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Evolução Histórica da Saúde do Trabalhador

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Ergonomia
e Segurança 
do Trabalho
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Danilo Cândido Bulgo
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Introdução, Origem e Evolução 
Histórica da Saúde do Trabalhador
Introdução, Origem e Evolução 
Histórica da Saúde do Trabalhador
 
 
• Conhecer o contexto histórico da saúde do trabalhador e os seus principais marcos históricos.
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Introdução, Origem e Evolução Histórica da Saúde do Trabalhador.
UNIDADE Introdução, Origem e Evolução Histórica da Saúde do Trabalhador
Introdução, Origem e Evolução 
Histórica da Saúde do Trabalhador
Ao se estudar a saúde do trabalhador, bem como os aspectos que acercam essa 
temática, faz-se necessário compreender o seu contexto histórico, além dos princi-
pais fatos históricos que permeiam esse campo de estudo.
O conceito de trabalho tem seu embasamento com o cenário primitivo, onde essa 
modalidade foi o primeiro regime de trabalho, conhecido na história como trabalho 
primitivo, visto que o ser humano buscava satisfazer suas necessidades básicas, como 
alimentar-se, abrigar-se, etc.
Esse modelo de trabalho foi o modo de produção nas comunidades primitivas, 
onde houve o avanço das primeiras ferramentas e estratégias, que eram construídas 
de pedras, espinhos e lascas de árvores.
O homem primitivo possuía íntimas relações de trabalhos de maneira igualitária, ou 
seja, cada um desenvolvia sua atividade para o bem-estar de toda a relação de trabalho. 
O trabalho primitivo foi sendo reelaborado após o homem reinventar os modelos sociais, 
quando o homem iniciou as práticas de plantio e estoque de alimentos e riquezas, corro-
borando para o surgimento de novas maneiras de hierarquias sociais.
Na Antiguidade, tanto na Grécia antiga, quanto na Roma Imperial, o trabalho já 
alcançava novos conceitos, e dois aspectos foram estabelecidos: as elites possuíam 
domínio exclusivamente do trabalho intelectual, artístico, especulativo ou político. 
E fora destes domínios considerados de primeira classe, as funções consideradas 
subalternas, ou de natureza braçal, tiveram em seus pilares o predomínio da mão de 
obra escrava, obtida nas guerras de conquista. Os vencidos eram transformados em 
escravos (ORNELLAS; MONTEIRO, 2006).
Figura 1 – O trabalho escravo
Fonte: Getty Images
8
9
Outra forma de trabalho que teve muito destaque na história é o trabalho feudal, 
dando início ao processo histórico conhecido como a nova ordem social, feudalismo. 
Por meio do campo rural na Europa, esse sistema tinha como figura principal o se-
nhor feudal, que proporcionava subsídios para os servos (manutenção das necessida-
des básicas: alimentos e moradia, sendo estes fora dos padrões de qualidade; muitos 
viviam em situações de miséria), enquanto estes cuidavam das terras pertencentes 
aos senhores feudais.
A função de cada uma das partes nesse regime de trabalho era bem estabelecida: 
o clero (parte pertencente aos sujeitos que tinham relação com as igrejas) era res-
ponsável por cuidar da espiritualidade e intelectualidade, a nobreza governava e dava 
proteção aos servos, que trabalhavam nas terras. Vale ressaltar que nessa época, a 
igreja tinha forte influência nos pilares sociais.
Figura 2 – Sistema de trabalho feuda
Fonte: Wikimedia Commons
O vídeo a seguir evidencia o sistema de trabalho acerca do feudalismo. Amplie seus conhe-
cimentos assistindo ao vídeo “Sociedades feudais – Tempo de estudar”.
Disponível em: https://youtu.be/JWdlrDtTyv4
9
UNIDADE Introdução, Origem e Evolução Histórica da Saúde do Trabalhador
Com o passar das décadas, surge a Renascença, visando ao humanismo, 
possibilitando à pessoa humana protagonismo na história. As ideias humanitárias e 
progressistas iam na contramão das concepções medievais, subsidiando esperança 
aos novos tempos no que acercava a vida humana. Os dois séculos que se seguiram, 
após o movimento renascentista, parecem não ter valor essencial para o universo 
do trabalho. Porém, após os séculos XVI e XVII, uma nova perspectiva daria origem 
ao mais importante evento do mundo do trabalho: a Revolução Industrial (TOTA; 
BASTOS; ASSIS, 1993).
A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra no século XVIII, é considerada 
um marco histórico de grande precursão do sistema capitalista. O consumo da for-
ça de trabalho advinda da classe operária, resultante da inserção dos trabalhadores 
em um modelo acelerado e desumano de produções de bens e serviços no cenário 
industrial, exigiu uma intervenção, sob pena de tornar inviável a sobrevivência e 
reprodução do próprio processo. Os trabalhadores braçais foram obrigados a se-
guir o ritmo frenético das máquinas a vapor, que forneceram um grande impulso 
ao setor têxtil.
A Revolução Industrial aumentou de maneira ampla a intensidade da exploração 
da mão de obra, o tempo começou a ser controlado por industriais e não mais pelos 
artesãos. O trabalhador começa, então, a perder o conhecimento do produto todo ao 
ir trabalhar nas indústrias; já que não poderia concorrer com elas, tornou-se, assim, 
subordinado às mesmas e desapropriado do seu próprio saber.
Nesse momento, a mão de obra humana e o consumo da força de trabalho, fonte 
da inserção massiva dos trabalhadores a um processo acelerado e desumano de 
produção, exigiram uma intervenção, sob pena de tornar inviável a sobrevivência e 
reprodução do próprio processo.
O emprego, nesse contexto, conquistava uma relevância significativa na sub-
jetivação do trabalhador. Era apenas a partir da inserção do indivíduo no mundo 
do trabalho, por meio do emprego, que se admitia o seu valor social e moral 
(NARDI, 2006). Nessa época, lutava-se por uma estabilidade duradoura no am-
biente de trabalho, pois isso permitia uma possível construção de projeto de vida 
a longo prazo.
Algumas características permeiam o período do capitalismo industrial, como o 
aumento dos grupos populacionais urbanos, causado pelo êxodo rural (entende-
-se por êxodo rural a mudança da zona rural aos centros urbanos). Alguns fatos 
marcantes do período de desenvolvimento do capitalismo se configuram, por 
exemplo, pela jornada de trabalho, que era cerca de 12 a 16 horas diárias; a em-
pregabilidade utilizava grande mão de obra infantil, de homens e de mulheres nas 
indústrias; os salários eram baixos; havia amplo período de desemprego e risco 
na sobrevivência familiar, além de falta de higiene, esgotamento físico e mental, 
elevação de acidentes no espaço laboral e aumento significativo de doenças de-
vido ao trabalho.
10
11
Figura 3 – Fábrica têxtil durante a Revolução Industrial
Fonte: loc.gov
Assim, Robert Dernham, famoso proprietário de uma fábrica têxtil, começou a 
pensar na saúde dos seus funcionários, pois ocorrerão nessa época diversas mortes 
e acidentes de trabalho que deixavam os empregados doentes. Preocupado com o 
fato de que seus operários não possuíam em sua rotina de vida diária nenhum cui-
dado médico, a não ser aqueles ofertados por instituições filantrópicas, pensou em 
algumas soluções. Então, procurou o seu médico, Robert Baker, solicitando-lhe que 
indicasse, na visão médica, como o empresário poderia auxiliar seus funcionários na 
manutenção de sua saúde. Assim o médico explica ao empresário:
Coloque no interior da sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de 
intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visi-
tar a fábrica, sala por sala, sempre que existam pessoas trabalhando, de 
maneira que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se 
ele verificar que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a influência de 
causas que possam ser prevenidas, a ele competirá fazer tal prevenção. 
Dessa forma você poderá dizer: meu médico é a minha defesa, pois a 
ele dei toda a minha autoridade no que diz respeito à proteção da saúde 
e das condições físicas dos meus operários; se algum deles vier a sofrer 
qualquer alteração da saúde, o médico unicamente é que deve ser respon-
sabilizado. (MENDES; DIAS, 1991)Figura 4 – Crianças na era da Revolução Industrial
Fonte: aneste.org
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UNIDADE Introdução, Origem e Evolução Histórica da Saúde do Trabalhador
Desse modo, o empresário contrata o médico para atuar em sua fábrica têxtil, 
surgindo, assim, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho. Segundo 
Nogueira (1986), nessa época se destacam na resposta do fundador do primeiro 
serviço médico de empresa alguns elementos basais da expectativa do capital quanto 
às finalidades de tais serviços:
• eram dirigidos por indivíduos de inteira confiança do empresário e que se pro-
punham a defendê-lo;
• deveriam propor serviços centralizados na figura médica, bem como a responsabi-
lidade pela ocorrência dos problemas de saúde ficava sob responsabilidade médica;
• a prevenção dos danos à saúde resultantes dos riscos do trabalho deveria ser 
tarefa eminentemente médica.
Seguindo o contexto da Revolução Industrial, no dia 1º de maio de 1886, tra-
balhadores norte-americanos realizaram uma grande manifestação e greve geral 
pela redução da jornada excessiva de trabalho, para a carga de oito horas; em 
muitos lugares, os patrões cederam à solicitação dos empregados, porém em 
Chicago houve grave confronto. Assim, o dia 1º de maio foi escolhido oficialmen-
te como “Dia do Trabalho”, como maneira de manter na memória as muitas e 
difíceis lutas que marcaram o contexto histórico do movimento dos trabalhadores 
no mundo. A data, então, torna-se uma homenagem aos trabalhadores que luta-
ram por seus direitos.
Explore mais sobre a temática assistindo ao vídeo “A importância do trabalho”. 
