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Relatorio meios de cultura

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1. Técnicas de Esterilização 
 
O controle do crescimento microbiano pode se dar através da exterminação dos 
microganismos (com a utilização de produtos com o sulfixo “cida”) ou da inibição 
do crescimento (com a utilização de procudos com o sulfixo “estático”). 
A assepsia é a prática realizada para se manter o meio livre de qualquer tipo de 
microrganismo contaminante e é indispensável na área médica (principalmente em 
ambiente cirúrigico), em laboratórios microbiológicos, cozinhas e em muitos outros 
ambientes. Para este fim as técnicas de esterilização são muito utilizadas devido a 
sua eficiência. 
Esterilização é o processo no qual todos os microganismos (fungos, bactérias, 
vírus, protozoários, esporos, etc) são eliminados, sejam eles patogênicos ou não. Um 
produto é considerado esterilizado quando não contem nenhuma forma de 
microrganismo vivo. Há muitas técnicas de esterilização, dentre elas processos 
físicos e químicos, entretanto serão citadas aqui as mais utilizadas nos laboratórios 
de microbiologia, inclusive as utilizadas em nosso laboratório. 
 
a. Esterilização por calor úmido 
i. Autoclavagem 
Para a autoclavagem se utiliza um aparelho semelhante a uma 
panela de pressão em seu funcionamento, a autoclave. 
Primeiramente, confere-se a quantidade de água dentro do 
aparelho (que deve estar cobrindo a resistência) e então liga-se o 
mesmo, coloca-se os materiais a serem esterilizados e fecha-se a 
autoclave. A partir do momento que começa a sair vapor d’agua 
contamos 15 minutos para que todo o vapor residual saia. Após 
este período fechamos a rosquinha para que a pressão e 
temperatura interna se elevem. Para que ocorra a esterilização dos 
materiais e meios de cultura é necessário geralmente que se atinja 
a temperatura interna da autoclave de 121ºC por 15 minutos para 
os meios e 30 minutos para as vidrarias. Esta técnica é muito 
utilizada na rotina laboratorial pois destrói todas as formas de 
vida microbiana, inclusive os endósporos bacterianos que são 
muito difíceis de se eliminar. A fim de se verificar a eficiência da 
autoclavagem utiliza-se um indicador biológico comercial, o 
Geobacillus stearothermophilus, que indica se a autoclavação foi 
ou não satisfatória (se for satisfatória os esporos de G. 
stearothermophilus não sobrevivem, do contrário, o meio altera 
sua cor violeta para amarelo, indicando mudança de pH e 
consequente atividade bacteriana). 
ii. Tindalização 
Nesta técnica repete-se o aquecimento a 100ºC por dois ou três 
dias seguidos. O primeiro aquecimento destrói apenas as formas 
vegetativas, mas não os esporos. Estes, quando o líquido esfria, 
entram a germinar, de sorte que, ao repetir-se o aquecimento no 
segundo dia, matam-se as formas vegetativas dos esporos 
poupados no primeiro aquecimento. O mesmo ocorre então com 
os esporos germinados no terceiro dia, eliminados no terceiro 
aquecimento. A tindalização é realizada para esterilização de 
certos substâncias e meios que podem alterar suas características 
normais em temperaturas elevadas, como o leite, meios contendo 
determinados açúcares (arabinose, maltose, ramnose, xilose, 
manose), etc. 
iii. Pasteurização 
Pode ser realizada de maneira rápida, com a utilização de 
temperaturas altas (usando-se temperaturas superiores a 70ºC por 
alguns segundos) ou de maneira lenta, com a utlização de 
temperaturas mais baixas (entre 58ºC e 70ºC por alguns minutos). 
b. Esterilização por calor seco 
i. Flambagem em chama direta (flambagem ao rubro) 
Esterilização de agulhas, alças de inoculação, bocas de tubos e 
pipetas. 
ii. Forno Pasteur 
Utiliza-se um equipamento semelhante a uma estufa. É necessário 
tempo de exposição e temperaturas maiores que na autoclavagem, 
sendo de 1 hora de exposição para temperatura de 170ºC e 2 horas 
a uma temperatura de 160ºC. 
 
c. Filtração 
É a remoção física de todas as células em um líquido ou gás, importante 
para esterilizar soluções que podem ser desnaturadas pelo calor através 
de uma membran filtrante. 
d. Esterilização química 
Utilização de agentes químicos como formaldeído (eficaz inclusive na 
eliminação de endósporos), gluraldeído e óxido de etileno, que atual na 
fisiologia bacteriana. 
e. Irradiação 
Através da utlização de técnicas físicas como luz ultravioleta, raios-x e 
microondas é possível eliminar as formas de vida microbiana pela 
destruição de seus ácidos nucleicos. 
 
