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3 ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO INTRODUÇÃO Obviamente, a extração de energia e nutrientes, que temos estudo, não é um processo simples, pelo contrário, é altamente complexo e regulado por neurotransmissores, enzimas, hormônios e movimentos peristálticos, além da participação da circulação sanguínea. De maneira geral, a Figura demonstra o caminho que o alimento percorre em nosso organismo antes de ser absorvido para virar a energia da qual tanto precisamos. Primeiramente, você faz a ingestão do alimento pela boca. A boca, ou cavidade oral propriamente dita, é formada pelas seguintes estruturas: bochechas, palato duro e mole e a língua. A língua, como você bem sabe, possui diversas funções não só no processo de mastigação e deglutição, como também no processo de fonação (produção da voz) e processamento dos sinais gustatórios. Outras estruturas extremamente importantes no processo de mastigação e trituração do alimento são os dentes. No adulto os dentes são em número de 32, sendo oito incisivos, quatro caninos, oito pré-molares e 12 molares. NOTA Os dentes são órgãos do corpo humano de consistência dura, natureza calcária e cor branca. Os dentes estão localizados na boca e fixados à mandíbula. A principal função dos dentes é realizar a mastigação dos alimentos. Os dentes são classificados de acordo com a posição e a função. Desta forma, temos: PALATO DURO (ósseo, que forma a maior parte do céu da boca. PALATO MOLE (muscular, que forma o restante do céu da boca. ÚVULA, que impede que o alimento ingerido entre na cavidade nasal. BOCHECHA, que forma a parede lateral da cavidade oral. INCISIVOS, que cortam os alimentos. VESTÍBULO DA BOCA, o espaço entre as bochechas, lábios, gengivas e dentes. PRÉ-MOLARES, que esmagam e trituram os alimentos. CANINOS, que rasgam os alimentos. MOLARES, que trituram os alimentos. TÓPICO 1 | ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO FIGURA 2 – ESTRUTURA DA BOCA (CAVIDADE ORAL) Lábio superior (puxado para cima). FRÊNULO DO LÁBIO SUPERIOR, que insere o lábio superior à gengiva. Gengiva. FAUCES, que é a abertura entre a cavidade oral e a parte oral da faringe.. Arco palatoglosso. Arco palatofaríngeo. Tonsila palatina (entre os arcos). LÍNGUA (puxada para cima), que forma o assoalho da boca, manipula alimentos para mastigar e engolir, modela alimentos e sente gostos. FRÊNULO DA LÍNGUA, que limita o movimento da língua posteriormente. Abertura do ducto de glândula submandibular. GENGIVA, que cobre os soquetes dos dentes e ajuda a ancorá-los. FRÊNULO DO LÁBIO INFERIOR, que insere o lábio inferior à bochecha. Lábio inferior (puxado para baixo). 5 A principal função dos dentes é realizar a mastigação dos alimentos. Os dentes são classificados de acordo com a posição e a função. Desta forma, temos: Incisivos: dentes situados na parte anterior da boca e servem para cortar os alimentos. Caninos: possuem formato pontiagudo e servem para rasgar os alimentos. Pré-molares e molares: possuem a função de triturar os alimentos e localizam- se na porção posterior da boca. Bom, uma vez que o alimento chegue à boca, é triturado pelos dentes e misturado à saliva, o mesmo passa a ser chamado bolo alimentar, e você precisa degluti-lo. Quando se inicia este processo, uma série de eventos voluntários e involuntários que visam fazer com que você não se engasgue com o alimento, visto que tanto o processo de deglutição quanto o processo de respiração compartilham uma estrutura em comum: a faringe. Fase oral (voluntária): esta fase voluntária tem como principal estrutura a língua que é capaz de empurrar o alimento do seu ápice para trás, levando o bolo alimentar a ser pressionado contra o palato duro; desta forma, o bolo alimentar é forçado em direção a faringe, onde ocorre a estimulação de receptores táteis que começarão o processo de deglutição. Fase faríngea (involuntária): uma vez que o bolo alimentar estimula os receptores faríngeos, ocorre uma sequência de eventos muito rapidamente (menos de um segundo), e que culminam com a inibição, de maneira reflexa, da respiração. Fase esofagiana (involuntária): por último, esta fase leva o bolo alimentar do esôfago ao estômago através de movimentos peristálticos, muito rapidamente, fazendo com que o bolo alimentar percorra todo o esôfago em menos de dez segundos. Após a deglutição, o bolo alimentar chega ao esôfago. O esôfago é um órgão tubular oco, com aproximadamente 25cm de comprimento, que se estende desde