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Envelhecimento do sistema cardiovascular

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Cilene Roque
Sistema Cardiovascular
Fisiopatologia do Envelhecimento do
Sistema Cardiovascular
Tópicos:
1. Processo de envelhecimento
do sistema cardiovascular;
2. Fisiopatologia das doenças
cardiovasculares
(insuficiência coronariana).
3. Principais doenças
cardiovasculares que
acometem idosos e sua
epidemiologia;
4. Fatores de risco para
doenças cardiovasculares;
5. Principais sintomas das
doenças cardiovasculares e
como preveni-las (impactos
dos hábitos de vida).
6. Exames de imagem (EEG e
ECO) para o reconhecimento
das alterações
cardiovasculares bem como
para o diagnóstico.
7. Cateterismo e o implante do
“Stent”.
Cilene Roque
Sistema Cardiovascular
1. Processo de
envelhecimento do
sistema cardiovascular:
Na ausência de problemas cardíacos
congênitos, um coração resistente costuma
funcionar bem a vida toda. Nos indivíduos que
se exercitam de modo regular e vigoroso, o
coração adapta-se gradualmente à maior
demanda, aumentando sua resistência e
tamanho. O exercício aeróbico também ajuda a
limpar os depósitos de gordura das paredes dos
vasos coronarianos, retardando assim o
processo de aterosclerose. Salvo algumas
doenças crônicas, essa resposta benéfica ao
exercício persiste na velhice. As mudanças
relacionadas à idade que afetam o coração
incluem:
1. Endurecimento e espessamento das
válvulas das valvas cardíacas.
Essas mudanças ocorrem particularmente nas
valvas sujeitas às pressões arteriais mais
elevadas (mitral e da aorta). Assim, as bulhas
cardíacas anormais são mais comuns nas
pessoas idosas.
2. Declínio na reserva cardíaca.
Embora a passagem dos anos pareça provocar
poucas mudanças na frequência cardíaca em
repouso, o coração envelhecido é mais lento
para aumentar seu débito para bombear mais
sangue. O controle simpático do coração fica
menos eficiente e a frequência cardíaca
torna-se gradualmente mais variável. A
frequência cardíaca máxima diminui, embora
esse problema seja muito menos grave nos
idosos fisicamente ativos.
3. Fibrose do músculo cardíaco.
Quando uma pessoa envelhece, cada vez mais
células cardíacas morrem e são substituídas por
tecido cicatricial fibroso. Essa fibrose, que é
muito mais ampla nos homens do que nas
mulheres, diminui a quantidade máxima de
sangue que o coração consegue bombear por
unidade de tempo. Além disso, com o
envelhecimento das membranas das células
musculares, a fibrose atrapalha o início e a
transmissão dos impulsos de
contração-sinalização, levando a ritmos
cardíacos anormais e a outros problemas de
condução.
Referências:
Marieb, Elaine Anatomia humana / Elaine Marieb,
Patricia Wilhelm, Jon Mallatt ; tradução Lívia Cais,
Maria Silene de Oliveira e Luiz Cláudio Queiroz ;
revisão técnica João Lachat, José Thomazini e
Edson Liberti. -- São Paulo : Pearson Education do
Brasil, 2014.
2. Fisiopatologia das
doenças cardiovasculares
(insuficiência
coronariana):
Conceitua-se como insuficiência coronariana
(IC) o estado em que ocorre desequilíbrio entre
a oferta e o consumo de oxigênio para a
manutenção plena das necessidades
metabólicas do miocárdio, ocasionando
isquemia de diversos graus de intensidade.
Várias são as causas de insuficiência coronária,
como valvopatias (estenose aórtica),
miocardiopatia hipertrófica, doenças da
microcirculação (diabetes mellitus, síndrome X),
Cilene Roque
Sistema Cardiovascular
origem anômala de coronárias e fístulas
coronárias. Contudo, a de maior importância por
sua frequência e morbi-mortalidade é a IC
obstrutiva aterosclerótica. Assim, esta discussão
versará especificamente sobre a aterosclerose
coronária.
A aterosclerose humana é um processo crônico,
progressivo e sistêmico, caracterizado por
resposta inflamatória e fibroproliferativa da
parede arterial, causada por agressões da
superfície arterial. Como processo sistêmico,
frequentemente, acomete todos os leitos
arteriais incluindo a aorta e seus ramos
principais: carótidas, renais, ilíacas e femorais.