Disponível em: https://youtu.be/vavr6vC9U68
Figura 5 – Chicago, 1º de maio de 1886 – greve trabalhista
Fonte: alternativesocialiste.org
Com a ampliação da indústria e do comércio nessa época, existiu uma mudança 
do trabalho escravo para o trabalho já no molde assalariado em larga escala, ou seja, 
12
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o indivíduo iria receber pela sua mão de obra. Frente às novas necessidades adminis-
trativas, surgiram as chamadas “Eras da Gestão Empresarial”.
Entre as mais famosas, destaca-se a “Era da Produção em Massa”, difundida de 1920 
a 1949 e que tem como referências iniciais Taylor e Fayol, que inserem nos cenários de 
trabalho fluxos administrativos, denominados de Administração Científica. Estes mo-
delos se completam e delineiam correntes produtivas destinadas a mercados de massa, 
aumento de produtividade e que por muitos anos marcam a forma de produção padroni-
zada, sistematizada, seriada e fragmentada (SOUZA; SANTANA; DELUIZ, 1999).
Figura 6 – Mineradora carvoeira em Kingston, Pennsylvania, 1900
Fonte: faculty.polytechnic.org
A situação de trabalho se tornava cada vez mais imoral e desumana à saúde dos 
trabalhadores, pois com a sobrecarga de trabalho, estes ficaram adoecidos fisica-
mente e mentalmente, houve disseminação do trabalho infantil e a expectativa média 
de vida era de 30 anos aos funcionários de mineradoras e de outros ramos crescen-
tes com a evolução das indústrias.
Para elucidar a exploração da mão de obra no cenário mundial e aprofundar seus conhe-
cimentos acerca da Revolução Industrial e da Saúde do trabalhador, assista a este filme 
clássico de Charlie Chaplin: Tempos Modernos (Modern Times), de 1936. 
Disponível em: https://youtu.be/4OmEi_AIjZc
Esse modelo, então, começou a se expandir de maneira rápida por outros paí-
ses, junto ao processo de industrialização. Surgiu, então, a preocupação no cenário 
internacional em fornecer serviços de saúde aos trabalhadores industriais. A grande 
importância da proteção à saúde dos trabalhadores corroborou para a elaboração de 
duas grandes organizações em nível mundial: a Organização Internacional do Trabalho 
(OIT), em 1919, e a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1948. Nessa perspecti-
va, essas duas importantes organizações, em 1950, estabeleceram o objetivo da Saúde 
Ocupacional: adaptar o trabalho ao homem e cada homem à sua atividade.
13
UNIDADE Introdução, Origem e Evolução Histórica da Saúde do Trabalhador
Amplie seu conhecimento acessando as páginas online da Organização Internacional do Tra-
balho (OIT) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
• Organização Internacional do Trabalho (OIT),disponível em: https://bit.ly/3akhUXT
• Organização Mundial de Saúde (OMS), disponível em: https://bit.ly/30R8O22
E no Brasil, como foi dada a história da revolução trabalhista e da segurança do 
trabalho? Vamos conferir a seguir?
No cenário brasileiro, pensando-se ainda nos conceitos advindos da Revolução In-
dustrial, a realidade nacional não era diferente. Com a automatização de maquinários, 
ofereciam-se inúmeros tipos de riscos para os funcionários. A situação no ambiente 
de trabalho começou a ficar inviável e os trabalhadores começaram a exigir condições 
mínimas para sua saúde, visando a práticas mais humanizadas durante os períodos 
laborais, pois os trabalhadores possuíam excesso de carga horária, recebiam baixos 
salários, sofriam iniquidades e maus tratos nos espaços e ambientes de trabalho.
Nessa época, o Brasil tinha forte relação com os Estados Unidos, pois era um 
grande exportador de café, borracha e açúcar. Porém, em 1929, os Estados Unidos 
enfrentaram uma brusca queda na bolsa de valores de Nova York e com isso, o Brasil 
teve uma ruptura no campo da exportação. Nessa perspectiva, o então presidente 
Getúlio Vargas assume o poder e inicia o planejamento estratégico para novas ideias 
para o enfrentamento da crise, principalmente sobre a regulamentação do trabalho 
(FERREIRA; PEIXOTO, 2019).
Ainda segundos Ferreira e Peixoto (2019), no dia 1 de maio de 1939, houve a pu-
blicação da lei Nº1.237, em que foi constituída a legislação trabalhista. Já em 1943, 
também no dia 1 de maio, houve a publicação do Decreto-lei 5.452, que aprovou 
a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), visto que no capítulo V destacam-se a 
segurança e medicina do trabalho.
Em seguida, ocorrem outros fatos importantes na caracterização de normas e 
condutas que acercam os pilares trabalhistas:
• 1919: criada a lei de Acidentes do Trabalho, tornando compulsório o seguro 
contra o risco profissional;
• 1923: criação da caixa de aposentadorias e pensões para os empregados das 
empresas ferroviárias, marco da Previdência Social;
• 1930: criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio;
• 1944: é incluída a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) na Le-
gislação Brasileira por meio do Decreto nº 7036/44, conhecido como “Lei de 
Acidentes de Trabalho de 1944”;
Você sabe o que é a CIPA e qual a sua relevância nas organizações? Amplie seus conhecimen-
tos assistindo ao vídeo “CIPA NR 5: o que é e para que serve?”
Disponível em: https://youtu.be/Qx27IBR8zLU
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• 1966: criação da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina 
do Trabalho – FUNDACENTRO, que atua em pesquisa científica e tecnológica 
relacionada à segurança e saúde dos trabalhadores.
Nota-se que o Brasil, ainda assim, passou por diversas situações de precariedade 
nas condições do trabalho e em meados dos anos 70, o país ficou conhecido mun-
dialmente por ser campeão em acidentes de trabalho.
• 1972: a Portaria 3.237 determina obrigatoriedade do serviço Especializado de 
Segurança do Trabalho;
• 1977: é aprovada a Lei 6.514, que modifica o capítulo V da CLT;
• 1978: a Lei 6.514 é regulamentada pela Portaria 3.214, cabendo às empresas 
cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;
• 1978: implementação das normas regulamentadoras (NR);
• 1985: a Lei 7.140 dispõe sobre a Especialização de Engenheiros e Arquitetos 
em Engenheiro de Segurança;
• 1985: a Portaria 05 constitui a Comissão Nacional de Representantes de Traba-
lhadores para Assuntos de Segurança do Trabalho;
• 1988: a Constituição do Brasil nas Disposições Transitórias, art. 10, item II, dá 
aos membros da CIPA a garantia do emprego;
• 1988: criação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Após o percurso histórico, ressalta-se que o Brasil passou por transformaçõesno cenário político, o que culminou em diversas mudanças sociais, inclusive no 
seguimento do campo do trabalho. Alguns períodos da história da política brasi-
leira foram permeados pelo Governo Provisório (1930-1937), Estado Novo (1937-
1945), Redemocratização e Desenvolvimentismo (1945-1964) e Regime Militar 
(1964-1985).
Esse processo foi interrompido de maneira mais evidente apenas em meados dos 
anos 80, período conhecido como Nova República, que resultou na promulgação da 
Constituição de 1988 (CF/1988).
Importante!
“A importância dessa transformação dos direitos individuais do trabalho em fundamen-
tais (ou humanos), evidenciada na CF/1988, não deve ser desprezada. Afinal, tal fenô-
meno tem diversas consequências para esses direitos, como a sua prevalência diante de 
outros que se mostrem conflitantes (direitos econômicos, por exemplo), bem como a sua 
transformação em cláusulas “pétreas” (que só podem ser alteradas para fortalecer ainda 
mais tais direitos)” (IPEA, 2007).
Em termos de regulamentação de conceitos acerca do trabalho, esta incidiu em 
um marco importante, como pode ser visto no quadro a seguir.
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UNIDADE Introdução, Origem e Evolução Histórica da Saúde do Trabalhador
Quadro 1 – A CF/1988 e os direitos individuais do trabalho
Alguns direitos 
constitucionalizados
• Direito ao salário mínimo;
• Ao piso salarial;
• Ao 13º salário;
• Aos adicionais de insalubridade e periculosidade;
• Ao adicional de trabalho extraordinário;
• Ao adicional de trabalho noturno;
• À duração semanal da jornada de trabalho;
• Ao repouso semanal remunerado;
• Às férias remuneradas;
• À licença-maternidade;
• À estabilidade do trabalhador envolvido com a representação sindical;
• À estabilidade do trabalhador que tenha sofrido doenças e/ou acidentes;
• Ao aviso-prévio remunerado;
• Ao seguro-desemprego;
• Ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS);
• À multa incidente sobre o valor acumulado de FGTS.
Além de direitos 
constitucionalizados, 
alguns direitos ampliados
• Direito ao salário mínimo com conceito ampliado;
• À licença-maternidade com prazo ampliado para 120 dias;
• Às férias remuneradas, com acréscimo de um terço do valor;
• Ao adicional de trabalho extraordinário, com acréscimo mínimo de 50%;
• À duração semanal da jornada de trabalho, com máximo de 44 horas;
• Ao aviso-prévio, proporcional ao tempo do contrato, mínimo de trinta dias;
• À multa incidente sobre o FGTS, que passou para 40% do valor acumulado;
• À estabilidade da trabalhadora gestante;
• À proteção contra diversos riscos do trabalho (doenças e acidentes).
Alguns direitos criados
• Direito à licença-paternidade;
• Ao adicional de penosidade;
• À estabilidade do trabalhador envolvido com a prevenção de acidentes.
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (2007). 
Disponível em: https://bit.ly/3kDe55a
Após o Brasil ser considerado o país com maior números de acidente do trabalho, 
a legislação brasileira, a fim de minimizar o crescente número de acidentes e doenças 
nos espaços laborais, iniciou a preocupação com a saúde e segurança do trabalho.
Você sabia que no Brasil, somente no dia 26 de setembro de 1924 foi oficializada a data 
que comemora o dia 1º de maio como o dia do trabalhador? O vídeo a seguir mostra um 
pouco da greve acontecida em 1886. “Por que comemoramos o 1º de maio?”
