Prévia do material em texto
1 Letícia Souza 70B FCMMG Anotações das aulas Saúde da Mulher I AULA 1 ♥ Semiologia do Aparelho Genital Feminino História da Moléstia Atual Muitas vezes, a HMA não existe, a mulher vai para fazer o preventivo. Então é importante construir a HMA perguntando sobre sangramentos genitais, corrimentos, dores pélvicas. Perguntar intervalo da menstruação, duração, volume do fluxo menstrual (quantos absorventes, se acorda à noite para trocar). Ciclos muito prolongados podem fazer anemia ferropriva. Sobre os corrimentos, é interessante investigar cor, sintomas associados, odores. As características da dor pélvica envolvem momento da ocorrência (durante o ciclo menstrual, relações, etc). História Gineco-Obstétrica (HGO) – história menstrual e desenvolvimento sexual. Idade da telarca/pubarca/menarca desenvolvimento progressivo, nessa ordem. Na história menstrual, fala-se do ciclo e sintomas associados (cólicas e manejo da dor da cólica), DUM (não precisa saber o dia exato, pode ser mais ou menos) – saber risco de gravidez, distúrbio hormonal. Para colher o preventivo, a paciente não pode estar menstruada (deve estar 3 dias sem menstruação). Idade da menopausa menopausa não é período de tempo (isso seria climatério). A menopausa é a data da última menstruação. HGO: história sexual Início da atividade sexual e número de parceiros podem influenciar o contato com as infecções e sua progressão. (Pode influenciar no tipo de HPV). Perguntas sobre libido, orgasmo e frequência do coito caso a paciente deseje engravidar. Dispareunia no início da relação ou durante a penetração profunda; perguntar sobre contato com ISTs. HGO: Contracepção Uso de qual método, há quanto tempo e possíveis efeitos colaterais. HGO: Antecedentes obstétricos GPA -> gesta / pare / aborta Parto: normal ou cesariana. Filhos vivos, natimortos, morreram na primeira semana. Questionar sobre peso dos RN, intercorrência na gestação, idade na primeira e última gestação e amamentação. Aborto: espontâneo ou provocado entrar também em gravidez ectópica ou doença trofoblástica gestacional (mola hidatiforme). Qualquer manipulação do colo altera fibra de colágeno no colo, e a dilatação para fazer curetagem abre o colo à força, o que pode lesar e fazer uma cicatriz. Numa gestação futura, pode-se aumentar o risco de um parto prematuro por causa disso. O nosso código de Ética não nos obriga a denunciar o aborto provocado à polícia. História Pessoal Pregressa Perguntar sobre as moléstias crônicas e há quanto tempo ela possui apenas por identificação, não precisa perguntar sobre dosagens e trocas de medicamento. 2 Letícia Souza 70B FCMMG (Hipertensa há 20 anos, em uso de X – é suficiente). Alguns remédios podem interferir na secreção hormonal. O DM por exemplo aumenta o risco de doenças tromboembólicas. Perguntar sobre cirurgias prévias, mamoplastias redutoras ou próteses de mamas. Psicofármacos hiperprolactinemia Antibióticos candidíase Tamoxifeno hiperplasia do endométrio Corticoide, Heparina, hormônio tireoidiano osteoporose Anticonvulsivante osteoporose e redução da eficácia dos COC (contraceptivos orais combinados) Hábitos de Vida Ingestão de derivados do leite (principalmente no climatério e gravidez), hábito de atividade física, ingestão de nutrientes. Álcool (o quanto bebe pode estar associada à alterações metabólicas, como esteatose hepática), tabagismo, uso de drogas psicotrópicas tratamento para interrupção de tabagismo. História Familiar Hipertensão, dislipidemia, diabetes, coronarioplastia, osteoporose, câncer de mama, câncer de ovário, doença tromboembólica mães, avós, irmãs ou filhas. Mae que teve trombose na gravidez pode sugerir trombofilia na paciente que impede a utilização de pílulas. Paciente obesa com mãe hipertensa e pai diabético pode precisar de intervenção preventiva. Exame Físico Acima de tudo, respeito e boa comunicação. Pede-se para a paciente trocar a roupa, orienta-se a colocar a camisola com o aberto para frente, orientando a tirar a calcinha e o sutiã. Deve-se explicar todo procedimento antes de encostar a mão na paciente. Até mesmo antes de aferir a pressão. Itens básicos do consultório (++++) Frasco para colher a citologia, especulo, material para colher a citologia, pinça para rastreamento, gaze, luva. A mesa deve ser arrumada antes da paciente entrar na sala. Exame Clínico Geral Dados vitais: pressão, FC, peso, altura, IMC e palpação da tireoide (se paciente tiver fator de risco ou acima dos 40 anos). Ausculta respiratória se a paciente tiver queixa, e ausculta cardíaca se for possível em todas as consultas. A palpação abdominal na ginecologia ocorre em busca de massa ou fígado palpável, principalmente em pacientes em uso de ACO. Ectoscopia Sinais de hiperandrogenismo (aumento de secreção de testosterona) índice de Ferriman – avalia-se subjetivamente a quantidade de pelos da paciente. Pontua-se de 1 a 4 áreas com distribuição de pelos predominante masculina (mento, peito, malar, abdome superior, costas, raiz das coxas e nádegas). Score > 8: hiperandrogenismo clinico. Exame Físico Especial Formado por exame de mama, exame de órgãos genitais externos, exame dos órgãos genitais internos e exame especular. (Mais detalhadamente nas aulas de TH) Exame da Mama Inspeção estática: simetria, volume, formato, contorno, presença de abaulamentos, retrações e cicatrizes. Inspeção dinâmica: rastreamento de câncer de mama – mama mexe em cima do peitoral e pode ser visualizada aderência. 3 Letícia Souza 70B FCMMG Pede-se a paciente para levantar a mão e colocar a mão na cintura. Palpação de linfonodos axilares supra e infra- claviculares – principais linfonodos de drenagem da mama: detecção de linfonodo acometido no câncer de mama. Se a paciente tiver sudorese excessiva é interessante utilizar a luva. A palpação deve ser feita nas duas mamas, abrangendo os quatro quadrantes. O objetivo é identificar nódulos, consistência, mobilidade, sensibilidade e regularidade deles. A expressão da mama não é rotina, mas é feita para verificar se há secreção saindo do mamilo (realizar se houver queixa ou anormalidade da mama). Exame dos órgãos genitais externos Para realizar o exame da genitália externa, faz-se inspeção estática e dinâmica. Inspeção estática: distribuição dos pelos pubianos, desenvolvimento dos pequenos e grandes lábios e presença de lesões avisar a paciente antes de colocar a mão e porque está colocando (conotação sexual do exame). Estágios puberais de acordo com os critérios de tanner. Inspeção dinâmica: distopias genitais (pedir a paciente para tossir – dá para ver a parede vaginal protundindo e chegando perto da carúncula himenal), prolapso uterino, cisto e retocele, perda de urina. Exame dos órgãos genitais internos Passagem do espéculo de Collins (espéculo I, II e III) Ao passar o espéculo, consegue-se ver o conteúdo vaginal, a parede vaginal e a visualização do colo uterino corrimento (cândida, vaginose bacteriana, tricomoníase) O resíduo vaginal é o primeiro que se vê. Após isso, faz-se a coleta do material de citologia para rastreamento do câncer de colo de útero. Coleta de citocolposcopia: especulo, lamina, material para colher na endocérvice e ectocérvice. Introduz-se dentro do orifício externo para colher o material da endocérvice, depois colhe o material para ectocérvice e fixa na lamina após isso tipos de células são diferentes na endo e ecto. Citobrush e espátula de aires (orifício externo, giro 360 e colhe material) NUNCA fazer mutuado de célula, e fazer esfregaço. Visualização direta com ácido acético para rastreamento de CA de colo Há condensação das proteínas e visualiza-se as células um pouco mais esbranquiçadas (muitaproteína, núcleo muito proliferado – infecção pelo HPV que faz proliferação nuclear exarcebada). Sensibilidade de 69 a 79% Teste de Schiller (1928) Uso de solução de lugol para rastreamento de Ca de colo. Toque retal bidigital A endometriose pode acometer ligamento uterosacro e pode ser identificada pelo toque retal. Indicações: Exames de Rotina DM, avaliação tireoidiana, dislipidemias, osteoporose, sorologias IST/AIDS. Câncer de colo uterino, câncer de mama, câncer colorretal. Câncer de endométrio e câncer de ovário são mais clínicos e geralmente não precisam de exames. Rastreamento de câncer de mama Mamografia 40-49 anos a cada dois anos // entre 50-69 anos mamografia anual. Rastreamento de câncer de colo Citologia oncótica – a partir dos 25 anos em todas as mulheres que já iniciaram atividade 4 Letícia Souza 70B FCMMG sexual a cada 3 anos, se os dois primeiros forem negativos. Atenção às mulheres de violência doméstica e/ou sexual. Protocolo do Ministério da Saúde. ♥ Semiologia da Gestante Cuidados com a gestante Identificação (idade, raça, profissão, estado civil, naturalidade). História pregressa (doenças crônicas, uso de medicação, hemotransfusões) História familiar (diabetes, HAS, pré- eclampsia, malformações congênitas, gemelaridade) Anamnese ginecológica Ciclos menstruais (IG, irregularidade menstrual que pode sugerir SOP) – duração, intervalo, regularidade. MAC prévios, infertilidade de esterilidade (tratamento). DST Cirurgias ginecológicas (idade de indicação), patologias mamárias, última colpocitologia oncótica (data e resultado). Número de parceiros, coitarca, dispareunia. Anamnese obstétrica Número de partos – domiliciares / hospitalares / vaginais espontâneos / fórceps / cesáreas e indicações. Número de abortamentos – espontâneos / provocados / complicações por infecções / curetagem pós abortamento Número de filhos vivos, idade na primeira gestação, intervalo entre as gestações (gravidez no puerpério pode ter complicação em parto normal – risco de rotura uterina), intercorrências ou complicações em gestações anteriores ou puerpérios, história de aleitamento pregresso. Diagnóstico de gravidez História clínica (atraso menstrual), exame clínico e exames complementares Sinais de presunção: náusea, mastalgia, poliúria, fadiga, desconforto abdominal (empachamento, distensão). Tubérculos de Montgomerry (8 semanas), Rede venosa de Haller (16 semanas) Borramento da aréola secundária – perde a definição e mamilo escurece (20 semanas) Sinais de probabilidade: aumento do volume uterino (palpação a partir do toque bimanual – uma mão na vagina e outra no abdome – útero aumenta de volume e chega perto da sínfise púbica). Sinal de Piskacek: O útero no toque é assimétrico, não tem mais o contorno regular da paciente não gravida – local de implantação fica assimétrico. Sinal de Hegar: Consistência amolecida do útero – aparece por volta de 6 a 8 semanas. Sinal de Oslander: palpação de pulsação da A. Vaginal na palpação lateral do útero no fundo do saco – por volta das 8 semanas. Sinal de Nobile-Budin: útero de formato globoso – por volta das 8 semanas. O influxo de sangue modifica a coloração da vagina: Sinal de Jacquemier ou Chadwick: vulva congesta e violácea (mais arroxeado, e não rosa) – por volta das 8 semanas Sinal de Kluge: mucosa vaginal violácea (arroxeada) – por volta das 8 semanas Sinais de certeza: dosagem sérica de HCG 1 semana após fertilização (o VR é muito amplo e não se pode determinar IG por meio dela). Ultrassonografia TV: entre 5 e 6 semanas consegue-se ver o saco gestacional. E entre 6 e 7 semanas pode-se ver o eco embrionário (deve-se ver, necessariamente – se não tiver, tem que procurar pois pode ser gravidez ectópica). 5 Letícia Souza 70B FCMMG Ausculta BCF fetal (sonar) com 12 semanas. Sinal de Puzzos: rechaço fetal intra-uterino – 12 semanas. Movimentação fetal a partir de 18 semanas, mas é mais fácil perceber a partir de 20 semanas. Datação da Gravidez – cálculo da IG Calculada em semanas Baseada na DUM Somam-se os dias desde a DUM até a data atual, e divide-se por 7. Baseada no USTV Somam-se os dias desde a data do ultrassom até a data atual, e divide-se por 7. Acrescenta-se ao valor encontrado a IG do ultrassom. Cronologia da Gestação Duração da gestação: 280 dias ou 40 semanas (DUM) DPP (Data Provável do Parto): Regra de Nagele DUM (07/12/2020) + 7D – 3M = DPP 14/09/2021 IG HOJE 02/03/2021 Dezembro: 31-8 =24 Janeiro = 31 Fevereiro = 28 Março = 2 Total: 85/7 = 12 semanas e 1 dia. Terminologia clínica para a duração da gestação Aborto: < 22 semanas Pré-termo: <37 semanas Termo: 37 semanas e 41 semanas Pós termo: > 42 semanas Aborto: todo feto com menos de 500g, e/ou menor que 25cm ou menos que 22 semanas de gestação. Nascido vivo: manifesta qualquer sinal de respiração após 22 semanas Nascido morto: óbito fetal nascido acima de 22 semanas sem respirar. Exame Físico Geral Postura, biometria, dados vitais, higiene bucal e palpação da tireoide, tórax (ausculta respiratória e cardíaca), abdome (vísceras), extremidades (varizes e EMI) Exame Ginecológico Mamas (mamilos rasos e invertidos podem dificultar a amamentação) Períneo e vulva, exame especular (corrimento). Exame Obstétrico Inspeção (estrias e lesões de pele), medida do útero – fita (a partir de 12 semanas). Palpação obstétrica (manobras) 1ª manobra fundo uterino 2ª manobra posição e situação fetal 3ª manobra apresentação fetal: pélvico ou cefálico 4ª manobra descida da apresentação Ausculta fetal Baseada na manobra para saber onde está o feto. O estetoscópio de Pinard pode ser o instrumento usado em torno de 20 semanas de gestação mas na prática, não se escuta bem mais fácil auscultar pelo dorso. Taquicardia > 160 Bradicardia < 110 Dilatação e apagamento no do colo no exame físico O colo do útero é visível e se dilata como um todo. No trabalho de parto, o colo se abre para a saída da criança. No exame, essa avaliação não é indicada a não ser que existam queixas. A partir de 4cm de dilatação, significa que a paciente já está entrando em trabalho de parto e a avaliação acontece a partir da palpação bidigital. 6 Letícia Souza 70B FCMMG AULA 2 ♥ Fisiologia do Ciclo Menstrual Eixo Reprodutivo Feminino GnRH (Hipotálamo) LH e FSH (Hipófise) Maturação folicular (ovários) estrogênio, progesterona e testosterona (útero) Inibina inibe a hipófise Hipotálamo Estrutura neural Localização: base do encéfalo, acima do quiasma óptico, abaixo do terceiro ventrículo conexão hipotálamo-hipófise GnRH Secretado pelo núcleo arqueado, com secreção pulsátil e varia em frequência e amplitude durante o ciclo (permite variação na secreção de FSH e LH) ação na adenohipófise Possui meia-vida curta, de 2 a 4min. Antes da ovulação: alta frequência, baixa amplitude Após ovulação: baixa frequência, alta amplitude Hipófise Interior da sela túrcica, divisão anatômica em neurohipófise (lobo posterior) e adenohipófise (lobo anterior). Neurohipofise: produção de oxitocina e ADH Adenohipófise: prolactina, FSH e LH, TSH, ACTH, GH. Ovários Produção de gametas e secreção hormonal (estrogênio, progesterona e androgênio). Dividido anatomicamente em córtex, medula e hilo. Estrutura funcional: folículo (estrogênio), corpo lúteo (progesterona) e estroma (androgênios). Desenvolvimento folicular 20ª semana de gestação 6 a 7 milhões de oócitos Nascimento 1 a 2 milhões de oócitos Puberdade 300 a 500 mil – estágio diplóteno da meiose 300 a 400 oócitos serão ovulados durante toda a vida reprodutiva. Processo de recrutamento A cada ciclo menstrual, ocorre recrutamento de 1000 oócitos. Na genética,as células germinativas são derivadas do endoderma, entram na crista genital e se transformam em oogonia multiplicação por mitose até o início do segundo trimestre (6-8 semanas) oogonias continuam sua divisão mitotica, aumentando o número, até que atinja o máximo de 6 a 7 milhoes de oogonias diploides (entre 16 e 20 semanas) de gestação divisão meiótica para o desenvolvimento, e volta a crescer quando ocorre recrutamento folicular. Ao nascimento, ocorre atresia de 2 milhoes de oócitos. O ovário produz hormônio esteroide e recrutamento e desenvolvimento dos folículos ovarianos para que ocorra a ovulação. Ciclo Menstrual Ovariano Fase folicular desenvolvimento dos folículos primordiais até a fase ovulatória Duração de 10 a 14 dias Seleção do folículo dominante A primeira fase do desenvolvimento folicular pode variar em duração Folículo primordial -> oócito primário, envolvido por 1 única camada de células foliculares planas. O crescimento inicial do folículo primordial independe do estímulo de gonadotrofinas. Ocorre formação de gap junctions entre células da granulosa e oócito -> permitem troca de nutrientes, íons e moléculas reguladoras: Inibem: inibinas e hormônios anti-mullerianos 7 Letícia Souza 70B FCMMG Estimulam: BPM, atividas, GF-9 Folículo primordial folículo primário (células assumem aspecto mais cuboide) multiplicação das células da granulosa e desenvolvimento da lamina basal. Folículo secundário duas camadas de células da granulosa Diferenciação das células do estroma (teca interna e teca externa) – fornecem androgênio para células da granulosa fazerem esteroidogenese. A partir deste estagio, o folículo passa a ser mais sensível ao FSH Folículo terciário aparecimento de receptores de FSH e crescimento guiado pelo FSH. Aparecimento da células da teca produção de esteroides propriamente dita (androgênio, estrogênio e progesterona). Folículo primário tardio = folículo pré-antral Papel dos androgênios na fase folicular inicial androgênios – aromatização estrogênio OU 5 alfa redução androgênios finais Dependendo do tanto de androgênio produzido, pode haver inibição ou estimulacao da produção. ESTEROIDOGENESE Tira átomo de carbono até chegar na molécula final (estrogênio) Folículo antral formação da cavidade antral – fluido folicular – hormônios, fatores de crescimento e ocitocina. No folículo pre-antral, as células da granulosa diferenciam-se os cumulus oophorus. Células da granulosa do folículo antral possuem função de suporte Cumulus oophurus – função predominante de suporte ao crescimento e diferenciação do óvulo Células da granulosa mural – parede do folículo e função endócrina proeminente Células da teca Teoria das 2 celulas e 2 gonadotrofinas Nas células da teca, o colesterol e transformado em androgênios pelo LH – difusão para as células da granulosa – estimulo do FSH – transformado em estrogênio De acordo com a quantidade de estrogênio que determina se o processo de transformação vai continuar ou cessar. Seleção do folículo dominante O sucesso do folículo depende de sua capacidade em converter um microambiente androgênico em microambiente estrogênico. Estrogênio dentro do folículo dominante tem interação hipofisária e interação local com o FSH dentro do folículo. O FSH aumenta o número de células da granulosa, que acarreta o aumento do estrogênio e também o número de receptores de LH nas células da granulosa. FSH + estrogênio aumenta o número de receptores de FSH nas células da granulosa. LH o LH