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DERMATITE ESFOLIATIVA Introdução A dermatite esfoliativa, ou eritrodermia esfoliativa, é a erupção descamativa generalizada da pele, de natureza idiopática ou secundária a alguma afecção cutânea ou sistêmica. Os principais achados histopatológicos são hiperqueratose, paraqueratose, acantose da epiderme, edema, vasodilatação, infiltrados perivasculares. Podem estar associadas lesões próprias da doença cutânea subjacente. Cerca de 75% dos pacientes têm mais de 40 anos de idade. Causas •Etiologia desconhecida em cerca de 25% dos casos. Doenças associadas •Dermatites atópica, de contato e seborreica •Eritrodermia ictiosiforme congênita •Linfoma, principalmente micose fungoide e síndrome de Sézary •Pênfigo foliáceo •Pitiríase rósea e pitiríase rubra •Psoríase •Neoplasias (carcinoma de cólon e dos pulmões, leucemia, mieloma múltiplo) •Escabiose •Reações medicamentosas (sulfonamidas, sulfonas, penicilinas, cefalosporinas, anticonvulsivantes, AINEs, codeína, metais pesados, quinidina, captopril, iodo, antimaláricos). Manifestações clínicas •Escamas finas com eritema leve e liquenificação da pele •Descamação: inicia-se nos locais das lesões da doença cutânea associada, posteriormente torna-se generalizada. Quando não há doença cutânea associada, a descamação geralmente inicia-se na região genital, tronco e cabeça antes de se generalizar •Distrofia ungueal •Queda de cabelos (25% dos casos) •Prurido •Febre e calafrios (50% dos pacientes) •Fraqueza •Anemia (65% dos casos) •Linfadenopatia generalizada •Esteatorreia •Hepatomegalia (20 a 35% dos casos) •Esplenomegalia nos casos de linfoma/leucemia •Ginecomastia •As mucosas são poupadas. Exames complementares •Hemograma •Dosagem de proteínas •Radiografia do tórax •Ultrassonografia do abdome •Dosagem de PSA. Comprovação diagnóstica •Dados clínicos + biopsia da pele, de linfonodos ou da medula óssea, para investigar a possibilidade de doença subjacente. (A biopsia da pele deve ser feita em três locais e repetida a cada 6 a 12 meses, até que se chegue a um diagnóstico.) Tratamento •Suspensão do(s) medicamento(s) suspeito(s) •Tratamento da doença subjacente. Tratamento medicamentoso •Formas localizadas da doença: corticoides tópicos, 2 vezes/dia, até melhora •Prednisona, VO, 1 mg/kg/dia, por 2 semanas, reduzindo gradativamente a dose, em casos graves •Anti-histamínicos para aliviar o prurido •Cremes hidratantes em todo o corpo, 2 a 3 vezes/dia. Evolução e prognóstico •Em pacientes com causa subjacente identificada, a evolução e o prognóstico dependem da doença primária •Na dermatite esfoliativa de etiologia desconhecida, o prognóstico é reservado, com frequentes recidivas ou sintomas crônicos, exigindo corticoterapia prolongada •Infecção bacteriana secundária é frequente •Desidratação/distúrbios eletrolíticos •Insuficiência cardíaca. Atenção Quando não se conhece a causa da eritrodermia, é importante uma avaliação clínica minuciosa, pois pode haver neoplasia maligna “oculta” (prostática, ginecológica, pulmonar, gastrintestinal etc.), manifestando-se pela eritrodermia. FONTE: Clínica médica na Prática diária. Porto.