Disponível em: https://youtu.be/vYoYnCdmv94
No Brasil, nos anos 70 e 80, as discussões acerca desta temática ficaram evidentes 
por meio da chamada “Revolução Sanitária Brasileira”, que tinha como princípio a 
formulação e implementação de políticas públicas de saúde. Nesse contexto, o termo 
“Saúde do Trabalhador” foi se materializando ao longo dos anos, principalmente a 
partir do discurso reivindicatório e reformista dos movimentos sindicais (OLIVEIRA; 
VASCONCELLOS, 2000).
16
17
Em meados de 1986, foi realizada a I Convenção Nacional de Saúde do Trabalha-
dor, que visava identificar as necessidades da criação de políticas públicas que pudes-
sem proteger os trabalhadores de todos os males a ele expostos, incorporando tais 
responsabilidades ao SUS – ainda em processo de criação, o que fora, dois anos após, 
redigido na Carta Magna de 1988, em seu capítulo sobre a saúde (FERREIRA, 1988).
Subsequentes a esses períodos, os direitos dos trabalhadores, bem como a se-
gurança do trabalho, foram ganhando maior espaço e a saúde do trabalhador teve 
maior notoriedade, porém mesmo no cenário contemporâneo esta é uma temática 
que ainda necessita de amparos, pesquisas e fiscalizações, pois diversas profissões 
existem na sociedade e necessitam de amparos, incluindo a fisioterapia.
Você, como estudante de fisioterapia, conhece como surgiu a profissão do fisioterapeuta? 
A seguir você poderá conhecer um pouco dessa história! Vamos lá? 
• “História da fisioterapia no mundo”. Disponível em: https://youtu.be/8i6n8c86gWA
Sabemos que o SUS é um importante modelo de saúde para o Brasil. Nesse contexto, o 
fisioterapeuta se destaca como um profissional dentro desse modelo assistencial de saúde. 
Para ampliar o conhecimento sobre o SUS, o vídeo a seguir evidencia sua história. 
• “Documentário: SUS 30 anos”. Disponível em: https://youtu.be/3FfAcgT0oys
17
UNIDADE Introdução, Origem e Evolução Histórica da Saúde do Trabalhador
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
História da saúde pública no Brasil
https://youtu.be/L7NzqtspLpc
Revolução industrial – Resumo Desenhado
https://youtu.be/qpxaj1XEPko
 Leitura
Saúde do trabalhador
https://bit.ly/3fQGBwc
Aspectos históricos, culturais e sociais do trabalho
https://bit.ly/3aiu2Zt
Reforma sanitária e a criação do Sistema Único de Saúde: notas sobre contextos e autores
https://bit.ly/3kBKWqJ
Lei Nº 8.080, de 19 de Setembro de 1990
https://bit.ly/31F8Ito
18
19
Referências
FERREIRA, L. S.; PEIXOTO, N. H. Caderno didático de Segurança do Trabalho I. 
Cadernos Pronatec Goiás, v. 1, n. 1, p. 1330-1376, 2019.
FERRERA, W. J. Comentário à Carta Magna de 1988. 1ª ed. Volume 1. Porto 
Alegre: Editora Julex, 1989.
IPEA – Instituto de pesquisa econômica aplicada. Trabalho e renda. Boletim Políti-
cas Sociais – acompanhamento e análise. Brasília, n. 13, 2007.
MENDES, R.; DIAS, E. C. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. 
Revista de saúde pública, v. 25, p. 341-349, 1991.
NARDI, H. C. Ética, trabalho e subjetividade. Porto Alegre: UFRGS, 2006.
NOGUEIRA, D. P. A saúde dos trabalhadores e a empresa. São Paulo, s/d [mi-
meografado], 1986.
OLIVEIRA, M. H. B.; VASCONCELLOS, L. C. F. As políticas públicas brasileiras 
de saúde do trabalhador. Tempos de avaliação. 2000. Disponível em: <http://
biblioteca.planejamento.gov.br/biblioteca-tematica-1/textos/trabalho-e-previdencia/
texto-37-2013-as-politicas-publicas-brasileiras-sobre-a-saude-do-trabalhador.pdf>. 
Acesso em: 18/05/20.
ORNELLAS, T. C. F.; MONTEIRO, M. I. Aspectos históricos, culturais e sociais do 
trabalho. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 59, n. 4, p. 552-555, 2006.
SOUZA, D. B.; SANTANA, M. A.; DELUIZ. N. Trabalho e educação: centrais sin-
dicais e reestruturação produtiva no Brasil. Rio de Janeiro: Quartet,1999.
TOTA, A. P.; BASTOS, P. I. de A. História geral. São Paulo: Nova Cultural, 1993.
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Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Danilo Cândido Bulgo
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Ergonomia e Segurança do Trabalho
 
 
• Proporcionar ao estudante o conhecimento acerca da ergonomia e da segurança do trabalho, 
bem como da importância dos equipamentos de proteção individual em um todo, porém com 
ênfase no campo da fisioterapia;
• Evidenciar os riscos de trabalho e a atuação fisioterapêutica;
• Identificar fatos importantes que regem a legislação e as principais normas regulamentadoras.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Ergonomia e Segurança do Trabalho.
UNIDADE Ergonomia e Segurança do Trabalho
Ergonomia e Segurança do Trabalho
A preocupação com a saúde, segurança e ergonomianos locais de trabalho vem 
se destacando na sociedade moderna e isso se dá pelo fato de crescer diariamente o 
número de acidentes e doenças relacionadas às atividades produtivas nos mais variados 
campos de trabalho. No Brasil, em meados de 1978, na tentativa de fixar medidas de 
segurança aplicadas à saúde no trabalho na rotina das empresas, foi instituída uma 
gama de estruturas legais representadas especialmente pelo Capítulo V da Consolida-
ção das Leis do Trabalho (CLT) e pelas Normas Regulamentadoras (NRs). Essa foi a 
maneira encontrada para garantir aos trabalhadores um ambiente de trabalho seguro 
e saudável, com a redução dos riscos inerentes ao trabalho (ROSA; QUIRINO, 2017).
A Segurança no Trabalho surge, então, como um campo que visa subsidiar cons-
tantes transformações de processos no ambiente de trabalho, no maquinário, nas 
ferramentas e nos produtos que são utilizados nas diferentes atividades laborais no 
decorrer da história, tendo como característica o aumento da qualidade de vida aos 
trabalhadores durante suas jornadas de trabalho.
Afinal, o que é segurança do trabalho e saúde do trabalhador?
Ao pensar no histórico da segurança do trabalho, pesquisadores apontam que Aristóteles es-
tudava as enfermidades dos trabalhadores nas minas e, principalmente, as maneiras de evitá-
-las, e Hipócrates, famoso por ser considerado pai da medicina, quatro séculos antes de Cristo, 
estudou a origem das doenças das quais eram vítimas os trabalhadores que exerciam suas ati-
vidades em minas de estanho. Em tempos mais modernos, em meados de 1802, o parlamento 
britânico aprovou a Primeira Lei de proteção dos Trabalhadores, conhecida como a “lei de saú-
de e moral dos aprendizes”, que em seus pilares “Estabelecia o limite de 12 horas de trabalho 
por dia, proibia o trabalho noturno, obrigava os empregadores a lavar as paredes das fábricas 
duas vezes por ano e tornava obrigatória a ventilação do ambiente” (MIRANDA, 1998, p. 2).
No território brasileiro, as legislações são relativamente recentes no campo da se-
gurança do trabalho e saúde do trabalhador. Até o início do século XX, a economia 
nacional era focada no serviço braçal de escravos e na agricultura, e nessa época já 
existiam acidentes decorrentes do trabalho.
Em 1970, o Brasil era o campeão mundial de acidentes do trabalho e desde 
então começaram os avanços na área que preserva a saúde do trabalhador. Nesse 
contexto, surge a medicina do trabalho, que se destaca por trabalhar em prol da 
preservação da saúde do trabalhador, proporcionando aos empregados aumento das 
condições de saúde nos espaços de trabalho, bem como auxiliando no manejo das 
consequências de adversidades causadas durante o trabalho.
Essa área atende o trabalhador desde o ingresso na empresa, com os exames ad-
missionais, até o término de seu contrato de trabalho, com os exames demissionais, 
além de intervenções que visam empoderar o trabalhador frente aos cuidados com 
sua saúde durante sua vida laboral.
8
9
Ao se pensar na saúde do trabalhador, os equipamentos de proteção individual 
(EPI) se tornam indispensável na rotina dos trabalhadores durante suas atividades 
laborais. Vamos falar sobre essa temática?
A Norma Regulamentadora NR 6 descreve que o EPI possui a finalidade de pro-
teger individualmente cada trabalhador de possíveis lesões quando da ocorrência 
de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Dessa maneira, o EPI não evita 
os acidentes em si, mas minimiza os riscos e protege o empregado quando o risco 
estiver ligado à função ou ao cargo do trabalhador e à exposição ao agente. O risco 
está relacionado ao aspecto e à quantidade do agente, ao tempo de exposição e à 
sensibilidade do organismo do trabalhador (ALVES, 2013).
Para entrar no mercado, os EPIs devem ser testados e aprovados pela autoridade 
competente, a fim de evidenciar sua eficácia. O Ministério do Trabalho atesta a qua-
lidade de um EPI por meio da emissão obrigatória do “Certificado de Aprovação”. 
Outro certificado emitido pelo Ministério do Trabalho visando cadastrar os fabrican-
tes de EPIs é o “Certificado de Registro de Fabricante”. O Ministério do Trabalho 
admite a compra de EPIs advindos de outros países e que são comercializados no 
território nacional, porém estes devem estar credenciados por meio do Certificado 
de Registro de Importação (ALVES, 2013).
Para utilizar os EPIs, existe uma obrigatoriedade mútua entre empregador e em-
pregado. A seguir, vamos identificar cada uma dessas obrigações.
