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Intervenção em Pastagens Degradadas

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Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
50
Módulo 2: 
Intervenção nas 
Pastagens
No primeiro módulo do curso, você pôde compreender o que é 
degradação de pastagens, suas causas e seus diferentes graus 
ou estágios. Nosso foco agora, no Módulo 2, será o estudo da 
intervenção nas pastagens, com objetivo de entender como recuperar 
áreas degradadas.
Fonte: CNA Brasil / Foto: Wenderson Araujo.
 
Acompanhe os assuntos de cada aula:
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
51
Aula 1 - Formas de intervenção 
nas pastagens
• Recuperação e renovação de 
pastagens, de forma direta e 
indireta
• Os graus de degradação e as 
estratégias de intervenção
Aula 3 - Intervenção nas 
pastagens – Etapa 3
• A escolha das espécies 
forrageiras
• A escolha das sementes
• O cálculo da taxa de 
semeadura
• Os implementos de 
semeadura e plantio
Aula 2 - Intervenção nas 
pastagens – Etapas 1 e 2
• O diagnóstico inicial da área
• Um modelo de diagnóstico 
para sua propriedade
• Como realizar a amostragem 
e coleta de solos
Aula 4 - Passo a passo para 
intervenção na área
• Mecanização da área
• Construção de terraços
• Gradagem
• Nivelamento do terreno
• Calagem e gessagem
• Adubação de base
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
52
Aula 1: 
Formas de 
intervenção nas 
pastagens
Para recuperar uma área degradada, existem diferentes formas de 
intervenção nas pastagens, como a recuperação, a renovação e a reforma. 
Vamos começar entendendo cada um desses termos:
A recuperação de uma pastagem 
caracteriza-se pelo restabelecimento da 
produção de forragem, mantendo-se a 
mesma espécie ou cultivar.
A renovação consiste no restabelecimento 
da produção da forragem com a introdução 
de uma nova espécie ou cultivar, em 
substituição àquela que está degradada.
A reforma da pastagem é um termo 
mais apropriado para designar correções 
ou reparos após o estabelecimento da 
pastagem (MACEDO et al., 2000).
Reforma
Renovação
Recuperação
A recuperação ou renovação pode ser efetuada de forma direta ou 
indireta. A forma direta é quando no processo utilizam-se apenas 
práticas mecânicas, químicas e agronômicas, sem cultivos com pastagens 
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
53
anuais ou culturas anuais de grãos. Já a forma indireta de recuperação ou 
renovação de pastagens é quando há o uso intermediário de lavouras ou 
de pastagens anuais (MACEDO et al., 2000; MACEDO, 2001).
Recuperação direta
Na maioria de suas modalidades, esta prática apresenta o menor risco 
para o produtor. Ela é aconselhada quando a pastagem degradada está 
localizada em regiões:
• de clima e solo desfavoráveis para a produção de grãos;
• com falta ou pouca infraestrutura de máquinas, implementos, 
estradas e armazenagem, condições de comercialização e aporte 
de insumos;
• menor disponibilidade de recursos financeiros;
• dificuldades de se estabelecer parcerias ou arrendamentos e 
necessidade de utilização da pastagem em curto prazo. 
Em geral, a recuperação direta pode ser categorizada pela forma como se 
atua na vegetação da pastagem degradada: sem destruição da vegetação, 
com destruição parcial da vegetação ou com destruição total da vegetação.
Mão na terra 
Dependendo do estágio de degradação da pastagem, 
pode-se escolher entre vários métodos de recuperação 
direta.
Em estágios iniciais, apenas ajustes na lotação e 
manejo da pastagem, ou ainda alguma adubação 
para corrigir alguma deficiência nutricional, podem 
ser suficientes.
Mas quanto mais avançado o processo de 
degradação, mais drástica deverá ser a intervenção, 
com maior número de operações e custos 
mais elevados.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
54
Recuperação indireta
Este processo pode ser utilizado quando a pastagem degradada 
estiver nas mesmas condições que o caso anterior, mas uma pastagem 
ou cultura anual será plantada como intermediária no processo 
de recuperação.
Pastagens anuais
Como o milheto, a aveia 
ou o sorgo forrageiro.
Culturas anuais
De arroz, milho ou 
sorgo granífero.
Pode-se plantar imediatamente, após 
o preparo do solo, a mesma espécie 
forrageira – como reforço ao banco 
de sementes já existente – em plantio 
simultâneo ou não com pastagens 
anuais ou com culturas anuais. 
Nesse caso, o pastejo animal temporário 
ou a venda de grãos podem ser utilizados 
para amortizar os custos.
Esse sistema tem muitas vantagens, pois permite:
• elevação da fertilidade do solo, com amortização parcial dos custos;
• quebra de ciclo de pragas, doenças e plantas invasoras;
• otimização da mão de obra, máquinas, equipamentos e instalações;
• diversificação do sistema produtivo;
• maior fluxo de caixa para o produtor; e
• criação de novos empregos. 
Por outro lado, ele exige maior investimento financeiro, infraestrutura e 
conhecimento tecnológico.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
55
O plantio solteiro de culturas anuais de soja, milho e outras 
também pode ser realizado, com a pastagem sendo plantada 
ao final do ciclo das mesmas, no ano subsequente ou após 
dois ou três anos, dependendo da análise econômica da 
situação específica. Em culturas como milho e sorgo, a 
pastagem pode ser semeada juntamente com o último 
cultivo das mesmas.
Não é necessário que seja estabelecido, após a recuperação, 
um sistema de ILP, mas as condições já foram iniciadas para tal.
Renovação direta
Esta opção, na maioria dos casos, é de sucesso mais duvidoso, pois tem 
como objetivo substituir uma espécie ou cultivar outra forrageira, sem 
utilizar uma cultura intermediária. Baseia-se, principalmente, em tratos 
mecânicos e químicos, com o uso de herbicidas para o controle da espécie 
que se quer erradicar.
De olho nos valores
A substituição de espécies do gênero Brachiaria 
por cultivares de Panicum, que são forrageiras de 
melhor qualidade, nem sempre é bem-sucedida, 
dado o elevado número de sementes das braquiárias 
existentes no solo. O gasto com sucessivas aplicações 
de herbicidas e tratos mecânicos pode encarecer 
demais o processo.
A substituição de espécies como Andropogon e 
Panicum por espécies de Brachiaria, no entanto, 
oferece melhor possibilidade de êxito. Outra troca 
potencial é a substituição de espécies de Brachiaria 
por espécies de Cynodon.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
56
O produtor também recorre a esta 
alternativa quando deseja trocar de 
espécie ou cultivar.
É de custo mais elevado e exige co-
nhecimento tecnológico, infraestru-
tura ou necessidade de parceiros e/
ou arrendamento. 
Renovação indireta
Esta alternativa é recomendada quando o estágio de degradação da 
pastagem é bem avançado, apresentando:
• baixa produtividade de forragem;
• solo descoberto;
• elevada ocorrência de espécies indesejáveis;
• grande quantidade de cupins e formigas;
• solo com baixa fertilidade e alta acidez;
• compactação e/ou erosão do solo. 
Infraestrutura 
Máquinas, equipamentos, 
armazenagem e acesso 
de estradas.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
57
Mão na terra 
As condições de solo e clima também devem ser 
adequadas para o plantio de lavouras anuais.
No verão, ela pode ser feita utilizando pastagem anual 
de milheto, aveia, sorgo granífero ou forrageiro, entre 
outras, ou culturas anuais de soja, milho, arroz etc. E, 
no outono/inverno, deve-se utilizar apenas pastagens 
anuais. O tempo, em anos ou ciclos, será determinado 
pelas circunstâncias econômicas locais e desejo do 
produtor.
Ao utilizar a soja ou o milho, você pode lançar mão de 
cultivares resistentes ao glifosato. Isso permite que as 
invasoras que retornam à área após a mecanização 
inicial sejam controladas de forma barata – com o 
herbicida glifosato – e sem comprometer a cultura 
agrícola. Esse procedimento pode ser repetido ao 
longo das rotações entre grãos e pastagem, desde 
que não haja consórcios, pois os capins não são 
resistentes ao glifosato!
Após o cultivo sucessivo de pastagens anuais e lavouras e controle da 
forrageira a ser substituída, a nova espécie ou cultivar é implantada. Aqui 
também não é necessário estabelecerum sistema de ILP se o produtor 
não o desejar.
Definição da estratégia de intervenção
A definição da estratégia que será utilizada para retomar a capacidade 
produtiva da área depende do grau de degradação em que esta se 
encontra, o que influenciará diretamente no custo, tempo de isolamento 
e impacto ambiental da ação.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
58
Grau 1
No grau 1, a pastagem perdeu vigor e capacidade produtiva. Este estágio 
é provocado pela falta de reposição nutricional, então é visível a condição 
de amarelecimento das plantas de capim.
Para recuperar este estágio, deve-se fazer a 
reposição nutricional necessária, conforme 
recomendação técnica subsidiada pelos 
resultados da análise de solo.
Havendo o equilíbrio nutricional dos 
demais elementos, as doses de nitrogênio 
e potássio devem ser recomendadas em 
função dos índices produtivos desejados por 
cada produtor.
 