aumenta o número de receptores de LH nas células da granulosa (ocorre aumento tbm de androgênios – testosterona). Estrogênio em excesso feedback + do FSH a nível folicular (aumenta o número de receptor de FSH no folículo dominante), feedback – do FSH a nível hipotalâmico e hipofisário (diminuir a secreção de FSH), feedback + do LH a nível hipofisário. No folículo dominante, há muito receptor de FSH, mesmo que o FSH sérico esteja diminuindo. O estrogênio inibe o desenvolvimento de todos os folículos, menos o dominante. Folículo tem tudo, o oócito é o que fica no meio. A seleção do folículo dominante é estabelecida durante os 5/7 primeiros dias do ciclo menstrual – maior número de células da granulosa, maior número de receptores de FSH e maior número de 8 Letícia Souza 70B FCMMG receptores de LH, maior vascularização das células da teca e maior nível de atividade da aromatase (tem menos testosterona, tem muito receptor de FSH). Papel do LH na fase folicular Quanto maior o LH, maior a produção de androgênios – que exerce feedback positivo na produção de estrogênios Estrogênios em baixa concentração, inibe o LH, quando estão em alta, estimulam o LH. A concentração elevada de estrogênio (>200pg/mL) quando é prolongada estimula o pico de LH no meio do ciclo Aumenta estrogênio, diminui FSH. Quando aumenta o estrogênio por tempo prolongado, deflagra-se o pico de LH (ovulação). O pico do FSH é atuante somente no folículo dominante. O FSH não sofre influência só do estrogênio, sofre influência também do hormônio inibina, produzido pelos demais folículos (inibe). Quando os outros folículos entram em atresia, a inibina para de ser produzida e para de exercer o efeito inibitório no FSH, por isso ele tem condições de fazer um pico antes do pico do LH. Mas esse pico é apenas no folículo dominante. Fase ovulatória determina folículo dominante Recomeço da meiose Luteinização das células da granulosa para produção de progesterona (LH) Ovulação Progesterona, LH, prostaglandinas E e F e enzimas proteolíticas atuam no folículo para promover a ovulação Folículo primordial desenvolvimento das células da granulosa FSH no folículo secundário e terciário conversão em células que envolvem o estroma em células da teca cavidade antral quanto maior o crescimento folicular, maior a produção de estrogênio e androgênios, aumentando a cavidade antral maior quantidade de receptor de FSH e LH extrusão do óvulo. O LH faz o oócito assumir a meiose e fazer com que as células da granulosa sejam produtoras da progesterona. Fase lútea (secretora) Células da granulosa do folículo pre- ovulatório aumentam o volume e assumem coloração amarelada. A produção de progesterona promove sustentação do endométrio na fase lútea, inibindo o recrutamento de novos folículos (inibição do LH, sem produção de androgênio e estrogênio). Também promove manutenção da gestação inicial, até que a placenta assuma esse papel sozinha (7 a 9 semanas). A progesterona atua na hipófise cessando o estimulo para LH. Promove epitelização e vascularização do endométrio para recebimento do embrião. Progesterona, estradiol e inibina A feedback negativo diminuição do FSH e LH. Células da granulosa luteinizadas Sofrem ação tbm do LH, não só do FSH. Por meio do colesterol, produzem androgênio e estradiol e progesterona também. No início do ciclo menstrual, as células da granulosa reagem somente ao FSH. Agora elas já tem receptores suficientes para reagir ao LH. Na transição da fase lútea para a fase folicular, ocorre diminuição do corpo luteo e da secreção de inibina A. Os outros doliculos em crescimento começam a produzir a inibina B há diminuição da inibina A pelo corpo luteo e aumento da inibina B pelos foliculos novo recrutamento novo ciclo menstrual. Ciclo Menstrual Endometrial Menstruação, Proliferação, Secreção Endométrio – Camada funcional (descama na menstruação), camada basal (reconstrução após menstruação). miométrio, arteríolas espiraladas (nutrição do endométrio). 9 Letícia Souza 70B FCMMG Fase folicular estímulo de estrogênio Fase lútea fase secretora Menstruação destruição da camada inteira Se não ocorre fecundação,o corpo lúteo se desintegra e ocorre a menstruação. MENSTRUAÇÃO Sangue proveniente dos capilares e arteríolas do endométrio – descamação da camada funcional do endométrio Não contém fibrinogênio, propriedades antifibrinolíticas -> ausência de coágulos Agregados de hemácias, substancias mucoides, mucoproteínas, glicogênio que se formam na vagina. Volume: 30 a 80mL Duração: 3 a 7 dias Intervalo entre os ciclos: 24 a 38 dias O que determina o ciclo menstrual é o tamanho do recrutamento folicular. O corpo luteo tem duração fixa de 14 dias. O que varia e determina a duração do ciclo, é o tempo que levou para o folículo ser recrutado e ovulado. AULA 3 ♥ Alterações Fisiológica da Gestação Alterações anatômicas e funcionais para que exista um novo equilíbrio para que ela atinja as necessidades dela e do feto. Fertilização 1/3 distal das trompas 6 a 8 horas após o coito. Óvulo liberado é captado pelas trompas e é nutrido por elas (perde o cumulos oophurus que estava protegendo e nutrindo o óvulo). Fertilização zigoto atravessa a trompa e atinge a cavidade uterina após 3º ou 4º dia de fertilização mórula blastocisto (é o blastocisto que faz a implantação no útero). Logo após a ovulação, o corpo lúteo prepara o endométrio para receber a nidação progesterona prepara (72h após a ovulação) Transporte do ovo até a cavidade uterina Trompas possuem movimentos ciliares, músculo liso e secreções empurram o óvulo fertilizado para dentro do útero Modificação principalmente nos movimentos de cílios da trompa transito intestinal (como ocorre no intestino). Esse processo é regulado por estrogênio e progesterona. Implantação do blastocisto 3º / 4º dia após fertilização Papel dos hormônios ovarianos, prostaglandinas. Nidação -> células que envolvem o blastocisto (trofoblastos) começam a produção de substancias que são importantes para seu desenvolvimento na cavidade uterina Citotrofoblasto + sinciciotrofoblasto (parte que implanta e dá origem à placenta primitiva) Citotrofoblasto dá origem ao corion livre e membranas amnióticas // sincício dá origem ao córion viloso (placenta primitiva) 13ª semana vilosidades coriônicas (tudo relacionado à placenta = córion) – onde ocorrem as trocas maternofetais. Até a 12ª não há produção hormonal efetiva no sincício. A partir da 13ª semana ocorre essa produção de forma mais efetiva, onde o corpo lúteo diminui e a manutenção hormonal começa a ser feita pela placenta. Após a nidação, ocorre produção de gonadotrofina coriônica pelo blastocisto mesma função do FSH e LH O papel semelhante ao LH pelo hCG estimula o corpo lúteo a produzir progesterona e manter o corpo lúteo. Após a 12ª semana, a própria placenta é suficiente para nutrir e o corpo lúteo não é 10 Letícia Souza 70B FCMMG mais necessário. O corpo lúteo produz pouca progesterona e chega um momento em que essa quantidade não é mais suficiente, momento em que a placenta assume essa produção hormonal. Funções placentárias Transporte gasoso Transferência de nutrientes Excreção de metabólitos (feto -> mãe) Produção hormonal: mais importantes (estrogênio, progesterona e gonadotrofinas) PRODUÇÃO HORMONAL Hormônios esteroides: estrogênio, progesterona, androgênios (testosterona, DHEA) Hormônios hipotalâmicos símiles: HnRH, CRH, TRH, somatostatina, HRHR, NPY Hormônios hipofisários símilis: hCG, hLP (lactogenio placentário), hGH, ACTH, ocitocina, prolactina Fatores de crescimento Citocinas Outra proteínas peptídeo natriurético atrial e outros Ocorrem alterações em pele e mucosas, endocrinológicas, gastrointestinais, cardiovasculares, hematológicas, respiratórias e musculoesqueléticas. Modificações cutâneomucosas Todas as gestantes (praticamente) Aumento da volemia para suprir as demandas fetais. Aumento da circulação uterina e placentária Diminuição da resistência vascular periférica alteração para suportar aumento da volemia aumento lento da volemia, não é tão rápido a ponto de causar descompensação cardíaca Na pele, aparece como vasodilatação periférica eritemas e aranhas vasculares (barriga, membros superiores e inferiores e mãos, periumbilical). Ocorre compressão pelo útero gravídico das veias ilíacas e complexo de drenagem dos membros inferiores, onde ocorre dificuldade de retorno venoso Por isso, apresentam edema de membros inferiores por compressão do útero gravídico e varicosidades nos MMII. 40% das gestantes apresentam edema, principalmente no 3º trimestre e maleolar. Um plexo comum de sofrer alterações é o plexo hemorroidário (muito comum a apresentação de hemorroidas, sem necessariamente fazer trombose hemorroidária apresentada por prolapso). Estimulação de deposição de melanina Face e junção da pele Hiperpigmentação cutânea Causada pelo hormônio melanocítico que é estimulado tanto pelo estrogênio quanto pela progesterona Alteração na cor do mamilo; cloasma na região malar, da testa ou do mento, e deposição de melanina na linha nigra (linha alba se transforma em linha nigra). Axilas e raízes da coxa também apresentam hiperpigmentação. Essas manifestações ocorrem a partir do 2º trimestre pela quantidade hormonal secretada pela placenta. A quantidade secretada pelo corpo lúteo não é suficiente para provocar tais alterações. A hiperdistensão da pele causada pelo cortisol