A hipercolesterolemia, a hipertensão arterial
(HA), o diabetes, o tabagismo, as reações
imunológicas e inflamatórias, e a
susceptibilidade genética individual figuram
entre os fatores de risco para lesão arterial.
.As alterações vasculares coronárias presentes
na aterosclerose derivam de três componentes
fundamentais: disfunção endotelial, que se
instala precocemente, com alteração da
reatividade do vaso, causando vasoconstrição
paradoxal, após estímulos com a acetilcolina, e
exacerbação da reatividade à epinefrina e
angiotensina; a disfunção endotelial, também,
induz à perda das propriedades antitrombóticas
naturais e da permeabilidade seletiva do
endotélio; obstrução da luz do vaso pela placa
aterosclerótica e complicação trombótica no
local da lesão. Todos são capazes de causar IC,
mas frequentemente ocorrem ao mesmo tempo.
Referências:
Protásio Lemos da Luz, Desidério Favarato.
Doença Coronariana Crônica. Disponível em:
http://publicacoes.cardiol.br/abc/1999/7201/72
010002.pdf. Acesso em: 17 de nov de 2020.
3. Principais doenças
cardiovasculares que
acometem idosos e sua
epidemiologia:
A vulnerabilidade imposta pelo envelhecimento
é social , biológica e psicológica. O
envelhecimento é o principal fator de risco para
as doenças cardiovasculares pelas próprias
alterações anátomo-funcionais. O enrijecimento
arterial é um processo próprio do
envelhecimento, decorrente do desgaste
imposto ao longo dos anos levando à ruptura
das fibras de elastina na parede das artérias e
sua substituição por colágeno menos
distensíveis, resultando na redução da
complacência arterial e aumento da velocidade
de propagação das ondas de pressão que por
sua vez resulta no retorno mais precoce das
ondas refletidas da periferia à raiz da aorta.
Esse retorno precoce, ainda durante a sístole,
leva a amplificação da PAS (pressão arterial
sistólica), responsável pelo aparecimento de
HAS (hipertensão arterial sistólica) , hipertrofia
ventricular(HVE) e aumento atrial.
Consequentemente, o coração do idoso tem
comprometimento da adaptação às situações de
sobrecarga. A HVE associada a alterações no
fluxo celular do cálcio provoca uma alteração na
função diastólica e aumenta a importância da
contração atrial para o enchimento ventricular.
As modificações que ocorrem no endotélio do
idoso contribuem para o surgimento de doença
aterosclerótica. A vasodilatação dependente do
endotélio diminui progressivamente com a idade
e tem influência para o desenvolvimento de
DCV (doença cardiovascular). O principal
mecanismo parece ser a redução da
disponibilidade do NO. A lesão endotelial é
cumulativa e dá origem a maior número de
placas ateroscleróticas, caracterizando um
http://publicacoes.cardiol.br/abc/1999/7201/72010002.pdf
http://publicacoes.cardiol.br/abc/1999/7201/72010002.pdf
Cilene Roque
Sistema Cardiovascular
comprometimento mais difuso. Essas placas
têm um menor conteúdo lipídico e capa fibrosa
mais calcificada o que diminui o risco de
ruptura, porém o maior número de placas eleva
a probabilidade de eventos coronários O
envelhecimento também leva à modificações
autonômicas. Existe com o aumento da idade,
uma progressiva dessensibilização dos
receptores beta adrenérgicos. Há uma
diminuição da resposta vasodilatadora, que
contribui para o aumento da pós-carga, e uma
diminuição da resposta cronotrópica e
inotrópica. Desse modo, aumenta a
dependência do mecanismo de Frank – Starling
para o aumento do débito cardíaco em
situações de maior necessidade. Embora em
repouso, o débito cardíaco mantenha-se normal
no pico do exercício, a frequência cardíaca
máxima é menor que nos mais jovens , sendo
um dos fatores de redução da capacidade física
do idoso. A variabilidade da frequência cardíaca
que constitui um marcador da influência do
sistema autonômico encontra-se diminuída nos
idosos e está associada a maior morbidade e
mortalidade.
