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Psicologia da Aprendiagem

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A Psicologia da Aprendizagem
1. Introdução
Conceituar a aprendizagem não é simples para a Psicologia. Devido aos múltiplos fatores que nos levam a diferentes e novos comportamentos, como o aprendizado de novas palavras, uma nova língua, um movimento de dança. Tais processos em suas diferentes concepções não podem ser englobados em um só conceito, por isso a aprendizagem passa a ser objeto de investigação para a Psicologia. (BOCK, 2003).
2. Teorias da Aprendizagem 
	São muitas as teorias da aprendizagem, que se separam em dois grandes grupos. Teorias do condicionamento, o processo de aprender ocorre por consequências comportamentais, reforçadas por condições ambientais. Enquanto as Teorias cognitivistas defendem que a aprendizagem seria um processo relacional sujeito - mundo externo resultando em um elemento dessa comunicação que vai se acumulando de forma interna (cognitiva). (BOCK, 2003).
	A autora destaca três controvérsias entre as teorias. A primeira é como, o que se aprende. Enquanto para os behavioristas o aprendizado se dá pela prática associando estímulos e respostas, tendo por fim o aprendizado de hábitos, os cognitivistas apontam a assimilação de ideias, conceitos e absorvendo de nossas experiências. (BOCK, 2003).
	Em segundo lugar, está a forma como o aprendizado é mantido. No primeiro grupo a aprendizagem, como comportamento, é mantida por uma sequência de respostas,sendo essa formada por uma cadeia de outras respostas. Um exemplo é dirigir um carro, não basta apenas guiá-lo, antes é preciso fazer os procedimentos de segurança, colocar a chave, dar a partida, engatar a marcha, e essas diversas respostas,s e reforçadas (bem-sucedidas) influenciam na etapa seguinte. Para os cognitivistas, os processos cerebrais, atenção, memória, concentração, são os responsáveis pela manutenção de um novo aprendizado ou pela manutenção de um existente. (BOCK, 2003).
	A última controvérsia é sobre a forma que reagimos a uma situação-problema nova. O que a autora denomina, transferência de aprendizagem. Os teóricos do condicionamento, os hábitos aprendidos serão utilizados para esse novo problema, seja pela semelhança entre os elementos ou pelos aspectos. Para a teoria cognitivista, o fato de termos conhecimento de situações semelhantes não significa que o novo problema será resolvido, a menos que este seja apresentado de uma forma semelhante ao que já sabemos. Para eles, a forma como um novo problema se apresenta leva a oportunidade de um “insight”, entendimento por meio de assimilações internas do caso. (BOCK, 2003).
3. Teorias Atuais
3.1. Vygotsky
Vygotsky morreu cedo, mas sua obra é hoje reconhecida por sua contribuição à Educação e a Psicologia. Crítico de outras teorias,como a de construção de conhecimento sobre as funções superiores do homem, utilizando animais como experiência. Ou a aprendizagem ligada ao tempo de amadurecimento do ser. Indo numa direção contrária, pesquisou o desenvolvimento dos processos e capacidades do indivíduo no social. (BOCK, 2003).
	O autor dedicou uma parte de seus estudos aos processos educacionais, envolvendo os fenômenos a partir de um olhar social e cultural que é transformado com o tempo e, que também transforma o indivíduo. (BOCK, 2003).
	A aprendizagem para ele, seria algo social, sempre envolvendo outras pessoas. Sem o outro, não poderíamos compreender e aprender sendo que é ele quem nos fornece significados e idéias que moldam nossa percepção de mundo. O desenvolvimento do indivíduo, passa tanto pela maturação do organismo quanto a relação com a cultura e suas relações com os outros, ou seja, acontece de fora para dentro, onde há a apropriação cultural resultando em seu crescimento. (BOCK, 2003).
	Sendo assim, o início da aprendizagem ocorre antes mesmo da introdução nas escolas, pois desde seu primeiro dia de vida a criança está inserida em uma sociedade cultural, a relações sociais, sendo esses outros os mediadores entre a criança e a cultura. A cada dia ela vai criando novas experiências e assimilando ideias, obtendo resultados, criando novos hábitos e comportamentos, bem como modificando outros. Em tudo isso, sempre haverá o outro, que lhe direciona nessas experiências, que sana suas dúvidas. Será sempre nessa relação com o que está fora de si, que a criança irá se desenvolver em todos os âmbitos, principalmente em suas faculdades mentais. (BOCK, 2003).
A escola será uma mola propulsora no seu crescimento, visto que as situações nesse ambiente irão provocar novas reações de aprendizado. Os mediadores culturais serão professores e colegas de classe. (BOCK, 2003).
Para Vygotsky o desenvolvimento é algo dependente da aprendizagem, a interiorização de conceitos, ideias e apropriações culturais seria a base para o surgimento e crescimento de outros processos internos ainda mais complexos no pensamento infantil. Quando colocado de forma adequada, o resultado do aprendizado constrói e movimenta processos que antes, não poderiam acontecer. (BOCK, 2003).
