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JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS Infração de menor potencial ofensivo: Comum: ordinário, sumário e sumaríssimo; → Determinado pela quantidade da pena → quanto menor a pena mais rápida deve ser o processo por causa da prescrição Art. 394, §1º do CPP: I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei. → crimes de menor potencial ofensivo → contravenções e crimes a que a lei (qualquer lei) comine pena máxima não superior a 2 anos, cumulado ou não com multa Não trabalha com princípios, mas sim com critérios: Simplicidade: facilitado; Informalidade: atos informais; Economia Processual: o maior número de atos no menor espaço de tempo e com o menor custo; Celeridade: lembra da prescrição; Oralidade: evitar reduzir tudo a termo. Com a prática do delito, temos: -A abertura do Termo Circunstanciado: um inquérito policial simplificado → evitando a prisão em flagrante; -Audiência Preliminar: antes da denúncia ou queixa, primeiro ato no juizado; Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a realização imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes. → Objetivos: oferecimento da composição civil e da transação penal, em qualquer tipo de ação; Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade. (esta última é a transação) → Atenção: Quando o artigo diz “pena” foi atécnico, pois trata-se, na verdade, de uma medida despenalizadora que evita efeitos da pena tradicional, como a reincidência. → Atenção: A composição civil e a transação penal acontecem ANTES do oferecimento da Denúncia e tem como principal critério que seja um crime ou contravenção de menor potencial ofensivo. Na seguinte ordem, tanto na lei, quanto no procedimento: COMPOSIÇÃO CIVIL DOS DANOS: -Envolve o autor do crime e a vítima; Art. 74: A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. → Uma vez feito, poderá levar a extinção da punibilidade; -A composição cabe nos crimes de ação penal pública incondicionada também, mas não acarreta a extinção da punibilidade; Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo. Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei. → continua com o mesmo prazo de 6 meses a contar da ciência da autoria para exercer o direito de representação; O prazo de 3 meses que a lei previa foi para a situação específica de quando entrou em vigor e o crime de lesão leve deixou de ser de ação incondicionada para ser condicionada a representação, não confundir com o prazo decadencial!!! TRANSAÇÃO PENAL: -Envolve o MP e o autor do crime; Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada1, não sendo caso de arquivamento2, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. →Pela letra do artigo só caberia em Ação penal pública condicionada ou Pública Incondicionada, mas a jurisprudência é pacífica no sentido de que também é possível nos crimes de Ação Privada, houve uma lacuna na formulação legislativa. → Mas sendo de ação privada quem propõe é o (futuro) querelante, mesmo que na prática o MP usualmente é quem faz a oferta; → Arquivamento (do inquérito ou do termo): o MP deve analisar os requisitos do arquivamento e as condições da ação (artigo 395 do CPP) → se os requisitos estiverem OK pode oferecer a transação, mas se ausentes deve ser arquivado. → A “pena” é uma medida despenalizadora; -Não é um direito subjetivo do autor do crime (não é um direito líquido e certo!) mas um poder-dever; -Discricionariedade regrada (pelos parâmetros do artigo 76); Súmula vinculante nº35: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial. → Também extingue a punibilidade, mas o descumprimento acarreta no retorno ao ponto em que parou. -Requisitos: artigo 76, § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; → período depurador da transação penal; continua primário; III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. → discricionariedade do MP. Aceita a proposta → submissão ao juiz → art. 76, § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade (única forma do juiz interferir na transação). → aplicação da pena que não acarretará reincidência. art. 76, § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. → também impede o Acordo de não persecução Penal; Art. 76, §5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei. Art. 76 § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível. Art. 492, § 1º do CPP: Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando- se, quando o delito resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995. → ou seja, com a desclassificação do júri para crime de menor potencial ofensivo, deverá ser oportunizada composição civil entre as partes e, em seguida colhe-se manifestação do MP sobre a transação. Em casos de crimes ambientais a transação é condicionada a composição prévia do dano ambiental. Ambos são possíveis para infrações de menor potencial ofensivo= contravenção e crime cominado com pena máxima de 2 anos cumulada ou não com multa. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO: → sursis processual; É oferecida com a denúncia; Não cabe apenas para os crimes de menor potencial ofensivo: Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o MinistérioPúblico, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm#art69 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm#art69 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm#art69 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm#art69 processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizam a suspensão condicional da pena. → vai além das infrações de menor potencial ofensivo; → flexibiliza a presunção de inocência ao considerar processos em curso; → Quem oferece é o MP; → Condições legais: Não estar sendo processado; Não ter sido condenado; + os requisitos legais do art. 89, §1º: I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; → pode não ser imposta em caso de hipossuficiência e o réu não ter condições de pagar; II - proibição de frequentar determinados lugares; → tem que ter relação com o crime; III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividade + requisitos judiciais do art. 89, §2º: O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. → determinadas pelo juiz; !! sempre é necessária a presença do defensor! § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano. → revogação obrigatória; § 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta. → revogação facultativa; § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade. § 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo. § 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos. “Opera-se a preclusão se o oferecimento da proposta de suspensão condicional do processo ou de transação penal se der após a prolação da sentença penal condenatória.” → Jurisprudência em Teses nº 96 A jurisprudência se pacificou no sentido de ser cabível na ação privada também desde que oferecida pelo ofendido. Súmula 723 do STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano. → devem ser levadas as causas de aumento e diminuição para saber se cabe a suspensão Súmula 696 do STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal. Súmula 337 do STJ - É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na procedência parcial da pretensão punitiva.
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