a vértebra cervical de número 6 (C-6) até a junção gastroesfofágica localizada ao nível da vértebra torácica número 11 (T-11), cuja principal função é levar o alimento ao estômago. O esôfago pode ser subdividido em esôfago cervical, torácico e abdominal, de acordo com sua localização na cavidade torácica/abdominal. Agora, o bolo alimentar, que passou pelo esôfago, deve chegar até o estômago, sempre impulsionado pelos movimentos peristálticos. O alimento finalmente chegou ao estômago. Este órgão possui diversas funções, desde o armazenamento temporário do bolo alimentar até a secreção ácida, entre outras que serão abordadas adiante. Neste órgão, temos uma coluna de células secretoras que são as glândulas gástricas. Estas glândulas gástricas possuem três tipos celulares: células mucosas do colo, células principais e células parietais. Quando várias glândulas gástricas se abrem em canais estreitos, temos o que chamamos de fovéolas gástricas. A glândula gástrica também possui um tipo de célula enteroendócrina, denominada célula G, que secreta o hormônio gastrina. Além disso, o estômago também é constituído por uma camada submucosa, formada por tecido conjuntivo frouxo e uma camada muscular que possui três camadas de músculo liso. O estômago produz o ácido clorídrico (HCl) através das glândulas parietais (ou oxínticas), que você pode observar na figura a seguir: Na Figura A, você pode observar a estrutura da glândula oxíntica presente no corpo do estômago, enquanto na Figura B, você observa a anatomia esquemática dos canalículos da célula parietal ou oxíntica). As demais células representadas na figura e suas funções serão discutidas adiante. A acidez estomacal faz com que o pH do estômago fique bastante ácido, entre 1,5 a 2,5. Ao se misturar com o ácido estomacal, o bolo alimentar passa a se chamar quimo. O quimo, agora, chega à porção inicial do intestino delgado (duodeno) onde continuará o seu processo de digestão. Como estão dispostas as células que constituem este órgão? O intestino delgado, assim como a maior parte do trato gastrintestinal é formado pelas seguintes camadas: mucosa, submucosa, muscular e serosa. A camada epitelial da mucosa do intestino delgado possui diversos tipos celulares: absortivas, caliciformes, enteroendócrinas e de Paneth. Já a camada submucosa do duodeno, possui glândulas duodenais, “também chamadas de glândulas de Brunner”. A camada muscular do intestino delgado é formada por músculo liso, a camada serosa envolve quase totalmente o intestino delgado, com exceção do duodeno. O intestino delgado também apresenta algumas características morfológicas e celulares diferentes do resto do trato digestivo, como a presença de vilosidades, que correspondem a projeções em forma de “dedos” da mucosa epitelial deste órgão. A grande quantidade destas projeções aumenta muito a área de absorção deste órgão! Além destas vilosidades, temos as microvilosidades que correspondem a projeções da membrana apical de células absortivas. As células do epitélio intestinal, também denominadas enterócitos, são células possuidoras de microvilosidades, as quais formam a “borda em escova” deste epitélio. Estas células são cruciais para o aumento da área absortiva deste tecido. Posterior ao duodeno encontra-se a veia porta, principal componente do sistema porta hepático. É atravésda veia porta que os nutrientes, provenientes da alimentação, chegarão até o sangue, após o processo de digestão. Esta estrutura também foi destacada na figura a seguir. A próxima porção do intestino delgado a ser percorrida pelo quimo é o jejuno (segunda porção do intestino delgado), a interseção entre duodeno e jejuno, você pode observar na Figura. Após o jejuno, o quimo percorrerá a porção do intestino delgado chamada de íleo. A próxima figura demonstra a face visceral do fígado, ou seja, a face do órgão voltada para as vísceras abdominais. Este órgão é fundamental no exercício de diversas funções metabólicas e enzimáticas, entre elas a secreção da bile. O processo de digestão de macronutrientes (carboidratos, lipídios e proteínas), bem como a emulsificação de gordura, envolvem a participação de enzimas e bile produzidas, respectivamente, por glândulas como pâncreas e fígado. As enzimas e a bile são liberadas na porção inicial do intestino delgado. A fim de tornar um pouco mais clara a relação entre órgãos, como o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas, e a liberação de seus produtos na porção inicial do intestino delgado (duodeno), expomos a seguinte