2. Propriedades dos Meios de Cultura 
 
Cada microrganismo possui necessidades físicas e nutricionais fundamentais e 
específicas para seu crescimento e desenvolvimento. A fim de promover este 
crecimento in vitro é essencial suprir o meio onde o microganismo é inoculado 
através de combinações nutritivas e condições físicas adequadas. Alem dos 
nutrientes, é necessário que o meio apresente condições que favoreçam o 
crescimento bacteriano como pH, pressão osmótica, temperatura e concentração de 
oxigênio favoráveis. São listadas aqui as propriedades dos meios de cultura 
bacterianos mais importantes. 
 
a. Fontes de nitrogênio 
Compreendem as proteínas, ácidos nucleicos e vitaminas presentes nas 
células. Muitos microrganismos conseguem utilizar os sais de amônio 
enquanto outros requerem os produtos da hidrólise de proteínas, tais 
como peptonas (proteínas parcialmente hidrolizadas), peptídeos e 
aminoácidos. Algumas bactérias, como Bacillus spp., produzem enzimas 
extracelulares (proteases) capazes de digerir proteínas. 
b. Fontes de carbono e energia 
O carbono é obtido pelos microrganismos a partir de carboidratros, 
proteínas (peptonas, etc), lipídeos e CO2. O catabolismo de compostos 
orgânicos resulta na produção de aminoácidos, açúcares ácidos graxos e 
outros, que atuam no anabolismo e no metabolismo energético. Como 
exemplo de fontes de energia e carbono a partir de carboidratos temos o 
amido, o glicogênio, pentoses (arabinose), hexoses (glicose) e 
dissacarídeos (lactose, sacarose e maltose). 
c. Vitaminas e fatores de crescimento 
Cloreto de tiamina, riboflavina, ácido nicotínico, ácido panteônico, 
piridoxina, biotina, ácido paraminobenzóico (PABA), ácido fólico e 
cianocobalamina são exemplos de vitaminas utilizadas por 
microrganismos. Existem também certos fatores de crescimento, como 
os fatores V e X presentes nas hemácias que apenas são liberados com a 
quebra das mesmas. Estes fatores são requeridos por aquelas bactérias 
que possuem grande exigência nutricional, ditas fastidiosas, como o 
Haemophillus. Os fatores de crescimento são importantes para as 
bactérias pois podem ser precursores de vitaminas ou necessários à 
síntese de ácidos nucléicos. 
d. Sais minerais essenciais 
Dentre os sais minerais importantes na fisiologia bacteriana estão os 
fosfatos (utilizados na síntese de ácidos nucléicos) e sulfatos (utilizados 
na síntese de certos aminoácidos). Potássio, magnésio, manganês, ferro e 
cálcio atuam como co-fatores inorgânicos para determinadas enzimas ou 
incorporados a várias relações bioquímicas. 
e. Água 
A água destilada é empregada nos meios de cultura a fim de minizar a 
presença de excesso de sais inorgânicos ou compostos orgânicos 
estranhos. Portanto, a pressão osmótica de um meio adequado deve ser 
isotônica. 
 
Para garantir estas condições in vitro é necessário que se adicione ao meios de 
cultura alguns compostos, principalmente quando se quer criar meios de 
características seletivas: 
 
 
 
