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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOINSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ – IFPI CAMPUS PAULISTANA CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA MANEJO E FORMAÇAO DE PASTAGEM 1 . DISCENTE: JOSUÉ DE SOUSA RODRIGUES Paulistana PI Julho de 2021 MANEJO E FORMAÇAO DE PASTAGEM 2 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOINSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ – IFPI CAMPUS PAULISTANA Sumário: Parte 1 1. Escolha da forrageira..............................................................................................3 2. Preparo do solo...................................................................................................... 4 3. Correção e adubação............................................................................................. 5 4. Plantio ou semeadura.............................................................................................6 Parte 2 1. Manejo de pastagem............................................................................................. 7 2. Importância.......................................................................................................... 8 3. Sistema de pastejo................................................................................................ 8 4. Estacionalidade de Produção de Forrageiras........................................................ 9 MANEJO E FORMAÇAO DE PASTAGEM 3 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOINSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ – IFPI CAMPUS PAULISTANA PARTE 1. 1. ESCOLHA DA FORRAGEIRA Para a escolha de uma forrageira, uma série de fatores devem ser levados em consideração. É importante saber o objetivo da pastagem, para qual animal se destina, que categoria animal, forma de multiplicação da espécie, facilidade de pegamento ou germinação, resistência à seca, geada, pragas, doenças, pastejo e corte. Existe uma tendência atual em formar pastagens para gado de corte com brachiarão (Brachiaria brizantha) grande parte do Brasil e com tanzânia e tobiatã (Panicum maximum) em regi- ões mais quentes. Para gado de leite, a tendência é formar pastagens com napier (Pennisetum purpureum), bem como com Panicum, a exemplo do que ocorre com gado de corte. Porém, isto não quer dizer que não estejam sendo formadas pastagens com outras espécies, tais como Brachiarias, Andropogon e Cynodon. Com relação a leguminosas, a utilização destas forrageiras em consórcio não tem tido a eficiência prevista na teoria e a utilização opcional, na forma de banco de proteína, carece de maiores estudos. No que se refere ao pastejo, alguns estudos vêm sendo feitos com a cultura de alfafa (Medicago sativa) para gado de leite e com estilosantes (Stylosanthes guianensis) para gado de corte. Plantas de hábito de crescimento cespitoso (formam touceiras) são menos resistentes à desfolha do que plantas de crescimento estolonífero (formam gramado), principalmente em função da facilidade de eliminação do ponto de crescimento por ação do pastejo. Desta forma, quando está previsto o uso do pastejo contínuo, as plantas cespitosas se adaptam menos do que as estoloníferas, pois necessitam de manejo mais criterioso. De maneira geral, as forrageiras que usamos para formar pastagens nas regiões tropicais são de qualidade inferior às que são utilizadas em regiões clima temperado. No entanto, para a produção de leite, têm sido relacionados resultados satisfatórios em pastagens de gramíneas tropicais, encontrando-se dados de produção de até 8.700 kg/ha/ano. Evidentemente, a produção vai depender do manejo do rebanho e da pastagem, além do uso de suplementação, que só é necessária para produção acima de 8-9 kg de leite por vaca/dia. Os trabalhos de melhoramento de forrageiras têm sido direcionados para a obtenção de plantas que tenham período de produção mais amplo, ou seja, tolerância ao frio e fotoperíodo curto. Porém, em função da diminuição do potencial de produção fora de estação de crescimento, em qualquer programa de uso de forrageiras em pastejo, é prudente a previsão de áreas para produção de forragem para