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MEIO AMBIENTE E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL EVOLUÇAO HISTÓRICA DA PREOCUPAÇAO AMBIENTAL 1. DÉCADA DE 1990 Na década de 1990, já havia uma consciência coletiva sobre a importância da preservação e o equilíbrio ambiental. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida também como Cúpula da Terra ou Rio 92, realizada na cidade do Rio de Janeiro, resultou em importantes documentos como a Carta da Terra (conhecida como Declaração do Rio) e a Agenda 21. Em 1997, no Japão, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, foi anunciado um tratado internacional chamado Protocolo de Kyoto que estipulava metas para redução de emissões de gases do efeito estufa. A década de 1990 levou a uma mudança no enfoque em relação aos problemas ambientais. O foco passou a ser a otimização do processo produtivo e a redução do impacto ambiental. O conceito de prevenção ganhou destaque e aumentaram os esforços para difusão de tecnologias mais limpas e menos poluentes. Surgiu o conceito de ciclo de vida dos produtos, que busca torná-los ecologicamente corretos desde a fase de concepção até o descarte ou reaproveitamento. A introdução da gestão ambiental e a adoção de códigos de conduta, como o programa de atuação responsável, adotado pelas indústrias químicas, modificam as posturas reativas que marcavam o relacionamento entre as organizações, órgãos de fiscalização e ONGs. Baseada na responsabilidade solidária, a nova postura requer um cuidado maior com a imagem da organização em relação às questões ambientais. Na década de 1990 também entraram em vigor as normas britânicas BS 7750 – Specification for Environment Management Systems, que serviram de base para a elaboração de um sistema de normas ambientais em nível mundial, a série ISO 14000. A integração entre a série ISO 14000 e a série ISO 9000, de gestão da qualidade, representaram um avanço em relação a conservação ambiental e o desenvolvimento em bases sustentáveis. ~ ~ 2. SÉCULO XXI Em, 2002, dez anos após a Rio 92, foi realizada pela ONU, em Johanesburgo, na África do Sul, a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, também conhecida como Rio+10. As discussões englobaram, além da preservação do meio ambiente, também aspectos sociais. Um dos pontos mais importantes da conferência foi a busca por medidas para reduzir, em 50 %, o número de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza (com menos de 1 dólar por dia) até 2015. Foram debatidas questões sobre fornecimento de água, saneamento básico, energia, saúde, agricultura e biodiversidade, além de cobrar atitudes com relação aos compromissos firmados durante a Eco-92 e principalmente colocar em prática a Agenda 21. No entanto, os resultados da Rio+10 não foram muito significativos. Os países desenvolvidos não cancelaram as dívidas das nações mais pobres. Os países integrantes da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), juntamente com os Estados Unidos não assinaram o acordo que previa o uso de 10 % de fontes energéticas renováveis tais como eólica, solar, geotérmica, biomassa, entre outras. Um dos resultados positivos da Rio+10 foi relacionado ao abastecimento de água. Os países concordaram com a meta de reduzir pela metade, o número de pessoas que não têm acesso à água potável e nem a saneamento básico até 2015. Rio+20 é o nome da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro em 2012. Participaram líderes dos 193 países que fazem parte da ONU. O principal objetivo da Rio+20 foi renovar e reafirmar a participação dos líderes dos países com relação ao desenvolvimento sustentável no planeta Terra. Foi, portanto, uma segunda etapa da Cúpula da Terra (ECO-92) que ocorreu há 20 anos na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 teve dois temas principais: A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. esse contexto, a questão ambiental em termos empresariais torna-se um tema menos problemático e transforma-se em uma possível solução para a imagem e credibilidade da organização em relação a sociedade por meio da qualidade e competitividade dos produtos. N Houve um avanço na compreensão sobre o tema das escolhas sustentáveis por parte do senso comum. Ações como escovar os dentes com a torneira fechada ou diminuir o tempo do banho ganharam um sentido mais amplo relacionado a energias renováveis, ciclos de vida de produtos e urgência de mudanças em padrões de consumo. Da mesma forma, as antigas práticas econômicas passam a ser vistas como instrumentos que pressionam os recursos naturais a ponto de inviabilizar o futuro. Ações práticas também aconteceram, tais como, reuniões entre empresas, organizações não governamentais e a administração de grandes metrópoles. Um grupo de 40 megacidades fez um acordo para reduzir suas emissões de gases causadores de efeito estufa, numa quantidade comparável a toda a emissão anual do México. O setor empresarial, que há 20 anos esteve praticamente ausente da Rio-92, durante a Rio+20 liderou a realização de compromissos voluntários, reconhecendo o valor do capital natural e comprometendo-se a usar os recursos naturais de forma responsável. Pessoas representando 1500 empresas de 60 países participaram de eventos do Global Compact, o braço da ONU para relação com a iniciativa privada, e produziram 200 compromissos. Um deles, proposto e difundido pela Rede Brasileira do Pacto Global, está sendo subscrito por centenas de empresas brasileiras. O Pacto Global advoga 10 princípios universais, derivados da Declaração Universal de Direitos Humanos, da Declaração da Organização Internacional do Trabalho sobre Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção. Uma das mais recentes resoluções oficiais da ONU, intitulada O Futuro que Queremos, de 2012, invocando e ratificando um longo elenco de convenções similares anteriores, foi explícita ao dizer que o caminho a ser tomado é o do desenvolvimento sustentável. Nesse documento os Chefes de Estado e de Governo e representantes de alto nível, com a participação da sociedade civil, renovam o compromisso com o ssim ficou evidente que a questão ambiental ultrapassou os limites das ações isoladas e localizadas. Otimização do uso de matérias-primas escassas e não renováveis, racionalização do uso da energia, combate ao desperdício e redução da pobreza convergem para uma abordagem mais ampla do tema ambiental, que pode ser resumido em qualidade ambiental. A desenvolvimento sustentável para assegurar a promoção de um futuro econômico, social e ambientalmente sustentável para o planeta e para as gerações presentes e futuras. Portanto, reconhecem a necessidade de promover o desenvolvimento sustentável como parâmetro principal em todos os níveis, integrando os aspectos econômicos, sociais e ambientais e reconhecendo suas interligações, de modo a atingir um desenvolvimento sustentável em todas as suas dimensões (UNITED NATIONS, 2012).
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