempo e ter melhores resultados. Para este caso, é já sabido que o tempo escasseia, sendo um estudante-trabalhador ou não. A vida cobra-nos um tempo para quase tudo. O que se deve fazer é organizar o tempo em função das tarefas a executar desde as mais simples e insignificante às mais complexas. Para este autor, referindo-se aos estudos, é necessário disciplinar o seu empenho ao estudo. Por outras palavras, é necessário treinar a 8 autodisciplina, o que pressupõe gastar algum tempo, diariamente, se possível, a praticar a leitura. Isto quer dizer que depois de um tempo a leitura passará a ser rotina, no bom sentido. Passará a ser algo “obrigatório”. A título de exemplo, para quem gosta de se manter informado, sabea que horas deve estar atento à televisão para ver as notícias veiculadas diariamente. Nota-se que existe um hábito: todos os dias, à mesma hora, há obrigação de estar em frente ao televisor, custe o que custar. Deixa-se de lado tudo o que se estiver a fazer e vai-se ao encontro do televisor. É o que se deve fazer com o estudo. Em determinado momento deve-se dedicar à leitura. Deve-se manter as horas em que se inicia a leitura e, a repetição da mesma acção, regularmente cria o hábito de leitura, de estudo. 1.1. Estudo a Distância Torna-se necessário entender que a natureza do estudo a distância prevê a leitura de módulos e outro tipo de materiais disponibilizados e/ou recomendados pela equipa docente e uma interacção online com recurso às novas tecnologias de informação e comunicação, ou seja, através das ferramentas da plataforma. Fazem parte das ferramentas da plataforma correio electrónico (de comunicação assíncrona indicado para enviar e receber mensagens, esclarecer dúvidas e dar sugestões), chat (de comunicação sincrónica que permite a comunicação de forma mais interactiva e dinâmica. Esta é utilizada como suporte para a realização de reuniões e discussões sobre assuntos de trabalhos e aulas), o fórum de discussão (mecanismo propício para desenvolver debates. Este é organizado de acordo com uma estrutura de árvore em que os assuntos são dispostos hierarquicamente, mantendo a relação entre o tópico lançado, respostas e contra-respostas), perfil (de comunicação assíncrona; está relacionado com a documentação dos participantes no processo de aprendizagem, isto é, professores e alunos) e por último a avaliação (envolve as avaliações que devem ser feitas pelos estudantes online. Do mesmo modo, fornece informações a respeito das notas, registo das avaliações que foram feitas pelos estudantes, tempo gasto para resposta, etc.). 9 É evidente que a interacção no ensino a distância requer habilidades para o envio de mensagens respondendo às questões propostas para a discussão nas actividades das aulas, além de, muitas vezes, reflectir e enviar mensagens comentando as respostas dos colegas. Várias são as situações que o professor poderá solicitar que você participe livremente das discussões, como também que você faça isso de forma estruturada, como, por exemplo, enviar comentários para grupos de respostas de seus colegas ou que escolha uma ou mais respostas para comentar, com algumas reflexões positivas e outras críticas na plataforma. 1.1.1. Interacção Online Quando pensamos em interacção virtual, conforme referimos anteriormente, temos um leque de possibilidades: chats, fóruns de discussão, troca de mensagens por e-mail etc. Você deve estar a pensar que ninguém precisa de orientação nem estratégias para bater papo com os colegas e com o professor, todavia falando-se do processo de ensino- aprendizagem é preciso que tais ferramentas virtuais de interacção sejam utilizadas da maneira mais proveitosa possível. Interagir de maneira proveitosa é ler as mensagens postadas pelos colegas e pelo professor, reflectir sobre tudo o que é dito na discussão e enriquecê-las com comentários e questões pertinentes ao assunto que está a ser discutido. Nos chats: siga as regras estabelecidas pelo moderador, que é aquele responsável pela condução do debate, podendo ser o tutor, um monitor ou um estudante designado pelo tutor. Acompanhe atentamente o desenrolar da discussão e faça comentários, bem como perguntas, pertinentes. Nos fóruns de discussão: procure acessar o fórum ao menos três ou mais vezes por semana e participe postando comentários e questões. 10 Quanto aos e-mails: nunca deixe de respondê-los! Sua resposta, ainda que curta e aparentemente insignificante, tem um papel importantíssimo na comunicação por meio deste veículo, pois ela assegura ao remetente que você recebeu a mensagem e está ciente do assunto ora discutido. Portanto, independentemente da ferramenta de interacção utilizada, sinta-se à vontade para indicar textos, filmes, reportagens ou sites que de alguma forma relacionem-se com o tema em discussão. Essas contribuições são sempre muito bem-vindas, além de demonstrarem que você é uma pessoa ‘antenada’! 1.2. Elaboração do Plano de Actividades e da Sessão de Estudo 1.2.1. Elaboração de Planos de Actividades Caro estudante, ao planificar as actividades, não deve estabelecer objectivos de estudo demasiado ambiciosos, que se revelem inatingíveis. Se não planificar o tempo disponível de uma forma realista nunca conseguirá cumprir com os objectivos, o que poderá ser objecto de desmotivação. Parte do nosso tempo diário dedicámo-lo ao estudo que combinamos com o resto das actividades da nossa vida pessoal, familiar e social. Nem todas as pessoas têm as mesmas capacidades para assimilar e reter o que estudam. Daí que, cada um deve determinar o tempo de que necessita diariamente para reter os conteúdos, com alguma profundidade. Lembre-se que um bom plano de estudos não resolve o problema. Várias pesquisas indicam que boa parte dos alunos, no ensino superior e em EaD, não utiliza métodos eficientes em seus estudos. Em geral, há deficiência de concentração, não são utilizados métodos proveitosos de leitura, não são feitas anotações adequadas, as bibliotecas não são exploradas e mesmo a pesquisa na Internet é ineficaz. A eficiência de seu estudo como 11 aprendiz virtual dependerá diretamente do método que você utilizar. A EaD exige interesse, curiosidade, pró-atividade, atenção