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FARMACODERMIAS

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DERMATOLOGIA 
Lucas Santana – MEDICINA UFMA 
 
FARMACODERMIAS 
 
 
REAÇÕES ADVERSAS ÀS DROGAS 
 
Efeito não terapêutico, prejudicial ou indesejável, 
não intencional que surge com a administração de 
um medicamento em doses normalmente utilizadas 
no homem para profilaxia, diagnóstico ou 
tratamento de uma doença. 
 
 Contém: 
 
- Reações indesejáveis 
- Aumento da frequência de reações indesejadas 
- Atenção aos grupos suscetíveis, principalmente 
crianças (imaturidade enzimática-hepática) e 
idosos (alteração da biotransformação) 
- Causas de hospitalização 
- Aumento do tempo de permanência de internação 
- Acometimento de qualquer órgão/sistema 
- Espectro clinico variável 
- Provoca óbitos 
 
Classificação das reações adversas 
 
■ Tipo A: 
- Resulta em um efeito exagerado 
- São farmacologicamente previsíveis 
- São dose-dependentes 
- Alta incidência e morbidade (85-90%) 
- Baixa mortalidade 
- Tratamento: ajuste da dose 
 
■ Tipo B: 
- Efeito anormal e inesperado 
- Farmacologicamente imprevisível 
- Dose dependente (suscetibilidade individual) 
- Baixa incidência e morbidade 
- Alta mortalidade 
- Hipersensibilidade, idiossincrasia, intolerância e 
alteração na fórmula 
- Tratamento: suspensão da droga 
 
Mecanismos de ação 
 
■ Imunológicos 
- Metabólitos reativos 
- Para se tornarem imunologicamente reativos, 
necessitam de conjugação da substância 
- Múltiplas vias de ativação imunológica 
- Interação entre as drogas 
 
■ Classificação de Gel & Coombs 
▪ Tipo I: anafilática ou hipersensibilidade 
imediata 
. Síntese de IgE específica (mastócitos ou 
basófilos) 
. Liberação de mediadores pré-formados ou 
mediados 
. Principal manifestação cutânea: urticária 
 
▪ Tipo II: citotoxicidade 
- Ação de IgM e IgG específicos 
- Destruição de células alvo, provoca perda da 
função tecidual 
- “Penias”: agem em células com rápida 
multiplicação 
- Principal manifestação cutânea: eflúvio anágeno 
(perda de cabelo na quimioterapia, por exemplo) 
 
▪ Tipo III: imunocomplexos ou tardias 
. Deposição tecidual de imunocomplexos IgM e 
IgG 
. Necessita de exposição contínua 
. 1 a 3 semanas após exposição inicial ou até 
décadas 
. Principais manifestações cutâneas: exantemas/ 
febre/linfadenopatia/artralgia 
 
 ▪ Tipo IV: mediada por células ou retardada 
- Mediada por linfócitos T (lentas) 
- Resposta inflamatória mediada por citocinas 
- Subdividida em 4: 
 
. 4a: Th1/monócitos (DAC) 
. 4b: Th2/eosinófilos (exantemas/buloses) 
. 4c: perforinas/granzimas CD4/CD8 (Stevens-
Johnson /DRESS/EPF) 
. 4d: Quimiocinas/Neutrófilos (PEGA) 
 
Não imunológicos 
- Uma droga pode apresentar um efeito secundário 
(efeito desejado), podendo ou não ser um efeito 
colateral (efeito secundário não desejado). 
 
 A maioria das “alergias a remédios” não são 
alergias! 
 
