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Princípios da Histologia

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Princípios da Histologia 
PREPARAÇÃO DO TECIDO 
As amostras mais estudadas na histologia são 
aquelas rotineiramente coradas com hematoxilina 
e eosina. 
O conjunto de lâminas fornecido a cada estudante para 
ser estudado com o microscópio óptico ou de luz é 
composto basicamente por amostras fixadas em 
formalina, embebidas em parafina e coradas com 
hematoxilina e eosina (H&E). 
1. A primeira etapa no preparo de uma amostra de 
tecido ou órgão é a fixação, necessária para 
preservar a sua estrutura. 
Fixação, em geral por uma substância química ou 
uma mistura de substâncias químicas, preserva de 
maneira permanente a estrutura do tecido para 
tratamentos posteriores. As amostras devem ser 
imersas em um fixador imediatamente após serem 
retiradas do corpo. A fixação é usada para: 
✓ Parar o metabolismo celular 
✓ Evitar a degradação enzimática de células e 
tecidos pela autólise (autodigestão) 
✓ Exterminar microrganismos patogênicos, tais 
como bactérias, fungos e vírus 
✓ Enrijecer o tecido como resultado de formação 
de ligações cruzadas ou desnaturação das 
moléculas de proteínas. 
O fixador mais utilizado é a formalina. Como o 
formaldeído não altera, de maneira significativa, a 
estrutura tridimensional, as proteínas mantêm sua 
capacidade de reagir com anticorpos específicos. No 
entanto, como ela não reage com os lipídios, é um 
fixador ruim para as membranas celulares. 
2. Em uma segunda etapa, o espécime é 
preparado para inclusão ou embebição na 
parafina para possibilitar a obtenção de cortes 
histológicos. 
3. Na terceira etapa, o espécime é corado para 
possibilitar a análise. 
Os cortes de tecido podem ser corados com 
hematoxilina dissolvida em água. Por sua natureza 
básica, a hematoxilina vai corar os ácidos nucleicos 
dos núcleos. Após a hematoxilina, os cortes são 
lavados em água e em seguida corados pela eosina, 
um corante de natureza ácida e que irá corar os 
componentes básicos predominantes no citoplasma 
das células. 
Após a coloração, as amostras são então 
diafanizadas em xilol ou toluol. Para a obtenção de 
um preparado permanente, os cortes são cobertos 
com uma lamínula de vidro muito fina utilizando-se 
como adesivo uma pequena quantidade de bálsamo 
do canadá. 
 