e concentração, senso crítico, raciocínio lógico e persistência. Você deve estar disposto, em todos os momentos, a relacionar o que estiver estudando, tanto com outras disciplinas do curso quanto com situações fora do ambiente académico, principalmente profissional. Observe que o dia tem 24 horas. Se dormir 8 horas e estudar 8 horas (faculdade + estudo individual /grupo), sobram-lhe 8 horas para fazer aquilo que quiser. Ainda, tem os fins- de-semana livres. Se estudar 40 horas e dormir 56 horas restam-lhe 72 horas por semana. Observe o quadro abaixo: Uma semana tem Estuda: Dorme: Sobram: 168 horas 40 horas 56 horas 72 horas São mais de 10 horas por dia para realizar outras actividades como lavar, cozinhar e fazer outras actividades, ou então 8 horas por dia e tem o fim-de-semana totalmente livre. A seguir vamos apresentar as tabelas que o ajudarão a ter uma vida organizada, regrada: Tabela A: Actividades diárias Actividades diárias Dia: 8:00 14:00 20:00 2:00 12 8:15 14:15 20:15 2:15 8:30 14:30 20:30 2:30 8:45 14:45 20:45 2:45 9:00 15:00 21:00 3:00 9:15 15:15 21:15 3:15 9:30 15:30 21:30 3:30 9:45 15:45 21:45 3:45 10:00 16:00 22:00 4:00 10:15 16:15 22:15 4:15 10:30 16:30 22:30 4:30 10:45 16:45 22:45 4:45 11:00 17:00 23:00 5:00 11:15 17:15 23:15 5:15 11:30 17:30 23:30 5:30 11:45 17:45 23:45 5:45 12:00 18:00 0:00 6:00 12:15 18:15 0:15 6:15 12:30 18:30 0:30 6:30 12:45 18:45 0:45 6:45 13:00 19:00 1:00 7:00 13 13:15 19:15 1:15 7:15 13:30 19:30 1:30 7:30 13:45 19:45 1:45 7:45 8:00 14:0020:00 2:00 Cores: Branco = Dormir Azul = Comer, compras, etc Lilás = Trabalho Amarelo = Actividades de lazer Preto = Horas mortas Verde = Realização dos trabalhos das cadeiras Laranja = Deslocações Vermelho = Estudo em casa Tabela B - Horário de Actividades Semanais SEG. TER. QUA. QUI. SEX. SAB. DOM. 8.00 9.00 10.00 11.00 12.00 14 13.00 14.00 15.00 16.00 17.00 18.00 19.00 20.00 21.00 22.00 23.00 0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 ► Assinale o horário das aulas; ► Assinale o horário das actividades não escolares (obrigatórias, fixas e regulares); ► Assinale os períodos para o estudo; ► Dedicar, diariamente, algum tempo para fazer revisões da matéria dada no dia e os trabalhos de casa dessas disciplinas. Nos dias em que tiver menos aulas e numa parte do fim-de-semana dedique algumas horas a fazer revisões mais profundas, a estudar as matérias em que tem mais dificuldades, a preparar testes, etc. 1.2.2. Elaboração de uma Sessão de Estudo 15 Conforme foi dito anteriormente, a planificação é o garante no processo de ensino- aprendizagem. A planificação de uma sessão de estudo também se reveste de extrema importância, uma vez que permite estabelecer um quadro de programação diária, sintético e de fácil consulta. Segundo Dias e Nunes (1998, p. 47) “para cada período de estudo, de acordo com as avaliações e trabalhos que terão de ser realizados devem ser estabelecidos objectivos realistas”. Assim, durante a programação da sessão de estudo é fundamental dedicar mais tempo de estudo às disciplinas em que se tem mais dificuldades e prever o tempo para a revisão das matérias antes dos testes. Assim, na elaboração da sessão de estudo é crucial tomar em consideração as seguintes questões: O que tenho de fazer hoje? (Por exemplo: revisão da matéria; preparação dos testes; etc) Como vou distribuir as actividades? (Por exemplo: dar mais tempo às disciplinas em que tenho mais necessidades; começar com as mais difíceis; deixar as mais fáceis para o fim; etc) De que material vou precisar? (Pensar no material necessário, tal como: manuais, cadernos, dicionários, máquina de calcular, livros de especialidade, etc). O que vou fazer exactamente? (Que assuntos ou matérias vou estudar; em que capítulos ou páginas do manual está a matéria; que actividades vou fazer para estudar: ler manual ou outras fontes de informação, fazer resumos, resolver exercícios, etc) Tabela C: Exemplificação da Planificação de uma Sessão de Estudo Sessão de estudo: dia 26 de Março de 2013, terça-feira Hora Disciplina Conteúdo Material Actividades Observações 16 9.30 Matemática Equações Caderno de actividades e máquina de calcular ▪fazer exercícios da pag. 38 e 39 ▪Não compreendi o exercício 2 10:35 Pausa 10:45 Métodos de estudo Planificaçã o e gestão de tempo Texto de Fernanda Carrilho Pag. 28-35 Preencher a tabela referente à planificação semanal Percebi tudo 12:10 Arrumar o material e almoçar 1.3. Condições que influenciam uma sessão de estudo O sucesso ou insucesso de uma sessão de estudo depende, em grande medida, das condições ambientais e pessoais, pois estas podem condicionar a atenção e concentração. No dizer de Dias Nunes (1998, p. 47), muitos estudantes queixam-se de falta de atenção ou concentração durante os períodos de estudo em casa e nas aulas. Mas, são poucos os que se preocupam com o ambiente do estudo e com os factores que contribuem para a sua distracção durante as aulas. Carrilho (2004) apresenta como sendo condições ambientais de estudo as seguintes: local de estudo - deve ser tranquilo, confortável, acolhedor e simples, não devendo conter objectos que perturbem a concentração tais como o televisor, rádio, fotografias, etc; mobiliário indispensável – mesa com dimensões suficientes para dispor todo o material necessário, uma cadeira que não seja demasiado rígida pois cria mal estar, nem demasiado cómoda porque pode convidar ao descanso: uma estante, se 17 possível, perto da mesa onde estarão dispostos os livros, os dicionários e todo o material cujo acesso seja fácil e rápido; iluminação – deve sempre recorrer à luz natural e em caso de luz artificial usar lâmpada fosca (60 a 75 Watts) ou fluorescente (10 a 20 watts); temperatura – A temperatura adequada situa-se entre 17 e 21 graus; ventilação – deve procurar estudar em locais arejados, evitando estudar em ambientes fechados ou abafados; e silêncio – o local de estudo deve estar o mais isolado possível do barulho, pois o ruido tem sempre efeitos negativos. Quanto às condições pessoais de estudo, a mesma autora, destaca as seguintes: saúde mental – está directamente relacionada com ausência de preocupações e sentimentos, tais como, revolta, insegurança, frustração, pressão, dependência, baixa auto-estima. Quando isso acontece é aconselhável recorrer a amigos, professores, ou até à ajuda de um especialista, descansar no mínimo oito horas diárias, e definir objectivos concretos que imprimam entusiasmo e permitam destruir algumas barreiras que se interponham no caminho; alimentação – deve ser rica, variada e equilibrada, baseada em proteínas, vitaminas, sais minerais, evitando recorrer aos chamados fast food, álcool, drogas, tabacos, etc. 18 Tarefas 1. Tendo em conta a sessão de estudo por si realizada, proceda a auto-avaliação da mesma preenchendo a tabela constante na página 38 do texto de Carrilho (2004). 