• São obrigações da empresa prestadora de serviço:
» Proporcionar ao empregado o EPI adequado conforme a atividade exercida, 
em consonância com o setor de segurança do trabalho da organização;
» Realizar a substituição imediata do EPI danificado, inclusive em caráter emer-
gencial, se necessário;
» Determinar a utilização, bem como fiscalizar o EPI de maneira correta, apli-
cando as medidas previstas em leis para os trabalhadores que não cumprirem 
com a ordem pré-determinada;
» É responsabilidade do empregador subsidiar ao empregado, de maneira gra-
tuita, o EPI aprovado pelo Ministério do Trabalho, além de substituir o 
mesmo frente às demandas advindas da rotina e do tipo de trabalho;
» Manter a comunicação aberta junto ao Ministério do Trabalho ou órgão 
responsável, a fim de esclarecer qualquer tipo de irregularidade observada 
no EPI adquirido;
• São obrigações do trabalhador:
» Fazer uso do EPI apenas para a finalidade a que se destina durante sua jornada 
de trabalho;
» Receber os EPIs recomendados, bem como responsabilizar-se pela manuten-
ção, conservação e utilização do EPI;
9
UNIDADE Ergonomia e Segurança do Trabalho
 » Seguir as normas e regulamentos propostos pelo setor de Segurança do Tra-
balho sobre o uso adequado, guarda e conservação do EPI;
 » Comunicar imediatamente ao supervisor imediato e/ou à equipe de seguran-
ça do trabalho da organização sobre qualquer intercorrência com a utilização 
de EPI;
 » Solicitar ao supervisor imediato a requisição para realizar a troca do EPI inade-
quado para uso;
 » Devolver o EPI reutilizável à segurança do trabalho, quando o trabalhador se 
desligar da Unidade.
São variados os tipos de EPIs, cada um terá sua finalidade e modo de utilização, 
especificações que vão depender da atividade laboral a ser executada, assim como 
do local de trabalho.
A seguir estão listados alguns EPIs utilizados:
• Luvas: têm a finalidade de proteger as mãos, dedos e braços contra riscos 
mecânicos, térmicos e químicos. Geralmente são confeccionadas em diferen-
tes materiais, dependo da proteção que se deseja obter;
• Calçados: destinados à proteção dos pés, dedos e pernas contra riscos tér-
micos, umidade, produtos químicos, quedas e animais peçonhentos;
• Aventais, jalecos, mangotes, capas, calças e blusas: têm como propósito 
proteger o corpo do trabalhador contra calor, frio, produtos químicos e umi-
dade, etc;
• Óculos e máscaras: visam proteger os olhos contra partículas, luz intensa e 
severa, radiação e respingos de produtos químicos, gases, vapores;
• Protetores auriculares e abafadores: auxiliam na proteção do sistema auditivo;
• Cintos de segurança: auxiliam na proteção contra quedas;
• Capacetes, capuz e gorros: visam proteger o crânio contra impactos, choque 
elétrico e combate a incêndio e servem de proteção aos cabelos;
• Cremes variados: protegem a pele contra a ação de produtos químicos em geral.
Aprofunde seu conhecimento sobre os EPIs assistindo aos vídeos a seguir. Você poderá 
perceber a importância da utilização destes equipamentos de proteção na indústria e na 
área da saúde:
• Reportagem especial: Saiba sobre a importância do uso de EPIs. 
Disponível em: https://youtu.be/gk4-XuG4emU
• Uso correto de EPIs nas urgências e hospitais. 
Disponível em: https://youtu.be/Mg3RIWPwvxA
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CINTOS DE SEGURANÇA
MÁSCARAS
LUVAS
MANGOTES
ÓCULOS
AVENTAIS
CREMES VARIADOS
PROTETORES 
ABAFADORES
GORROS
CAPACETES
CAPAS
PROTETORES AUDITIVOS
JALECOS
Figura 1 – Equipamentos deProteção Individual
Fonte: Adaptado de Getty Images
Quando se trata da prática profissional do fisioterapeuta, os EPIs são extrema-
mente importantes para sua rotina de trabalho, pois de acordo com a Organização 
Mundial de Saúde, os profissionais de saúde em geral apresentam riscos elevados 
no desenvolvimento de patologias infecciosas comparados à população em geral, 
devido à maior chance de exposição durante o período laboral.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em sua norma regulamen-
tadora NR nº 32, considera o jaleco um equipamento de proteção individual indis-
pensável. Dessa maneira, preconiza que os trabalhadores não devem deixar seu local 
de trabalho com os equipamentos de proteção individual, bem como com os trajes 
utilizados em suas atividades laborais (CREMEC, 2014).
Os EPIs devem ser atóxicos, sem a finalidade de gerar alergias ou irritações 
para a pele dos trabalhadores e ainda serem confortáveis (SKRABA; NICKEL; 
WOTKOSKI, 2006).
Seguindo os padrões estipulados pela Norma Regulamentadora (NR-6) da por-
taria Nº 3.214 de 08.06.78, os EPIs têm a finalidade de proteger os profissionais 
nas operações de riscos de exposição ou quando existir manipulação de produtos 
químicos e biológicos, bem como riscos de contágio com materiais perfurocortantes 
(CARVALHO et al., 2009).
No cenário brasileiro, a NR 32 estabelece as diretrizes básicas para a inserção de 
medidas protetivas à segurança de trabalhadores na área da saúde, determinando 
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UNIDADE Ergonomia e Segurança do Trabalho
que a vestimenta deve ser fornecida pelas instituições de saúde sem gastos para o 
profissional e que os mesmos não devem utilizá-la fora das atividades de trabalho 
(BRASIL, 2002).
Tavares (2009, p. 16 e 17) destaca que diversos são os fatores que se relacionam 
à implantação de programas de segurança e saúde do trabalho nos espaços organi-
zacionais, dentre eles a autora aponta: 
• Aspectos sociais: O ônus pelo acidente do trabalho reflete-se em toda a nação; 
é ela que paga, através da arrecadação de impostos, ao incapacitado ou à famí-
lia da vítima de um acidente fatal o seguro social a que tem direito. É expressivo 
o número de brasileiros aposentados por invalidez, que ficam à espera apenas 
do seu irrisório salário, quando poderiam estar produzindo e, consequentemen-
te, contribuindo para o desenvolvimento do país;
• Aspectos humanos: Embora não se possa representar em números, o aspecto 
humano é o mais importante, pois não há dinheiro que pague o preço de uma 
vida, assim como não há indenização que corresponda ao valor de uma mão, 
de um braço ou de qualquer parte do corpo mutilada em um acidente. Não dá 
para mensurar o significado, para os familiares, de um indivíduo que saiu para 
trabalhar e não voltou, vítima de um acidente do trabalho que poderia ter sido 
evitado. Outro fator não quantificável são os traumas que um acidente acarreta 
para os companheiros do acidentado;
• Aspectos econômicos: A queda na produção de uma empresa e da nação 
como um todo, decorrente de acidentes de trabalho, é um aspecto que deve 
ser considerado, pois, além do custo final dos produtos, o acidente acarreta 
gastos com atendimento médico, transporte, remédios, indenizações, pen-
sões, etc.
Com a pandemia devida ao Covid-19, os fisioterapeutas ficaram em evidência, pois são 
fundamentais na linha de frente no tratamento de pacientes acometidos pelo Coronavírus. 
Dessa maneira, amplie seu conhecimento sobre os EPIs, a segurança do trabalhador que lida 
com essa patologia. 
Orientações quanto ao uso de equipamentos de proteção individual (epis) por fisio-
terapeutas e terapeutas ocupacionais que atuam frente à pandemia do novo corona-
víus (covid-19) no âmbito hospitalar, disponível em: https://bit.ly/2YbX9Ji
Os fisioterapeutas pertencem à classe de profissionais da área de Saúde que mais 
apresentam distúrbios posturais, pois as atividades laborativas exercidas durante sua 
rotina implicam exigências do sistema musculoesquelético, com movimentos repe-
titivos de membros superiores, manutenção de posturas estáticas e dinâmicas por 
tempo prolongado e, principalmente, movimentos de sobrecarga para a coluna ver-
tebral (HOLDER et al., 1999).
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A Associação Brasileira de Fisioterapia disponibilizou um documento que objetiva informar 
sobre os modos de transmissão, o uso correto de equipamentos de proteção individual (EPIs) 
no ambiente hospitalar pelos fisioterapeutas e sobre a prevenção de transmissão cruzada 
por estes profissionais durante a pandemia de COVID-19.
Recomendações sobre o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) no am-
biente hospitalar e prevenção de transmissão cruzada na covid-19.
Disponível em: https://bit.ly/3aEngNV
A Norma Regulamentadora 17 (NR 17), cuja titulação é Ergonomia, estabelecida 
pelo Ministério do Trabalho por meio da Portaria nº 3.751, de 23 de novembro de 
1990, estabelece parâmetros que admitam a adaptação das condições de trabalho às 
condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a adequá-las ao máximo de 
conforto, segurança e desempenho eficiente. A NR 17 tem a sua existência jurídica 
assegurada, em nível de legislação ordinária, nos Artigos 198 e 199 da Consolidação 
das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL, 1996).
Nessa perspectiva, a Ergonomia se destaca por estar relacionada à compreensão 
das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas e à aplicação de 
teorias, princípios, dados e métodos a projetos, a fim de aprimorar o bem-estar huma-
no e o desempenho global do sistema homem-máquina-ambiente (ABERGO, 2012).
De acordo com Dul (2004), a palavra ergonomia é de origem grega – ERGO signi-
fica trabalho e NOMOS significa leis, regras e normas; essa junção, então, se dá como 
“as regras/normas/leis para a execução do trabalho”. Ergonomia, portanto, é o estudo 
científico das relações entre o homem e o seu ambiente de trabalho (LIDA, 2005).
A ergonomia visa auxiliar na identificação de condições inadequadas no ambiente 
laboral, ampliando o olhar para a análise ergonômica do trabalho, a fim de aprimo-
rar condições que permitam a manutenção da qualidade de vida e saúde do traba-
lhador (LIMA, 2000).