 Hidrolisados de proteínas 
Estão incluídas as peptonas, triptonas, caseína, infusões de carne. Estes 
compostos são fontes de aminoácidos e peptídeos, que favorecem o 
crescimento e fornecem fontes de carbono e nitrogênio necessárias ao 
metabolismo bacteriano. 
 Carboidratros 
São exemplos de carboidratos a lactose, a sacarose, a maltose, a glicose e 
outros. Podem ter duas finalidades quando adicionadas ao meio de 
cultura: uma fonte suplementar de carbono para produção de energiaou 
servir de substrato em provas para determinação da capacidade de um 
microrganismo desconhecido inicialmente de utilizar diferentes açúcares 
com a formação de ácido ou gás. 
 Tampões 
Proporcionam um pH estável ao crescimento microbiano ou também um 
pH padrão de referência para aqueles meios nos quais a mudança de pH 
indica a produção de metabólicos utlizados na identidade microbiana. 
 Enriquecimentos 
Para o crescimento de microrganismos mais fastidiosos são adicionados 
aos meios compostos como sangue, soro, suplementos vitamínicos e 
extrato de levedura. Geralmente para o isolamento de enterobactérias não 
é necessário adiconar estes fatores de enriquecimento. 
 Inibidores 
São muito utilizados em meio seletivos para inibir o crescimento de 
microganismos que não os de interesse. Podem ser corantes (eosina, 
verde brilhante), metais pesados (bismuto), produtos químicos (azida, 
citrato) e agentes antimicrobianos (vancomicina, neomicina, 
cloranfenicol). Mais importante do que “qual” produto utilizar é 
“quanto” utilizar deste produto, pois sua concentração no meio é 
importante para determinar a exata seletividade do meio. 
 Indicadores de pH 
Indicam a ação metabólica das bactérias em determinado substrato que 
altera o pH do meio. São exemplos: fuscina, azul de metileno, vermelho 
neutro, vermelho de fenol, etc. 
 Outros indicadores 
Íons férricos e ferrosos ou percursores de sulfitos que atuam na detecção 
de H2S. 
 
3. Meios de cultura e suas formulações 
 
Meios de cultura são formulações utilizadas em laboratórios com a finalidade de 
se cultivar e isolar microrganismos, como bactérias, fungos e protozoários. Quanto a 
consistência do meio ele pode ser classificado em sólido, semi-sólido e líquido. Esta 
consistência se dá pela quantidade de gelatina ou ágar utilizada na formulação do 
meio. Assim como a gelatina, o ágar é um agente solidificante e é feito a partir de 
algas marinhas vermelhas. Os meios sólidos, com 1% a 2% de concentração de ágar 
é indicado para meios de plaqueamento, os meios semi-sólidos, de 0,05% a 0,3% 
para meios de motilidade e quantidades traços para os meios líquidos. Quanto a 
finalidade dos meios de cultura, podem ser classificados em: 
 Meios de enriquecimento: estes meios contem substancias que 
enriquecem nutricionalmente o mesmo, estimulando o crescimento dos 
organismos que porventura possam estar em pequenas quantidades na 
amostra ou aumentando a velocidade de crescimento destes. Como 
exemplo podemos citar os caldos de enriquecimento, como o Caldo 
Tetrationato. 
 Meios diferenciais: como o nome diz, os meios diferenciais contem em 
sua formulação substancias que diferenciam os microrganismos um dos 
outros, através da metabolização de substratos, corantes e identificadores 
de pH. Exemplos: Ágar Mac Conkey (MC) e Ágar Baird-Parker 
 Meios seletivos: os meios considerados seletivos contem ingredientes 
que inibem o crescimento de alguns organismos, beneficiando assim o 
crescimento do(s) organismo(s) de interesse. A maioria destes meios são 
também meios diferenciais. São meios seletivos: Ágar Salmonella-
Shigella, Ágar MC, Ágar Cloreto de Sódio e muitos outros. 
 Meios de identificação: os meios de identificação são utilizados na 
verificação das funções fisiológicas que os microrganismos possuem, por 
exemplo, se realizam oxidação ou redução, se são fermentadores, etc. 
Exemplo: meio IAL. 
 Meios de transporte: os meios de cultura de tranporte garantem a 
sobrevivência e conservação do microrganismo ao mesmo tempo que 
impede sua multiplicação. São utilizados principalmente quando o local 
de coleta das amostras é distante do local onde a mesma será processada. 
Exemplos: Cary-Blair (indicado para coprocultura), Amies com Carvão 
(pra cultura de Bordetella pertussis) e outros. 
 