Com a idade, ocorrem modificações no
metabolismo das lipoproteínas devido a
mudanças no metabolismo hepático, com
diminuição dos receptores de LDL nos
hepatócitos, diminuição na síntese de ácidos
biliares, retardo na depuração das lipoproteínas,diminuição da absorção intestinal do colesterol,
modificações no tamanho do colesterol HDL e
alterações hormonais. Em mulheres na
pós-menopausa ocorre um aumento do LDL,
apresentando-se com níveis mais elevados em
comparação com os homens.
Em geral, os valores do HDL colesterol
permanecem estáveis, mas estudos
prospectivos mostram diminuição em ambos os
sexos. O estilo de vida e o próprio tempo
promovem uma verdadeira conspiração que
aumenta a vulnerabilidade. De fato, os fatores
clássicos de risco são muito prevalentes e têm
papel bem definido em idosos. Estudos que
analisaram mais de 500 mil indivíduos
mostraram que 80 a 90% dos participantes que
desenvolveram doença arterial coronariana
significativa tinham pelo menos um dos quatro
fatores de risco clássicos: hipercolesterolemia,
hipertensão arterial (HA), diabetes melito (DM) e
tabagismo. As obstruções ateroscleróticas nos
idosos são mais frequentes e difusas. Estudos
de necropsias identificaram presença de DAC
(doença arterial coronariana), em cerca de 90%
de idosos octogenários, sendo que apenas 30 a
40% desenvolveram manifestações clínicas da
doença. O Cardiovascular Helth Study, um
estudo observacional de mais de 6.000
indivíduos com mais de 65 anos em cinco
comunidades americanas, demonstrou que
apenas 20% da população era isenta de doença
aterosclerótica .
Referências:
MAURÍCIO WAJNGARTEN. O coração no idoso.
Disponível em:
https://cardios.com.br/arquivos_dados/foto_alta/fot
o-noticia-id-69-f1.pdf. Acesso em: 17 de nov de
2020.
4. Fatores de risco para
doenças
cardiovasculares:
a. HIPERTENSÃO:
Complicações: AVC, IAM, Insuficiência renal,
aterosclerose e retinopatia hipertensiva;
b. Diabetes:
Complicações: AVC e IAM;
c. Dislipidemia:
Complicações: doença aterosclerótica;
d. Tabagismo:
Complicações: O cigarro é um dos principais
fatores de risco para desenvolvermos infarto
agudo do miocárdio, angina de peito e acidente
vascular cerebral. O uso continuado de tabaco
faz o corpo ter uma propensão maior a formar
coágulos que podem entupir nossas artérias.
https://cardios.com.br/arquivos_dados/foto_alta/foto-noticia-id-69-f1.pdf
https://cardios.com.br/arquivos_dados/foto_alta/foto-noticia-id-69-f1.pdf
Cilene Roque
Sistema Cardiovascular
e. Alimentação inadequada e
Sedentarismo;
f. Consumo excessivo de bebidas
alcoólicas;
g. Fatores psicossociais (ansiedade,
depressão, raiva, stress…)
Complicações: O stress desencadeia algumas
reações fisiológicas no corpo humano, através
da estimulação da liberação de substâncias que
afetam o sistema cardiovascular. Interfere na
imunidade gerando um desequilíbrio interno no
organismo, facilitando o aparecimento de
diversas doenças como as dermatológicas,
gastrointestinais, processos inflamatórios e
infec- ciosos, doenças autoimunes e,
particularmente, as cardiovasculares (doença
arterial coronariana, hipertensão, arritmias,
insuficiência cardíaca e morte súbita).
Referências:
Entendendo as doenças cardiovasculares
[recurso eletrônico] / coordenação, Newton Barros
; organizadores, Salvador Ramos ... [et al.]. –
Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2014.
5. Principais sintomas das
doenças cardiovasculares
e como preveni-las
(impactos dos hábitos de
vida):
SINTOMAS:
Os sintomas mais comuns de ataque cardíaco
são chamados de “avisos do coração”. O
paciente que está apresentando um infarto
agudo do miocárdio geralmente apresenta dor
no peito retroesternal (atrás dos ossos do peito)
com irradiação para a mandíbula e braço
esquerdo, associada às náuseas e vômitos. Os
pacientes com diabetes podem ter infarto sem
dor torácica, o que torna muitas vezes mais
difícil o reconhecimento desses avisos.