2. Esboce um plano de estudo semanal, obedecendo aos pressupostos referidos nas páginas anteriores, tomando em consideração que o mesmo deverá ser realista, ou seja, em função da sua rotina. 3. Comente a seguinte afirmação: “A organização do tempo de estudo requere, necessariamente, uma análise meticulosa das actividades diárias, bem como das condições ambientais e pessoais”. Auto-avaliação 1. Comente a afirmação Muitos estudantes do ensino superior queixam-se da exiguidade de tempo. 2. Enumere e explique as características de uma sessão de estudo. 3. Tomando em consideração 3 disciplinas à sua escolha, elabore uma sessão de estudo. 19 4. Tendo em conta a questão da planificação e gestão do tempo de estudo, defina as metas a alcançar a médio e longo prazos. Passe essa questão para as tarefas. Chave-de-correcção 1. Ao responder deve ponderar aspectos relativos à gestão e planificação do tempo, devendo tomar em consideração a hierarquização das actividades. 2. Realista – Deve conter o que se faz enão o que era suposto fazer; Pessoal – deve estar de acordo com as características, necessidades e ritmo de cada um; Equilibrado – Conter não só momentos de estudo, como de lazer; procurar sempre contemplar todas as disciplinas. 3. O plano de estudo deve conter os seguintes elementos: hora, disciplina, material necessário, actividades a executar e observações sempre que possível. O plano deve contemplar momentos ou intervalos de descanso que permitirão um desempenho rentável. 4. Relativo. Ponderar os aspectos abordados. Resumo Na presente unidade, aprendemos que na vida estudantil a elaboração de um plano de estudo constitui um processo simples que permite aproveitar melhor o tempo. O mesmo deve ser pessoal, realista, equilibrado e flexível e que se ajuste às necessidades de cada estudante. Saliente-se que embora a sua produção seja fundamental para o processo de ensino-aprendizagem, às vezes, não é fácil elaborá-lo e muito menos cumpri-lo. Portanto, fica claro que a planificação é um trabalho árduo que exige um exercício de 20 autodisciplina, empenho, dedicação e, sobretudo, rigor no cumprimento das actividades, previamente estabelecidas. Outro aspecto a reter na planificação e gestão do tempo de estudo está relacionado com os factores ambientais e pessoais que podem influenciar, em grande medida, a nossa capacidade de concentração e assimilação das matérias em estudo. Assim, as condições ambientais (local de estudo, mobiliário, iluminação, temperatura, ventilação e silêncio) e pessoais (saúde mental e alimentação) devem ser ponderadas aquando da planificação do estudo. Em suma, o sucesso na vida académica no que concerne à planificação e gestão do tempo de estudo pressupõe uma identificação clara dos objectivos de aprendizagem, organização do tempo, identificação do seu estilo de aprendizagem e criação de condições apropriadas para a aprendizagem. Bibliografia Carrilho, F. (2005). Métodos e técnicas de estudo. Lisboa: Editorial Presença Dias, M. M., Nunes, M. M. (1998). Manual de métodos de estudo. Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas Estanqueiro, A. (1998). Um Guia para o Sucesso na Escola. Lisboa: Texto Editora Gonzalo, S. (1999). Como Estudar. Lisboa: Editorial Estampa Serafini, M. T. (1996). Saber estudar e aprender. 2.ed. Lisboa: Editorial Presença Ron, F. (2000). O guia do bom estudante. Lisboa: Presença http://www.scribd.com/doc/18104868/METODOS-DE-ESTUDO http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Apontamentos.htm http://www.scribd.com/doc/18104868/METODOS-DE-ESTUDO http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Apontamentos.htm 21 http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Pesquisa.htm http://spyhl.sites.uol.com.br/se1.html http://www.esec-fogueteiro.rcts.pt/Material/Metest/Metest.htm http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Pesquisa.htm http://spyhl.sites.uol.com.br/se1.html http://www.esec-fogueteiro.rcts.pt/Material/Metest/Metest.htm 22 Unidade Didáctica nº 2: Directrizes para Leitura, Análise e Interpretação de Textos Introdução Caro estudante, na nossa vida académica deparamo-nos, constantemente, com um acervo de informação escrita que, para sua sistematização, pressupõe que façamos a leitura. Por vezes, a leitura é vista como uma obrigação ou um acto penoso porque a pessoa não se encontra motivada para o fazer. Ela não constitui uma capacidade inata, mas sim adquirida, que só o treino contínuo e sistemático pode ajudar a aperfeiçoar. A presente unidade tem, por objectivo, dotar o estudante de estratégias e capacidades para a leitura de textos académicos, uma vez que a leitura é o veículo fundamental para a aquisição de novos conhecimentos, representa um instrumento indispensável para o sucesso escolar e profissional. Nesta unidade, serão objecto de estudo os aspectos relativos à decifração e interpretação do material escrito, tais como as etapas de leitura e leitura dinâmica. Objectivos da Unidade Ao completar esta unidade, você deve ser capaz de: identificar as etapas e os tipos de leitura; aplicar melhor as estratégias de leitura no processo de ensino e aprendizagem; extrair e sintetizar informações pertinentes de diversas fontes textuais. 23 Desenvolvimento do Conteúdo 1. Directrizes de Leitura Apesar de vivermos numa época audiovisual, os livros continuam a ser o principal instrumento de estudo. Tudo indica que passarão muitos anos até que o livro possa ser substituído. O livro é, neste momento, o material mais disponível e de mais fácil acesso. A leitura obedece determinadas etapas, que passam pelo exame da obra, uma leitura ao alto, uma leitura intensiva, uma leitura repetida e profunda. Todas as etapas da leitura são sistematizadas a seguir. 