conservar. Estudos permitem concluir que, com o uso intensivo das pastagens tropicais, aproveitando ao máximo seu potencial de produção, é possível passar a taxa de lotação de 0,5 UA/ha para 6-7 UA/ha e consegue-se liberar cerca de 60% da área para produção de forragem conservada e aumento no número de animais na propriedade em cerca de 100%. A escolha MANEJO E FORMAÇAO DE PASTAGEM 4 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOINSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ – IFPI CAMPUS PAULISTANA de uma forrageira também é influenciada pela sua qualidade e, nesse particular, deve-se levar em consideração o consumo e a digestibildade. Porém, forrageiras tropicais têm, em média, digestibilidade inferior a 65% - 70%, sendo que o ideal seria que a forragem tivesse valores acima desses observados nas forrageiras tropicais. É importante lembrar que não se resolve o problema de produção animal somente pela escolha da espécie forrageira. É fundamental, independente da espécie, empregar as técnicas de manejo correto 2. PREPARO DO SOLO Já foi o tempo em que as áreas improdutivas para cultivo de cereais passavam a compor as áreas disponíveis para a utilização na forma de pastagem. Felizmente, hoje, ao escolhermos uma área para pastagem, leva-se em consideração a estrutura da propriedade, condições climáticas, disponibilidade de terras para outros usos. Programa-se também, além da localização da pastagem, a localização das outras áreas de cultivo necessárias ao desenvolvimento de agropecuária. 9 Uma vez definida a área para uso, o preparo do solo deve ser o mais indicado, evitando-se a formação de camada excessivamente fofa, pelo uso inadequado de máquinas e equipamentos. Porém, o inverso também é danoso, ou seja, a presença de partículas grosseiras (torrões) pode prejudicar o contato de semente com o solo ou a emergência de gemas das forrageiras. A profundidade de preparo tem importância e deve ser adotada conforme o tipo de solo. Alguns solos tropicais são rasos e com subsolo ácido, dependendo de preparação mais superficial. As práticas de correções e conservação de solo devem estar previstas e afetam a tomada de decisão sobre a profundidade do preparo. De maneira simplificada, podemos generalizar que, em terrenos de matas, faz-se a derrubada, retirada de madeira e lenha, queimam-se os restos e faz-se a semeadura a lanço. Em cerrados, faz-se o arranquio das árvores por meio de correntões, retira-se a lenha para carvão, queimam-se ou enleiram-se os restos e parte-se para preparo convencional do solo, ou seja, aração e gradagem. Em solos cultivados, parte-se direto para o preparo convencional do solo, aração e gradagem, conforme a necessidade, em função da presença de invasoras. Tem aumentado, em nosso país, a prática da semeadura direta para a produção de grãos. Em pastagens, a experiência a este respeito ainda é pequena, mas, em nosso entender, seria 10 uma boa forma para introduzir uma forrageira em área já explorada com uma espécie que não está correspondendo em termos de rendimento e qualidade. Como sugestão de manejo para plantio direto de forrageiras, pode-se rebaixar as plantas existentes (herbicida ou pastejo intenso) e semear a espécie a ser introduzida por processo mecânico e com adubação adequada, colocada junto com a semente no sulco. Para esta prática, é necessário que o solo não esteja degrado e compactado. Existe uma idéia de que as forrageiras devam ser semeadas na superfície do solo, o que é válido para jaraguá (Hyparrhenia rufa), braquiaria spp, colonião (Panicum maximum),gordura (Melinis minutiflora). Por outro lado, sementes médias têm pouco efeito da profundidade, variando até cinco centímetros e MANEJO E FORMAÇAO DE PASTAGEM 5 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOINSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ – IFPI CAMPUS PAULISTANA plantas que têm sementes grandes, germinam melhor em profundidades maiores. Exemplo: lab-lab (Macrotiloma lablab). No caso de preparo de solo para plantas que se reproduzem por mudas, como é o caso do capim-elefante, deve-se prever a colocação da muda a 15 centímetros de profundidade, o que facilita o enraizamento das gemas e não significa que este sulco deva ser todo cheio com terra. A cobertura da muda é feita com pouca terra, de três a cinco centímetros. 