produzido pela placenta e pela suprarrenal pode provocar estrias mais comum de ser observado no 3º trimestre. Modificações no sistema genital Útero Aumento do volume do útero por hiperplasia e hipertrofia dos miócitos (final da gravidez) Aumento da vascularização importante na hora da contração do parto – músculos devem estar muito irrigados Aumento do tecido conjuntivo Não grávida: útero de 90cm3 // 4 a 70g // 10mL Gravidez à termo: 1000cm3 no último trimestre // 1000 a 2000 g 11 Letícia Souza 70B FCMMG Útero atinge crescimento em que ele sai da pelve e é possível senti-lo acima da sínfise púbica por volta da 12ª semana. Na 28º está na cicatriz umbilical. A disposição das fibras musculares do útero é muito importante para pensar na fisiologia do parto fibras circulares, elípticas e transversas. Útero contrai de cima para baixo, e também há dilatação do colo (puxa o feto para cima). De cima para baixo, de baixo para cima. Colo do útero Durante os primeiros trimestres, ele não pode abrir. Ao final, ele deve abrir para permitir a passagem do feto. Orifício interno e externo, e canal Endocervical na gravidez ocorre separação completa do colo e do corpo uterino em decorrência dos estímulos hormonais sinal de Hegar (presuntivo da gravidez) separação do colo do corpo uterino Colo faz tampão mucoso glândula Endocervical funciona como método de obstrução de passagem de bactérias da vagina para dentro da cavidade amniótica (diretamente em contato com secreções vaginais). No final da gravidez, quando o colo é dilatado, ocorre perda do tampão mucoso (geleia saindo, mais espessa). Esvaecimento do colo final de gestação processo de abertura No final, há influencia hormonal que modifica o tipo de fibra colágena que ele tem para que haja esse esvaecimento. No início, o colágeno é mais hidrofóbico, e no final, mais hidrofílico (mais permeável à agua), aumenta gap junctions, quebra proteínas e etc. Vagina e vulva Ocorre aumento da vascularização, provocando uma cor violácea. Capacidade de distenção resíduo vaginal mais abundante (espesso, abundante, com aumento da celularidade, com diminuição do pH) Schiller fica todo corado pelo iodo pelo aumento da celularidade, ficando marrom escuro (muito glicogênio) Mamas Proliferação dos ductos mamários estrogênio Desenvolvimentos doslobos mamários progesterona Complementa o desenvolvimento lóbulo- alveolar prolactina Aumento volumétrico da mama por essas alterações. Aumenta a sensibilidade, principalmente no início da gravidez (estrogênio) orientar sutiã com sustentação boa aumenta desconforto pelo edema, aumenta a sustentação da pele Tubérculos de Montgomery Borramento da aréola (sinal de Hunter) Rede venosa de Halley Modificações musculo-esqueléticas Volume abdominal pesa aumenta mobilidade da articulação sacroilíaca, sacroccígea e púbica (estrogênio + relaxina) Aumenta o diâmetro da pele para ocorrer o parto, as articulações ficam mais maleáveis. Isso pode ser um processo doloroso ao aumentar a mobilização da articulação da sínfise púbica, pode ser sentida uma fisgada na vagina. Lordose progressiva de acordo com desenvolvimento do feto A postura da grávida modifica: hiperlordose compensada por hipercifose Muda-se o eixo gravitacional Ocorre direcionamento da cérvice pra frente pescoço de ganso Abertura das bases de sustentação para suportar eixo gravitacional modificado marcha anserina (diminui amplitude dos passos) Compressão dos nervos ulnar e mediano parestesia na região inervada Fadiga muscular Dores lombares e cervicais Paresterias de extremidades que podem irradiar para perna (fadiga de ciático) 12 Letícia Souza 70B FCMMG Cintas que fazem sustentação da barriga, pilates, fisioterapia, meias compressivas podem ajudar. Modificações do sistema cardiovascular Adaptação do volume sanguíneo para irrigar ela, o feto, a placenta e o útero Ocorre aumento do volume sanguíneo Aumento do débito cardíaco Aumento da frequência cardíaca Diminuição da RVP Diminuição da pressão arterial Ocorre expansão volêmica de até 50% do volume plasmático total, que é acompanhado do aumento do volume de hemácias (aumento não tão significativo) anemia fisiológica da gravidez. Hemodiluição início da gravidez (6ª semana), mais acentuada no 2º trimestre (24/28 semanas) e máximo por volta de 32 semanas. Após o parto, sai a placenta, e ocorre queda muito grande no volume plasmático após o parto (níveis pré-gestacionais) Se não ocorre hemodiluicao, pode aumentar risco de trombose. Diminuição da viscosidade sanguínea diminui trabalho cardíaco proteção contra fenômenos tromboembólicos benéfica proteção Aumento da volemia (lento) sem descompensação hemodinâmica, pois ocorre equilíbrio entre os fatores envolvidos na retenção e excreção de sódio e água pouco estímulo dos barorreceptores. Ocorre aumento da atividade do sistema SRAA contrabalanceia mecanismo excreto de sódio aumenta a volemia aumenta excreção de sódio ativação do SRAA para não perder muito sódio O fator natriurético atrial produzido pela placenta também serve para fazer excreção de sódio. Estrogênio aumentado ativa SRAA Vasodilatação e diminuição da PA aumenta a renina Apesar da concentração de atividade da renina estarem aumentadas, os vasos sanguíneos são refratários à ativação, para que não haja grande alteração da PA. Na gravidez, ocorre aumento da produção de prostaciclina (vasodilatador) e redução proporcional de tromboxano (vasoconstrictor) vasodilatação generalizada, levando à redução da RVP Refratariedade vascular aos estímulos vasoconstrictores da angio II e catecolaminas -> diminuição da PA, diminuição da RVP e aumento do débito cardíaco A paciente em decúbito lateral e em posição supina apresenta diferenças de PA Decúbito dorsal redução maior da PA A redução da PA é significativa após 2º trimestre, sendo maior na pressão diastólica. DC e volume sistólico aumentado, ocorre aumento da FC (10-20bpm). O DC aumenta de 30 a 50%. Maior aumento ocorre entre 20 a 24 semanas. 32 semanas pode ocorrer compressão da V. cava pelo útero, diminuindo o retorno venoso e diminuindo o DC hipotensão postural grave Melhor posição para a grávida deitar é decúbito lateral feto pesa para outro lado e descomprime a V. Cava, principalmente se o decúbito for para o lado esquerdo Na posição supina, é comum a grávida se queixar de dispneia. Durante o trabalho de parto, na contração do útero, se lança na corrente sanguínea 200- 300mL de sangue. Logo imediatamente ao parto, a contração uterina faz descompensação do DC em paciente cardiopata. Volume plasmático 45 a 50% 13 Letícia Souza 70B FCMMG DC 45% FC 10 a 15 bpm RVP menos 20% PA diastólica 5 a 10 mmHg Coração Alteração na posição do coração: deslocamento para esquerda e para cima, deslocamento do ápice para lateral Aumento volumétrico maior volume sistólico, aumento do DC, hipertrofia dos miócitos Alterações no ritmo cardíaco extra- sístoles Pelo aumento do DC (2º trimestre – 22ª semana) e da diminuição da viscosidade do sangue pode apresentar sopros Sopro sistólico leve 90% das gestantes Sopro diastólico 20% das gestantes Sopro contínuo 10% das gestantes, hipervascularização das mamas No início do pré-natal, não há aumento significativo do DC e diminuição da viscosidade sanguínea, por isso, sopro antes do 2º trimestre devem ser pesquisados. Modificações hematológicas Ocorre aumento de eritrócitos, mas não tanto quanto aumento da volemia (3º trimestre – 450mL a mais de eritrócitos) Aumento na produção de hemácias pelo aumento da eritropoietina Os eritrócitos da paciente apresentam diminuição da concentração de 2,3- disfosfoglicerato diminuição da afinidade da Hb pelo O2 facilita dissociação do O2 da hemácia materna para se associar à hemoglobina fetal Leucócitos Leucócitos totais aumento às custas de polimorfonucleares e l CD8. Durante a gestação (5 a 12 mil), e no parto e puerpério (25 mil) Provavelmente relacionado a atividade suprarrenal Só não pode haver desvios e aumento de imaturos Plaquetas Diminuição das plaquetas Hemodiluição aumento de consumo A hemodiluição causa diminuição numérica da plaqueta, com aumento do consumo no útero e na placenta. Comum plaqueta < 150.000 sem que seja preocupante. Preocupa-se com diminuição < 100.000 Fatores de coagulação Estrogênio altera todos os fatores, exceto o V e o IX. Aumento de 50% de fibrinogênio Aumento de 50% de dímero D Diminuição da atividade fibrinolítica Quadro de hipercoagulabilidade Gravidas que já tem risco de eventos tromboembólicos aumentam ainda mais esses riscos devido a essa influência do estrogênio nos fatores de coagulação (heparina até véspera do parto) Finalidade: conter hemorragia pós-parto. Após o parto, todos esses fatores são ativados para que se estanque a hemorragia. Resposta inflamatória da gravida é completamente alterada desde o início da gravidez maior risco de eventos tromboembólicos durante a Covid. Modificações respiratórias Elevação do diafragma pelo útero gravídico empurra para cima de acordo com o crescimento do feto (3º trimestre altera o momento diafragmático) Ampliação da caixa torácica como compensação à elevação do diafragma Alargamento do tórax para que não se alterem os valores respiratórios Capacidade vital pulmonar reservas pulmonares (reservas inspiratórias e expiratórias) + volume corrente 14 Letícia Souza 70B FCMMG Ocorre readaptação para que a capacidade seja mantida em funcionamento