A seguir, são listados os meios de cultura preparados com maior frequência no 
setor de Meios de Cultura do IAL – Ribeirão Preto 
 
 Meio BHI (Brain Heart Infunsion Agar) chocolate 
Como o nome diz este meio é uma infusão de cérebro e coração bovino. O meio é 
comercial e após pesar o pó, hidratar e autoclavar deve-se acrescentar 10% de 
sangue desfribrinado de carneiro ou cavalo. Este sangue não contem fribrina, que é 
um fator de coagulação. Coloca-se o meio em banho-maria até 70ºC por 20 minutos 
para achocolatar, ou seja, romper as hemáceas para que elas liberem os fatores 
essencias X e V, necessários para o crescimento das bactérias e que suplementam os 
meios de cultivo. Este meio é utilizado para o crescimento de bactérias fastidiosas 
como Haemophilus e Neisseria. 
 
 Meio BP (Baird-Parker) 
Pesar o meio, hidratar e autoclavar. No momento de distribuição em placas 
descartáeis acrescentar emulsão de ovos com telurito de potássio, que será o 
diferencial. As colônias formadas de Staphylococcus se apresentarão escuras. 
 
 Meio Agar Les 
Pesar o meio, acrescentar álcool etílico absoluto para análise ou 95% e hidratar com 
água destilada estéril. Não é necessário autoclavar pois este meio não se contamina 
facilmente, diferente de outros meios que são mais ricos em nutrientes. O Ágar Les 
é utilizado na pesquisa de coliformes na análise de água. 
 
 Meio Agar Carvão 
A base para o meio contem ágar, extrato de carne, peptona, cloreto de sódio, amido 
solúvel, extrato de levedura, carvão ativado e água destilada. O carvão tem a função 
de adsorção de substancias tóxicas. O procedimento é simples: todos os ingredientes 
são pesados, hidratados com água destilada e o meio autoclavado. Esta base é 
tamponada com algodão e alumínio (para não desidratar). Após preparada, a base é 
armazenada sob refrigeração até o momento do uso. Após fundir, resfriar o meio a 
45ºC-50ºC para adição de 10% de sangue de carneiro ou cavalo. Também pode-se 
acrescentar o antibiótico cefalexina (40 microgramas por ml). Este meio é utilizado 
para isolamento do agente da coqueluxe, a B. pertussis. 
 
 Meio de transporte Cary Blair 
É um meio de transporte para amostras suspeitas de contaminação por coliformes ou 
outros organismos patogênicos. A amostra biológica deve ser introduzida no meio 
Cary Blair e mantida neste até ser semeada nos meios adequados. Sua formulação 
permite que os microrganismos se conservem sem, contudo, se multiplicarem e 
contem ágar, tioglicolato de sódio, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, água 
destilada estéril e solução de cloreto de cálcio. 
 
 PAI com glicose 
A base, feita de água destilada e glicerina, é autoclavada e, após ser resfriada, são 
acrescentados assepticamente 20% de glicose e emulsão de ovos. Este meio é 
utilizado para transporte e isolamento da bactéria causadora da difteria, a 
Corynebacterium diphteriae. 
 
 Ágar Cloreto de Sódio (Ni) 
Este meio é utilizado na diferenciação e isolamento de Staphylococcus. Graças a alta 
concentração de sódio (7,5%) o meio se torna seletivo para este gênero. Com a 
adição de emulsão de gema de ovo (2%), o meio também se torna diferencial para as 
diferentes espécies de Staphylococcus, pois asim verifica-se a atividade da enzima 
lecitinase (positiva ou negativa). 
 
 Sojinha – Tryptcase Soil Agar 
Meio utilizado na manutenção de bactérias não fastidiosas, pois não é um meio 
muito rico. É ideal para conservação de cepas bacterianas em temperatura ambiente 
ou mesmo para congelamento, pois garante a viabilidade das células. 
 
 Ágar Nutriente 
Meio relativamente simples e barato, muito utilizado na rotina laboratorial para 
conservação e manutenção de cepas bacterianas em temperatura ambiente. Também 
pode ser utilizado num cultivo preliminar para análise de água, leite e alimentos 
contaminados. 
 
 Meio MYP - Cereus 
Meio indicado para identificação do Bacillus cereus em amostras suspeitas de 
causarem intoxicação alimentar. Ao meio comercial é acrescentado gema de ovo 
estéril e o antibiótico polimixina B. O meio tambémcontém Fenol Red, o indicador 
de pH que altera sua cor para um tom avermelhado a medida que o pH aumenta. 
 