3. CORREÇÃO E ADUBAÇÃO As ações para corrigir e adequar a fertilidade do solo para a formação da pastagem são de fundamental importância para se garantir um bom estabelecimento, o que tem reflexo sobre o stand inicial e a longevidade da cultura. A correção do solo assume papel muito importante quando vai cultivar-se leguminosa, principalmente quando entende-se que o calcário pode ser fonte de cálcio e magnésio. No caso de gramíneas, embora estas sejam menos exigentes em calagem, o pH baixo pode limitar o aproveitamento dos elementos cedidos pelos fertilizantes. Na maioria dos solos de cerrado, é necessária a adição de calcário, tendo como indicador de quantidades a análise de solo e a exigência da cultura que vai ser implantada. Com relação à resposta ao calcário de acordo com a variedade, observa-se que, mesmo entre gramíneas, ocorrem respostas diferenciadas. Os fosfatos naturais foram recomendados para a correção dos solos e está recomendação tinha suporte no fato de que o fósforo presente nesses compostos, seria liberado gradativamente. Hoje embora esta premissa seja verdadeira, muitas vezes o custo, principalmente do transporte, torna esta prática antieconômica. Caso não haja limitação de custo, pode-se usar 2/3 do fósforo necessário, na forma de fosfato natural. Ao nos preocuparmos com a adubação de pastagem, com a finalidade de ceder N, P e K, devemos ter consciência que os resultados estão na dependência das interações entre estes elementos, em função de teores no solo, exigências da planta e manejo da pastagem, tornando difícil a abordagem dos efeitos destes elementos isoladamente. Contudo, faremos algumas considerações que julgamos importantes. O fósforo é comumente deficiente para o desenvolvimento das plantas na maioria dos solos brasileiros onde a sua aplicação promove aumento da produção e perfilhamento das gramíneas. Comumente, considera-se solo com baixo teor de fósforo aquele 13 que tem menos de 5,4 mg/dm 3 deste elemento, teor bom tem o solo que apresenta acima de 8 mg/dm 3. O potássio é muito importante nas diversas funções orgânicas da planta, podendo, sua deficiência, provocar baixos teores de proteína verdadeira no vegetal. A adubação potássica se faz necessária com muito mais intensidade em áreas com forrageiras destinadas ao corte. MANEJO E FORMAÇAO DE PASTAGEM 6 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOINSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ – IFPI CAMPUS PAULISTANA No pastejo ocorre reposição (desuniforme e insuficiente) por meio de fezes e urina dos animais. Solos com teores de K até 16 mg/dm 3 são considerados de baixo teor e, acima de 71 mg/dm 3, são considerados de bom teor. A adubação com potássio em excesso pode provocar consumo de luxo na planta ou lixiviação. 4. PLANTIO OU SEMEADURA A época de plantio é variável, indo do início do período chuvoso até o seu final o que em grande parte do país, estendesse de outubro a março. A implantação da cultura no início do período chuvoso frequentemente leva à possibilidade de utilização (pastejo e corte) no mesmo ano agrícola. Plantios tardios, salvo em casos do uso de irrigação e dependendo da espécie, só resultará em produção utilizável no decorrer do próximo período chuvoso. As forrageiras que multiplicam-se por mudas levam a um maior gasto na implantação o que, muitas vezes, limita o seu emprego (capim-elefante, estrela africana, coastcross, tifton, hemarthria, quicuio). Porém, com o avanço do emprego de sistemas tecnificados na exploração agropecuária, o plantio de capim elefante para pastejo foi bastante intensificado, principalmente para vacas leiteiras, destacando o sistema de pastejo rotacionado. Hoje em dia, cresce o uso de Panicum (mombaça, tanzânia) para uso em pastejo rotacionado, principalmente em função da multiplicação por sementes. As forrageiras coastcross e tifton podem ser consideradas de dupla aptidão, plantando-se para a produção de feno e para pastejo. Tanto os capins do grupo Panicum, como o tifton e o coastcross são forrageiras já consagradas pelo rendimento e qualidade, com bons