A Zona de Desenvolvimento Proximal, conceito construído por ele, seriam as potencialidades que a criança pode vir a desenvolver quando inserida em um ensino ordenado. Essa seria a diferença entre o nível de desenvolvimento real/atual e o seu nível de desenvolvimento potencial, o que pode alcançar por meio de apoios de um adulto ou em colaboração com colegas. Isso colocaria abaixo a forma de ensino retrospectiva, onde o nível de desenvolvimento da criança era considerado ao planejar os conteúdos a serem ensinados. Com sua crítica a esse modelo, defendia o ensino prospectivo, onde o ensino deveria trabalhar as possibilidades a partir do que já se alcançou e suas potencialidades estimuladas pelo contato com outros. (BOCK, 2003).
Portanto, o aprendizado é em suma algo social, que tem como principais mediadores os adultos e colegas. O desenvolvimento da criança é um resultado do processo, sendo a escola o lugar favorecido para a estimulação dela. (BOCK, 2003).
3.2 Jean Piaget
	Sua obra se estendeu de 1918 a 1980, investigado o surgimento das mudanças relacionadas ao desenvolvimento intelectual e o que estaria por trás disso. Classificado como construtivista, Piaget inicia as investigações sobre o desenvolvimento cognitivo e os processos que envolvem essas mudanças. Num período em que o empirismo privilegia a experiência com os estímulos do meio, Piaget aborda a essência de associações próprias dos indivíduos que submetem os estímulos do meio a processos internos do ser. (BOCK, 2003).
A estruturação e maturação biológica carrega consigo formas de interação com o ambiente, o levando a criação de uma cadeia de significados. Tal interação irá permitir a organização desses significados em processos cognitivos. Isso resultará em diversos meios de associação desses significados, surgindo assim diferentes estágios de desenvolvimento, sendo cada um desses uma forma de estruturação que irá permitir inúmeras interações com o meio, tendo cada uma determinado limite do que pode conhecer dependendo de qual estágio esteja. Tendo como base o modelo biológico, na busca pela satisfação de necessidades e as restrições do meio, a organização do sujeito e o que irá lhe permitir agir de forma a atingir suas demandas de adaptação. (BOCK, 2003).
Para Piaget, o desenvolvimento intelectual seria um processo evolutivo, pois o homem tem na construção do intelecto os fenômenos da adaptação, ou seja, a internalização de informações vindos de suas experiências e a acomodação, que lhe permite modificar esses novos dados com os já existentes; (BOCK, 2003).
Os 4 estágios se dividem de acordo com as idades, contudo essas são apenas uma estimativa:
1 - Estágio sensório-motor: do nascimento aos 2 anos de idade
A compreensão e interação do mundo se dá pelo toque e manuseio dos objetos à sua volta. Nesse estágio, para Piaget, elas ainda têm baixa habilidade de percepção do ambiente por meio de imagens, linguagens e outros meios. Curiosamente, Piaget declara que os bebês não possuem consciência de que sujeitos e objetos fora de seu campo de vista continuamexistindo. Lhes falta o que ele chama de constância objetal. (FELDMAN, 2015).
2 - Estágio Pré-Operatório: 2 a 7 anos
	O que mais destaca de novo no desenvolvimento deste estágio é a linguagem. A criação de representações internas lhes permite a comunicação e descrição de objetos, pessoas e sentimentos. Há ainda o uso de símbolos que descrevem um objeto diferente. Nesse estágio, a criança vê o mundo girando em volta de si, tendo comportamentos e falas egocêntricas. O princípio de conservação é outra característica compartilhada nessa fase, as mesmas têm dificuldade em conciliar quantidade e com a aparência física do objeto. Por exemplo, se ao pegar dois copos de 250 ml, sendo um mais longo e achatado e outro mais curto, porém alargado, de forma geral, não compreenderão que se trata da mesma quantidade. (FELDMAN, 2015).
3 - Estágio das Operações Concretas: 7 a 12 anos
	A compreensão sobre o princípio da conservação é o marco desse estágio, assim como a superação do egocentrismo. Nessa fase elas aprendem o princípio da reversibilidade, que é a compreensão que algumas mudanças podem ser revertidas a original, como um corte de cabelo, que irá crescer novamente. O pensamento está mais desenvolvido, e a compreensão do mundo também, contudo há uma dificuldade em pensamentos abstratos. (FELDMAN, 2015).
4 - Estágio das Operações Formais: 12 anos a idade adulta
	É nesse estágio que a criança alcança o pensamento lógico, abstrato e formal, ela pode solucionar problemas sem o uso de objetos físicos. (FELDMAN, 2015).
Os estudos de Piaget serviram de base para muitos teóricos na Psicologia e Educação, a autora destaca Emília Ferreiro, e sua teoria sobre a aprendizagem escrita. Contudo, teóricos atuais trazem uma explicação onde o desenvolvimento não ocorra por estágios. Outros ainda defendem que o desenvolvimento ocorre de forma mais contínua e fluida do que na teoria Piagetiana e seus estágios. (FELDMAN, 2015); (BOCK, 2003).
4. Referências
BOCK, Ana; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, MLT da. Psicologias. São Paulo: Saraiva, 2003.
FELDMAN, Robert S. Introdução à psicologia. AMGH Editora, 2015.

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