 Meio MHS (Mueller-Hinton sangue) 
O meio Mueller-Hinton é pesado, hidratado e autoclavado. Para a distribuição, 
esfria-se o meio a 45ºC e acrescenta-se 5% de sangue desfibrinado de carneiro. 
Devido a grande quantidade de nutrientes que garantem condições ótimas ao 
crescimento da maioria dos organismos, é um meio comumento utilizado na rotina 
laboratorial. Também é utilizado nos testes de susceptibilidade microbiana 
(antibiogramas). 
 
 Ágar Standard 
É empregado como meio base o Plate Count Agar (Standard Methods Agar) para a 
numeração de uma variedade de bactérias. Pode ser utilizado também como base 
para identificação de diversos microganismos, acrescentando ao meio diferentes 
substratos como gelatina, amido, Tween 80 e DNAse. 
 
 Meio Cled 
Utilizado na cultura de urina, principalmente para pesquisas de enterobactérias. Este 
meio contem ágar com cistina e lactose, mas é deficiente em eletrólitos. Esta 
característica inibe a aglomeração de Proteus, que dificultaria a observação de 
outras colônias que cresceram no meio. 
 
 
 
 Meio EMJH ( Ellinghausen e Mac Clullough, modificado por Johnson e Harris) 
Meio acrescido de enriquecimento, é utilizado para cultivo e manutenção do 
espiroqueta causador da leptospirose, Leptospira interrogans. 
 
 Caldo BHI 
Indicado para o cultivo primário de estreptococos, pneumococos, meningococos, 
enterococos e outros. É considerado um meio de enriquecimento não seletivo. 
 
 Extrato de Girassol 
Indicado para o crescimento de Cryptococcus, que crescem na superfície deste meio. 
Contem extrato coado de girassol (fonte de vitaminas e proteínas) e glicose (fonte de 
energia). É acrescido de 1% de cloranfenicol, um antimicrobiano bacteriostático. 
 
 Ágar Cetrimida 
Seletivo para o isolamento e diferenciação de Pseudomonas aeruginosa, devido a 
utilização da cetrimida que inibe a flora acompanhante. 
 
 Ágar Verde-Brilhante 
Isolamento de Salmonella (exceto S. typhi). Altamente seletivo devido a presença do 
corante verde brilhante. 
 
 Meio Mac Conkey 
Diferencial para seleção e isolamento de enterobactérias fermentadoras e também de 
Streptococcus. Os sais biliares e cristal violeta inibem o crescimento de bactérias 
gram-positivas e algumas gram-negativas, tornando o meio também seletivo. A 
lactose, juntamente com o indicador de pH vermelho neutro, serve para a 
comprovação da degradação do açúcar. 
 
 Ágar SPS – Sulfito Polimixina Sulfadiazina 
Ágar seletivo, para detecção de Clostridium perfringens em alimentos. Contem 
sulfito, citrato férrico, polimixina B e sulfadiazina. As bactérias reduzem o sulfito a 
sulfuro que logo reage com o citrato férrico formando colônias negras. Outras 
bactérias indesejáveis são inibidas pela ação da polimixina e da sulfadiazina. 
 
 Meio Rappaport –Vassiliadis 
É um caldo seletivo de enriquecimento para o isolamento de espécies de Salmonella 
em alimentos. Contem verde-malaquita, que inibe outras bactérias. 
 
 Caldo Tetrationato 
Caldo seletivo de enriquecimento para espécies de Salmonella. Contem tiossulfato 
sódico, que alguns microrganismos têm capacidade para o reduzir a sulfitos, com 
libertação de H2S. Também possui sais de bile e iodo que inibem o crescimento de 
outras bactérias. 
 
 Ágar m-Enterococcus 
Utilizado na pesquisa de enterococos (Streptococcus faecalis) em água. Contem 
trifenil-tetrazol-cloridrato (TTC), que quando reduzido pelas bactérias proporciona à 
colônia uma coloração vermelha. É um meio seletivo, para isolamento e contagem 
de microrganismos. 
 
 Meio Campilofar (Brucella Agar Base - BAB) 
Este meio é rico e nutritivo; acrescido de antibióticos e sangue de carneiro confere o 
meio ideal para isolamento de Campylobacter spp, uma bactéria que requer meios 
de cultura e atmosfera de incubação específicos. 
 
 Ágar SS (Salmonella-Shigella) 
Meio altamente seletivo pois inibe o crescimento de muitos microrganismos devido 
a concentração elevada de sais biliares e citrato de sódio. Permite o crescimento de 
salmonelas e shigellas. 
 