1.1.O Plano das Seis Etapas Quando alguém pega num livro para estudar (sobretudo quando se trata do primeiro contacto) um capítulo, ou a obra toda, não deve pretender fixar a matéria, logo à primeira. O processo de leitura que passa por diferentes etapas. Tal como acontece com os atletas antes do início de uma competição, que passam por uma fase de aquecimento, para que a prova se realize sem sobressaltos e permita o seu melhor rendimento possível. Na leitura acontece o mesmo, como passamos a descrever. 1.1.1. 1ª Etapa: Examinar Examinar antecede o estudo verdadeiro e tem por objectivo obter uma impressão global da matéria. O estudante obtém uma ideia geral sobre os aspectos exteriores e os relativos ao conteúdo e à estrutura do livro. Nesta fase, presta-se maior atenção ao título, prefácio, introdução, índice, ilustrações, glossário, bibliografia usada e dados do autor. Por 24 exemplo, percorrendo o índice, é possível descortinar o essencial da matéria tratada. O índice mostra, de forma esquemática, o conteúdo e a organização de um livro. Muitos estudantes saltam esta parte com o argumento de que isso não faz parte da matéria a ser examinada. É verdade que o estudante ainda não está a estudar, mas está a construir uma base para a matéria de estudo. 15 a 30 minutos poderá ser um tempo razoável para o estudante poder obter uma impressão global do livro. 1.2. 2ª Etapa: Descobrir A segunda, terceira, quarta e quinta etapas são aplicáveis aos parágrafos, capítulos ou a uma quantidade de matéria delimitada que poderá ser assimilada dentro do tempo disponível. Você pode iniciar esta etapa fazendo uma breve avaliação. Poderá colocar a si próprio as seguintes perguntas: esta quantidade de matéria pode ser trabalhada dentro do tempo de que disponho? Quantas páginas vou ler e qual o seu grau de dificuldades? É desejável que, antes de o estudante começar a ler saiba o número de páginas que irá ler e em quanto tempo o fará. A seguir, recomenda-se percorrer com a vista, mas de uma forma rápida, o capítulo para que ele fique com uma impressão geral, assim como se faz com o jornal num em dia que se está muito ocupado e com muito trabalho ou com a capa de uma revista numa loja. As seguintes perguntas poderão ser colocadas: Do que se trata? Quais são os temas aqui abordados? Também nesta fase olha (m)-se o (s) capitulo (s) anterior (es). Esta metodologia vai permitir situar o capítulo no conjunto, oque fará com que você estabeleça a conexão entre as diferentes partes do conteúdo. 25 1.3. 3ª Etapa: Ler Por Alto Ler por alto ou sobrevoar um capítulo é dar uma rápida passagem de olhos pelo seu conteúdo (skimming). Aqui, você começa a debruçar-se sobre a estrutura do texto e a composição da informação. Nesta fase, não se deve preocupar com assuntos que ainda desconhece nem com pormenores. Trata-se de uma leitura que serve para oferecer ao leitor uma visão panorâmica do terreno a explorar, ou seja uma visão geral do assunto. Nesta etapa, aconselha-se a leitura de um ou outro parágrafo do início, do meio e do fim do capítulo (leitura em diagonal). O mais importante é você saber do que se trata e como é que os parágrafos e as alíneas se relacionam e qual é o raciocínio desenvolvido no texto. Esta é a altura de pegar num caderno e uma caneta para fazer algumas anotações. 1.4. 4ª Etapa: Ler Intensivamente (skanning) Nesta etapa, você deve fazer uma leitura intensiva com o objectivo de compreender e armazenar um excerto do texto. Pode colocar as seguintes questões: Quais são os aspectos principais e secundários? Que relação o capítulo/o parágrafo/a alínea tem com os anteriores? Porque é que o autor dá mais ênfase a estes aspectos e não aqueles outros? Concordo com as opiniões do autor? Que novidades surgem no texto? Que pretende transmitir o autor? As explicações são fundamentadas? Os factos e os argumentos são esclarecedores? Por conseguinte, deve, nesta fase, manifestar espírito crítico perante o que lê. Deve analisar, compreender, interpretar, comparar e avaliar. Trata-se de uma leitura activa. 1.5. 5ª Etapa: Repetir e Verificar Depois de você ler um parágrafo, uma página ou uma porção longa da matéria aconselha- se que feche o livro para verificar se tem o domínio sobre o assunto em estudo. Existem 26 casos de estudantes que, dois minutos após a leitura, não conseguem repetir o que acabam de ler e, muito menos, poderão evocar esses conhecimentos numa fase posterior. Quando assim acontece, aconselha - se a realizarem mais uma leitura, até à compreensão do texto. Ganhar o hábito de verificar o progresso durante o estudo é fundamental. Todos aqueles que não fazem a verificação dos conhecimentos durante o estudo estão sujeitos ao fracasso. 1.6. 6ª Etapa: Integrar A 6ª etapa, assim como a 1ª, aplicam-se à matéria, em geral. Nesta etapa, você visualiza as relações existentes entre os capítulos, assim como as relações entre os pormenores. É nesta fase que faz a avaliação, em termos de domínio dos conteúdos: se os domina ou ainda existem algumas lacunas. Na etapa “integrar”, você deve ser capaz de determinar os principais pontos do capítulo ou do livro, no seu todo, e como é que eles se interrelacionam. Significa que compreende a estrutura, desenhou na memória, os pontos focais e é capaz de evocar todo o capítulo ou todos os capítulos do livro. 2. A Leitura Dinâmica ou Activa Nem todos possuem técnicas de leitura adequadas. É uma das razões pelas quais nem todos possuem o mesmo rendimento na aprendizagem. Se desejarmos saber se o ritmo da nossa leitura e a compreensão que dela obtemos são os mais adequados, basta formularmos as seguintes perguntas: Leio com um bom ritmo? compreendo perfeitamente um texto, depois de acabar de o ler? utilizo dicionários ou algum outro material auxiliar que me possa facilitar a tarefa? pratico alguma técnica diária para aumentar a minha capacidade de leitura? tomo apontamentos, enquanto leio, para realçar as ideias fundamentais de cada parágrafo? 