Para retomar os bons índices produtivos 
da área que se encontra neste estágio, 
é fundamental que haja bom manejo da 
pastagem, evitando ainda que a degradação 
se agrave.
Algumas ações, como o controle da carga 
animal, o tempo de pastejo e a altura do 
capim na entrada e saída dos animais 
na área, são de fácil condução e trazem 
grandes benefícios.
De acordo com a análise do solo, caso necessite também de calagem e/ou 
gessagem, esta poderá ser feita em cobertura, conforme recomendação 
técnica e implementos disponíveis.
 
Quanto maior o grau de degradação, mais caro, demorado e 
impactante é o processo de recuperação. Por isso, deve-se 
intervir na área assim que os primeiros sinais de degradação 
forem observados. 
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
59
Não há “duração” temporal determinada para uma área 
de pastagem!
Se esta for bem manejada, seu tempo de uso é 
inestimável com a devida reposição de nutrientes e sua 
utilização poderá ser ao longo de muitos anos.
Grau 2
Reconhecido facilmente pela presença de plantas daninhas nas 
áreas, indica que houve supressão da planta forrageira por meio 
do superpastejo.
O processo é bastante simples: altas cargas animais provocam pastejo 
excessivo na área, reduzindo a capacidade de rebrote das plantas 
forrageiras, permitindo assim que ocorram aberturas no pasto e penetração 
de luz, estimulando a germinação ou rebrote de plantas nativas e/ou 
invasoras.
Nesses casos, é importante que se 
realize a análise do solo para determinar 
a recomendação quanto à calagem e 
gessagem e também adubação de cobertura.
Esta fase ainda é reversível com pouca 
mecanização, desde que haja boa quantidade 
de plantas forrageiras na área.
Pouca mecanização 
Executa-se o processo 
de recuperação.
Boa quantidade de plantas forrageiras na área 
Pelo menos 15 plantas de braquiária 
ou Panicum por m².
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
60
No caso de haver baixas densi-
dades de plantas forrageiras, po-
de-se fazer o replantio da mes-
ma após o controle das plantas 
daninhas, preferencialmente em 
plantio direto.
Neste estágio, são comuns as ero-
sões laminares, muitas vezes im-
perceptíveis, mas que removem 
toda a camada orgânica da super-
fície do solo, agravando a coloniza-
ção pelas espécies nativas.
Área de pastagem com infestação 
de espécies invasoras e erosão 
laminar retirando a camada orgânica 
superficial do solo.
Muitas recomendações apontarão para quantidades 
de elemento por hectare, e não de produto comercial. 
Por exemplo: 100 kg de N, e não 100 kg de ureia. 
Para se conseguir 100 kg de N com ureia, que 
apresenta 45% de N, deve-se utilizar 220 kg do 
produto e fertilizantes.
Além da análise do solo, outra medida 
que deve ser tomada é a retirada do gado 
da área imediatamente e a realização 
da capina química das plantas invasoras 
por meio de pulverização em área total 
ou catação.
Capina química das plantas 
invasoras 
Os produtos mais utilizados 
são o glifosato, 2,4-D + 
picloran, 2,4-D e outros, 
nas doses recomendadas 
na bula ou pelo profissional 
que assiste o produtor.
É muito comum que a vegetação nativa do Cerrado 
possua cutícula foliar cerosa quando as plantas estiverem 
adultas. Neste caso, pode-se roçar a área e aguardar que 
surja brotação tenra e juvenil para que se faça a aplicação 
 dos herbicidas.
Para certas plantas invasoras do Cerrado, pode ser necessária 
a aplicação no toco, já que o controle das mesmas não é 
possível por meio da aplicação foliar.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
61
Deve-se sempre diferenciar a grama-mato-grosso dos 
capins forrageiros. Veja, na foto, o aspecto geral de uma 
área colonizada por grama-mato-grosso.
Outra dica é, no caso da necessidade de replantios, 
procurar utilizar plantadeiras em vez de semeadoras a 
lanço, minimizando a mecanização da área.
Graus 3 e 4
Ambos são casos de degradação 
acentuada da área, atingindo 
não somente a pastagem em 
si, mas também o solo, cursos 
de água, fauna e flora por 
meio de erosões mais severas. 
Nesta fase, há perda quase que 
total da capacidade produtiva 
e, mesmo nas regiões com 
bons índices pluviométricos, 
a produção da área não 
ultrapassa 5 arrobas/hectare/ano. Erosão em área de pastagem com 
acentuada degradação.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
62
A intervenção nessas áreas é urgente por meio da recuperação 
ou renovação completa da pastagem, construção de terraços e 
isolamento das grandes erosões. 
Além disso, nota-se sempre a presença dos sulcos de erosão iniciados nos 
carreadores do gado. Há forte colonização de plantas invasoras, baixas 
densidades de forrageiras e fertilidade do solo muito reduzida, aliada a 
altos índices de acidez.
Mão na terra 
Nessas situações de degradação das pastagens do 
solo e do ambiente, a recuperação é muito custosa. Em 
alguns locais, é necessário fazer inclusive o controle 
das voçorocas.
Esta ação deve iniciar acima e no entorno das 
mesmas, com a construção de terraços e recuperação 
da pastagem, de forma a evitar a chegada da água no 
início da voçoroca.
É de fundamental importância realizar o trabalho 
de contenção das voçorocas. Em muitas situações 
não tem outro jeito, elas devem ser transformadas 
em APPs!
Nas próximas aulas, você verá as etapas para intervenção nas pastagens. 
Ansioso(a)? Então, siga em frente!
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
63
Aula 2: 
Intervenção 
nas pastagens – 
Etapas 1 e 2
Na primeira aula deste módulo, você viu as diferentes formas de intervenção 
nas pastagens. Agora, você vai ver que essa intervenção ocorre em etapas. 
Esse será o assunto desta e da próxima aula!
Etapa 1 – Diagnóstico inicial da área
O primeiro passo para se executar uma intervenção positiva, de for-
Unidade produtiva 
Talhão, pasto ou piquete.
ma viável, é conhecer a proprieda-
de e também a unidade produtiva 
a ser trabalhada.
Muitas vezes, nem mesmo o proprietário da área fez o esforço 
de juntar todas as informações do seu patrimônio de forma 
ordenada, como será proposto aqui! 
Disponibilizamos um modelo de diagnóstico bastante simples e objetivo, 
que visa coletar a maioria das informações básicas da propriedade rural, 
auxiliando a tomada de decisões e orientando a reforma ou recuperação das 
pastagens. Ele é organizado em quatro partes, acompanhe as informações 
que são coletadas em cada uma:
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
64
1. Identificações da propriedade rural
• Proprietário / Arrendatário
• Propriedade Rural 
 