PREVENÇÃO:
a. Exercício Físico:
O exercício físico realizado de forma regular e
seguindo critérios adequados de intensidade e
duração melhora a capacidade de contração
cardíaca e a distribuição sanguínea para
músculos e órgãos. Além disso, diminui a
sobrecarga cardíaca por conta do aumento de
trocas gasosas na periferia (como a captação
de oxigênio mais eficiente nos músculos,
diminuindo o trabalho do coração), e diminui
também a frequência cardíaca (FC) de repouso.
A resposta ao exercício físico torna-se mais
eficiente com um aumento mais demorado da
FC do que quando a pessoa estava
destreinada, ocasionando um prolongamento do
exercício físico e o cansaço mais tardio. A
pressão arterial pode ter melhor estabilidade e
controle pela diminuição da sobrecarga cardíaca
e pelo efeito vasodilatador (dilatação dos vasos
sanguíneos, o que reduz a pressão arterial) do
exercício físico. Esses efeitos refletem-se num
melhor funcionamento do tecido – endotélio –
que recobre os vasos com melhor fluxo
sanguíneo e liberação de substâncias que
auxiliam na proteção do sistema cardiovascular.
Além disso, atua no metabolismo das gorduras,
reduzindo o colesterol e os triglicerídeos,
podendo melhorar o HDL colesterol (que é
protetor e benéfico) e, por fim, pode equilibrar e
controlar os níveis de glicose sanguínea.
b. Prevenção da hipertensão:
Manter o peso corporal e hábitos alimentares
adequados, reduzir o sal da dieta utilizando
Cilene Roque
Sistema Cardiovascular
temperos que acrescentam sabor aos
alimentos, realizar atividades físicas
regularmente, estabelecer momentos de lazer,
abandonar o fumo, aumentar a ingestão de ve-
getais em geral, reduzir o consumo de álcool e
de gordura na dieta.
c. Alimentação:
Em relação às doenças cardiovasculares,
existem alguns alimentos que podem auxiliar na
redução dos fatores de risco cardiovascular. Um
exemplo disso são as fibras, que são
classificadas em solúveis e insolúveis. As fontes
de fibras solúveis são: a aveia, as partes
internas das frutas, a cevada e as leguminosas
(feijão, grão de bico, lentilha e ervilha). Essas
fibras, principalmente a aveia, reduzem a
absorção do colesterol pelo corpo e podem
diminuir moderadamente o colesterol. Já as
fibras insolúveis, presentes nas cascas de
frutas, farelo de trigo, grãos e hortaliças, não
atuam sobre o colesterol, mas aumentam a
saciedade, auxiliando na redução da ingestão
calórica. A recomendação da ingestão de fibra
alimentar total para adultos é de 20 a 30 g/dia, 5
a 10 g destas devendo ser solúveis, como
medida adicional para a redução do colesterol.
Outro exemplo são os fitosteróis, que são
substâncias encontradas nos vegetais e que
competem com a absorção do colesterol no
intestino. Uma dieta balanceada com
quantidades adequadas de vegetais fornece
aproximadamente 200 a 400 mg de fitosteróis,
no entanto, é necessária a ingestão de 2 g/dia
de fitosteróis para a redução média de 10% a
15% do LDL colesterol. Os fitosteróis não
influenciam os níveis plasmáticos de HDL
colesterol e de triglicerídeos. A proteína de soja,
cuja ingestão de 25 g/dia pode reduzir até 6%
do LDL colesterol, pode ser considerada como
auxiliar no tratamento da hipercolesterolemia.
As principais fontes de soja na alimentação são
o feijão de soja, o óleo de soja, o queijo de soja
(tofu), o molho de soja (shoyo), a farinha de
soja, o leite de soja e o concentrado proteico da
soja. Os flavonoides, entre os antioxidantes
presentes na dieta, também estão envolvidos na
prevenção do risco de doença arterial
coronariana e são encontrados em verduras,
frutas (cereja, amora, uva, morango,
jabuticaba), grãos, sementes, castanhas,
condimentos e ervas.
Referências:
Entendendo as doenças cardiovasculares
[recurso eletrônico] / coordenação, Newton Barros
; organizadores, Salvador Ramos ... [et al.]. –
Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2014.