27 sublinho as ideias principais e secundárias de cada um dos temas de estudo? utilizo os apontamentos e sublinhados para elaborar resumos e esquemas sobre o que li? resumo e esquematizo, de forma isolada cada um dos temas que li? se a resposta for negativa, em relação à maior parte das perguntas temos de admitir que alguma coisa está a falhar na nossa técnica de leitura e essa deficiência, seguramente, poderá ser a causa de baixo rendimento escolar. Estanqueiro (1998) refere que uma leitura activa ou dinâmica implica os seguintes processos: consultar o dicionário, sublinhar, fazer anotações e tirar apontamentos. Isso exige que o estudante tenha à mão dicionários, cadernos, esferográficas, lápis, borracha. Exige ainda que escolha locais apropriados e tenha posturas físicas correctas para ler e escrever. Desaconselha-se, por isso, a opção daqueles que preferem estudar reclinados no sofá ou na cama. A leitura dinâmica favorece igualmente a compreensão. Por isso pode ser chamada de leitura compreensiva. Segundo Carrilho (2005) a leitura compreensiva é a leitura propriamente dita. Significa percorrer o texto com a preocupação de encontrar as ideias principais e secundárias contidas no texto; perceber o ponto de vista do autor; identificar conceitos; distinguir os factos das opiniões; proceder à hierarquização das ideias; identificar os “pontos-chave” de cada capítulo; formular questões; fazer anotações. A compreensão dos textos depende, muitas das vezes, do ritmo que se empreende no acto da leitura. A grande questão que se coloca quando se fala do ritmo de leitura, está relacionada com o facto de se saber se a compreensão do texto é favorecida por uma leitura lenta ou por uma leitura rápida. Em seguida passamos a descrever a relação entre a velocidade da leitura e a compreensão. 28 2.1. Relação entre Velocidade e Compreensão/Rendimento O ritmo da leitura terá de se adaptar sempre à natureza dos textos (mais complexos ou mais acessíveis) à capacidade de assimilação do leitor e aos objectivos pretendidos. À primeira vista, pode parecer que os textos lidos devagar deixam marcas mais profundas no leitor. De facto assim não acontece. As experiências mostram que a velocidade de leitura, desde que não excessiva, favorece o rendimento. Para Carrilho (2005), o cálculo da velocidade e compreensão da leitura podem ser averiguados, a título de exemplo, aplicando uma técnica simples que consiste em pegar num relógio e ler durante 2 a 3 minutos um texto, previamente seleccionado e medido. Depois poderá somar as palavras lidas e dividi-las pelo tempo para obter a média de palavras que lemos por minuto. As pessoas que obtiverem um resultado entre 250 e 300 palavras por minuto encontram-se dentro dos termos normais referidos em relação à velocidade de leitura. Quem estiver abaixo desse resultado, terá de admitir que tem problemas importantes com as suas técnicas de leitura e deve praticar, se quiser obter resultados mais satisfatórios. 2.1.1. Vantagens do Leitor Rápido Distinguindo as características dos leitores lentos e dos leitores rápidos, pode-se concluir que os rápidos alcançam maior rendimento e com menor esforço. Contudo, o leitor rápido não pode ser confundido com o apressado, impaciente e superficial que “engole” textos a uma velocidade perigosa. O rápido avança depressa, mas é cuidadoso nos textos mais importantes. O rápido não se fixa em palavras isoladas. Procura ver, em cada paragem do olhar, grupos de palavras ou frases com sentido. A sua preocupação centra-se nas ideias e na visão de conjunto do texto, podendo perder um ou outro pormenor, mas ganha mais na compreensão e assimilação.29 2.1.2. O Leitor Lento O leitor lento, por opção própria, ou por pobreza de vocabulário, inspecciona o texto, palavra a palavra. Fixa o olhar e soletra as palavras como se receasse perder alguma coisa. É meticuloso. Não distingue a natureza dos textos e, por vezes, gasta tempo a “armazenar” pormenores e exemplos. No meio da sua lentidão, divaga e perde as ideias. Não consegue, por isso, ter grande rendimento Conclui-se que o leitor rápido não só poupa tempo como tem mais possibilidades de compreender o sentido daquilo que lê. Ganha, assim, no seu rendimento. Quadro comparativo: Leitor lento/Leitor rápido segundo Estanqueiro (1998) Leitor lento Leitor rápido ● Acompanha a leitura com o lápis, com o dedo ou com o movimento da cabeça ● Pronuncia (em voz alta, em voz baixa ou mentalmente) todas as palavras ● Vê as palavras isoladas ou três palavras, em cada fixação do olhar ● Lê 150 a 300 palavras por minuto, em textos de dificuldade média ● Não adapta o seu ritmo à natureza dos textos. Lê sempre com reduzida velocidade ● Dispersa-se com facilidade e nunca chega a sentir-se motivado. Depressa se ● Mantém a cabeça fixa e apenas movimenta os olhos sobre as palavras ● Olha as palavras, mas não as pronuncia (nem sequer em silêncio). Faz uma leitura “visual” ● Consegue ver conjuntos de cinco a dez palavras, cada vez que olha um texto ● Lê, habitualmente, 400 a 600 palavras por minuto. Em textos fáceis chega a 1000 palavras por minuto ● Acelera o ritmo, em leituras simples. Demora-se naquilo que merece maior 30 Tarefas 1. Explicite a relação existente entre as etapas da leitura com o sucesso na fruição do conteúdo do texto. 2. A leitura activa ou dinâmica pressupõe a observância rigorosa de procedimentos, tais como o uso do dicionário, quando preciso, sublinhar o texto, tomar notas, fazer esquemas, dentre outros aspectos. Com base no texto de Estanqueiro (1998), em anexo, aplique a leitura dinâmica. 3. Tomando em consideração o texto de Carrilho (2005) constante das páginas 68 a 70, pratique o treino de leitura rápida através das formas indicadas nas páginas 66 e 67 da mesma autora. 4. “Muitos estudantes quando lhes são colocadas questões que dizem respeito à relação entre velocidade e rendimento muitas vezes respondem que a leitura lenta é que favorece a assimilação e compreensão na leitura”. Comente a afirmação. aborrece cuidado Concentra-se na leitura. Sente pouca fadiga. Chega a ler com entusiasmo 31 Auto-avaliação 1. Apresente as etapas do plano de leitura aprendido durante as aulas. 