A análise ergonômica do trabalho abarca, em seus objetivos, métodos e desenvol-
vimentos teóricos sobre a atividade de trabalho efetivamente desenvolvida pelas pes-
soas, suas dificuldades físicas e/ou cognitivas e as condições encontradas no espaço 
de trabalho (SALERMO, 2000).
Deliberato (2002) ainda destaca que no contexto ergonômico, a ergonomia se 
apresenta de três maneiras:
Quadro 1 – Tipos de ergonomia
Ergonomia de Correção Define-se quando a mesma é aplicada com base na análise ergo-nômica do trabalho.
Ergonomia de Concepção Ocorre quando o estudo se faz durante a fase inicial do projeto, para uma máquina, um método de trabalho ou ambiente.
Ergonomia de 
Conscientização
Baseia-se na orientação e informação do trabalhador, por meio 
de treinamentos e palestras, sobre seu posto de trabalho.
13
UNIDADE Ergonomia e Segurança do Trabalho
Observe a figura a seguir.
CERTO ERRADO
Torcicolo
Ombros tensos
e arcados
Lombalgia
Cotovelo de
 tenista/gol�sta
Veias varicosas,
pernas inchadas
Câimbras 
nos dedos
Cefaléias, fadiga visual,
olhos ressecados e prurido
Punho em uma
direção neutra
(sem dobrar)
Ombros e 
quadris
alinhados
Encosto adaptado à
curvatura da coluna
Descanso de braço
na altura correta
Altura do assento
abaixo da rótula
Pés apoiados no solo 
ou em descanso
para os pés
Joelhos
discretamente
abaixo do quadril
Mouse próximo 
ao teclado e no 
mesmo nível
Teclado diretamente
à sua frente
Figura 2 – Ergonomia na saúde do trabalhador
Fonte: Adaptado de Getty Images
É notório que o profissional atuante nos pilares da ergonomia cuida de forma 
global da saúde do trabalhador; como evidenciado na Figura 2, o trabalhador é as-
sistido de maneira ampla, com a finalidade de diminuir os agravos sofridos pela má 
utilização dos mobiliários utilizados diariamente na sua práticalaboral. Nota-se que 
os sistemas corporais são beneficiados com tais modificações ergonômicas.
A ergonomia colabora para propiciar segurança e bem-estar aos trabalhadores, 
bem como a eficácia dos sistemas nos quais eles se encontram envolvidos. Assim, 
percebe-se a relevância do desenvolvimento de um pensamento que sensibilize 
para a prevenção dentro das empresas; a fisioterapia do trabalho (ou fisioterapeuta 
ergonomista) é um desses recursos modernos para implantação desses programas 
nas instituições.
ERGONOMIA
FÍSICA
COGNITIVA
ORGANIZACIONAL
Posto de trabalho
Ambiente físico
Individual
Coletiva
Normalidade
Anormalidade
Figura 3 – Conceituação da ergonomia
Desse modo, a ergonomia se torna um processo construtivo e participativo, pois 
auxilia de maneira abrangente a detecção e solução de possíveis transtornos laborais, 
exige o conhecimento profissional de tarefas exercidas na rotina profissional, bem 
como das dificuldades enfrentadas, para se atingir o desempenho e a produtividade 
exigidos (BRASIL, 2012).
14
15
A ergonomia se destaca por ser a ciência aplicada para facilitar o trabalho execu-
tado pelo homem, sendo que se interpreta aqui a palavra “trabalho” como algo 
muito abrangente. Uma ciência que pesquisa, estuda, desenvolve e aplica regras 
e normas a fim de organizar o trabalho, tornando este último compatível com as 
características físicas e psíquicas do ser humano.
Pensando na qualidade de vida e na saúde do trabalhador, destaca-se o bem-estar 
no ambiente laboral, que decorre de sentimentos agradáveis que se originam das situ-
ações vivenciadas pela execução de suas atividades no campo de trabalho. A manifes-
tação no âmbito individual ou coletiva do bem-estar no trabalho se distingue pela exis-
tência de sentimentos (isolados ou associados) que acontecem, com maior constância, 
nas seguintes modalidades: alegria, amizade, ânimo, confiança, conforto, disposição, 
equidade, equilíbrio, estima, felicidade, harmonia, justiça, liberdade, prazer, respeito, 
satisfação, segurança, simpatia (FERREIRA, 2012, p. 179).
Já o mal-estar no trabalho é um sentimento desagradável que se acarreta das circuns-
tâncias vivenciadas pelos trabalhadores na execução das tarefas. A manifestação indi-
vidual ou coletiva do mal-estar no trabalho se caracteriza pela vivência de sentimentos 
(isolados ou associados) que advêm, com maior frequência, nas seguintes modalidades: 
aborrecimento, antipatia, aversão, constrangimento, contrariedade, decepção, desâni-
mo, desconforto, descontentamento, desrespeito, embaraço, incômodo, indisposição, 
menosprezo, ofensa, perturbação, repulsa, tédio (FERREIRA, 2012a, p. 180).
O quadro a seguir indica a relação entre o bem-estar e mal-estar na rotina de tra-
balho, visto que as condições do trabalho, organização do trabalho, relações socio-
-profissionais do trabalho, reconhecimento e crescimento profissional e elo entre 
trabalho e vida social se estruturam a fim de compor aspectos que interligam a saúde 
do trabalhador e o espaço laboral.
Quadro 2 – Representações de bem-estar e mal-estar no campo de trabalho
Condições 
de Trabalho
• Equipamentos arquitetônicos: piso, paredes, teto, portas, janelas, decoração, arran-
jos físicos, layouts;
• Ambiente físico: espaços de trabalho, iluminação, temperatura, ventilação, acústica; 
• Instrumental: ferramentas, máquinas, aparelhos, dispositivos informacionais, documenta-
ção, postos de trabalho, mobiliário complementar; 
• Matéria-prima: materiais, bases informacionais; 
• Suporte organizacional: informações, suprimentos, tecnologias, políticas de remune-
ração, de capacitação e de benefícios.
Organização do 
Trabalho
• Missão, objetivos e metas organizacionais: qualidade e quantidade, parametragens; 
• Divisão do trabalho: hierárquica, técnica, social;
• Processo de trabalho: ciclos, etapas, ritmos, tipos de pressão;
• Padrão de conduta: conhecimento, atitudes, habilidades previstas, higiene, trajes/
vestimentas;
• Trabalho prescrito: planejamento, tarefas, natureza e contúdos das tarefas, regras 
formais e informais, procedimentos técnicos, prazos;
• Tempo de trabalho: jornada (duração, turnos), pausas, férias, flexibilidade;
• Gestão do trabalho: controles, supervisão, fiscalização, disciplina.
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UNIDADE Ergonomia e Segurança do Trabalho
Relações 
Socioprofissionais 
do Trabalho
• Relações hierárquicas: chefia imediata, chefias superiores;
• Relações com os pares: colegas de trabalho, membros de equipes;
• Relações externas: cidadãos-usuários dos serviços públicos, clientes e fornecedores de 
produtos e serviços privados, pestadores de serviços, auditores, fiscais.
Reconhecimento 
e Crescimento 
Profissional
• Reconhecimento: do trabalho realizado, do empenho, da dedicação, da hierarquia 
(chefia imediata e superiores), da instituição, dos cidadãos-usuários/clientes/consumi-
dores, da sociedade;
• Crescimento profissional: uso da criatividade, desenvolvimento de competências, 
capacitações, oportunidades, incentivos, equidade, carreira.
Elo Trabalho 
e Vida Social
• Sentido do trabalho: prazer, bem-estar, valorização do tempo vivenciado na organiza-
ção, sentimento de utilidade social, produtividade saudável;
• Importância da instituição empregadora: significado pessoal, significado profissio-
nal, significado familiar, significado social;
• Vida social: relação trabalho-casa, relação trabalho-família, relação trabalho-amigos, 
relação trabalho-lazer, relação trabalho-sociedade.
Fonte: Adaptado de FERREIRA, 2013
A ergonomia pode subsidiar ideias de proteger o trabalhador dos riscos físicos, 
ambientais e psicológicos provocados, principalmente, pelo sistema capitalista, que 
visa sempre ao lucro mediante aumento da produção, intensificando o fluxo de tra-
balho e delimitando seu tempo, sem se preocupar com o conforto do funcionário.
A atuação preventiva do fisioterapeuta ergonomista visa diminuir desconfortos 
e aumentar a qualidade de vida de colaboradores, o que, consequentemente, pode 
corroborar os benefícios à empresa. Ao se tratar disfunções e alterações ocorridas 
por ocupação profissional, o objeto de ação é um elemento integrante da ergonomia, 
a partir do momento em que orienta quanto a posicionamento e posturas durante o 
efetivo trabalho. Desse modo, ao especificar um procedimento a cada colaborador, 
propicia a programação de exercícios preventivos para relaxamento de estruturas 
que compõem o corpo humano (NASCIMENTO; OLIVEIRA, 2013).
Diniz et. al. (2008) destacam que a ergonomia irá sintetizar todos os conheci-
mentos adquiridos sobre anatomia, fisiologia, biomecânica, sistema nervoso, cine-
sioterapia, dentre outras disciplinas, a serem aplicados também ao planejamento de 
máquinas, ferramentas e estratégias, bem como utilizados à disposição dos postos 
laborais no sentido de como agir, para uma melhor eficiência tanto dos homens 
como das máquinas.
Para Deliberato (2002), as estratégias na atenção preventiva estão na modifica-
ção dos postos de trabalho, na redução da repetitividade e no uso do sistema de 
alternância das tarefas, no descanso durante a jornada de trabalho e na conscien-
tização dos trabalhadores pelas atividades educativas. Os trabalhadores possuem 
uma tendência maior a habituar-se ao espaço de trabalho do que adaptar esses 
ambientes às suas necessidades.