 2. Caracterização dos recursos produtivos da propriedade
• Caracterização da 
propriedade
• Dados de precipitação
• Declividade
• Levantamento 
dos recursos hídricos
• Descrição do rebanho
• Estrutura da propriedade
• Controle do rebanho
• Avaliação do desempenho
• Pastagens da fazenda
 
3. Descrição dos sistemas de produção
• Sistema pecuário
• Sistema de pastejo
• Manejo da pastagem 
4. Diagnóstico por unidade de produção
• Data
• Talhão
• Análise de solo
• Histórico da área
• Espécie atual
• Estimativa de lotação
• Estado atual da área
• Topografia
• Sistema de conservação• Impedimentos físicos
• Disponibilidade de água
• Pragas
• Plantas invasoras
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
65
Confira um modelo de diagnóstico no Anexo 
e realize o diagnóstico de sua propriedade, 
preenchendo todas as informações.
Mão na terra 
Nesta etapa, é importante levantar o maior número 
de informações que conseguir sobre a área que 
será trabalhada, tais como: utilizações anteriores, 
adubações realizadas, sistema de utilização, taxas de 
lotação e histórico de chuvas.
De posse dos dados do diagnóstico acima, você 
pode iniciar o planejamento e a definição de qual 
método será utilizado como forma de intervenção 
na pastagem.
É importante destacar que, pelo diagnóstico, é possível 
determinar as áreas com prioridade de intervenção e 
avaliar as ações e custos envolvidos. Fique atento, 
pois não necessariamente deve-se atacar as áreas 
mais degradadas, e sim aquelas que podem dar um 
retorno na produção e econômico mais rapidamente, 
viabilizando a recuperação daquelas áreas mais 
custosas!
Etapa 2 – Amostragem 
e coleta de solos
 
A análise de solo inicia-se com uma boa amostragem. As amostras devem 
ser representativas dos piquetes que se pretende manejar.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
66
Divisão de uma área de interesse em talhões homo-
gêneos de manejo, considerando diferenças prová-
veis no solo.
O procedimento inicia-
-se com a identifica-
ção de glebas homo-
gêneas para a coleta 
do solo. Para separar 
a terra em talhões se-
melhantes, são utiliza-
dos os seguintes pa-
râmetros: cor do solo, 
topografia, uso atual e 
anterior, profundidade 
efetiva do solo, textura 
e vegetação original.
Topografia 
Posição na paisagem.
Uso atual e anterior 
Histórico de uso: sequência de culturas, 
adubações, correções do solo etc.
A coleta de solos é a primeira atividade no processo 
de intervenção nas pastagens. Deve ser feita antes de 
qualquer mecanização ou utilização de fertilizantes.
Como fazer
Tradicionalmente, as amostragens são feitas da seguinte forma: 
1. Coletam-se subamostras em 
10 a 15 pontos escolhidos, 
de forma aleatória, dentro 
de cada talhão homogêneo. 
2. As subamostras são combinadas, misturadas bem e então uma porção 
de 300 a 500 g é retirada para representar o referido talhão (amostra 
composta).
Subamostras 
Amostras simples. Cada série de 
subamostras deve ser coletada em uma 
área de, no máximo, 40 hectares.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
67
3. Esta amostra completa deve ser devidamente identificada e encaminhada 
 para análise laboratorial.
Esquema para coleta de solo em 
profundidades de 20 a 40 cm.
Quanto à forma de amostragem, as 
amostras podem ser tiradas com 
pá reta, trados de rosca, trados de 
caneco ou sondas.
Quando as amostragens são feitas 
também de 20 a 40 cm, recomenda-
se primeiro a coleta de 0 a 20 cm 
com qualquer um dos equipamentos. 
Em seguida, faz-se uma pequena 
trincheira de até 20 cm, de forma 
que as amostragens possam ser 
feitas por trado ou sonda no fundo 
da trincheira.
Tenha sempre consigo sacos de plástico virgem (de 
preferência, embalagens fornecidas pelos laboratórios 
de solo), trado ou sonda, pá de corte e baldes plásticos 
específicos para coleta de solos.
Jamais utilize baldes da fazenda, a menos que 
sejam novos.
Histórico da área
Para realizar a amostragem, 
é desejável que se conheça 
o histórico da área que será 
trabalhada, tendo em mãos 
informações sobre a última 
correção feita na área, eventuais adubações, formação anterior, cultivar, 
sistema de utilização, capacidade de suporte, entre outras. Estes dados 
auxiliam na interpretação da análise de solo.
Eventuais adubações 
Quando foi feita, qual a fonte e dose utilizada.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
68
Quer ver um exemplo da importância de se conhecer o histórico da área? 
É sabido que, em áreas de pastagens que tenham recebido adubação de 
manutenção superficial, deve-se fazer amostragens estratificadas de 0 a 
10 cm e de 10 a 20 cm.
Época do ano e frequência
 
Lá na Fazenda Rio Novo
Já estava decidido a fazer a amostragem do solo 
da fazenda Rio Novo quando me bateu aquela 
dúvida... Qual seria a melhor época do ano pra fazer 
a amostragem? E com que frequência preciso fazer?
 