reserva inspiratória não se altera (ampliou a caixa torácica) // ocorre aumento no volume corrente, que entra // ocorre diminuição da reserva expiratória (pela compressão do pulmão pelo diafragma) Ocorre pouca alteração na FR Redução da capacidade residual funcional, que explica algumas situações como edema pulmonar e cardiorrespiratórias. As alterações cardiorrespiratórias em grávidas com covid é muitosignificativa. Volume corrente é muito aumentado pelo estado de hiperventilação, há aumento da pO2 (> suprimento de O2 para o feto) e ocorre diminuição da pCO2 pela hiperventilação (facilita transporte do CO2 do feto para a mãe) – feto de pO2 20% abaixo da mãe. O feto excreta o CO2 por meio da placenta difusão passiva passa mais para a mãe. Alcalose respiratória discreta que é compensada pela maior excreção de bicarbonato pelo rim (ritmo de filtração glomerular aumentado) equilíbrio ácido básico. Gasometria Valores gasométricos alterados pH 7,40 -7,45 (alcalose respiratória por diminuição do CO2 e aumento da excreção de bicarbonato). Queixa de dispneia (60 a 70%) Tendência a epistaxe Respiração suspirosa Redução da tolerância ao exercício físico Modificações endócrinas Depende da secreção placentária Placenta trocas gasosas, troca de nutrientes, função imunológica, função endócrina hCG possui concentração maior no início da gravidez sustentação do corpo lúteo progesterona aumenta progressivamente hLP anabolizante vai aumentado Também aumenta produção dos mais de 20 tipos de estrogênio. Estriol estrogênio próprio da mulher grávida. Tireoide Aumenta o tamanho e altera a função Hormônios da adenohipófise cadeias alfa e beta. A cadeia alfa é igual para todos, e a fração beta é determinante da variação hormonal Fração beta determina ação do hormônio hipofisário Fração beta hCG semelhança molecular com fração beta do TSH A tireoide entende que o TSH está alto quando ocorre aumento dos níveis do hCG, e ocorre produção dos hormônios tireoidianos. T4 e T3 aumentados agem na hipófise, exercendo feedback negativo para a produção do TSH, que se encontra baixo na gravidez. Novos valores de referência de TSH (normal: < 4,5) 1º trimestre < 2,5 2º e 3º trimestre < 3,5 Paciente com esses níveis aumentados não fazem hipertireoidismo fígado é responsável pela produção das enzimas carregadoras de tireoide, principalmente a TBG (carreadora de tireoglobulina). Há aumento dessa proteína, que se liga aos T3 e T4 total, e a fração livre se mantem da mesma forma. Ocorre aumento deles, mas a fração livre de T4 que exerceria o hipertireoidismo não está aumentada. Pâncreas Estrogênio + progesterona hiperplasia das células beta pancreáticas aumento da produção de insulina Varia de acordo com a dependência de estrogênio e progesterona. Além de aumentar a insulina, no início da gravidez, ocorre anabolismo (1ª metade) 15 Letícia Souza 70B FCMMG aumenta armazenamento de glicose para oferecer na corrente sanguínea do feto (não faz mecanismo anaeróbico, precisa da glicose para obter energia). Sensibilidade periférica normal à insulina Aumento da utilização periférica de glicose Aumento da lipogênese Diminuição da gliconeogênese Diminuição da glicogenólise Aumento da resposta insulínica à glicose Glicemia da grávida é 20% menor do que a da mulher não grávida Aumento dos ácidos graxos livres e cetonas Com o passar da gravidez, ocorre aumento da placenta, que produz outros hormônios (contra-insulínicos) hormônio lactogênio placentário, cortisol catabolismo Aumento da resistência à insulina Diminuição da tolerância à glicose Diminuição do estoque de glicogênio Aumento da produção hepática de glicose Suprimento constante de nutrientes para o feto A paciente que não consegue compensar este quadro desenvolve um DMG. Modificações gastrointestinais Maioria induzida por progesterona. Atua diminuindo movimento de músculo liso, causando diminuição do esvaziamento gástrico, alteração da peristalse Náusea a vomito de início da gravidez níveis do B hCG (similar ao TSH – hipertireoidismo transitório) Salivação aumenta // causa enjoo pH bucal reduzido, tende a ter mais cárie má higiene oral da gestante ligada a risco de prematuridade Gengivas hipertrofiadas, hiperemiadas, friáveis sangramento à escovação Hipotonia da musculatura lisa da vesícula biliar predisposição para cálculos biliares Diminuição do transito intestinal eructações, constipação, flatulência Diminuição do tônus do esfíncter esofágico inferior refluxo gastroesofágico, pirose Alterações gástricas, com aumento de gastrina aumento do muco, aumento do volume, aumento do tempo de esvaziamento, diminuição do pH gástrico Aumento da bilirrubina icterícia Aumento da fosfatase alcalina (3x acima do valor habitual) sem repercussão clínica Ocorre aumento do apetite, aumento da sede, aumento da leptina (hormônio da saciedade produzido por placenta e tecido adiposo) mudanças na preferências alimentares para proteção do feto substancias tóxicas podem interferir no desenvolvimento do feto (temperos e etc). Aumento da leptina alteração da secreção de vasopressina alteração da osmolaridade Vômitos aumento das gonadotrofinas, aumento dos hormônios tireoidianos Sialorreia aumenta náusea Fígado e vias biliares Hipotonia biliar litíase biliar Esvaziamento biliar lento e incompleto volume residual Função hepática pouco alterada (discreto aumento de bilirrubinas, globulinas e FFT). Aumento da FAL Diminuição parcial do transporte intraductal hepático (Colestase gravídica e prurido gestacional) Modificações urinárias Aumento da volemia, diminuição da RVP aumento do ritmo de filtração glomerular (RVP 50 a 80% aumentado) Fluxo glomerular muito alto altera clearance de creatinina (aumenta), diminui ureia, diminui creatinina, diminui ácido úrico sérico, aumenta a filtração de glicose (não reabsorve), diminui a capacidade de reabsorção de glicose, aumento da excreção de aminoácidos. Pode haver alteração do sistema coletor 16 Letícia Souza 70B FCMMG Valores de referência alterados Creatinina <0,9 Pacientes com quadro de pré-eclampsia possui associação grande com alteração renal critério de gravidade: creatinina > 1 Retenção de sódio 950 mg distribuídos nos compartimentos intravascular e instersticial, feto e placenta Fatores que promovem excreção de sódio: aumento do RFG, progesterona, peptídeo natriurético atrial, prostaglandinas, diminuição da albumina Fatores que retém sódi: estrogênio, SRAA, aumento desoxicorticoesterona Dilatação do sistema coletor, principalmente à direita (compressão do útero) hidronefrose Ação da progesterona no músculo liso relaxamento do ureter + compressão do útero – drenagem prejudicada Ação obstrutiva dexrrotação uterina, complexo venoso ovariano D Esfíncter da uretra e ureter relaxado ascensão bacteriana infecção urinária alta mais frequente Bexiga Diminuição da capacidade vesical Aumento do resíduo urinário Poliaciúria (independente do trimestre – um dos sinais de presunção) Refluxo vesico-ureteral Incontinência urinária (esfíncter mais relaxado) Paciente achar que perdeu líquido amniótico, mas na verdade foi xixi não tem cheiro nem cor devido ao ritmo de filtração glomerular muito aumentado – não tem tempo de concentrar essa urina e nem espaço para armazenamento. Bacteriúria assintomática é muito comum (cerca de 20% das grávidas) pode progredir rapidamente para pielonefrite. Infecção de trato urinário alto é uma das principais causas de sepse materna. AULA 4 ♥ Propedêutica em Ginecologia Após os 45 anos, devem ser rastreadas 5 doenças crônicas: diabetes, hipertensão, tireoideopatias, osteoporose, dislipidemias. Pressão, TSH, glicemia, medidas de lipídeos. O rastreamento de osteoporose necessita de indicações para que seja realizada a densitometria Indicado que seja feita densitometria em toda mulher sem fator de risco antes dos 65 anos. Na rede privada, étranquilo seguir o rastreamento, o problema é que na rede pública muitas vezes a densitometria não está disponível para todo mundo não entra nos exames de rotina, apenas se tiver fator de risco. Após os 45 anos, devem ser rastreados 5 canceres (após climatério): mama, intestino, colo do útero, ovário e endométrio. Câncer de mama mamografia e exame físico Câncer de intestino sangue oculto nas fezes anualmente após 50 anos, em casos positivos, encaminha-se para colonoscopia. Câncer de ovário depende da história da paciente, pois se a história não for sugestiva, não justifica o rastreamento de rotina, principalmente em pacientes mais novas. (Cânceres de ovário aparecem ou na infância ou após os 60 anos). Não tem rastreamento, e não tem um exame padrão ouro. O USG não faz screening e os marcadores tumorais também não. Então fica mais na história e exame de toque Câncer de endométrio anamnese, queixas. É pouco provável uma mulher com câncer de endométrio que não sangra. Fatores de risco: casos anovulatórios e de excesso de estrogênio (SOP, obesidade). Câncer de colo do útero Papa Nicolau 17 Letícia Souza 70B FCMMG Exames complementares em Ginecologia Citologia Oncótica Colposcopia Ultrassonografia Mamografia Citologia Oncótica O câncer do colo do útero é o 3º câncer mais comum na mulher Erros de rastreamento CA DE COLO DO ÚTERO - SCREENING Rastreamento Visualização direta com ácido acético (exame físico) ou Teste de Schiller (mais prioridade ao ácido acético ultimamente). Citologia oncótica Tipagem HPV Propedêutica