figura: Por fim, o quimo segue seu caminho em direção ao intestino grosso onde os restos não absorvíveis da alimentação, juntamente à reabsorção de água, formarão as fezes. Assim como já observado no restante do trato gastrintestinal, o intestino grosso tem as mesmas quatro camadas celulares: mucosa, submucosa, muscular e serosa. Na camada mucosa temos a presença de epitélio colunar simples, lâmina própria formada de tecido conjuntivo frouxo e células musculares lisas. No epitélio colunar vemos as células absortivas e caliciformes, estas células localizam-se nas “glândulas intestinais ou criptas de Lieberkühn”. A camada submucosa possui tecido conjuntivo frouxo e a presença de tecido linfoide, já a camada muscular é formada por musculatura lisa. Por fim, a camada serosa deste órgão é parte do peritônio (camada de células serosas que recobrem a parede abdominal). A propulsão do quimo em direção ao intestino grosso, segue sendo realizada com o auxílio dos movimentos peristálticos. Observe as estruturas anatômicas que formam o intestino grosso na próxima figura: O intestino grosso é formado por quatro estruturas: ceco, cólon, reto e ânus. O Ceco corresponde a primeira e mais dilatada das porções do intestino grosso e se comunica com o intestino delgado (íleo) pela válvula ileocecal. O cólon se ramifica em porção ascendente, transverso, descendente e sigmoide. As duas últimas estruturas que compõem o intestino grosso são o reto e o ânus. A maior parte da absorção de íons e água, que percorrem o nosso tubo digestório, ocorre em nosso intestino grosso. Grande parte desta absorção dá-se no cólon. Por fim, as fezes serão expulsas pelo ânus, através de estímulos de esfíncteres interno e externo, eventos que serão discutidos posteriormente. 1 Ao ingerir alimentos, você, literalmente, deixa de respirar por breves segundos. Isso decorre em virtude de tanto o alimento, quanto o ar, usarem uma estrutura do sistema digestório em comum. Sendo assim, assinale a resposta a seguir que corresponde a estrutura em comum utilizada durante o processo de respiração e o processo de deglutição do alimento: ( ) Esôfago. ( ) Traqueia. ( ) Estômago. ( ) Faringe. ( ) Laringe. AUTOATIVIDADE 22 Conforme citado na questão anterior, ao ingerir o alimento, cessamos por breves momentos o processo respiratório. Com base nesta informação, descreva como ocorrem as fases voluntária e involuntária da deglutição envolvidas no processo de ingestão de alimento. AUTOATIVIDADE 22 3 O pH salivar encontra-se próximo da neutralidade (7,0), entretanto, ao chegar no estômago o bolo alimentar sofre ação do ácido clorídrico secretado neste órgão, objetivando diversas funções associadas a este órgão. As células responsáveis pela secreção ácida no estômago são: ( ) Células enterocromafins. ( ) Células parietais ou oxínticas. ( ) Células secretagogas. ( ) Células Epiteliais. ( ) Nenhuma das alternativas acima. AUTOATIVIDADE 22 4 O intestino delgado é responsável pela maior parte da absorção de nossos nutrientes. Essa função destinada ao intestino delgado se deve à presença de células do epitélio intestinal modificadas que possuem especializações capazes de aumentar em milhares de vezes a capacidade absortiva deste órgão. Estas especializações celulares são denominadas: ( ) Macrovilosidades. ( ) Vilosidades. ( ) Microvilosidades. ( ) Criptas de Liberkühn. ( ) Nenhuma das respostas acima. AUTOATIVIDADE 22 5 “Cerca de 1.500 mililitros de quimo passam, normalmente, pela válvula ileocecal para o intestino grosso a cada dia. Grande parte da água e dos eletrólitos, nesse quimo, é absorvida no cólon, sobrando menos de 100 mililitros de líquido para serem excretados nas fezes. Além disso, praticamente todos íons são absorvidos, e apenas de 1 a 5 mEq de íons sódio e cloreto são eliminados nas fezes” (GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009). Este texto esclarece que grande parte da absorção de íons e água que percorrem o nosso tubo digestório ocorre em nosso intestino grosso. Grande parte desta absorção dá-se no cólon. Assinale a alternativa que contempla as diferentes divisões anatômicas do cólon: ( ) Cólon lateral, cólon descendente, cólon sigmoide e cólon ascendente. ( ) Cólon cecóide, cólon transverso, colón lateral e cólon sigmoide. ( ) Cólon transverso, cólon ascendente, cólon descendente e cólon sigmoide. ( ) Cólon transverso, cólon duodenal, cólon descendente e cólon sigmoide. ( ) Nenhuma das alternativas acima. AUTOATIVIDADE 22 24
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