6. Importância dos exames
de imagem (EEG e ECO)
para o reconhecimento
das alterações
cardiovasculares bem
como o diagnóstico:
Em termos de diagnóstico por imagem das
doenças cardíacas, há pouco mais de três
décadas, o único método não-invasivo
disponível era a radiologia convencional, que
empregava radiografias em três ou quatro
posições para uma avaliação morfológica
bidimensional do coração, dos grandes vasos,
dos pulmões e da vascularização pulmonar. É
uma situação bem diferente da que temos hoje,
apóso desenvolvimento de métodos de estudo,
inicialmente também limitados a avaliações
morfológicas em duas dimensões, porém com
maior resolução de contraste, como a
ultra-sonografia, a tomografia computadorizada
e, posteriormente, a ressonância magnética,
que evoluíram de tal modo a permitir não só
estudos anatômicos tridimensionais, mas
também apreciações funcionais e análises
tissulares, como a viabilidade do miocárdio
pós-infarto. Nesse aspecto, deve-se destacar o
papel da Medicina Nuclear.
Radiologia convencional
O exame radiológico convencional do tórax tem
baixo custo, grande disponibilidade, não é
invasivo, é de fácil realização e reprodução. Por
isso ainda é utilizado no atendimento inicial do
paciente com doença cardiovascular, no seu
acompanhamento e nas unidades de terapia
intensiva. Nas radiografias simples do tórax, em
Cilene Roque
Sistema Cardiovascular
projeções frontal e lateral, o coração e os
grandes vasos são representados por imagem
de densidade homogênea, de contornos bem
definidos, não sendo possível o reconhecimento
de estruturas intracardíacas, exceto quando
calcificadas. Entretanto, é possível a avaliação
das dimensões do coração e, pela análise de
seus contornos, o reconhecimento de aumentos
seletivos de câmaras cardíacas ou alterações
anatômicas nas grandes artérias e veias. O átrio
direito é representado pelos contornos
cardíacos inferior direito, na radiografia em
frontal, e anterior e superior, na lateral, e,
quando aumentados, esses arcos passam a ter
maior convexidade lateral na radiografia em
projeção frontal e a ocupar uma extensão maior
da silhueta cárdio-mediastinal anterior na lateral.
O átrio esquerdo, por ser uma estrutura
posterior e mediana, não participa dos
contornos cardíacos quando normal na projeção
frontal. Na radiografia em perfil, forma a parte
mais alta do contorno posterior do coração. Seu
aumento manifesta-se progressivamente pelos
seguintes sinais: alargamento do ângulo da
carina e elevação do brônquio do pulmão
esquerdo, duplo contor-no à direita na silhueta
cardiovascular em frontal, compressão
esofágica no sentido ântero-posterior no perfil,
desdobramento do arco médio, sendo que a
porção in- ferior desse arco corresponde à
projeção do apêndice atrial. O ventrículo direito
também não participa dos contornos da sombra
cardíaca em frontal quando normal e, no perfil,
forma o seu contorno anterior e inferior. Quando
aumentado, leva a uma rotação do coração de
modo que, em frontal, se observa a elevação da
sua ponta e um abaulamento do arco médio.
Em perfil, o contorno anterior da silhueta
cardíaca se aproxima da parede torácica
anterior. O ventrículo esquerdo corresponde ao
arco inferior esquerdo, em frontal, e ao arco
inferior e posterior, em perfil. Seu aumento
acentua a convexidade e altura do arco
póstero-inferior, e aumenta sua impressão sobre
o esôfago contrastado no perfil, e o arco
cardíaco inferior esquerdo em frontal. Ainda na
projeção lateral, outro sinal de aumento do
ventrículo esquerdo é a ultrapassagem da veia
cava inferior pelo contorno póstero-inferior do
coração em um ponto 2 cm acima da sua
intersecção com o diafragma, em mais de 1,8
cm (sinal de Hoffman-Rigler). Há uma
acentuação na concavidade do arco médio, que
representa a via de saída do ventrículo direito e
tem sua forma normal muito variável, podendo
ser côncava, reta ou mesmo abaulada.
Normalmente, a única porção visível da aorta é
o arco que se projeta como convexidade
discreta na porção mais alta da silhueta
cardiovascular à esquerda e, quando alongada
e/ou dilatada, torna-se mais evidente. Se o
alongamento for só da porção ascendente, sua
convexidade aparece na projeção frontal acima
do arco do átrio direito. A veia cava superior
compõe o limite lateral direito superior da
imagem cárdio-mediastinal, como estrutura reta,
que se perde no nível da clavícula. Quando
dilatada projeta-se mais lateralmente.