2. Descreva em que consistem as seguintes etapas: examinar, ler intensivamente e integrar. 3. Explique por que razão o leitor rápido é bem sucedido na fruição do conteúdo do texto. 4. Como podemos melhorar o rendimento de leitura? Chave-de-correcção 1. Examinar, descobrir, ler por alto, ler intensivamente, repetir e verificar e, por fim, integrar. 2. Examinar consiste em ler o texto com o objectivo de ter a impressão global do que vai ser lido; ler intensivamente – é o estudo pormenorizado da matéria; integrar – avaliação do domínio da matéria, identificação dos pontos-chave do conteúdo lido, ou seja, fruição do conteúdo. 3. Faz leitura visual; Fica sempre mais concentrado; lê muitas palavras em pouco tempo, fá-lo com entusiasmo; etc. 4. Através da prática diária até chegarmos a leitores perfeitos; começar com a leitura de textos fáceis e, gradualmente, ir aumentando o grau de dificuldades; adaptar sempre a velocidade de leitura ao grau de dificuldades do texto que enfrentamos; tentar ler com a maior rapidez possível, procurando captar o sentido geral do texto. 32 Resumo Caro estudante, nesta unidade aprendemos que, para a leitura de um texto (simples ou complexo), temos que aplicar uma estratégia para a fruição do seu conteúdo. Assim sendo, podemos usar o método de 6 etapas, que compreende examinar, descobrir, ler por alto, ler intensivamente, repetir e verificar e, finalmente integrar. A leitura sendo um acto complexo, é uma tarefa árdua e fundamental na nossa vida quotidiana e estudantil. Desta feita, é necessário fazer da leitura um hábito. Para tal, temos que reservar um tempo para a mesma, diariamente, procurando partir da leitura de textos simples e, gradualmente, intensificar a leitura de textos com maior grau de dificuldade, adaptar sempre a velocidade de leitura ao grau de dificuldade do texto que enfrentamos, procurar sempre melhorá-lo. É importante sublinhar que o objectivo essencial não é aumentar a rapidez, mas sim de aumentar o rendimento. Bibliografia Carrilho, F. (2005). Métodos e técnicas de estudo. Lisboa: Editorial Presença Dias, M. M., Nunes, M. M. (1998). Manual de métodos de estudo. Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas Estanqueiro, A. (1998). Um Guia para o Sucesso na Escola. Lisboa: Texto Editora Gonzalo, S. (1999). Como Estudar. Lisboa: Editorial Estampa Serafini, M. T. (1996). Saber estudar e aprender. 2.ed. Lisboa: Editorial Presença 33 Ron, F. (2000). O guia do bom estudante. Lisboa: Presença http://www.scribd.com/doc/18104868/METODOS-DE-ESTUDO http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Apontamentos.htm http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Pesquisa.htm http://spyhl.sites.uol.com.br/se1.html http://www.esec-fogueteiro.rcts.pt/Material/Metest/Metest.htm http://www.scribd.com/doc/18104868/METODOS-DE-ESTUDO http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Apontamentos.htm http://www.prof2000.pt/users/afolhas/Pesquisa.htm http://spyhl.sites.uol.com.br/se1.html http://www.esec-fogueteiro.rcts.pt/Material/Metest/Metest.htm 34 Unidade Didáctica nº 3: Procura e Tratamento da Informação Introdução Caro estudante! No dia-a-dia da sua vida estudantil constantemente estará diante de situações que o obrigam a procurar informação para satisfazer as exigências da academia. Nesta unidade, procuraremos abordar aspectos relacionados com a procura de informação, bem como com aspectos vários que têm a ver com a manipulação da mesma. Interessa-nos, nesta unidade, trazer aspectos que o ajudem a localizar a informação e fazer bom uso dela. Constituirão temas a serem abordados na presenta unidade orientações para o uso de bibliotecas quer físicas quer virtuais, tomada de notas, apontamentos e fichas. Objectivos da unidade Ao completar esta unidade, você deve ser capaz de: usar adequadamente as bibliotecas físicas e virtuais; identificar as diversas fontes de informação e registar diversas informações através de tomada de notas, apontamentos e fichas de leitura. 35 Desenvolvimento do Conteúdo 1. Procura e Tratamento de Informação 1.1. Procura de Informação É importante que você obtenha uma grande variedade de materiais de referência. Mas como é que localiza as obras de referência escritas pelos especialistas no assunto? Geralmente, a informação é obtida nas bibliotecas, que podem ser físicas ou virtuais. 1.1.1. Bibliotecas Físicas Asbibliotecas guardam o registo da breve estadia da humanidade no planeta terra. São uma das melhores conquistas que a humanidade dispõe para o arquivo e divulgação de todo o património cultural e científico, adquirido ao longo dos tempos. Os regulamentos para o acesso e uso das bibliotecas podem variar de biblioteca para biblioteca, públicas ou privadas, gerais ou especializadas, grandes ou pequenas. Os serviços prestados por elas são grátis, sendo o cartão de leitor, o seu bilhete importantes para a sua identificação de forma a ter acesso ao mundo do conhecimento que o vai manter ocupado para o resto da vida. 1.1.2. Como está Organizada uma Biblioteca? Existem vários sistemas de classificação dos assuntos, utilizados pelas bibliotecas. É o caso do denominado Sistema de Classificação Dewey, também conhecido como Classificação Decimal Universal (CDU). Existe, também, o Sistema de Classificação da Biblioteca do Congresso. Ambos são muito utilizados, sobretudo, nos países de origem 36 anglo - saxónica. A maioria das bibliotecas em Moçambique usa o CDU, como sistema de classificação dos documentos, o que lhe permite organizar o seu fundo, facilitando o acesso dos utilizadores e a recuperação da informação. A CDU é um dos sistemas de classificação mais usados no mundo. Divide o conhecimento humano em 10 classes, de 0 a 9. Assim: 0-Generalidades; 1-Filosofia, Psicologia; 2-Religiao, Teologia; 3-Ciências Sociais; 5-Matemática e Ciências Naturais; 6-Ciências Aplicadas; 7-Arte, Desporto; 8-Linguística, Literatura e 9-Geografia, Biografia, História. Como pode notar, a classe 4 está vazia prevendo a possibilidade do aparecimento de uma área científica completamente nova. 1.1.3. Identificação das Fontes Numa biblioteca, como identificar as fontes bibliográficas indispensáveis para a elaboração de um trabalho? Procurando as fichas (de assuntos, de obras e de autores), nos catálogos gerais e nos específicos. A identificação das fontes bibliográficas pode ser iniciada pela consulta de obras que propiciam informações gerais sobre o assunto: enciclopédias, manuais, dicionários especializados, etc.. Estas obras indicarão outras que abordam o assunto de maneira mais específica e abrangente. Segundo Gil (1998), as fontes bibliográficas classificam-se em: a) livros de leitura/corrente. Obras de literatura, nos seus diversos géneros (romance, poesia, teatro); obras de divulgação que podem ser científicas, técnicas e de vulgarização. As científicas e técnicas utilizam a linguagem própria da ciência e destinam-se aos especialistas de cada área. As de vulgarização destinam- se ao público não especializado na matéria. 