 Ogawa-Kudoh (OK) 
Este meio é baseado no meio de Lowenstein Jensen (LJ). Por não possuir ágar, o 
meio é solidificado devido aos ovos existentes em sua formulação. A base contem 
sais e nela são acrescentados a solução verde-malaquita e o homogeneizado de ovos. 
 
 Thayer-Martin (TM) 
Empregado no isolamento de N. gonorrhoeae e N. meningitidis. É utilizado o meio 
base GC (Gonococcus) acrescido de hemoglobina ou sangue desfibrinado de 
carneiro. O meio é então achocolatado e recebe a adição dos fatores V e X 
(biovitalex) e do suplemento VCNT (os antibióticos vancomicina, colistina, 
trimetoprima e nistadina). 
 
 TSI (Triple Sugar Iron) 
Este meio é um meio desidratado, utilizado para isolamento de enterobactérias, 
principalmente Yersinia. Contem três açúcares: glicose, sacarose e lactose, que irão 
ser fermentados pelas enterobactérias. O vermelho de fenol presente no meio indica 
a fermentação destes carboidratos, virando do vermelho para o amarelo devido a 
mudança de pH. Também contem ferro que quando metabolizado produz gás e torna 
o meio mais escuro no fundo, o que caracteriza as colônias de Salmonella. 
 
 Meio EC 
Indicado para isolamento de coliformes a 37ºC e de E. coli a 44,5ºC em amostras de 
alimento e de água. A fermentação da lactose, que é adicionada ao meio, e a 
formação de gás indicam a presença de coliformes. Os sais biliares presentes no 
meio inibem os formadores de esporos e outras bactérias como S. faecalis e ainda 
potencializa o crescimento de E. coli. 
 
 ADB (Potato Dextrose Agar) 
Base para cultivo de leveduras e mofos a partir de produtos alimentícios e lácteos. É 
feito com infusão de batatas, que favorece o desenvolvimento de fungos. Já o pH 
ácido inibe o crescimento bacteriano e favorece espécies de fungos como 
Aspergillus niger, Candida albicans e Sacharomices cerevisiae. 
 
 Água Peptonada 
Meio de enriquecimento para E. coli, Brucella, Lactobacillus e Pseudomonas. 
Consiste numa mistura digestiva pancreática e papaica de proteínas animais. 
 
 XLD (Xilose-Lisina-Desoxicolato) 
É um meio seletivo e diferencial, indicado para o isolamento, diferenciação e 
contagem de bactérias entéricas. Contem xilose que não é fermentada por Shigella, 
mas sim por Salmonella, que por sua vez realiza a descarboxilação da lisina. O 
desoxicolato de sódio é usado pela Salmonella e produz sulfuro de hidrogênio, que 
faz com que as colônias apresentem o centro negro. 
 
 IAL 
Este meio permite a identificação presuntiva de enterobactérias através de uma série 
de reações: fermentação ou não da sacarose e glicose, produção de gás H2S e indol, 
hidrólise da uréia, desaminação do L-triptofano, descarboxilação da L-lisina e 
motilidade. O meio contem três fases: 
Fase Inferior (Lisina) 
Interface: cera de carnaúba e vaselina líquida 
Fase Superior: Base de Rugai e solução indicadora. 
A figura abaixo representa a tabela de interpretação das características do meio que 
permite identificar as espécies bacterianas. 
 
4. Bibliografia 
 
BECTON DICKINSON AND COMPANY. DIFCO manual. 10 ed. Ed. 
Detroit, 1984. 
 
KONEMAN, E. W., ALLEN, S. D., DOWELL, V. R. Jr., SOMMERS, H. M. 
Diagnóstico Microbiológico. 2 ed. Editora Médica Panamericana, São Paulo, 
1993. 
 
Ministério da Saúde. Descrição dos Meios Cultura Empregados nos Exames 
Microbiológicos – Módulo IV in Manual de Microbiologia Clínica para o 
Controle de Infecção em Serviços de Saúde. 1 ed. Editora Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária. Salvador, 2004. 
 
SILVA, Carlos Henrique Pessôa de Menezes. Bacteriologia – um texto 
ilustrado. 1 ed. Eventos Livraria e Editora, Teresópolis, 1999.

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