Confira mais uma explicação do Marcos. Ele 
foi superesclarecedor.
Dica do Técnico 
Para áreas de pastagens, eu recomendo realizar as 
amostragens no final de março, início de abril. É porque, 
nessa época, geralmente o solo ainda tá com certo 
teor de umidade, e isso pode facilitar a retirada e a 
homogeneização do solo.
Agora, para áreas de lavoura ou em sistemas integrados 
de produção, o mais interessante é realizar a amostragem 
depois da colheita da segunda safra.
Fazendo as amostragens nessas épocas, lá pra abril 
ou início de maio, o produtor terá os resultados do 
laboratório em mãos. Assim, vai ter tempo hábil para 
adquirir os corretivos e os fertilizantes que precisarão 
ser aplicados.
Com relação à frequência de amostragem, ela também 
não tem uma programação específica. Vai depender do 
manejo da propriedade e da intensidade em que são 
realizadas as adubações.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
69
 
Em sistemas mais intensivos, a frequência deve ser 
maior. Por outro lado, sistemas menos intensivos de 
produção toleram frequências menores.
Percebe que não existe uma resposta pronta? É 
preciso analisar cuidadosamente a realidade de cada 
propriedade antes de tomar uma decisão.
Propriedades físicas do solo
Além de problemas de qualidade química, o solo também pode apresentar 
deficiências em relação às propriedades físicas, como:
• aumentos excessivos na densidade do solo;
• selamento superficial;
• maiores valores de resistência do solo à penetração; e
• dificuldades de infiltração de água.
 
Nesta situação, a aplicação de corretivos e fertilizantes pode não surtir o 
efeito desejado, sendo necessária a utilização de práticas de manejo que 
minimizem esses efeitos negativos da degradação física do solo.
Subsolador.
Em tais casos, podem ser necessários 
a utilização de rotação de culturas e 
o uso de implementos que tenham 
hastes, tais como subsoladores e es-
carificadores.
Com isso, aumenta-se a rugosi-
dade do solo, diminuindo a com-
pactação, aumentando a porosi-
dade e facilitando a infiltração de 
água no solo (ARAÚJO, 2016). 
Porosidade 
Principalmente a macroporosidade.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
70
Geralmente, a compactação em áreas de pastagem é superficial, de até 10 
cm, não necessitando subsolagens profundas.
Encaminhamento das amostras 
De posse das amostras, elas devem ser encaminhadas para um laboratório 
de análises de confiança. Dê preferência aos laboratórios que possuam 
selos de certificação pela Embrapa, ESALQ/USP, IAC, SBCS e outros.
Atente-se também para o prazo de entrega dos resultados das 
análises. É comum que alguns laboratórios levem até 60 dias para 
fornecê-los, e o técnico/produtor deve se planejar em função disso 
– lembrando que depende delas para efetuar a recomendação e 
posterior compra dos insumos. 
Pronto(a) para conhecer a terceira etapa para intervenção nas pastagens?
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
71
Aula 3: 
Intervenção 
nas pastagens - 
Etapa 3
Nesta aula, daremos continuidade ao estudo da intervenção nas 
pastagens. Falaremos sobre a Etapa 3, onde ocorre a escolha e 
implantação das espécies forrageiras.
Escolha das espécies forrageiras
No momento da formação ou renovação de uma área de pastagem, 
escolher a espécie forrageira correta, adaptada à condição ambiental 
local e ao sistema de utilização do produtor, é fator decisivo para o 
sucesso do sistema.
 
Lá na Fazenda Rio Novo
São tantas opções de forrageiras disponíveis que a 
gente fica até em dúvida de qual a melhor escolha pra 
nossa realidade.
Achei melhor pedir umas dicas pro Marcos.
Dica do Técnico 
Essa é uma questão muito importante, Seu Antônio.
A escolha de variedades que não são adaptadas à 
região é um erro muito comum dospecuaristas, que 
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
72
 
pode resultar em pastagens pouco produtivas e com 
ritmo acelerado de degradação.
Por isso, antes de escolher a espécie ou cultivar a ser 
plantada, é fundamental consultar a recomendação 
agronômica para cada uma.
Essas informações aparecem nos folhetos e publicações 
dos fornecedores idôneos de sementes.
Além disso, ter experiência prévia no uso daquele 
material no local também faz toda a diferença.
Existem muitas opções de forrageiras, que 
são classificadas de acordo com seu potencial 
genético, aspectos de solo e clima e outros.
 
Quanto à fertilidade do solo, estas podem ser 
classificadas desde espécies pouco exigentes, 
adaptadas a solos de baixa fertilidade, até 
espécies muito exigentes, que podem ser 
cultivadas em solos de fertilidade natural 
elevada ou em solos corrigidos.
 
Veja alguns exemplos na tabela a seguir.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
73
Espécie Grau de adaptação à baixa fertilidade
Saturação por 
bases
a. Grupo 1 – Espécies pouco exigentes
a. Grupo 2 – Espécies exigentes
Brachiaria humidicola Alto
Andropogon gayanus Alto 30 - 35
Brachiaria decumbens Alto
Brachiaria ruziziensis Médio
Brachiaria brizantha cv. 
Marandu Médio
Brachiaria brizantha cv. 
Xaraés V Médio
Brachiaria brizantha cv. 
Piatã Médio
Hyparrhenia rufa (Jaraguá) Baixo
Setaria anceps Baixo
Panicum maximum 40 - 45
cv. Vencedor Baixo
cv. Centenário Baixo
cv. Tobiatã Baixo
cv. Massai Baixo
cv. Mombaça Muito baixo
Tabela 2 – Graus de adaptação, em gradiente decrescente, das principais 
forrageiras às condições de fertilidade do solo para a região dos Cerrados 
e saturações por base recomendadas
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
74
Fonte: Adaptado de Macedo et al. (2008).
Espécie Grau de adaptação à baixa fertilidade
Saturação por 
bases
cv. Colonião Muito baixo
cv. Tanzânia-1 Muito baixo 40 - 45
a. Grupo 2 – Espécies exigentes
a. Grupo 3 – Espécies muito exigentes
Pennisetum purpureum
Napier, Taiwan A-146 Muito baixo 45 - 55
Cynodum spp.
Coast-cross, Tifton
As principais forrageiras utilizadas na região do Cerrado são as dos 
gêneros Brachiaria e Panicum.
Das braquiárias de uso mais 
comum, a B. brizantha cv. Marandu 
(braquiarão) e a B. decumbens 
cv. Basilisk (braquiarinha) podem 
ser utilizadas nas três fases da 
pecuária: cria, recria e engorda. 
Assim como as de lançamento 
mais recente, B. brizantha cv. 
Xaraés, Piatã e a cv. Paiaguás. Brachiaria brizantha.
Gênero Brachiaria
Por apresentarem valor nutritivo inferior, porém mais adaptadas à 
baixa fertilidade, as cultivares de B. humidicola são mais utilizadas 
na fase de cria.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
75
As cultivares de P. maximum 
são altamente produtivas e exi-
gentes em solo, mas proporcio-
nam melhores ganhos de peso. 
São adaptadas a solos bem dre-
nados e exigentes a altas tempe-
raturas, repercutindo em cresci-
mento adequado.
Panicum maximum.
Gênero Panicum
Podem ser recomendadas para todas as fases de criação, tais como 
as cultivares Tanzânia, Mombaça, Massai, Vencedor e Aruana. 
Em 2015, foram lançadas duas novas cultivares: a Zuri, de porte 
intermediário entre a Tanzânia e a Mombaça, além da Tamani, de 
porte baixo, semelhante a Aruana e Massai, mas com forragem de 
melhor qualidade.
A cultivar Massai é mais recomendada para a fase de cria, por 
apresentar teor nutritivo inferior às demais cultivares. Esta 
cultivar pode ter grande importância para a região amazônica, 
especialmente para bovinos, pela sua melhor cobertura do solo, 
tolerância à cigarrinha e por ser menos exigente em fertilidade do 
solo que as outras cultivares de Panicum.
Altas temperaturas 
Em torno de 30 ºC.
Utilização de leguminosas
As leguminosas, em função da sua capacidade de fixação simbiótica de 
nitrogênio (N) e melhor valor nutricional, podem contribuir para aumentar 
a qualidade e a quantidade de forragem para os animais.
Este aspecto é especialmente importante em regiões com uma estação seca 
pronunciada, pois, nesse período do ano, a disponibilidade de forragem em 
pastos de gramíneas puras não atende às exigências nutricionais de bovinos. 
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
76
Embora essas vantagens sejam de amplo conhecimento 
entre técnicos e pecuaristas, o uso de leguminosas 
forrageiras tropicais na alimentação do rebanho brasileiro 
tem sido pouco significante. 
 