37 b) livros de referência. Dicionários, enciclopédias e anuários são as principais obras de referência informativa. Os de referência remissiva são os catálogos das grandes bibliotecas e editoras, os boletins e jornais especializados. c) periódicos. As principais publicações periódicas são os jornais e revistas de grande utilidade para a actualização das informações. As revistas costumam publicar resenhas, que representam uma forma de estar em dia com as publicações recentes de cada área do conhecimento. d) impressos diversos. Além de livros, jornais e revistas, encontram-se nas bibliotecas, publicações do governo, boletins informativos de empresas ou de institutos de pesquisa e estatutos de entidades diversas. 1.2. Pesquisa Bibliográfica na Internet A pesquisa em biblioteca, como foi visto, tem sido a maneira tradicional de recuperar informações em qualquer das áreas do conhecimento humano. Recentemente, com o aparecimento das facilidades dos recursos electrónicos da rede mundial de computadores – Internet – essa outra forma de pesquisa tornou o acesso muito mais amplo e praticamente sem fronteiras físicas. Os conceitos de recuperação da informação electrónica, de um modo geral, estão presentes no uso de Ferramentas de busca, também designados Web sites de busca ou motores de busca. Trata-se de programas que ficam vinculados à própria rede e se encarregam de localizar os sites a partir da indicação de palavras-chave, assuntos, nomes de pessoas, entidades etc. Entre os sites mais correntes e poderosos podemos encontrar o Google, Alta vista e o yahoo. Em relação à pesquisa científica, uma nova categoria de serviços de busca, ainda não muito divulgada, que está a proliferar, são os chamados Vortais ou Portais Verticais. Vortais são mecanismos de busca especializados que se concentram numa única 38 categoria como ciências sociais, medicina, computação, entre outros. Por serem especializados, a probabilidade de localizar a informação desejada é muito maior e em menor tempo. O pesquisador poderá utilizar uma ferramenta de busca para aceder um Vortal, podendo escrever apenas Portal de (colocar o assunto). Exemplo de Portais: www.portaldecontabilidade.com.br e www.eusou.com/jurista/ Deve-se salientar que, quando se inicia uma pesquisa na Internet para fins científicos, é necessário aplicar também o rigor científico (metodologia e técnicas correctas para a busca) na execução da pesquisa, da mesma forma que o aplicamos nas publicações científicas em papel. É imprescindível pesquisar em sites especializados com base científico, governamental e institucional, e fazer uso do Tesauro específico para a área de conhecimento a ser pesquisada. 2. Tratamento da Informação 2.1. Tomada de Notas/Apontamentos Tirar apontamentos é um processo que facilita a captação e a retenção da matéria. Segundo Serafini (1996, p.60) “estudos diversos têm mostrado que existe uma forte correlação entre a capacidade de tirar apontamentos e a facilidade de aprender”. Escrevendo, aprende-se melhor e guarda-se a informação por mais tempo. Cabe ao estudante saber interpretar a informação, o que requer deste uma atitude activa, ou seja, de espírito crítico e atenção selectiva. A atitude do estudante deverá estar dirigida para uma escrita activa e participativa, questionando-se mentalmente e procurando as relações existentes, de modo a reconhecer o objectivo e o desenvolvimento lógico da exposição do professor. http://www.portaldecontabilidade.com.br/ http://www.eusou.com/jurista/ 39 Os apontamentos constituem o material de estudo mais frequente para os estudantes de qualquer parte do mundo (constitui a principal ocupação do estudante de hoje). O papel do estudante deve cingir-se a entender os conteúdos e apresentar dúvidas, à medida que elas forem surgindo. 2.1.1. Algumas das Razões que levam os Estudantes a Tomar Notas/Apontamentos As notas ou apontamentos revestem-se de muita importância porque permitem: registar, por escrito, os ensinamentos do professor. O estudante pode determinar o conteúdo da matéria do dia, o que torna mais fácil planificar uma sessão de estudo. Pode completá-los através do trabalho na biblioteca facilitar ao estudante a tarefa de se concentrar nas explicações do professor. O tomar notas implica que o estudante deve estar concentrado. 2.1.2. Procedimentos para a Tomada de Notas Ao tomarmos notas ou apontamentos temos que ter em consideração os seguintes passos: tentar entender a matéria; quando tiver compreendido o que tenha sido escrito ou dito, deve tentar escrever o conteúdo usando as suas próprias palavras; resumir tudo que forpossível, tendo muito cuidado para não modificar o seu significado; escrever os apontamentos com a melhor caligrafia possível e utilizar abreviaturas, pois, se pretende escrever as ideias com todas as palavras, não lhe restará tempo. Note que utilizar os apontamentos de outra pessoa é uma prática muito pouco recomendável, porque cada um emprega regras próprias para entender e exprimir o seu conteúdo (evita perguntar o significado deste ou daquele parágrafo ou sentido concreto de 40 uma frase). Esta posição é reforçada por Serafini (1996) quando diz que a utilidade dos apontamentos é tanto maior quando estes forem personalizados, isto é, apresentem uma organização dada pelo seu