Nascimento (2012) ressalta que a ergonomia consente a confrontação da tare-
fa prescrita com a realizada, bem como proporciona um diagnóstico de maneira 
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17
objetiva às possíveis alterações ou adaptações necessárias à melhoria do posto de 
trabalho, da organização do trabalho ou das condições ambientais a que são subme-
tidos esses trabalhadores, sendo de responsabilidade do Fisioterapeuta do Trabalho, 
ou fisioterapeuta ergonômico.
1ª etapa
Análise das 
demandas 
ergonômicas
2ª etapa
Análise das 
condições 
de trabalho
3ª etapa
Análise da 
carga física dos 
trabalhadores
4ª etapa
Diagnóstico 
Ergonômico
5ª etapa
Recomendações 
Ergonômicas
Figura 4 – Demandasda organização laboral
Figura 5 – Ergono mia postural
Fonte: Getty Images
Dessa maneira, quais vantagens a organização tem ao investir na ergonomia?
Benefícios da ergonomia:
• Aumento na produtividade das organizações;
• Elevação do bom clima organizacional favorável;
• Trabalhadores com mais satisfação profissional;
• Diminuição de riscos de acidentes e doenças ocupacionais;
• Redução no número de atrasos e faltas;
• Diminuição no número de pedidos de demissão;
• Menos riscos deletérios dos aspectos emocionais (ansiedade, estresse e depressão).
17
UNIDADE Ergonomia e Segurança do Trabalho
A seguir, vamos ampliar nosso conhecimento sobre os aspectos ergonômicos.
• Orientações Ergonômicas, disponível em: https://bit.ly/3kVZPo8
• Cartilha de ergonomia, disponível em: https://bit.ly/3iJXKd4
Frente aos conceitos da segurança do trabalho e da ergonomia, a busca constante 
pelo bem-estar físico e mental é um processo contínuo na vida humana. Assim, a Er-
gonomia e a segurança na saúde do trabalhador contribuem com a qualidade de vida, 
saúde e bem-estar dos funcionários, bem como dos empregadores. A má postura, 
equipamentos não adequados ou não ajustados ao colaborador e as alterações dele-
térias dos aspectos biopsicossociais, advindas dos transtornos causados no ambiente 
laboral, podem causar males para a saúde e reduzir a produtividade no trabalho.
Desse modo, faz-se necessário difundir aspectos na ergonomia que são a segu-
rança no trabalho e a prevenção de acidentes de trabalho. Ambos, em consonância, 
podem estabelecer locais, ferramentas e estratégias adequadas para o colaborador 
exercer as suas atividades diárias, além de usar métodos laborais que facilitam sua 
rotina nos espaços de trabalho.
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19
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Ergonomia: História, Conceitos e Aplicabilidade
https://youtu.be/nDwRnirgxKE
Fisioterapia na Saúde do Trabalhador
https://youtu.be/oD2PLVHAE1g
 Leitura
A Evolução Histórica da Ergonomia no Mundo e seus Pioneiros
https://bit.ly/3g27y0c
Fisioterapia Preventiva na Avaliação Ergonômica de um Escritório
https://bit.ly/349RpU1
Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora Nº 17
https://bit.ly/3g9j1LB
19
UNIDADE Ergonomia e Segurança do Trabalho
Referências
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<https://www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=2344>. Acesso em: 26 mai. 2020.
NASCIMENTO, D. P. A atuação do Fisioterapeuta nas Indústrias. Disponível em: 
<http://trabalhecomsaude.blogspot.com/2012/10/a-atuacao-do-fisioterapeuta-nas.
html>. Acesso em: 22/05/2020.
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Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Danilo Cândido Bulgo
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Fisioterapia e Ergonomia na Saúde do Trabalhador
Fisioterapia e Ergonomia 
na Saúde do Trabalhador
 
 
• Evidenciar o papel do fisioterapeuta no que tange à saúde do trabalhador e às doenças 
relacionadas ao espaço laboral;
• Conhecer o Programa 5S, o Censo de Ergonomia e o Questionário Nórdico de 
Sintomas Osteomusculares.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• Programa 5S.
UNIDADE Fisioterapia e Ergonomia na Saúde do Trabalhador
Introdução
Durante a disciplina de Ergonomia e Saúde do Trabalhador, diversos conceitos 
foram apresentados, porém agora vamos aprofundar os conceitos e a importância 
do fisioterapeuta do trabalho, também conhecido como fisioterapeuta ergonomista.
O Decreto-lei nº 938, de 13 de outubro de 1969, aponta que o Fisioterapeuta 
é um profissional da área da saúde responsável pela execução de métodos e téc-
nicas fisioterapêuticas, com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a 
capacidade física do paciente (BRASIL, 2001).
Desse modo, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional 
(COFFITO) destaca que:
A Fisioterapia é uma ciência da saúde que estuda, previne e trata os dis-
túrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo 
humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças ad-
quiridas. Fundamenta suas ações em mecanismos terapêuticos próprios, 
sistematizados pelos estudos da biologia, das ciências morfológicas, fisio-
lógicas, patológicas, bioquímicas, biofísicas, biomecânicas, cinesioterápi-
cas, além das disciplinas sociais e comportamentais. (COFFITO, 2009)
Assim, a fisioterapia amplia sua gama de atendimentos em diversas áreas do cam-
po da saúde, muitas já consolidadas, como neurologia, área hospitalar, traumatologia 
e ortopedia, etc. Em meadosde 1998, fisioterapeutas atuantes na área da saúde do 
trabalhador se mobilizaram para criar a Associação Nacional de Fisioterapia do Tra-
balho, visando organizar e normatizar essa área em grande crescimento no Brasil. 
Em 2003, o Coffito publicou a Resolução 259/03, que reconhece a área de atuação 
da Fisioterapia do Trabalho, dando referência aos procedimentos em saúde do traba-
lhador do profissional fisioterapeuta (BAÚ, KLEIN, 2009).
A partir desse momento, outros profissionais se reuniram em prol desse objetivo, 
realizando em 2006, durante o II Congresso Brasileiro de Fisioterapia do Trabalho 
(FISIOTRAB), em Curitiba/PR, a criação da Associação Brasileira de Fisioterapia 
do Trabalho (ABRAFIT), entidade exclusiva existente hoje no Brasil a representar 
essa especialidade.
A especialidade em Fisioterapia do Trabalho foi reconhecida pelo Conselho Fe-
deral de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) pela Resolução COFFITO 
n.º 351, de 13 de junho de 2008, garantindo, assim, o direito dos fisioterapeutas de 
exercerem tal especialidade.
Leia mais sobre a Resolução que reconhece a Fisioterapia do Trabalho como especialidade 
fisioterapêutica, disponível em: https://bit.ly/2QF1Rv7
Com o objetivo de aumentar e melhorar a qualidade de vida e o desempenho do 
trabalhador, a fisioterapia do trabalho se desenvolveu como um ramo da fisioterapia, 
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frente às necessidades de acompanhamento do crescimento das tarefas, abordando 
aspectos como ergonomia, biomecânica e outras ciências (BAÚ, 2002).
O fisioterapeuta ergonomista avalia, previne e trata lesões decorrentes das ati-
vidades realizadas nos ambientes laborais, além de realizar o estudo ergonômico 
junto ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Tra-
balho (SESMT), trabalha na atenção primária com palestras de conscientização 
e também em treinamentos preventivos de doenças relacionadas ao trabalho; 
ademais, realiza avaliação postural e análise das tarefas nos postos de trabalho, 
desenvolve programas de ginástica laboral e é responsável pelos tratamentos 
fisioterápicos com a utilização de todos os recursos fisioterapêuticos disponíveis, 
com um ambulatório dentro da própria empresa (KLEINOWSKI, 2010).
Importante !
O Ministério do Trabalho (MTE), por meio da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), 
especifica e detalha suas práticas comprovadas nessa área, distinguindo áreas de ativi-
dade, competências pessoais e recursos de trabalho, destacando que o especialista fi-
sioterapeuta do trabalho executa: avaliação dos trabalhadores; estabelece o diagnóstico 
fisioterapêutico; planeja estratégias de intervenção; implementa ações de intervenção; 
educa em saúde; gerencia serviços de saúde; executa atividades técnico-científicas; tra-
balha com segurança, entre outras atividades (BAÚ, 2002).
Figura 1 – Fisioterapia e ergonomia
Fonte: Getty Images
Nos dias atuais, a sociedade, dinâmica e voltada aos aspectos sociais, culturais 
laborais e educacionais, faz com que o trabalhador trabalhe com uma carga horá-
ria mínima de 8 horas de jornada diárias, desempenhando diferentes atividades, 
tornando-se necessário que o ambiente de trabalho seja adequado para minimizar e 
até eliminar os riscos que possam provocar acidentes e alterações à saúde.
Uma das áreas mais atuantes do fisioterapeuta do trabalho dentro do contexto 
laboral é no enfrentamento da redução de lesões por esforços repetitivos (LER) 
ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), que se têm 
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UNIDADE Fisioterapia e Ergonomia na Saúde do Trabalhador
constituído em grande problema da saúde pública nos países industrializados, sendo 
consideradas como uma síndrome relacionada ao trabalho, caracterizada pela ocor-
rência de vários sintomas concomitantes ou não, geralmente localizada nos membros 
superiores (BRASIL, 2003).
A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho e Em-
prego (MTE) define, ainda, o fisioterapeuta como Cinesiólogo Fisioterapeuta e des-
creve que este profissional atende pacientes e clientes para prevenção, habilitação e 
reabilitação, realiza diagnóstico específico, desenvolvendo programas de prevenção, 
promoção de saúde e qualidade de vida. A aplicação dos princípios de ergonomia 
pode propiciar uma interação adequada e confortável do ser humano com os objetos 
que maneja e com o ambiente de trabalho, aumentando, assim, o seu desempenho.