A: Hematoxilina B:Eosina C:Hematoxilina+Eosina 
CORANTES ÁCIDOS E BÁSICOS 
Hematoxilina e eosina (H&E) são os corantes mais 
usados para os estudos histológicos. 
Um corante ácido, como eosina, carrega uma carga 
global negativa na sua porção colorida e é descrito pela 
fórmula geral [Na+ corante–]. 
Um corante básico carrega uma carga global positiva 
na sua porção colorida e é descrito pela fórmula geral 
[corante+ Cl–]. A hematoxilina, embora não se 
enquadre na definição de um cortante estritamente 
básico, possui propriedades semelhantes às de um 
corante básico. 
Os corantes básicos reagem com os componentes 
aniônicos das células e dos tecidos (componentes com 
carga negativa). Os componentes aniônicos incluem os 
seguintes grupos: fosfato dos ácidos nucleicos; sulfato 
dos glicosaminoglicanos; e carboxilas das proteínas. A 
capacidade de tais grupos aniônicos em reagir com um 
corante básico é chamada de basofilia (atração pela 
base). Os componentes de tecidos que coram com 
hematoxilina também exibem basofilia. 
Um número limitado de substâncias dentro das células 
e na matriz extracelular apresenta basofilia. 
Essas substâncias incluem: 
✓ Heterocromatina e nucléolos do núcleo 
(principalmente pela presença dos grupos fosfato 
ionizados nos ácidos nucleicos de ambos) 
✓ Componentes citoplasmáticos como o 
ergastoplasma (em decorrência de grupos fosfato 
ionizados no RNAribossômico) 
✓ Compostos extracelulares como os carboidratos 
complexos da matriz da cartilagem (pela existência 
de grupos sulfato ionizados) 
A reação dos grupos aniônicos varia com o pH. Deste 
modo: 
✓ Em um pH elevado (em torno de 10), todos os 
três grupos estão ionizados e disponíveis para 
reação por meio de ligações eletrostáticas com o 
corante básico. 
✓ Em um pH levemente ácido a neutro (5 a 7), os 
grupos sulfato e fosfato estão ionizados e 
disponíveis para reação com o corante básico por 
meio de ligações eletrostáticas. 
✓ Em um pH menor (abaixo de 4), apenas os 
grupos sulfato permanecem ionizados e reagem 
com os corantes básicos. 
Portanto, a coloração com os corantes básicos em um 
pH específico pode ser usada para identificar grupos 
aniônicos específicos. Como esses grupos são 
encontrados principalmente em algumas 
macromoléculas, a coloração serve como indicador de 
tais macromoléculas. 
Os verdadeiros corantes básicos, diferentemente da 
hematoxilina, não costumam ser usados em 
sequências nas quais o corante básico seja seguido 
por um corante ácido. Isso ocorre porque o corante 
básico tende a se dissociar do tecido durante as 
lavagens com solução aquosa, praticadas entre as 
duas soluções de corante. 
Os corantes ácidos reagem com os grupos catiônicos 
nas células e tecidos, em particular com os grupos 
amino das proteínas. 
A reação dos grupos catiônicos com um corante ácido 
é chamada de acidofilia (atração pelo ácido). As 
reações dos componentes de células e tecidos com os 
corantes ácidos não são tão específicas nem tão 
precisas como as reações com corantes básicos. 
A coloração com os corantes ácidos é menos 
específica, mas alguns componentes intracelulares e 
da matrizextracelular exibem acidofilia. 
Essas substâncias incluem: 
✓ A maioria dos filamentos citoplasmáticos, em 
especial das células musculares 
✓ A maioria dos componentes membranosos 
intracelulares e boa parte do citoplasma não 
especializado 
✓ A maioria das fibras extracelulares (principalmente 
pela existência de grupos amino). 
 
MICROSCOPIA 
A interpretação correta das imagens microscópicas é 
muito importante, pois os órgãos são tridimensionais, 
enquanto os cortes histológicos são bidimensionais. 
O poder de resolução é a capacidade de uma lente de 
microscópio ou sistema óptico em produzir imagens 
separadas de objetos próximos um do outro. O poder 
de resolução de um microscópio de campo claro. 
Além da microscopia de campo claro, os outros 
sistemas ópticos l: microscopia de contraste de fase, 
microscopia de campo escuro, microscopia de 
fluorescência, microscopia confocal de varredura e 
microscopia ultravioleta. 
 
Os microscópios eletrônicos de transmissão (MET) 
usam a interação de um feixe de elétrons com o 
espécime para produzir uma imagem. 
As etapas do preparo para MET são semelhantes às 
etapas para microscopia de luz, exceto pelos fixadores 
que são diferentes, assim como os meios de inclusão 
e os corantes que são substituídos por metais 
pesados. 
Os microscópios eletrônicos de varredura (MEV) usam 
elétrons refletidos ou forçados a sair da superfície do 
espécime, os quais são coletados por detectores e 
reprocessados para formar uma imagem. 
Os microscópios de força atômica (MFA) consistem em 
microscópios não opticos que usam uma sonda ultra-
afiada, pontiaguda (cantiléver) que é arrastada sobre a 
superfície de um espécime. Os movimentos de subir e 
descer do cantiléver são registrados e transformados 
em uma imagem

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