complementar (rastreamento alterado) Colposcopia Biópsia do colo Curetagem Endocervical Diagnóstico definitivo Histologia Citologia Oncótica Visualizações de células do epitélio estratificado e do epitélio glandular Epitélio Pavimentoso Estratificado Células basais renovação do epitélio – células pequenas, arredondadas, núcleos grandes e vesiculados – estimuladas pelo estrogênio Células intermediárias células poligonais, citoplasma rico em glicogênio, núcleos intermediários Células superficiais orangiófilas, núcleos picnótico – mesma quantidade de núcleo e citoplasma. Na citologia, depende do tanto de células que temos para que possa ser possível falar do grau de lesão. Em pacientes em menacme, as células predominantes são as intermediárias. No climatério, as predominantes são as basais. Se há muita célula superficial, é necessário verificar qual a origem desse estrogênio que está estimulando as células basais se desenvolverem (reposição hormonal, conversão periférica de estrogênio na obesidade?) A secreção hormonal é pulsátil e varia durante o ciclo menstrual a dosagem de estrogênio em menacme com histologia que mostra quantidade ok de células superficiais não é muito proveitosa – as vezes o resultado sérico só está baixo por causa da característica pulsátil de sua secreção. Verificar pela quantidade de células superficiais é mais seguro. Epitélio Glandular Células intermediárias passando para células superficiais. Células de metaplasia escamosa madura células glandulares que se transformam em células da ectocérvice em ectrópio. Papa Nicolau Para o HPV fazer lesão, ele precisa penetrar nas células do colo do útero, ele precisa colocar seu DNA nas células basais – que replicam e progridem seu material genético na mucosa, que pega todos as camadas do epitélio do colo do útero. A infecção transitória pelo HPV é a fase de que o HPV pode infectar o colo do útero, que sofre descamação das células que continham o HPV, que faz o clearance das células infecta, mas o próprio colo do útero joga a célula fora, eliminando completamente essa célula. Ou então pode progredir para lesão pré- cancerígenas progressão com alteração do colo nas células superficiais e basais, com alterações nucleares progressão pro câncer invasor, com saída das células infectadas para dentro da lamina basal, acometidas pelo HPV, com alterações nucleares. Entre a infecção transitória e o surgimento de lesões pré-cancerígenas, existem 1-2 anos. Entre as lesões pré-cancerígenas e progressão para câncer invasor, existem 10 anos. 18 Letícia Souza 70B FCMMG 80% da população adulta em algum momento da vida tem contato pelo HPV, mas a maioria faz o clearance. 20% progride. Fatores determinantes para progressão da lesão quanto maior o número de parceiros, maior a chance de falha do clearance (pacientes > 20 parceiros), imunodeficiências, uso de corticoterapia, tabagismo (modificação da resposta inflamatória do colo), quimioterapia e outras doenças concomitantes. Fatores genéticos influenciam apenas se cursarem com imunodeficiência. Citologia convencional Colhe material da endocérvice com citobrush e material da ectocérvice com espátula da Divide a lamina em duas, uma metade coloca o da endo, e na outra o da ecto depois coloca fixação do material Citologia em meio líquido Ao invés de colher material da ecto e endo, a escovinha faz a coleta das duas partes do colo ao mesmo tempo. Ela é quebrada, colocada em um frasco e enviada para o patologista diretamente (ele que faz a lamina). A diferença entre as duas citologias é que a citologia convencional pode ter sobreposição de células grande, pelo muco erro: jeito que fazemos o esfregaço, podemos colocar muitas células sobrepostas – cuidado para não colocar esfregaço muito grosso. A citologia em meio liquido é mais segura, o patologia homogeiniza a suspensão celular, faz citocentrifugação e com o sobrenadante faz a lamina resultado fica com esfregaço mais limpo e sem muita sobreposição de célula, mais fácil e eficaz de ser lido. Diferente da citologia convencional, ambos os materiais são vistos junto (ecto e endo). Citologia em meio liquido Exame de melhor qualidade Menor número de material insatisfatório menos sangue, menos muco Possibilidade de realização de exames complementares na amostra: teste DNA- HPV, pesquisa de Chlamydia e Neisseria Mais caro e mais trabalhoso para o patologista Sem evidencias que reduz a mortalidade por Ca de colo, comparado à citologia convencional. Ectocérvice normal Raras células escamosas intermediárias, basofílicas. Muitas células superficiais eosinofílicas e basofílicas. Tamanhos dos núcleos diferentes. Ectocérvice alterada Clue cells textura granulomatosa (Gardnerella) Hifas e esporos cândida Células multinucleadas com inclusão viral intracelular (herpes em ativade) Binucleação e coilocitose (halo perinuclear) HPV (patognomônico) Classificação de Papanicolau (1942) Classe I esfregaço normal Classe II alterações inflamatórias reacionais (normal, processo regenerativo) Classe III citologia sugestiva de alteração, mas não conclusiva de malignidade Classe IV fortemente sugestiva de malignidade Classe V carcinoma invasor Com base nisso, classificou-se, também, a mortalidade. Classificação de Reagan Divisão da classe III em displasia leve, moderada e acentuada. Classe IV carcinoma in situ Classificação de Richart (1967) Alertou para potencial invasivo das displasias acentuada e carcinoma in situ neoplasia intraepitelial cervical (NIC) Displasia leve NIC I Displasia moderada NIC II Displasia acentuada NIC III Carcinoma in situ NIC III De acordo com as evoluções 19 Letícia Souza 70B FCMMG NIC I 1/3 de comprometimento basal do epitélio NIC II 2/3 de comprometimento basal do epitélio NIC III comprometimento de todo epitélio HPV infecta primeiro a parte basal para ir se multiplicando e chegar à superficial. Classificação de Bethesda (1998 – revisada em 1991 e 2001) Não se justifica hoje em dia mais usar apenas a classificação de Papa Nicolau,hoje adota- se a de Bethesda. Classifica a citologia em normal, inflamatória e achados anormais Achados anormais: lesão de significado indeterminado, lesão de baixo grau (LO- SIL) e lesões de alto grau (HI-SIL) Lesões intra-epiteliais pavimentosas de significado indeterminado ASC-US (ectocervice) ASG-US (glandulares – endocervice) LO-SIL NIC I (displasia leve) lesão que pode ter regressão 50% das lesões de baixo grau possuem regressão espontânea de 1 a 2 anos. Células escamosas basofílicas e algumas eosinofílicas, com cavidade perinuclear vazia, circundada por um espessamento citoplasmático e aumento moderado da relação núcleo-citoplasma. O tratamento de todas as pacientes altera seu potencial reprodutivo, pois tira um pedaço do colo e ele tem sua função alterada (pode induzir parto prematuro e demais problemas). Por isso, começou-se a estudar a evolução natural do HPV para saber como manejar da melhor forma. HI-SIL NIC II e NIC III (displasias moderadas, acentuadas e carcinoma in situ) Potencial de progredir para carcinoma invasor é mais ou menos igual, e essas pacientes devem ser tratadas de maneira mais agressiva. Agrupamento de células escamosas com núcleos aumentados, hipercrômicos e irregulares, com alta relação núcleo- citoplasma. Adenocarcinoma Células dispostas em arranjo glandular desordenado, com núcleos aumentados e hipercrômicos, com cromatina granulosa e mal distribuída, fundo hemorrágico. Rastreamento do Colo do Útero protocolo do MS de 2016 Rastreamento com citologia oncótica em mulheres > 25 anos que iniciaram sua atividade sexual 2 primeiros exames com periodicidade anual Dois exames anuais negativos a cada 3 anos. Não se justifica a repetição em exames normais, pois não serão rastreadas alterações se as células ainda estão na camada basal. Essa recomendação é para rastreamento de citologia oncótica, mas não retira a necessidade do exame clínico. Alterações sobre atuação do ácido acético ou Teste de Schiller muda o protocolo. Interrompido em paciente > 65 anos, após 2 exames consecutivos negativos nos últimos 5 anos, exceto se a paciente tiver 20 Letícia Souza 70B FCMMG história positiva prevalência do câncer invasor na menacme e queda da relação sexual se houver infecção após essa idade, pensa-se em perspectiva de vida da paciente devido ao tempo de desenvolvimento do câncer. Condições que podem causar prejuízo à amostra coletada que ocorram até 48 h antes do exame: Realização de exame intravaginal com uso de lubrificantes (USG TV) Uso de espermicidas Uso de medicamentos intravaginais Relações sexuais com uso de preservativo A presença de espermatozoide na amostra não prejudica a qualidade, entretanto outros fatores podem prejudicar. Dados que devem constar na solicitação do exame Idade Data do último exame citopatológico Antecedentes obstétricos História de IST especialmente HPV DUM ideal que a coleta seja realizada após 5 dias do término // caso não seja possível, adicionar gotas de ácido acético a 2% de solução fixadora para melhorar a qualidade da amostra material hemorrágico que pode piorar a análise (vem do endométrio ou colo? Confunde o patologista) Presença de corrimentos vaginais patologista procura mais por trichomonas, Vaginose, candida Dispareunia Sinusorragia sangramento durante ou após relações sexuais Sangramento durante a coleta Aspecto do colo friável / lesões vegetantes Presença de