Atualmente, no entanto, existem claros sinais de que essa situação 
esteja mudando e há um renovado interesse por leguminosas. O avanço 
tecnológico da produção pecuária, a necessidade de redução de custos 
de produção e, principalmente, a busca por fontes mais eficientes de 
nitrogênio para uso na recuperação de pastagens degradadas têm levado 
muitos pecuaristas a se interessar por leguminosas.
Lá na Fazenda Rio Novo
Você sabia que a utilização de leguminosas é 
benéfica inclusive ao meio ambiente, influenciando 
positivamente nas mudanças climáticas?
Essas forrageiras podem contribuir de forma 
significativa para reduzir o efeito dos GEEs. Pela 
fixação simbiótica de N, contribuem para diminuir 
o gasto energético na produção de fertilizantes 
nitrogenados e menor emissão de N2O.
Também podem contribuir significativamente para 
amenizar as emissões de metano por ruminantes, 
devido a melhora na dieta e, consequentemente, 
melhor desempenho animal.
Venho me esforçando para adotar essa prática na 
fazenda Rio Novo, mas gostaria de deixar claro 
que essa potencialidade pouco explorada deve ser 
suportada por informações técnicas que forneçam aos 
produtores uma visão crítica e realista das vantagens 
e desvantagens do uso dessas plantas.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
77
Dentre as diversas alternativas de recuperação 
de pastagens, a recuperação direta com repo-
sição de nutrientes, associada à introdução de 
uma leguminosa para fornecimento de nitro-
gênio, pode ser bastante atraente e facilmente 
adotada pela maioria dos produtores.
As espécies de Stylosanthes são as 
principais alternativas de legumino-
sas para a recuperação de pastagens 
degradadas, devido a características 
como:
• resistência à seca;
• adaptação a solos de baixa 
fertilidade; e
• alta capacidade de associação 
com rizóbios nativos.
Nutrientes
Principalmente fósforo.
Stylosanthes hamata (L.) Taub.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
78
Outra espécie muito promissora 
é o guandu. Ele tem adaptação 
idêntica a estilosantes e sempre 
foi mais utilizado como banco de 
proteína, mas, atualmente, vem 
sendo utilizado na recuperação 
de pastagens degradadas de 
gramíneas.
Guandu (Cajanus cajan).
Guandu
Cajanus cajan.
Em solos arenosos de baixa fertilidade, o estilosantes-
campo-grande (ECG), em consórcio com gramíneas na 
proporção de 20-40% da leguminosa, fixa de 60 a 80 kg de 
N/ha/ano.
Apenas parte deste nitrogênio é liberada para as 
gramíneas no primeiro ano, quando seu efeito maior é 
na melhoria da dieta dos animais. A partir do segundo 
ano, quando ocorre a ciclagem de nutrientes pela morte 
de parte das plantas, o N orgânico fixado é mineralizado, 
tornando-se disponível para a gramínea em consorciação, 
melhorando a disponibilidade total de forragem em até 
50%, como também a qualidade da dieta para o animal. 
 
 
O que chama atenção na tabela acima é a manutenção da 
lotação e do desempenho ao longo dos anos. Seguramente, 
em pastagem recuperada sem uma leguminosa e sem 
reposição nutricional, os índices não seriam mantidos ao 
longo dos anos, mas haveria queda nos mesmos.
Ano
1
kg/ha/anog/animal/diaanimais/haUA/ha
Lotação Desempenho animal
2 3904632,311,62
5393644,062,84
3 52047532,1
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
79
As vantagens da utilização de pastagens consorciadas, formadas por 
gramíneas e leguminosas, são amplamente conhecidas. Vários são os 
resultados positivos obtidos com a presença da leguminosa na pastagem, 
decorrentes de sua participação direta na dieta do animal. O melhor 
desempenho animal nessas pastagensé explicado por apresentarem, em 
geral, melhor valor alimentício em 
relação às gramíneas exclusivas. 
 
Outra vantagem diz respeito aos efeitos indiretos relacionados com 
o aumento do aporte de nitrogênio ao ecossistema da pastagem. Em 
sistemas menos intensivos, as leguminosas tropicais, quando presentes 
em proporções satisfatórias, são capazes de suprir quantidades de 
nitrogênio suficientes para garantir a sustentabilidade da pastagem, bem 
como a produção animal (CARVALHO; PIRES, 2008).
A cultivar BRS Mandarim tem como destaque a alta produtividade de 
forragem, alta retenção de folhas no inverno e baixo teor de taninos. 
Apresenta como principais características a 
facilidade de implantação, alto teor proteico, 
digestibilidade e sistema radicular profundo e 
pivotante (GODOY; MENEZES, 2008).
Alto teor proteico
De até 20%.
Valor alimentício 
Maiores teores de proteína 
bruta e maior digestibilidade 
são parâmetros marcantes.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
80
Carvalho e Pires (2008) citam diversos dados de ganho de 
peso animal em pastagens consorciadas. Por exemplo:
 