SÍNDROMES CUTÂNEAS RELACIONADAS 
A DROGAS 
 
Erupções máculo-papulares 
 
■ Exantema agudo medicamentoso 
 
- Forma mais comum de RCAD, normalmente 
surgindo após o início da administração da droga 
ou até mesmo após a suspensão da medicação 
DERMATOLOGIA 
Lucas Santana – MEDICINA UFMA 
 
- Aparecimento súbito 
- Exantema mobiliforme e escalatiniforme 
- Pruriginoso 
- Progressão craniocaudal simétrica, 
principalmente na região proximal dos membros 
- Hiper ou hipopigmentação residual 
- Febre, artralgia e cefaleia (comum em crianças) 
- Repetição com a reexposição, com sintomas mais 
exuberantes 
 
Drogas implicadas 
 
 
 
Tratamento 
 
- Suspeição e nterrupção da droga causadora 
- Anti-histamínicos orais 
- Emolientes não sensibilizantes 
- Corticoides tópicos 
- Corticoides orais 
 
Eritema pigmentar fixo 
 
- Segunda RCAD mais comum por drogas (raro) 
- Início: 30min a 8h ou 1-2 semanas 
- Lesões geralmente únicas 
- Costuma sofrer recidiva no mesmo local 
- Prurido e ardor assintomáticos 
- Duas fases 
. Inflamatória ou não inflamatória 
. Pós-inflamatória 
- Variantes: 
. Purpúrico/urticado/Bolhos (mais grave) 
. Generalizado (raro e grave) – mais comum nas 
reexposições 
- Geralmente as manchas são arredondadas, 
eritemato-violacia (inflamatória) ou castanho 
avermelhada (não inflamatória) e ligeiramente 
infiltrada. Pode se tornar uma tatuagem. 
 
Drogas mais implicadas 
 
 
Tratamento 
- Suspeição e interrupção da droga causadora 
- Anti-histamínicos orais 
- Emolientes não sensibilizantes 
- Corticoides tópicos de média e alta potência 
- Corticoides orais 
 
Eritema multiforme 
 
- Início súbito, autolimitado e recorrente 
- Lesões de múltiplos aspectos morfológicos: 
.Eritêmato-papulosas/eritêmato-vésico-
bolhosas/purpúricas 
. Lesões em alvo (lesões eritêmato-papulosas 
com vesícula central) com dois halos 
concêntricos e geralmente sintomáticas. Podem 
confluir, formando pétalas 
- Diagnóstico diferencial com a sífilis 
(assintomáticas)b 
- Isoladas ou confluentes 
- Simétricas e acrais (palmas e plantas) 
- Pruriginosas 
- Lesões de mucosa (25-30%) – halo pouco visível 
- Evolução média: 7 dias 
 
Drogas mais implicadas 
 
 
 
Tratamento 
 
- Suspeição e interrupção da droga causadora 
- Anti-histamínicos orais 
- Emolientes não sensibilizantes 
- Corticoides tópicos de alta e média potência 
- Corticoides orais 
 
Síndrome de Stevens-Jonhson (SSJ) e Necrólise 
epidérmica tóxica (NET) 
 
▪ SSJ (comprometimento mais leve) e NET 
(comprometimento mais grave) 
- Lesões variáveis com tendência à generalização 
. SSJ: isoladas/descolamento <10% 
. NET: confluentes/descolamento >30% 
. Formas transicionais: 10-30% 
- Lesões provocam dor ao toque 
 
 
 
 
DERMATOLOGIA 
Lucas Santana – MEDICINA UFMA 
 
 
Drogas mais implicadas 
 
 
 
Sintomas inespecíficos 
 
- Lesões mucosas (bucal e labial/ conjuntival / 
anogenital) 
- Ardor e sensibilidade dolorosa 
- Sinal de Nikolsky presente – descolamento da 
epiderme da derme em uma área aparentemente 
não afetada 
- Evolução em 2 a 3 dias (horas até 1 semana) 
 
Comprometimento sistêmico 
 
- Disfagia/hemorragia digestiva alta (erosões 
esofageanas) 
- Hepatite 
- Desconforto e insuficiência respiratória 
(traqueobronquite/Pneumonite) 
- IRA pré-renal 
- Alterações hemodinâmicas 
- Alterações hematológicas (penias a CIVD) 
- Alterações hidroeletrolíticas, afetando 
principalmente as crianças 
- Infecções (destruição da barreira cutânea), 
afetando principalmente os adultos 
 