resultados experimentais em propriedades agrícolas no país. Das forrageiras que produzem semente, a de maior procura nos últimos anos tem sido o brachiarão (B. brizantha), com possibilidade de uso na criação de gado de leite ou corte. Vale lembrar que esta espécie é mais exigente que as demais Brachiarias e, assim, necessita de maiores cuidados com a fertilidade do solo e manejo da forrageira. Tanto para o plantio de forrageiras, como para a semeadura, as modalidades a lanço, sulco ou cova, podem ser empregadas. Tudo vai depender de uma série de fatores que deverão ser analisados caso a caso, levando-se em consideração o nível técnico da propriedade, recursos 24 técnicos da propriedade, recursos disponíveis, topografia, disponibilidade de mudas ou sementes e época de implantação. A taxa de semeadura ou densidade de mudas é um fator que também está na dependência de muitos outros, tais como: disponibilidade de mudas ou sementes, qualidade, sistema de implantação (lanço, sulco ou cova). De maneira geral, estima-se que, para forrageiras tropicais, de 10 e 20 plantas/m 2 seja uma boa densidade. Com relação ao gasto de muda, estima-se que 1ha de muda de capim-elefante, proporcione a formação de outros 10 ha. A mesma proporção poderia ser adotada para MANEJO E FORMAÇAO DE PASTAGEM 7 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOINSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ – IFPI CAMPUS PAULISTANA forrageiras de haste fina, ou seja 1:10. Porém, a qualidade da muda e o espaçamento/densidade vão afetar estes valores. PARTE 2. 1. MANEJO DE PASTAGEM O manejo de pastagens trata dos cuidados que devem ser observados na formação, recuperação e utilização de pastagens. Por serem o principal componente da alimentação dos bovinos, a oferta e o valor nutritivo do pasto afetam diretamente a produtividade do rebanho, e o manejo adequado destas pode prolongar sua vida produtiva, reduzindo os custos de reforma ou recuperação. É sabido, que à medida que aumenta a quantidade de forragem disponível, há tendência de diminuição de qualidade. O que se deve buscar é o ponto adequado para obter-se o máximo rendimento, com a melhor qualidade possível, o que corresponde a estar empregando uma pressão de pastejo compatível com a capacidade de suporte da pastagem Diretrizes relacionadas com o manejo de pastagens • O manejo adequado dos pastos, além de garantir a qualidade e a oferta regular, permite, ainda, prolongar a sua vida produtiva, reduzindo os custos de produção. Para que isso ocorra, é necessário observar alguns pontos: • Adequar a taxa de lotação à capacidade de suporte, tanto no pastejo contínuo como no rotacionado, para garantir produções adequadas, evitar o aparecimento de ervas daninhas e o desenvolvimento de erosão superficial do solo. • Adotar o orçamento forrageiro, que consiste em um planejamento estratégico que visa a assegurar a utilização adequada dos pastos e a manutenção de condições favoráveis à sua produtividade e ao desempenhoanimal. MANEJO E FORMAÇAO DE PASTAGEM 8 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOINSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ – IFPI CAMPUS PAULISTANA • Não utilizar a queima como prática de manejo de pastagens, pois, além de comprometer a qualidade do ar, essa prática reduz a fertilidade do solo e favorece o aparecimento de erosão. • A queima controlada somente poderá ser realizada quando autorizada pelo órgão ambiental competente. • Efetuar a reposição periódica de nutrientes, de acordo com as análises do solo. • Controlar, quando necessário, as plantas invasoras. • Utilizar equipamentos de proteção individual e capacitar os funcionários para o uso correto destes, seguindo as recomendações do fabricante e legislação em vigor, quando da utilização de defensivos agrícolas. 2. IMPORTÂNCIA Para atender às demandas nutricionais das diversas categorias animais durante todo o ano, o pasto deve possuir um equilíbrio entre quantidade e valor nutritivo suficiente. Portanto, na formação de uma pastagem, a escolha de espécies de forrageiras adaptadas ao tipo de exploração, solo e clima da região é o primeiro fator a ser considerado. 