Esses incrementos na produtividade de bo-
vinos foram observados pelos autores quan-
do a pastagem consorciada variou entre 18 e 20%. 
Quanto à produtividade em termos de produção de leite, 
foram observados aumentos de 20,3 e 12,4% na produ-
ção de leite de vacas do rebanho comercial, mantidas em 
pastejo rotacionado em pastagens de Brachiaria dictyo-
neura consorciada com o Arachis pintoi e em pastagens 
exclusivas de Brachiaria brizantha e Brachiaria decum-
bens, respectivamente.
Produtividade 
(kg/ha/ano)
Pasto 
consorciado
Produtividade 
(kg/ha/ano)Pasto solteiro
568
Brachiaria 
humidicola + 
Arachis pintoi
475Brachiaria humidicola
422
Brachiaria 
brizantha 
+ Leucena 
leucocephala
354Brachiaria brizantha
342
Brachiaria 
decumbens + 
Stylosanthes 
cv. Campo 
Grande
289Brachiaria decumbens
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
81
Lá na Fazenda Rio Novo
Quer conhecer mais a fundo as técnicas de utilização 
leguminosas nas pastagens? Inscreva-se no curso 
Fixação Biológica de Nitrogênio.
Estamos implantando esta técnica lá fazenda Rio 
Novo, do meu avô Antônio. Ficarei muito feliz em 
poder compartilhar essa experiência com você!
Escolha das sementes 
É muito importante que o produtor sempre opte por sementes de boa 
qualidade, certificadas, com análise feita em laboratório credenciado 
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, proveniente de 
empresa idônea e com bom histórico no mercado.
A qualidade das sementes é expressa por um índice chamado valor 
cultura (%VC), que mede o percentual de sementes puras capazes de 
germinar desse lote. Esse índice é calculado com base na percentagem 
de pureza física, que indica quanto 
há de agentes contaminantes nesse 
lote de sementes, e também na 
percentagem de germinação. O VC 
é expresso pela equação:
Agentes contaminantes 
Sementes de outras espécies, 
sementes chochas, restos de palha 
ou resíduos inertes, como terra.
Sugere-se que, para espécies de braquiária, o VC mínimo utilizado seja 
de 80% e, para os Panicum, de 50%.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
82
De olho nos valores
A melhor compra será o menor valor resultante do 
cálculo:
Fique atento, pois caso o VC não esteja disponível pela 
empresa comercializadora, significa que a semente 
não é certificada e, portanto, é de qualidade duvidosa!
Pode-se ainda utilizar sementes revestidas, peletizadas, incrustadas ou 
perolizadas. Tais recobrimentos garantem a homogeneidade do tamanho 
dos grânulos, facilitando a operação de plantio. No entanto, deve-se 
observar atentamente as garantias de valor cultural ou outro indicativo 
que demonstre a quantidade de sementes que está realmente sendo 
comercializada.
Cálculo da taxa de semeadura
Para calcular a quantidade mínima de sementes que deverá ser distribuída 
na área de pastagem, é necessário conhecer:
• o VC do lote utilizado;
• o tamanho da área; e
• o método de semeadura. 
De posse dessas informações, cal-
cula-se a quantidade mínima de se-
mentes com base na recomenda-
ção de kg de sementes puras viáveis 
por hectare para cada espécie (ver tabela), dividida pelo VC do lote. 
 
Método de semeadura 
A lanço ou em sulco.
sementes puras viáveis 
Sementes sem resíduos 
contaminantes.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
83
Tabela 3 – Quilogramas por hectare de sementes puras viáveis de alguns 
capins, em função do método de semeadura e profundidade de plantio
Fonte: Dias Filho, 2012.
Capim No sulco (kg/ha) A lanço (kg/ha) Profundidade desemeadura (cm)
Marandu 3,2 5,2 3 a 6
Piatã 3,2 5,2 3 a 6
Xaraés 3,2 5,2 3 a 6
Humidícola 3,2 5,2 3 a 6
Mombaça 2,7 4,5 2 a 5
Tanzânia 2,7 4,5 2 a 5
Massai 2,7 4,5 2 a 5
A tabela acima se refere à quantidade (kg) de sementes 
puras viáveis necessárias para o plantio de um hectare.
Para saber a quantidade de produto a ser adquirido 
(mistura de sementes com torrões e outros elementos 
contaminantes) para cada hectare, deve-se considerar o 
valor cultural, que expressa o percentual dessas sementes 
no produto.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
84
Mão na terra 
Vamos ver um exemplo prático pra ficar mais claro.
Imagine que você deseja realizar o plantio em sulco 
de capim piatã, adquirida com VC de 80%.
De acordo com a tabela, a taxa de semeadura 
recomendada é de 3,2 kg de sementes puras viáveis 
por hectare (SPV/hectare).
Devemos calcular da seguinte forma:
Portanto, deve-se utilizar 4 kg das sementes 
adquiridas.
Agora, imagine se o mesmo lote de capim fosse 
plantado a lanço. Considerando que a taxa de 
semeadura recomendada, neste caso, é de 5,2 kg de 
SPV/hectare (como indica a tabela), o cálculo seria o 
seguinte: 
Portanto, neste segundo caso, deve-se utilizar 6,5 kg 
das sementes adquiridas.
Sementes adquiridas 
ementes + agentes inertes.
Na semeadura em linha, o espaçamento não deve ser superior a 30 ou 35 
cm para evitar a formação de trilheiros. Preferencialmente, deve-se utilizar 
espaçamentos menores.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
85
Implementos de semeadura e plantio
As sementes de forrageiras podem ser adicionadas ao sistema de duas 
formas: utilizando-se plantadeiras específicas para sementes finas ou 
semeadura a lanço.
a) Plantadeiras específicas para sementes finas
O plantio utilizando plantadeiras 
específicas para sementes finas 
são comuns para o plantio de 
aveia ou arroz.
A utilização deste implemento 
faz com que, na mesma ope-
ração, as sementes sejam in-
corporadas, com regulagem de 
profundidade de semeadura, 
mais precisão na quantidade de 
semente/hectare e distribuição 
mais uniforme no terreno.
Nesta forma, há semeadu-
ra a lanço e posterior in-
corporação com grade ni-
veladora fechada ou pouco 
aberta, ou rolo compactador 
para espécies, como andropogon 
e estilosantes.
Plantadeira de sementes finas.
Semeador a lanço para sementes.
Nesta operação também é possível fazer uma adubação, tanto no caso de 
plantio convencional quanto em plantio direto.
b) Semeadura a lanço
Pouco aberta 
Dois furos da regulagem.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
86
Com a utilização de um distribuidor de sementes a lanço, estas são 
distribuídas na área por meio de seu arremesso pelo implemento. Esse 
método confere mais agilidade ao plantio, apesar de demandar duas 
operações; no entanto, a precisão do plantio é menor e geralmente sua 
eficiência também.
Após o lançamento das sementes, estas devem ser cobertas com 
uma operação de grade niveladora fechada – o rolo compactador. 
Existem ainda distribuidoras elétricas, acopladas à frente do trator, e 
as sementes são incorporadas pela grade niveladora que segue atrás. 
 
Na aula seguinte, veremos um passo a passo para a intervenção na área.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
87
Aula 4: 
Passo a 
passo para 
intervenção 
na área
Ao longo do módulo, vimos as formas e etapas de intervenção nas 
pastagens. Agora, de posse desse conhecimento, veremos um passoa 
passo para realizar a intervenção na área.
Mecanização da área
No processo de intervenção, a mecanização é a fase que mais demanda 
tempo e dinheiro. Por isso, merece muita atenção, planejamento e 
profissionalismo.
Deve-se dimensionar exatamente a 
quantidade de máquinas e implementos 
disponíveis, bem como o tempo hábil para 
a execução das atividades.
Geralmente, esta etapa inicia-se ainda no período seco, evitando assim 
que o solo recém-mecanizado fique exposto às fortes chuvas. No entanto, 
podem haver variações em cada região do Brasil.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
88
Construção de terraços
Os terraços são peças fundamentais na utilização sustentável de qualquer 
área agropecuária no Brasil. O objetivo, com a sua construção, é evitar 
o escoamento superficial da água, o que gera erosões, carreamento de 
nutrientes e perda da camada orgânica do solo.
Sua construção é a primeira etapa da mecanização para a reforma de 
pastagens e deve ser feita sempre com bases largas e boa altura – 
geralmente, a maior altura possível.
Terraço de base larga construído em área de pastagem.
 