Veja na prática a atuação de um fisioterapeuta do trabalho no vídeo 
disponível em: https://youtu.be/QleQ1lqtZeU
Os riscos ergonômicos na saúde do trabalhador são provenientes de movimenta-
ção e posturas inadequadas, transporte de equipamentos pesados e, em atividades 
de organização e assistência, trocas de turnos e trabalhos noturnos. Essas ações 
podem causar à saúde dos trabalhadores problemas de postura, fadiga, hérnias, fra-
turas, torções, contusões, lombalgias e varizes.
De acordo com Ilda (2005) a ergonomia estuda as várias aparências do comportamento 
humano e do posto de trabalho, são eles: homem, máquina, ambiente, informação, 
organização e consequências das atividades.
Figura 2 – Má postura nos espaços laborais
Fonte: Getty Images
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Dessa maneira, as principais atividades realizadas por um fisioterapeuta dentro do 
ambiente de trabalho são:
• Prevenir desconforto ou queixas musculoesqueléticas nas atividades laborais;
• Estudar a ergonometria do trabalho, junto à equipe de saúde e segurança 
do trabalho;
• Promover palestras de conscientização, capacitação e treinamento preventivo 
de doenças ocupacionais de trabalho;
• Realizar orientações posturais e ergonômicas aos trabalhadores (dentro e fora 
do ambiente de trabalho e durante a execução de suas atividades ocupacionais);
• Avaliar a postura e analisar a biomecânica das tarefas nos postos de trabalho, 
promovendo a adequação do posto e das posturas para um melhor desempenho;
• Desenvolver programas de ginástica laboral;
• Realizar o tratamento das patologias ou das queixas musculoesqueléticas dos 
trabalhadores, dentro ou fora da empresa.
Após conceituar alguns aspectos importantes acerca do fisioterapeuta do traba-
lho, a seguir iremos identificar alguns métodos utilizados na rotina desse profissional. 
Vamos lá?
Programa 5S
O 5S teve seu início na década de 1950, no Japão. Após a Segunda Guerra Mun-
dial, o país estava arrasado, necessitando de reconstrução e transformação. A nação 
necessitava, então, adotar padrões da “Qualidade Total” para o desenvolvimento 
eficaz e eficiente. Já no cenário brasileiro, sua origem foi em meados da década de 
1990 e tem sido de grande relevância para o ambiente de qualidade.
Esse programa se destaca por ser uma ferramenta de origem japonesa utilizada 
para obtenção da qualidade em diversos ambientes, inclusive nos postos de traba-
lho. Nesses ambientes em particular, o programa permite promover a disciplina e 
o senso de responsabilidade do trabalhador com os seus objetos de trabalho. Além 
disso, a consciência de estar executando as atividades sem desperdícios, usando, 
assim, o seu senso de utilização. Portanto, mais do que buscar a qualidade em am-
bientes, busca desenvolvê-la nas pessoas (GODOY, BELINAZO, PEDRAZZI, 2001).
Para Martins (1996, p. 22), “[...] aqueles que tiverem do 5S apenas uma visão 
restrita, ligada a arrumação e a limpeza, é preciso que fique claro: o que importa é o 
ambiente de qualidade, no qual as pessoas tenham senso de qualidade”.
Desse modo, faz-se necessário compreender os cinco sensos que dão nome ao Pro-
grama 5S, cuja origem está relacionada com as palavras japonesas seiri, seiton, seiso, 
seiketsu, shitsuke. Em português, são conhecidos como: senso de utilização, senso 
de organização, senso de limpeza, senso de saúde e senso de autodisciplina.
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UNIDADE Fisioterapia e Ergonomia na Saúde do Trabalhador
O Programa 5S é muito interessante no espaço laboral, amplie seu conhecimento assistindo ao 
vídeo disponível em: https://youtu.be/ZaS__xBWif4
Programa 5S
1. SEIRI
Sensode Utilização
Ter só o necessário, na
quantidade certa
1. SEITON
Senso de Ordenação
Um lugar para cada coisa,
cada coisa em seu lugar
1. SEISO
Senso de Limpeza
Limpar é inspecionar e
tornar problemas visíveis
1. SEIKETSU
Senso de Padronização
Crie processos e sistemas
para manter e melhorar
1. SHITSUKE
Senso de Autodisciplina
Manter um ambiente de 
trabalho estável é
melhorar continuamente
Figura 3 – Programa 5S: conceitos
Vamos conhecer o significado dos 5S?
Nakagawa (2012) destaca os seguintes aspectos:
• SEIRI – senso de utilização: esse “S” diz respeito à utilização mais eficiente dos 
recursos disponíveis, seja com relação aos materiais necessários para a produção, 
seja quanto ao aproveitamento do ambiente físico, buscando evitar o desperdício 
e a permanência de materiais desnecessários no espaço de produção;
• SEITON – senso de organização: esse princípio visa estabelecer uma ordem 
no processo de produção, de modo que cada elemento tenha o seu lugar e fun-
ção a desempenhar. Portanto, é crucial estabelecer uma organização capaz de 
facilitar as atividades de produção;
• SEISO – senso de limpeza: tal senso dirige a atenção aos aspectos pessoais, 
bem como àqueles inerentes ao ambiente e processo de trabalho. O tema da 
limpeza se relaciona diretamente com a saúde e bem-estar dos trabalhadores, 
por isso é essencial a ideia de cooperação nesse ponto;
• SEIKETSU – senso de normalização: para o bom funcionamento da empresa e 
melhor desempenho na produtividade, é preciso implantar valores e normas a serem 
internalizados e, então, observados por todos os colaboradores. Aliás, a NR 1, nos 
itens 1.7, letra “a”, e 1.8, letra “a”, deixa claro que a empresa pode criar regulamentos 
sobre segurança do trabalho na empresa, mas isso é assunto para outro artigo;
• SHITSUKE – senso de disciplina: por fim, esse princípio visa garantir a apli-
cação de todo o sistema, uma vez que valoriza a atenção e autogestão por parte 
dos funcionários. O senso de disciplina permite um monitoramento mais eficaz 
e garante o funcionamento da metodologia e seus impactos na gestão.
Como implementar o Programa 5S na empresa?
1. Escolha um departamento para começar o programa: O 5s requer a 
utilização de recursos. Assim, é interessante ampliar a atenção no setor 
onde o retorno será mais ágil e visível;
2. Faça a implantação por etapas: Cada “S” deve ser implantado no seu 
devido tempo, bem como a duração de cada etapa, devendo ser o sufi-
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ciente para que as pessoas envolvidas absorvam os conceitos e comecem 
a adotar os mesmos como rotina de trabalho. A aplicação de avaliações 
periódicas e utilização de quadros de gestão à vista ajudam a avaliar se a 
metodologia está sendo absorvida pela organização de forma adequad a;
3. Treinamentos, palestras e cursos : Proporcione palestras, cursos e trei-
namentos para todos os funcionários, desde aqueles que estão no chão 
de fábrica até gerentes e diretore ;
4. Equipes multidisciplinares : Elabore equipes multidisciplinares e insira-
-as em diferentes setores. Estas equipes irão mapear os problemas, os 
desperdícios e os riscos, criando planos de ação e procedimentos para 
manter a ferramenta em um ciclo de melhoria contínu a;
5. Seja consistente e realista : Tire fotos do novo padrão estabelecido, 
crie rotinas de limpeza, organização e principalmente: seja consistente 
e realista quanto às metas e padrões estabelecidos. Cada organização 
funciona de uma maneira diferente e é fundamental que os conceitos 
aplicados sejam adequados à forma de trabalho.
Vale ressaltar que a implementação dessa metodologia não acontece de uma 
hora para outra. Assim, o gestor e a equipe multidisciplinar irão juntos definir o 
conjunto de processos que deverão acontecer, bem como sua periodicidade. Nes-
se tipo de programa, é interessante formar um comitê que garanta a continuidade 
do projeto. Após a conclusão da sua implementação, deve sempre existir manu-
tenção, de modo a não haver regressão nos valores adquiridos.
E quais são os benefícios do Programa 5S?
• Elevação da produtividade pela redução da perda de tempo procurando
por objetos;
• Redução de gastos e melhor aproveitamento de materiais;
• Melhoria da qualidade de produtos e serviços;
• Redução de acidentes do trabalho.
• Maior satisfação das pessoas com o ambiente de trabalho e com o cargo exercido.
Após conhecer o Programa 5S, que é um dos métodos utilizados, vamos identi-
ficar dois aspectos bastante utilizados no cenário ergonômico: o Censo de Ergono-
mia e o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares.
O Censo de Ergonomia ou Ergonômico é uma ferramenta elaborada em forma 
de questionário, por meio da qual o trabalhador expressa sua percepção a respeito 
do posto de trabalho e da atividade que exerce na empresa. Os principais objetivos 
desta ferramenta são:
• Investigar os principais tipos de desconforto relacionados ao trabalho (fadiga, 
choque, formigamento, dor, etc.);
• Classificar a intensidade (desconforto leve, moderado ou intenso) e relacioná-la 
ou não com o trabalho; 
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UNIDADE Fisioterapia e Ergonomia na Saúde do Trabalhador
• Obter dos trabalhadores sua visão sobre possíveis melhorias nas condições 
de trabalho;
• Identificar situações de trabalho causadoras de lesões ou afastamentos relacio-
nados à condição de ergonomia do trabalho e mapear diversas áreas da empresa 
quanto à prevalência de problemas ergonômicos (COUTO; CARDOSO, 2001).
Importante!
Definição dos objetivos
• Detectar situações de trabalho causadoras de lesões ou afastamentos relacionados à con-
dição de ergonomia do trabalho;
• Detectar situações causadoras de dor ao executar a tarefa;
• Detectar as situações causadoras de desconforto, dificuldade e fadiga;
• Mapear diversas áreas da empresa quanto à prevalência de problemas ergonômicos;
• Obter dos trabalhadores sua visão sobre possíveis melhorias nas condições de trabalho.