3. SISTEMA DE PASTEJO Para explorar pastagens, existem basicamente dois sistemas de pastejo: o contínuo, em que os animais permanecem o tempo todo na área e o rotacionado, onde, à medida que a forragem disponível é “eliminada”, os animais são transferidos de área, para que a forragem se reestruture (descanso). Existem ainda variações e adaptações destes sistemas, porém, visam a situações muitas vezes momentâneas (diferimentos, alternância e suplementação a pasto, etc). Sistema contínuo - Durante muitos anos este foi o único sistema empregado, porém, com o avanço do nível tecnológico, o sistema contínuo, da forma que vinha sendo utilizado, ou seja, com baixa carga animal/área, foi tornando-se ineficiente. A princípio, é um sistema que adapta-se melhor à exploração de gado de corte e é composto por forrageiras estoloníferas ou postadas, que cobrem bem o solo (Ex: Brachiarias). No entanto, ultimamente, para bovino de corte já se tem adotado o sistema rotacionado ou melhorias do sistema contínuo. No sistema de pastejo contínuo, a manutenção das condições ideais de pressão de pastejo se dá pela inclusão ou retirada de animais (animal controle) da pastagem. Isso pode gerar necessidade de descarte em momento inoportuno (animal magro ou matriz). Algumas medidas melhoraram a eficiência do sistema contínuo tradicional, tais como: a consorciação, a adubação e limpeza de pastagem e a suplementação dos animais no período crítico de produção de forragem. MANEJO E FORMAÇAO DE PASTAGEM 9 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOINSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ – IFPI CAMPUS PAULISTANA Sistema rotacionado - Este sistema tem permitido aumento de rendimento da propriedade, mas, muitas vezes, é mais em função do emprego de recursos técnicos do que pelo efeito isolado de adoção do sistema. O agricultor, ao passar da exploração de bovino em sistema contínuo para o rotacionado, cultiva forrageira mais produtiva, corrige o solo, faz adubação, condiciona aguadas e utiliza animais melhores. Resta a dúvida de que, se ele fizesse estas melhorias na pastagem em exploração contínua, os resultados positivos não seriam alcançados em mesmo grau. No sistema rotacionado, prevê-se algumas diretrizes iniciais: 1. Período de ocupação - 1 a 7 dias (piquete com animais); 2. Período de descanso - 20 a 45 dias; (piquete sem animais); 3. Área disponível por ua (unidade animal) por dia de permanência no piquete 30- 150 m 2; 4. Separação de animais por categoria (animais em produção, novilhas, matrizes, vacas secas, etc.); 5. Divisão da pastagem em piquetes, conforme plano de uso adotado e com infraestrutura de cercas corredores e aguadas; 6. Não é dispensável a previsão de recursos forrageiros para períodos críticos de produção de forragem; 7. Reposição periódica de nutrientes retirados no pastejo; 8. Implantação de forrageira de alta produção com correção adequada do solo. A adoção de um ou outro esquema de divisão de pastagem está na dependência de muitos fatores e deve ser analisado caso a caso. Um número muito grande de divisões pode onerar o processo e um número muito pequeno não permite obter os benefícios de divisões com relação aos efeitos na fisiologia de planta Do nosso ponto de vista, a adoção de período de uso de três dias e descanso de trinta dias nos parece um esquema favorável à implantação do sistema rotacionado, para respeitar a fisiologia da forrageira, mantendo-se o valor nutritivo e rendimento 4. ESTACIONALIDADE DE PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS Embora sempre que uma forrageira nova surge no mercado, os comerciantes de mudas ou sementes insistam em afirmar que a novidade é resistente à seca, ao frio, ao pisoteio, ao pastejo, ao fogo e às pragas e doenças, na prática isto não tem ocorrido. Temos, sim, forrageiras mais tolerantes à seca ou a algum outro fator desses mencionados, o que, por si, não é suficiente para atingir o equilíbrio entre a disponibilidade e a demanda por forragem no decorrer do ano. Em função da realidade da baixa produção de inverno seco, a produção de forragem para armazenamento é fundamental e, para tal, destacam-se os processos de ensilagem e de fenação.
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