O terraceamento deve ser iniciado antes mesmo das operações de 
preparo do solo. Em áreas onde não seja necessário este preparo, devem 
ser alocados terraços se houver indícios e possibilidade de erosão. 
A intenção é reduzir a velocidade da água das 
chuvas torrenciais por meio da contenção nos terraços. 
Desde que bem planejado, o terraceamento é a mais 
importante prática mecânica de controle da erosão. 
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
89
A prática consiste na locação 
e construção de estruturas no 
sentido transversal à declivida-
de do terreno, com o objetivo de 
reduzir a velocidade de enxurra-
da e seu potencial de destruição 
dos agregados do solo, causan-
do erosão.
Elas também subdividem o volu-
me do escorrimento superficial, 
possibilitando a infiltração da água 
Terraço contendo água da chuva 
em área de pastagem.
no solo, impedindo a formação de sulcos que geralmente se transformam 
em voçorocas.
Mão na terra 
Antes do início da construção dos terraços, o técnico já 
deverá ter em mãos os dados sobre a textura do solo e 
a declividade média da área que será terraceada. Com 
esses dados, os espaçamentos horizontal e vertical 
serão definidos.
Uma vez determinado o espaçamento vertical, 
que é mais fácil e preciso para se locar no terreno, 
os pontos das linhas deverão ser locados com um 
nível óptico ou teodolito, demarcando-se os pontos 
com estacas de 1 m de altura e espaçadas de 20 
em 20 m.
Este trabalho é feito, normalmente, no final do período 
chuvoso, e a área não deve estar preparada para que 
não se obtenha falsas cotas (RESCK, 2002).
Os terraços podem ser de retenção ou escoamento:
• os de retenção são construídos sobre as niveladas básicas demarcadas 
com nível ou teodolito e, portanto, são sem gradiente;
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
90
• os de escoamento são construídos com gradiente e têm uma ou duas das 
extremidades abertas por onde deve escoar a água coletada (exigem 
a construção de um canal ou bacia para se retirar a água excedente). 
Para os latossolos e as areias quartzosas (solos da maioria das áreas de 
pastagens), geralmente devem ser construídos os terraços de retenção, 
pois seus declives situam-se entre 0 e 8% (RESCK, 2002).
Mão na terra 
Evite a construção de terraços de base estreita, pois 
eles são mais sensíveis às chuvas torrenciais, que têm 
ocorrido com frequência nos últimos anos em todo o 
Brasil. Eles também dificultam o trânsito dos animais 
e das máquinas na área.
O ideal é que se utilize terraceador de arrasto 
com controle remoto e discos de, no mínimo, 
26 polegadas.
Terraceador de controle remoto para 
construção de terraços com base larga.
E quanto à diferença de nível, geralmente se utiliza 
a diferença de 1,5 m entre os terraços. No entanto, 
esse valor pode ser de 1,0 m para área de solo 
muito arenoso ou de acordo com a recomendação 
do profissional habilitado que está orientando 
os trabalhos.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
91
Além do terraceamento, é de suma importância que, na recuperação de 
pastagens, se faça também um bom estabelecimento da forrageira, 
seguido de um manejo correto ao longo do tempo. Uma boa cobertura 
do solo é fundamental para reduzir o escorrimento de água e perdas de 
solo. Os terraços são um complemento para este efeito.
Lá na Fazenda Rio Novo
Se quiser se aprofundar mais nesta técnica, me 
acompanhe no curso Sistema Plantio Direto!
Lá você vai ver que estamos construindo terraços na 
fazenda Rio Novo, tentando resolver os problemas 
de erosão.
Gradagem
O uso da gradagem tem como objetivos:
• eliminar a compactação do solo, pelo menos na camada de 0 
a 20 cm;
• agredir fisicamente as plantas invasoras, com o intuito controlá-las;
• eliminar imperfeições do terreno, tais como carreadores provocados 
pelo gado, pequenas erosões, buracos e tocos.
 
Antes da primeira gradagem, pode-se aplicar uma parte do calcário 
necessário e, posteriormente, no momento em que o gesso for aplicado, 
o restante.
Este procedimento geralmente é repetido, 
principalmente se houver torrões e plantas 
indesejáveis na área após a primeira gradagem.
Repetido 
Duas mãos de grade.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
92
Grade aradora de controle remoto. 
Para se obter bons resultados, deve-se utilizar grades 
aradoras de controle remoto com discos de pelo menos 
28 polegadas e em bom estado de conservação.
Nivelamento do terreno
Após a aplicação dos adubos, deve-se incorporá-los com o auxílio de uma 
grade niveladora, que também fará o trabalho de correção do terreno, 
finalizando o destorroamento iniciado pela grade pesada, preferencialmente 
algumas semanas após a calagem.
Aspecto geral da área após duas mãos de grade niveladora.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
93
Em seguida, parte-se para a semeadura da forrageira previamente 
escolhida.
Deve-se sempre fazer a aplicação de calcário na ausência de 
vento. Muitas vezes, a aplicação ocorrerá à noite, reduzindo 
assim as perdas provocadas pelas correntes de ar.
Calcário sendo carreado pelo vento para fora da área 
da propriedade.
Calagem 
 
Após a finalização da primeira mão 
com a grade pesada, deve-se ini-
ciar a aplicação da primeira parce-
la da dose recomendada de calcá-
rio. Desta forma, o tempo de reação 
será maior e também a incorporação 
será mais eficiente.
Esta operação é feita com calcarea-
deira tipo lancer, que espalha homo-
geneamente o produto na superfície. 
Após a aplicação, é fundamental 
que o calcário seja incorporado com 
uma grade pesada ou, pelo menos, 
intermediária.
Trator pulverizando calcário no solo. 
Fonte: CNA Brasil / Foto: Tony Oli-
veira.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
94
Como o calcário tem baixa mobilidade no solo, deve-se 
incorporá-lo de forma bastante eficiente, levando-o para 
a camada mais profunda possível.
Gessagem 
Após a incorporação da primeira parcela de calcário, pode-se proceder 
à aplicação do gesso agrícola, com as mesmas recomendações para os 
horários e formas de aplicação do calcário.
A resposta das gramíneas ao gesso se dá devido à melhora no ambiente 
radicular propiciada pela melhor distribuição das raízes, especialmente 
em profundidade, o que propicia às plantas o melhor aproveitamento de 
água quando ocorrem veranicos.
 
O principal diferencial do gesso é que não necessita ser 
incorporado com a grade pesada, somente com uma niveladora 
ou intermediária.
 