Tratamento 
 
- Suspeição diagnóstica 
- Identificação precoce e retirada imediata da droga 
implicada 
- Monitoramento hidroeletrolítico rigoroso 
- Internação hospitalar na UTI 
- Acesso venoso em área de não comprometimento 
cutâneo 
- Suspender todas as medicações desnecessários 
- Descontinuar corticoide (se uso) 
- Avaliação ambulatorial 
- Rastreio infeccioso (hemo e urocultura) 
- Antibiótico endovenoso (infecção documentada 
ou sinais de sepse) 
- Acompanhamento multiprofissional 
- Imunoglobulina intravenosa 
. Até 48-72h: 1g/kg/dia por 3 dias com infusão em 
4h 
. Após 72h: se lesões ativas e doença evoluindo 
Síndrome de hipersensibilidade induzida por 
drogas (DHIS) - DRESS 
 
- Sintomas cutâneos / sistêmicos 
(hematológicos/hepáticos) 
- Instalação lenta (latência de 2-8 semanas) 
- Resolução lenta (mesmo após suspensão da 
droga) 
- Hepatite induzida por medicação 
- Reação às sulfonas 
 
 
 
Fases da DRESS 
 
- Primeira fase (prodômica) 
. Febre baixa (primeiro sinal) 
. Linfadenomegalia generalizada, dolorosa e 
simétrica 
 
- Segunda fase (cutânea) 
. Exantema máculo-papular infiltrado associado à 
hepatite 
. Distribuição simétrica 
. Progressão craniocaudal 
. Edema facial, labial e periórbitareio e acral 
. Resolução com descamação lamelar 
 
- Terceira fase (visceral) 
. Hepático (61%) 
. Renal (15%) 
. 
Cardíaco/pulmonar/Gastrointestinal/Tireoideano/
Neurológico 
. Pancreatite e DM 
 
Critérios diagnósticosDERMATOLOGIA 
Lucas Santana – MEDICINA UFMA 
 
 
 
Urticária aguda medicamentosa 
 
- Placas eritemato-eritematosas bem delimitadas 
- Formas e tamanhos varíaveis 
- Muito pruriginosas 
- Localizadas ou generalizadas 
- Caráter transitório 
- Podem ser: 
. Agudas: <6 semanas 
. Crônicas >6 semanas 
- Crianças podem ter febre, artralgias, e edema de 
mãos e pés 
- Hipotensão e edema de glote – choque anafilático 
 
 
 
Conduta na emergência 
 
Quadros leves 
 
 Anti-histamínicos H1 2ª geração (1x/dia) 
e/ou 
Anti-histamínicos de 1ª geração (1-4x/dia) 
e/ou 
Anti-histamínicos H2 (1x dia) 
e/ou 
Emolientes 
 
Corticoide tópico é questionável 
Anti-histamínico tópico não devem ser utilizados 
 
Quadros disseminados 
 
Corticoide EV (Metilprednisolona 125mg 6/6h) 
e/ou 
Anti-histamínicos EV H1/H2 
( Defenidramina EV/IM 25-50mg/dose até 4/4h 
e/ou Ranitidina EV: 50mg/dose até 8/8h) 
 
e/ou 
Corticoide VO (Prednisona ou prednisolona: 0,5-
1mg/kg: redução gradual até 14 dias) 
e/ou 
Anti-histamínico H1 VO 
(1ª ou 2ª geração: até duas semanas após 
desaparecimento das lesões) 
 
Quadros graves (Anafilaxia) 
 
Adrenalina 1:1000 (1mL) 0,3-0,5mL 
+ 
Corticoide EV 
+ 
Anti-histamínico H1/H2 EV 
 
Em casa: 
Corticoide VO 
+ 
Anti-histmínicos H1 VO

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