Ainda de acordo com Couto e Cardoso (2001), o Censo Ergonômico é compos-
to por uma ilustração do corpo humano dividida em pescoço, braços, coluna, qua-
dril e pernas, assim o trabalhador irá destacar o local de maior desconforto e dor. 
As questões estão relacionadas com cada área anatômica e auxiliam na identificação 
de possíveis dores ou desconfortos que esses trabalhadores sentem (nos últimos seis 
meses ou em menos tempo, e se a dor/desconforto é atual).
A seguir, você poderá visualizar o questionário Censo Ergonômico. 
Disponível em: https://bit.ly/3h4X7dv
A aplicação do questionário possui características importantes, como o sigilo pro-
fissional, sendo passado esse compromisso ao trabalhador, antes de o mesmo pre-
encher o documento. Deve existir uma postura crítica do responsável pela aplicação 
do censo em relação ao tipo de resposta.
Dessa maneira, é fundamental que a resposta do censo seja entregue em mãos 
do profissional responsável pela aplicação, que irá olhar o resultado do mesmo e 
confrontar alguns aspectos imediatamente com o trabalhador; por exemplo, quando 
o trabalhador responde que sua queixa está relacionada ao trabalho, cabe ao pes-
quisador entender por que e avaliar criticamente a consistência da resposta, fazendo 
alguma modificação que julgar necessário.
Como guia prático, quando o trabalhador informa que seu desconforto está rela-
cionado ao trabalho, ele deverá ser questionado sobre alguma sugestão de melhoria. 
É interessante esse questionário, pois o profissional está diretamente ligado aos fun-
cionários, e perceber as falas advindas dos trabalhadores pode fortalecer o vínculo 
nos espaços laborais.
A seguir, vamos conhecer o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares.
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O Nordic Musculoskeletal Questionnaire, traduzido para o português como 
Questionário Nórdico Osteomuscular, foi elaborado com a proposta de realizar a 
padronização e a mensuração de relato de sintomas osteomusculares e, assim, auxiliar 
na comparação dos resultados. Vale ressaltar que esse questionário é uma ferramenta 
que visa à identificação dedistúrbios osteomusculares e, como tal, pode constituir 
importante instrumento de diagnóstico do ambiente ou do posto de trabalho.
Apesar das limitações que podem ocorrer em qualquer aplicação de instrumentos 
de autoavaliação, a simplicidade e os bons índices de confiabilidade do questionário 
nórdico osteomuscular indicam-no para utilização em investigações epidemiológi-
cas e estudos que busquem mensurar a incidência dos sintomas osteomusculares nos 
espaços laborais (PINHEIRO, TRÓCCOLI, CARVALHO, 2002).
Sua aplicação é bem fácil e rápida, visto que o trabalhador deve relatar a ocorrência 
dos possíveis sintomas, considerando os 12 meses e os sete dias precedentes à entrevista, 
bem como relatar a ocorrência de afastamento das atividades rotineiras no último ano.
Para facilitar a aplicação, o instrumento é composto pela vista posterior de uma figura 
do corpo humano, dividida em nove regiões anatômicas, são elas: as regiões dos membros, 
pescoço, ombros, parte superior e inferior das costas, cotovelos, punhos/mãos, quadril/
coxas, joelhos e tornozelos/pés. O trabalhador entrevistado responderá sobre a presença 
de dor musculoesquelética em alguma das nove áreas anatômicas, sobre o impedimento 
para realizar atividades normais e sobre a necessidade de consulta por um profissional da 
área de saúde, assinalando com um X as opções de resposta: Sim ou Não.
Observe o questionário a seguir:
Figura 4
Fonte: biblioteca.asav.org
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UNIDADE Fisioterapia e Ergonomia na Saúde do Trabalhador
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Figura 5
Fonte: biblioteca.asav.org
Assim, pode-se observar, ao se inserir uma boa prática de investigação na 
saúde do trabalhador, que um mau dimensionamento do posto de trabalho 
pode se tornar um forte facilitador para o surgimento de patologias, mesmo 
que o funcionário não tenha longas jornadas de trabalho.
Por esse motivo, o fisioterapeuta, integrado nas organizações, pode desenvolver 
ações e estratégias na atenção primária, secundária e terciária, a fim de promover 
a saúde do trabalhador e, consequentemente, elevar os índices de qualidade de vida 
nos espaços laborais.
Em Síntese
Vale destacar que existem diferentes ferramentas que são utilizadas na prática que in-
vestiga a saúde do trabalhador, é essencial que a atuação nessa área da fisioterapia seja 
aperfeiçoada a cada dia. 
Essas foram três maneiras de contextualizar a área!
Caso queira ampliar seus conhecimentos, estude o Método Owas e o Método Rulas, que 
se destacam na área da fisioterapia na saúde do trabalhador.
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UNIDADE Fisioterapia e Ergonomia na Saúde do Trabalhador
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Análise ergonômica do setor de prensagem para a produção de 
solados em uma empresa calçadista da cidade de Franca-SP
ALMEIDA, L. B. de; BACHUR, J. A.; QUEMELO, P. R. V. Análise ergonômica do 
setor de prensagem para a produção de solados em uma empresa calçadista 
da cidade de Franca-SP. Investigação, 2010; 10:69-73.
https://bit.ly/3gsDxXy
Manual sobre ergonomia: em direção a uma universidade saudável
FERREIRA, N. L. et al. Manual sobre ergonomia: em direção a uma universidade 
saudável. Universidade Estadual de Campinas, 2001. 
https://bit.ly/34yWTIi
Design e tecnologia: uma abordagem bibliométrica no periódico Design Studies
PASCHOARELLI, L. C.; MIRA, F.; LAGO, L.; ANGELO, J. C. de. Design e 
tecnologia: uma abordagem bibliométrica no periódico Design Studies. Logo, v. 
6, n. 1, 2017.
https://bit.ly/3aTa202
NR17 – Ergonomia
https://bit.ly/2Yx6TOz
18
19
Referências
BAÚ, L. M. S .; KLEIN, A. A. O reconhecimento da especialidade em fisioterapia 
do trabalho pelo COFFITO e Ministério do Trabalho/CBO: uma conquista para 
a fisioterapia e a saúde do trabalhador. Brazilian Journal of Physical Therapy,
v. 13, n. 2, p. V-VI, 2009.
 ________. Fisioterapia do trabalho: ergonomia, legislação, reabilitação. Curitiba: Ed. 
Clãdosilva, 2002.
BIFF, P. Avaliação da capacidade funcional e prevalência de sintomas osteomus-
culares em trabalhadores de uma indústria de materiais elétricos de Caxias do Sul, 
RS. 2006.
BRASIL. Ministério de Saúde. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de pro-
cedimentos para os serviços de saúde. Brasília, DF; 2001.
 ________. Instrução Normativa INSS/DC nº 98, de 05 de dezembro de 2003. 
Anexo – Seção I. Atualização clínica das Lesões por Esforços Repetitivos (LER). Dis-
túrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Disponível em: <https://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ler_dort.pdf>. Acesso em: 23/05/2020.
CAVALCANTE, N. J. F.; MONTEIRO, A. L. C.; BARBIERI, D. D. Atualidades em 
DST/AIDS: biossegurança. São Paulo: Programa de DST. AIDS, 2003.
COUTO, H. A. Gerenciando a LER e os DORT nos tempos atuais. Belo Horizonte: 
ERGO Editora, 2007.
 ________; CARDOSO, O. S. Censo de ergonomia: questionário. 2001.
________. Como instituir a ergonomia na empresa. Belo Horizonte: Ergo
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GODOY, L. P.; BELINAZO, D. P .; PEDRAZZI, F. K. Gestão da qualidade total e as 
contribuições do programa 5S. XXI ENEGEP, 2201, p. 21.
MARTINS, D. S. O ambiente da qualidade. Belo Horizonte: Littera Maciel. Funda-
ção Christiano Ottoni, 1996.
NAKAGAWA, M. FERRAMENTA: 5S para empreendedores. Disponível em: 
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PINHEIRO, F. A., TRÓCCOLI, B. T.; CARVALHO, C. V. Validação do Ques-
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Site Visitado
CONSELHO Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Disponível em: <ht-
tps://www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=2344>. Acesso em: 23/05/2020.
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Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Danilo Cândido Bulgo
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Riscos, Prevenção de Riscos e Primeiros Socorros
Riscos, Prevenção de Riscos 
e Primeiros Socorros
 
 
• Possibilitar ao estudante o conhecimento dos riscos e prevenção de riscos nos mais varia-
dos ambientes;
• Conhecer o que é a biossegurança e sua relevância na saúde do trabalhador;
• Identificar a importância dos primeiros socorros e a atuação fisioterapêutica. 
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Riscos Físicos, Químicos, Biológicos;
• Noções de Biossegurança;
• Conhecendo Noções Básicas para os Primeiros Socorros.
UNIDADE Riscos, Prevenção de Riscos e Primeiros Socorros
Riscos Físicos, Químicos, Biológicos
Os riscos no ambiente de trabalho recebem a classificação referente a cinco 
tipos distintos, de acordo com a Portaria nº 3.214, do Ministério do Trabalho do 
Brasil, de 1978. Essa Portaria aponta diversas normas regulamentadoras que 
solidificam a legislação trabalhista, relativas à segurança e medicina do trabalho. 
Desse modo, vamos identificar a classificação dos riscos na sua Norma Regula-
mentadora nº 5 (NR-5):
Riscos e seus Agentes
• Riscos de acidentes: Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação 
vulnerável e possa afetar sua integridade, e seu bem estar físico e psíquico. São 
exemplos de risco de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, pro-
babilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento 
inadequado etc.;
• Riscos ergonômicos: Qualquer fator que possa interferir nas características 
psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. 
São exemplos de risco ergonômico: o levantamento de peso, ritmo excessivo de 
trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho etc.;
• Riscos físicos: Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de 
energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, calor, 
frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibração etc.;
• Riscos químicos: Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, com-
postos ou produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pela via 
respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases, neblinas, névoas