 
Aplicação da adubação de base
Após a aplicação do gesso, procede-se à adição dos adubos no sistema, 
também a lanço, com lancer ou calcareadeira.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
95
No caso da utilização das matérias-
-primas, cada uma deverá ser apli-
cada em uma operação distinta.
Se a opção for pelo uso de adubos 
formulados (NPK), a adição dos três 
elementos poderá ser feita de uma 
só vez. Além disso, faz-se a aplica-
ção dos micronutrientes, tais como 
zinco,cobre, boro e molibdênio, que 
normalmente são deficitários e tão 
necessários nos solos de Cerrado.
E com isso fechamos o assunto sobre intervenção nas pastagens. No 
próximo módulo, falaremos sobre manejo da pastagem e sistemas 
de integração.
Matérias-primas 
Superfosfato simples, triplo, DAP, MAP ou KCl.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
96
Atividade de 
aprendizagem
As questões a seguir são baseadas na história que apresentamos no 
Módulo 1. Se desejar, releia a história abaixo antes de iniciar a atividade.
A história do Seu Mario
Seu Mario é proprietário da fazenda “Chão Batido”, em Lucas do Rio 
Verde, no Mato Grosso. Ele herdou essa fazenda de seu pai, assim como 
o amor ao cerrado e à pecuária. Não obstante, seu Mario precisou apren-
der a lidar desde cedo com as exigências e necessidades da região: o 
latossolo de baixa fertilidade natural e a alta lixiviação. O clima tropical 
sazonal caracteriza-se pela chuva concentrada na primavera e no verão, 
e a seca no inverno.
Seu Paulo, pai de Mario, criava gado nelore em sistema extensivo, deixava 
os animais soltos, sem controle do manejo da pastagem e também não 
suplementava os animais.
Na época que seu Mario assumiu a fazenda, percebeu que precisaria se 
atualizar e modificar a forma como seu pai vinha conduzindo as atividades 
para melhorar o rendimento do negócio, bem como para a sustentabilida-
de dos recursos ambientais que ele usufruía.
Então, seu Mario decidiu procurar a ajuda do Senar, come-
çou a frequentar palestras sobre técnicas conservacionis-
tas do solo, foi a dias de campo e também recebeu a visita da 
assistência técnica.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
97
As atividades aqui na apostila servem apenas para você 
ler e respondê-las com mais tranquilidade. 
Entretanto, você deverá acessar o AVA e responder lá as 
questões. Você terá duas tentativas para responder cada 
questão e só desbloqueará o próximo módulo depois 
que:
(1) acertar as questões; ou
(2) usar todas as suas tentativas.
Questão 1
Agora que seu Mario entendeu as características das pastagens degradadas 
e seus benefícios de intervenção, ele quer entender quais providências deve 
tomar. Em uma palestra do Senar, ele aprendeu que, para recuperar uma 
área degradada, existem diferentes formas de intervenção nas pastagens, 
como a recuperação, a renovação e a reforma. Ele sabe que quanto antes 
for realizada a intervenção, mais rápida é a recuperação. 
Quanto às formas de intervenção, analise as sentenças a seguir: 
1. Na recuperação da pastagem ocorre o restabelecimento da produção 
de forragem, por meio da introdução de novas espécies ou cultivares. 
2. Na renovação há restabelecimento da produção da forragem 
mantendo-se a mesma espécie ou cultivar. 
3. A reforma da pastagem consiste nas correções ou reparos efetuados 
após o estabelecimento da pastagem. 
Assinale a alternativa que contém as sentenças corretas:
a) Afirmativas 1 e 2.
b) Afirmativas 2 e 3.
c) Apenas a afirmativa 3 está correta.
d) Apenas a afirmativa 1 está correta.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
98
Questão 2
Agora que seu Mario entendeu as formas de intervenção nas pastagens 
degradadas, ele quer entender quais estratégias deve adotar para 
que sua propriedade possa retomar a capacidade produtiva da área, 
e isso dependerá do grau de degradação em que esta se encontra, o 
que influenciará diretamente no custo, tempo de isolamento e impacto 
ambiental da ação. 
Quanto aos graus de degradação, com o auxílio do técnico do Senar, foi 
identificado que alguns pontos da propriedade de seu Mario encontram-
se no grau 4. O que isso quer dizer?
1. Para recuperar este estágio, basta realizar a adubação (conforme 
recomendação técnica), o manejo da pastagem e controlar a carga 
animal. 
2. Este grau de degradação é facilmente reconhecido pela presença de 
plantas daninhas nas áreas, que indicam que houve supressão da 
planta forrageira por meio do superpastejo. 
3. Neste grau, há degradação acentuada da área, atingindo a 
pastagem, o solo, os cursos de água, fauna e flora por meio de 
erosões mais severas. 
4. A intervenção nessas áreas é urgente por meio da recuperação 
ou renovação completa da pastagem, construção de terraços e 
isolamento das grandes erosões.
 
Assinale a alternativa que contém as sentenças que descrevem 
corretamente ao grau 4 de degradação:
a) Apenas 1 e 2.
b) Apenas 2 e 3.
c) 1, 2, 3 e 4.
d) Apenas 3 e 4.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
99
Questão 3
Seu Mario, aos poucos, está aprendendo sobre a intervenção de 
pastagens, mas ainda tem muitas dúvidas sobre os próximos passos. 
Agora o técnico do Senar vai auxiliá-lo a realizar as etapas 1 e 2 para 
intervenção nas pastagens degradadas.
A etapa 1 consiste em um diagnóstico da área, por meio de um 
levantamento de dados de toda a propriedade, para isso é importante 
conhecer bem a unidade produtiva. 
Qual a vantagem de reunir todas essas informações que o modelo de 
diagnóstico sugere?
a) Traz informações para que o produtor tenha noção de bens, de 
patrimônio. Já a tomada de decisão depende unicamente do 
produtor. 
b) Melhorar o pasto, independentemente da espécie cultivada. Os 
dados do diagnóstico ajudam em informações básicas, que pouco 
interferem nos custos. 
c) Melhorar o planejamento e as prioridades de intervenção, bem como 
as ações e os custos envolvidos. 
d) De qualquer maneira, o pecuarista terá que realizar reforma, ou 
recuperação de pastos, de modo que o diagnóstico não influencia na 
tomada de decisão.
 
Questão 4
Passadas as etapas 1 e 2, nas quais se realizou o diagnóstico da propriedade 
e a amostragem e a coleta de solos, podemos ir para a etapa seguinte: 
escolha e implantação das espécies forrageiras.
Sabendo que sua área apresenta baixa fertilidade do solo, com saturação 
por bases de 35%, e teor de fósforo de 5 ppm, qual seria a espécie de 
forrageira mais recomendada para o seu Mario realizar o plantio, visto que 
planeja trabalhar com bovinocultura de corte em sistema extensivo?
a) Pennisetum purpureum.
b) Panicum maximun cultivar massai.
c) Brachiaria brizantha.
d) Cynodon spp.
Módulo 2 – Intervenção nas Pastagens
100
Questão 5
Após o passo 3 da escolha e implantação das espécies forrageiras, chegou 
a hora de entender como realizar a mecanização da área.
A mecanização é a fase mais demorada e onerosa do processo. Deve 
ser realizada com critérios e planejamento, executando com máximo de 
perfeição, porque não haverá como refazer depois do pasto implantado. A 
não ser, claro, que queira trocar o capim. Desta forma, os procedimentos 
de conservação de solo devem ocupar tempo e ser bem executados. 
A primeira etapa da mecanização é a construção de terraços, a seguir 
é realizada a gradagem, seguida pelo nivelamento do solo. Então vem 
a correção do solo pela distribuição de corretivo, a adubação de base 
e, por fim, o plantio. Tendo como base todo o processo desde o início 
da mecanização no terreno até o plantio, assinale a alternativa correta: 
a) Ao realizar a aplicação de calcário, por ter baixa mobilidade no solo, 
ele deve ser molhado. 
b) Deve-se evitar a construção de terraços de base estreita, pois são 
mais sensíveis às chuvas torrenciais, além de dificultarem o trânsito 
dos animais e das máquinas na área. 
c) Um dos objetivos de utilizar a grade é descompactar o solo em 
camadas profundas de 0 - 80 cm. 
d) O gesso, caso seja necessária sua aplicação, deve ser, para diminuir 
as operações, misturado à semente no plantio.

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