autor, que seja sensivelmente da do texto lido. 2.1.3. Diferentes Estilos da Tomada de Notas/Apontamentos Gonzalo (1999) considera três diferentes Estilos para a Tomada de Notas ou Apontamentos que são os seguintes: a narração, a lista e o esquema. a) Narração A narração consiste em transcrever, de forma pormenorizada, todo o conteúdo da lição exposta pelo professor, sem os submeter a um processo de selecção, nem separar aquilo que é realmente importante daquilo que não o é. O resultado deste método é ter apontamentos excessivamente monótonos. b) Lista Este modelo visa estruturar, por listas, o conteúdo dos apontamentos. Consiste em registar as ideias mais importantes da exposição à medida que elas vão aparecendo. Podem ser utilizados símbolos em que se incluem letras, palavras e números. c) Esquema O estudante esforça -se por tomar os apontamentos numa sequência hierárquica de categorias principais e subcategorias. Este estilo de esquema alfabético/numérico é recomendável apenas para os estudantes com elevada capacidade de análise e síntese capazes de estruturar de, forma gradual, o conteúdo definitivo das suas notas. 41 2.2. Fichas As fichas têm por objectivo registrar todas as informações e/ou partes importantes de uma obra ou texto assinalado ao longo das leituras feitas. Essa técnica facilita a compreensão do texto e a organização do estudo. É basicamente o arquivo do texto que você lê conteúdo a referência e o que você entendeu do conteúdo do texto de uma obra, de um texto ou mesmo de um tema (Filho, S/A). Segundo Severino (2000), o fichamento é constituído primeiramente pelas fichas de documentação temática. Baseia-se nos conceitos fundamentais que estruturam determinada área do saber. Cada estudante pode formar seu o ficheiro de documentação temática relacionado ao curso que esta seguindo, a partir da estrutura curricular do mesmo. Pode-se afirmar que a ficha é um recurso didáctico utilizado por estudantes/pesquisadores na construção do seu próprio conhecimento. É a forma de colecta e registo de informações das fontes bibliográficas tendo em vista à utilização para a construção de um novo texto. 2.2.1 Para que fazer as Fichas? O arquivo de leitura sobre um determinado tema compreende fichas, de preferência de formato grande, dedicadas aos livros ou artigos que leu. Nelas você registará resumos, opiniões, citações. Enfim, tudo o que puder referir-se ao livro lido. Com o uso do computador, a confecção de fichas ficou mais simples. Sugerimos um modelo básico, e que pode ser adaptado tanto para como para meios electrónicos, como para o uso tradicional das fichas de cartolina. 42 2.2.2 Tipos de Fichas As fichas de leitura podem ser de diversa tipologia dependendo do objectivo último da sua confecção. Destacam-se dentre várias os seguintes tipos de fichas: Bibliográfica (catalogação bibliográfica) Citação (transcrição) Resumo (de conteúdo) Opinião (de comentário ou analítico). a) Ficha Bibliográfica Trata-se de uma ficha contendo a relação das obras que poderão servir de fontes para a elaboração de um trabalho académico. Este tipo de fichas surge devido à dificuldade de se ter uma biblioteca em casa. O primeiro passo de uma pesquisa bibliográfica é fazer um levantamento bibliográfico nas bibliotecas a que se tem acesso, montando para isso o seu próprio banco de dados bibliográficos. Exemplo de uma ficha bibliográfica Assunto (TEMA): Antropologia Filosófica Ficha no 1 Referência Bibliográfica Completa: Buber, M. (2004). EU e TU. Tradução de Newton Aquiles Von Zuben. 8ª Ed. São Paulo: Centauro (1) Galeffi, D. A. (2003). Filosofar e Educar: Inquietações Pensantes. Salvador: Quarteto (2) Oliveira, L. C. B. (2002). Os diversos sentidos da existência para o homem 43 grego. 2ª Ed. Brasília: Universa (3) Tillich, P. (1967). A coragem do ser. Tradução de Egli Malheiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra (4) Wojtyla, K. C. (1982). Amor e responsabilidade: Um estudo ético. São Paulo: Loyola (5) Biblioteca onde se encontram as obras: ● Biblioteca do Povo (UniTiva), Campus principal: Livros 1, 4 e 5 ● Biblioteca pessoal: Livros 2, 3 e 4 b) Ficha de citação (transcrição) É a ficha que consiste na reprodução fiel de parte da obra de interesse observando as regras para esse fim. Após leitura sistemática da obra, o estudante/pesquisador sublinha frases, parágrafos, partes que expressam a ideia principal do autor, partes estas que podem ser transcritas no seu trabalho de pesquisa (artigo, monografia, ensaio…). Na produção deste tipo de ficha deve- se ter o cuidado de abrir e encerrar a citação com aspas e indicar a página da qual se fez a transcrição. Quando se fizer supressão de alguma parte da obra, deve-se indicar tal supressão com reticências entre colchetes […] Vejamos alguns exemplos Citação completa SEVERINO, António Joaquim. (2003). Metodologia do trabalho científico. São 44 Paulo: Ed. Cortez “Ao dar inicio a essa nova etapa de sua formação escolar; a etapa de ensino superior, o estudante dar-se-á conta de que se encontra diante de exigências especificas para a continuidade de sua vida de estudos.” (Severino, 2003, p.23) Citação com supressão Assunto: (Tema): Vida e Cotidiano Ficha no 1 Referência Bibliográfica Completa: HELLER, Agnes. (1992). O Cotidiano e a história. 4ª Ed.. São Paulo: Paz e Terra Texto da Ficha: ``O adulto deve dominar, antes de mais nada a manipulação das coisas (…) Mas embora a manipulação das coisas seja idêntica à assimilação das relações sociais, continua também contendo inevitavelmente, de modo imanente, o domínio espontâneo das leis da natureza`` (p. 19) Tipo de ficha: Citação Biblioteca que se encontra a obra: Biblioteca do Povo (UniTiva). Campus Principal Observações: quando a citação passar de uma página para outra, deve-se referir o número das duas páginas (ex. p. 325 – 326) quando a supressão é de vários parágrafos deve- se usar uma linha pontilhada entre as transcrições. 45 c) Ficha de resumo (de conteúdo) É a captação da ideia central do texto através do registo, de forma resumida, das informações mais importantes em ficha para consulta posterior. Trata-se de uma
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