resíduo vaginal anormal Tabela de recomendações com base na conduta inicial a partir de alterações citológicas FEBRASGO 2020. ASC US < 25 anos repetir em 3 anos 25-29 repetir em 1 ano Maior ou igual a 30 teste DNA HPV ASC-H Todas colposcopia ACG Todas colposcopia + amostra endometrial L-SIL < 25 anos repetir em 2 anos Maior ou igual 25 anos repetir em 6 meses H-SIL Todas colposcopia, e em casos especiais EZT Adenocarcinoma Todas colposcopia Colposcopia Aparelho ótico com magnificação, associado à soluções reagentes com o epitélio do trato genital inferior complementar à citologia aumenta a visualização do colo em até 40 vezes associa à aplicação de ácido acético evidencia alguma lesão que a paciente apresente ali Indicações resultado alterado no exame de triagem Colo com aspecto suspeito teste de Schiller ou inspeção com ácido acético alterado Citologia oncótica positiva Consegue ver o quanto do colo está alterado. Pode colocar-se em imagens ampliadas, em tela, em videocolposcópio pode ser 21 Letícia Souza 70B FCMMG transferida para dentro do prontuário eletrônica. Canal Endocervical Epitélio glandular epitélio cilíndrico, única camada, mucossecretora Epitélio escamoso ectocérvice JEC junção escamo-colunar Onde tem maior atividade mitótica, e é onde o HPV se infecta aproveita intensa multiplicação. A JEC varia muito de acordo com o grau de estrogenização da paciente menacme causa eversão das células da endocérvice (ectropia) pode ter metaplasia escamosa endo em ecto Na infecção pelo HPV, existem alterações: Epitélio acetobranco esbranquiçado com o ácido acético (EAB) baixo grau Pontilhado área branca com pontos vermelhos (proliferação vascular desorganizada – grau de invasão maior) Mosaico progressão do pontilhado – neoformações vasculares ao redor do epitélio acetobranco pode ser área de proliferação vascular por metaplasia escamosa Orifícios glandulares espessados células atípicas que ocupam criptas glandulares da ZT Mosaico pode ser sugestivo de lesão de alto grau, junto ao EAB espesso. Os achados da colposcopia podem ser classificados entre menores (baixo grau) e maiores (alto grau). Maiores EAB denso, aparecimento rápido do acetobranqueamento, orifícios glandulares espessos, mosaico grosseiro, pontilhado grosseiro, borda aguda, bem demarcada, sinal de borda interna (lesão dentro da lesão), sinal da crista Menores EAB tênue, borda irregular, geográfica, mosaico tênue, regular, pontilhado tênue e regular Suspeita de invasão vasos atípicos, frágeis, diferentes calibres, contornos variáveis – neovascularização. O objetivo da colposcopia é direcionar e guiar onde fazer a biópsia – local de lesão maior para que biopsia seja direcionada para achados sugestivos de lesão maligna. Captura Híbrida Amplificação do DNA do HPV para detecção com sensibilidade de 90 a 100% Feita com 5 tipos de HPV de baixo risco + 13 tipos de HPV de alto risco não colocam o tipo, a não ser em casos de pesquisa. Coloca- se em grupo A (baixo) e B (alto risco) A captura híbrida é feita em conjunto ou não com a citologia, e não se justifica que seja feita em paciente abaixo de 25 anos, em hipótese alguma. A grande indicação é para paciente com citologia ACS-US diferenciar processos reativos não induzidos pelo HPV. Indicado também para acompanhamento de lesões de alto grau. Substituição da citologia oncótica para rastreamento primário para mulheres > 25 anos? O problema é que fica um método muito caro Para avaliação da interrupção do rastreamento em mulheres > 65 anos e sem história de alterações anteriores Brasil: mulher acima de 30 anos com ACS- US e acompanhamento de lesões de alto grau. Ultrassonografia Rastreamento de câncer de endométrio e de câncer de ovário Pode ser feito por via endovaginal ou ultrassom pélvico abdominal US TV método de escolha – melhor resolução – cai direito na cavidade uterina US ABD pensa-se em abdome superior na hora que chega o pedido pede-se ultrassom pélvico via abdominal 22 Letícia Souza 70B FCMMG Indicado em mulher que nunca teve relação sexual ou que tem condição clinica que impossibilitautilização da via vaginismo Algumas pacientes também se negam a fazer a USG endovaginal A bexiga tem que estar cheia Mais difícil avaliar se a paciente tem panículo adiposo espesso ou se tem muitos gases. Avaliação do útero Volume Normal em nulípara – 90cm3 Multíparas > 3 partos – até 180 cm3 Menopausa: 30cm3 Característica do endométrio Após menstruação: fino e ecogênico (até 5mm) Fase ovulatória (7 a 8mm) Fase secretora (até 14mm) Colo uterino – 3 a 5 cm Ovário entre 3 e 5 cm – depende da fase do ciclo e se está na menacme ou menopausa. Aspecto trilaminar do endométrio paciente ovulando Endométrio secretor mais ecogênico, espesso, mais branco (aumento da quantidade de glândulas pela progesterona) Uso de anovulatórios fica fino, não tem estímulo // assim como pacientes pós- menopausa, sem estímulo de estrogênio Uso de tamoxifeno câncer de mama pode estimular e modificar o endométrio – modifica a chance de câncer de endométrio Nos ovários, pode-se encontrar a característica dos folículos ovarianos nas diferentes fases do ciclo menstrual Folículos antrais (<9mm) Folículo dominante (10mm) Folículo pré-ovulatório (18 a 20mm) Corpo lúteo Alterações detectáveis ao US Malformações uterinas Pólipos endometriais Leiomiomas Adenomiose Espessamento endometrial Massas anexiais Endometriose Malformações uterinas Útero bicorno, hipoplasia uterina, utero septado Adenomiose Assimetria de paredes uterinas, cistos miometriais, ilhas de tecido hiperecoico no interior do miométrio, linhas de sombra acústica posterior grande diagnóstico por anatomopatológico Leiomioma Lesão redonda, homogênea, bem definida, hipoecoica em relação ao miométrio subseroso, intramural, submucoso Espessamento endometrial Homogêneos ou heterogêneos, presença de áreas císticas difusamente distribuídas. Massas anexiais Paredes, conteúdo, presença de septos, presença de projeções sólidas, vascularização Cistos multifoliculares, cisto onilocular com componente sólido, cisto multifolicular com componente sólido, imagem sólida ovariana. Endometriose Característica do cisto endometriótico – presença de sangue (achocolatado na Macroscopia) espessamento visível ao US Mamografia FEBRASGO 2012 MMG em < 40 anos mulheres com alto risco de câncer de mama US mamas < 40 anos casos individualizados RM < 40 anos mulheres com alto risco de CA de mama MMG entre 40 e 69 anos anual 23 Letícia Souza 70B FCMMG US mamas entre 40 a 69 anos método complementar à MMG MMG > 70 anos indicação individualizada, expectativa de vida > 7 anos MS e INCA, 2015 MMG em < 49 anos não indicada de rotina MMG entre 50 a 69 anos bianual MMG > 70 anos não se recomenda rastreamento de rotina Emissão de RX que é interpretado. Incidências mamográficas Médio-lateral oblíqua Crânio-caudal Medio-lateral obliqua Observar ângulo infra-mamário (difícil em mamas muito volumosas), peitoral ao nível do mamilo. Craniocaudal Para verificar se a incidência foi boa, verifica- se o peitoral e o mamilo perfilado. BI-RADS 0 inconclusivo – conduta complementar 1 – normal 0,05% risco de câncer – CD seguimento 2 benigno 0,05% risco CD seguimento 3 provavelmente benigno 2% CD seguimento curto 4 suspeito: estadiamento I a III por histologia 5 provavelmente maligno 6 maligno (programar cirurgia) Densidade mamográfica A partir do tempo que a densidade é aumentada, pode-se mascarar a lesão (muita glândula) paciente pós-menopausa. A mama < 45 anos é vista muito branca devido ao parênquima, por isso não é indicada a realização do exame. Ultrassonografia de mama Avaliação de nódulos palpáveis Presença de microcalcificações Nódulo suspeito Nódulo de margens irregulares Hipoecogenico Textura heterogênea Diâmetro AP > L-L AULA 5 ♥ Assistência pré-natal Caso clínico Sofia Cristina, 17 anos G1 P0 A0 DUM 20/01/2021 (hoje 30/03 9 semanas e 4 dias) Teste gravidez + Queixando náuseas e enjoos IG 11 + 28 + 30 = 69 = 9 semanas e 6 dias DPP = DUM + 7D – 3m 27/10 Conduta hoje: prescrição de ácido fólico + USG, pedir sorologias obrigatórias (HIV, HBV, Sífilis e toxoplasmose). Assistência pré-natal Conjunto de medidas e protocolos que assegurem nascimento de criança saudável e estimular uma gravidez saudável Objetivos de acordo com o MS Além da saúde Orientação sobre direito sexual, social e trabalhista Gestação indesejada: acompanhamento e abordagem multidisciplinares, de forma acolhedora, singular e integral detecção precoce de problemas Pacientes vítimas de violência sexual: prosseguir com a gestação e assumir maternidade, adoção e aborto 24 Letícia Souza 70B FCMMG Periodicidade das consultas Ideal seria uma consulta pré-concepcional Início das consultas o mais precoce possível Até 14 semanas mínimo 1 consulta 15 e 28 semanas 2 consultas 29 e 42 semanas 3 consultas Assegurar no mínimo 9 consultas (?) No terceiro trimestre começa com consultas semanais, mas o ideal a partir de 39 semanas é realizar consultas semanais (maior risco de intercorrências) O pré-natal só termina depois do puerpério (42 dias após o parto) PRIMEIRA CONSULTA Classificar risco pré-natal Maternidade de referencia Conferir status vacinal Avaliação nutricional e odontológica Avaliar queixas pré-natais Solicitação de exames Orientar profilaxia de contaminação de infecções potencialmente lesivas ao feto Orientar uso de repelentes: à base de Icaridina (preferencia – maior tempo de reaplicação) e DEET (tem que passar mais vezes). Maternidade de Referência Direcionamento da paciente conforme a região de residência da paciente Rede de maternidades públicas de BH e região metropolitana. Atualizar vacinação Hepatite B 0, 1 e 6 (após 1ª dose) Se ocorre desconhecimento do calendário vacinal, deve-se aplicar as doses de hepatite B, independente da semana de gestação. dT 0 dTpa a partir de 20 semanas, intervalo mínimo de 30 dias após 1ª dT (pelo menos 1 mês antes do parto) dT intervalo mínimo de 30 dias após dT Mais de 10 anos desde última dose ou se desconhece o calendário ou se a vacinação é incompleta. Se a paciente tiver uma dose, fazer um reforço com dTpa (coqueluche) Gripe (H1N1 - Influenza) em qualquer momento da gravidez Vacinas em situações especiais Febre amarela Raiva – mordida por cachorro Pneumocócica Meningocócica Coronavírus Contraindicações HPV (pede para parar o esquema) Varicela Dengue Sarampo Rubéola Caxumba Ganho de peso recomendado na gravidez médio no 2º ou 3º trimestre Baixo peso 12,5 a 18 kg 0,5 kg/semanal Adequado 11,5 a 16kg 0,4 kg/semanal Soprepeso 7 a 11,5 kg 0,3 kg/semanal Obesidade 5 a 9kg 0,2kg/semanal Suplementação vitamínica Ácido fólico 400 mcg/dia (de preferência, indicado 30 dias antes da concepção e mantido até 12 semanas de gravidez). Em pacientes com história de deficiência de fechamento do tubo neural do bebê ou uso de medicamentos (anticonvulsivantes), suplementa-se mais. Se ocorre supersuplementação, pode ocorrer hipermetilação do DNA intra-útero, associado a desenvolvimento posterior linfoma da criança. Ferro elementar 40mg/dia em mulheres sem anemia, a partir de 20 semanas. 25 Letícia Souza 70B FCMMG Ômega 3 1000mg/dia no 3º trimestre (FEBRASGO), indicado em mulheres com baixa ingestão de peixes Desenvolvimento do tubo neural do bebê. A paciente que ingere mais de 3 porções por semana de oleaginosas, peixes, chia, já possuem suplementação boa e não precisa da reposição Especiais Cálcio 1000mg/diaem mulheres com baixa ingestão de leites e derivados Orientar consumo de 3 porções de leite e derivados por dia. Em algumas situações, em paciente com baixa ingestão, pode haver prevenção de pré- eclampsia. Vitamina D 600 a 1000UI/L em mulheres de risco para hipovitaminoses D – orientar exposição solar de 5 a 15min/dia entre 10h e 15h Avaliação odontológica A saúde bucal revela muitas informações, inclusive sobre parto prematuro (liberação de fatores inflamatórios) Sem contraindicação para tratamento odontológico sob anestesia local (pode utilizar vasoconstrictor). Tomar cuidado com analgésico (não pode dar anti-inflamatório – altera líquido amniótico e fechamento do canal arterial). Orientar uso de avental de chumbo para proteção abdominal caso tenha necessidade de RX. Lesão fetal RX acima de 10 a 20 rads Queixas comuns do pré-natal Prescrição de sintomáticos conforme a necessidade Analgésico aspirina ou paracetamol (preferência). Anti-inflamatório de jeito nenhum, exceto em situação muito controlada e menos de 48 horas) Antifisético (pum) simeticona Antiespasmódico (cólica) escopolamina (buscopam) ou algum que tenha dipirona ou paracetamol na fórmula. Enjoo plasil Exames de rotina Tipagem sanguínea/Rh Coombs indireto (mesmo em rh positiva) Eletroforese de Hb Citologia oncótica Hb e hematócrito Glicemia de jejum Urina tipo I Urocultura Toxoplasmose HBsAg Teste rápido/sorologia HIV e Sífilis Exames de rotina do 2º trimestre Coombs indireto mensal se a paciente for RH negativo Teste rápido de sífilis entre 21 e 24 semanas TOTG 24 e 28 semanas Glicemia de jejum, glicemia de 1h, glicemia 2h dextrosol 75g VO Exames de rotina do 3º trimestre Hb e hematócrito Urina tipo I Urocultura Toxoplasmose, HBsAg, Teste rápido/sorologia (HIV e Sífilis) VDRL entre 25 e 28 semanas TR entre 33 e 36 semanas EXAMES Tipagem sanguínea Mãe RH positiva rastreamento encerrado Mãe RH negativa Eletroforese de Hb Anemia falciforme – rastreamento Se mãe e pai tiverem traço falciforme Se mãe tiver traço falciforme, encaminhar para pré-natal de alto risco 26 Letícia Souza 70B FCMMG Hemoglobina e hematócrito Hemodiluição pode causar anemia Hb normal inicia-se reposição de ferro apenas com 20 semanas Se a paciente possui Hb entre 8 e 10,9 g/dL - > anemia leve a moderada Pesquisar parasitose intestinal Iniciar tratamento com sulfato ferroso 120 a 160mg de ferro elemento/dia 2 comprimentos 30 mins antes do almoço + 20 cp antes do jantar Repetir hemograma em 30 dias Se melhora da anemia, manter tratamento com sulfato ferroso com 3 meses e repetir hemograma em 60 dias. Se piora da anemia ou níveis de Hb estáveis, encaminhar para pré-natal de alto risco Hb < 8g/L anemia grave Encaminhar gestante ao pré-natal de alto risco Metabolismo de glicose 1ª metade anabolismo aumento da resposta insulínica à glicose, com queda nos valores da glicemia de jejum de 10 a 20% Espera-se VR < 92 como normal 92 a 125 -> repete imediatamente – diabetes com riscos para o feto 126 -> quadro de DMG 2ª metade catabolismo aumento dos hormônios contra-insuínicos, que dificultam a absorção da glicose resistência à insulina Avalia-se por TOTG (24 a 28 semanas – pico dos hormônios contra-insulinicos) 3 dosagens de glicose 1 jejum < 92 1h < 180 2h após dextrosol < 153 Qualquer valor diferente disso faz-se diagnóstico de DMG Rastreamento de DMG Hemoglobina glicada solicitação no primeiro trimestre pode sugerir over diabetes, que está no limite e poderia não ter sido diagnosticada antes estado de pré- diabetes Fatores de risco para DMG Idade Etnia Obesidade > 27 Ganho excessivo de peso na gravidez Deposição central de gordura Associação com quadros hipertensivos Paciente que teve feto anterior com quadro macrossomico Feto natimorto sem explicação prévia DM2 em parentes Baixa estatura SOP DMG anterior Exame de urina Urina tipo I Urocultura Há diminuição da capacidade vesical, aumento do resíduo urinário, refluxo vesico- ureteral 27 Letícia Souza 70B FCMMG Exame de urina fundamental para rastrear bacteriuria assintomática: risco de CIUR, RN de baixo peso, abortamento Pode virar ITU baixa, que pode virar ITU alta maior causa de sepse materna (mortalidade na gravidez) Bacteriúria assintomática no primeiro trimestre deve ser investigada novamente. SOROLOGIAS Toxoplasmose Maioria assintomática nos adultos Catastrofica no feto hidrocefalia, microcefalia, calcificações cerebrais, cegueira, surdez, convulsões. Toda paciente grávida com pico febril ou adenomegalia deve-se considerar novo rastreamento. Toxo no primeiro trimestre menos transmissão pela placenta mas maior gravidade Toxo no terceiro passa mais, mas é menos grave FEBRASGO recomenda que rastreamento de toxo seja feito no primeiro, segundo e terceiro semestre. Alguns autores preconizam avaliação a cada dois meses. Contaminação: direta (fezes de gato), na praia, por exemplo. Mas a maioria é fecal-oral ou alimentos contaminados (carne malpassada e verdura mal lavada). Gato doméstico que só fica em casa não tem tanto risco de contaminação por toxoplasmose. Ele não pode sair de casa para caçar. Orientação para prevenção primária: principalmente, limpeza de mão e dos alimentos que são comidos crus. Carnes cruas também são perigosos (trofozoítos no músculo). Triagem para toxo no início da gravidez IgG + e IgM - imune, para rastreamento Ig- e IgM - susceptível, prevenção primaria Ig G+ e Ig M + IgG produzido um mês após infecção e IgM durante a infecção. Antes ou durante a gravidez? Avaliar, pois o IgM pode estar caindo (residual) – transmissão fetal < 16 semanas: teste de avidez de IgG alta avidez significa infecção crônica (muito tempo) // baixa avidez: baixo tempo de exposição ao toxoplasma, então configura-se infecção aguda que deve ser tratada > 16 semanas: com certeza é quadro de infecção aguda (porque o IgG demora 1 mês para ser produzido) IgG – e IgM + infecção aguda? Falso positivo? IgA – marcador de infecção aguda – repetir em 3 semanas IgG + e IgM + (infecção aguda) Hepatite B (HbsAg) Início do pré-natal e terceiro trimestre Negativo vacinação, caso não tinha sido imunizada Se for imunizada, alguns autores falam que pode dar dose de reforço. Positivo risco de transmissão vertical (tratamento e cuidados após o parto com o RN – vacina e imunoglobulinas logo ao nascer) HIV Início do pré-natal e terceiro trimestre Negativo repetir no terceiro trimestre Positivo risco de transmissão vertical Sífilis Primeiro, segundo e trimestre aumento absurdo da incidência de sífilis (137% de sífilis congênita) 1º trimestre VDRL 2º trimestre Teste rápido (21-24s) 28 Letícia Souza 70B FCMMG 3º trimestre VDRL (25-28s) TR (33-36s) Se rastreamento positivo, iniciar tratamento independente da realização do teste confirmatório. O teste confirmatório muitas vezes vem negativo, mas mesmo em títulos muito baixos de VDRL recomenda-se o tratamento. Testes confirmatórios para sífilis Teste rápido FTA-ABS TPHA Testes treponêmicos avaliação direita do treponema – não tem falso positivo VDRL é marcado com cardiolipina e pode dar positivo com pacientes com doenças colagenosas, como LES. USG de rotina no pré-natal de risco habitual Com base nas evidências, a USG de rotina nas gestantes de baixo risco não confere benefícios à mãe ou ao RN (recomendação A) A decisão de incorporar ou não a USG obstétrica à rotina do pré-natal deve considerar recursos