Eventualmente, pode se tornar mais evidente
quando deslocada lateralmente pela aorta
alongada e/ou dilatada. Um dos pontos
importantes na análise das radiografias simples
do tórax é a avaliação da vascularização
pulmonar. A artéria pulmonar direita, por estar
mergulhada na densidade do mediastino, é
invisível nas radiografias em projeção frontal,
porém pode ser identificada na lateral como
uma opacidade ovalada anterior à traquéia. A
artéria pulmonar esquerda pode ser vista no hilo
em frontal. Na radiografia de tórax em posição
ortostática, os vasos nos lobos superiores
aparecem menores que os dos inferiores em
mais de 60% das pessoas normais. Nas
radiografias obtidas em decúbito dorsal, esse
gradiente de perfusão deixa de existir,
passando, na verdade, a ter uma orientação da
frente para trás, e os vasos dos campos
pulmonares superiores passam a ter calibre
semelhante àqueles dos campos inferiores. Nos
casos de aumento do fluxo sanguíneo pulmonar,
há um aumento no calibre das artérias e, ao
contrário, na redução do fluxo sanguíneo aos
pulmões, há uma diminuição difusa do calibre
dos vasos. Quando há um aumento na
resistência ao fluxo além dos capilares
pulmonares, a pressão aumenta nas veias
produzindo a hipertensão venosa pulmonar ou
pós-capilar. Com o aumento da pressão média
no átrio esquerdo, há, inicialmente, uma
inversão no padrão normal da vascularização
Cilene Roque
Sistema Cardiovascular
pulmonar, com aumento de calibre e evidência
dos vasos dos campos pulmonares superiores.
Com aumentos progressivos nos níveis
pressóricos, há um aumento do líquido no
espaço intersticial e aumento da drenagem
linfática, com hilos pulmonares aumentados,
como consequência do aumento do calibre dos
vasos, e com borramento dos seus contornos.
Nessa fase, surge, ainda, o espessamento
pleural, devido ao edema subpleural, e a última
manifestação do edema intersticial, talvez a
mais evidente, é o aparecimento do
espessamento dos septos interlobulares, que se
manifestam mais freqüentemente como
imagens lineares, perpendiculares à superfície
pleural, periféricas, nas bases, junto aos seios
costo-frênicos, com cerca de 2 a 3 cm de
comprimento. Sem a correção do aumento das
pressões à esquerda, o quadro progride para
edema alveolar, cuja imagem característica são
as opacidades irregulares de contornos
imprecisos, confluentes, com distribuição
predominante nas regiões centrais, poupando a
periferia, dando o aspecto clássico de “asa de
borboleta”. Na hipertensão arterial pulmonar, ou
pré-capilar, há uma desproporção no tamanho
das artérias centrais, representadas por hilos
muito grandes, e no dos ramos periféricos,
muito pequenos.
Tomografia computadorizada
Nas coronariopatias estima-se que ocorram
mais de 20 milhões de casos de síndromes
coronárias agudas por ano no mundo. Apesar
da criação de escores de risco clínicos
(Framing- ham, PROCAM etc) e de toda a
propedêutica armada desenvolvida para
detecção da doença arterial coronária (DAC),
como teste ergométrico, cintilografia miocárdi-
ca, ecocardiograma e coronariografia invasiva, a
morte súbita é primeira e última manifestação
clínica de DAC em mais de 50% das vítimas
dessa doença1. Por outro lado, mesmo após a
sistematização da indicação da coronariografia
invasiva pelas diretrizes internacionais, de cada
quatro pacientes que realizam o exame nos
Estados Unidos, um é normal. Assim, apesar de
todos os avanços e conhecimentos adquiridos
sobre a DAC nas últimas décadas, a
estratificação de risco na população ainda é
imprecisa. Nesse sentido, múltiplos novos
fatores de risco bioquímicos e genéticos têm
sido identificados, e métodos diagnósticos
não-invasivos têm sido desenvolvidos na
tentativa de melhorar a sensibilidade e
especificidade no diagnóstico precoce da
doença.
Escore de cálcio
Grandes avanços nos últimos anos permitiram à
tomografia computadorizada quantificar o
cálcio coronariano de forma confiável e
reprodutível. Tendo em vista que a calcificação
coronária aumen- ta com a idade, é mais
prevalente no sexo masculino e varia de acordo
com fatores étnicos e ambientais2, foram
criados escores de cálciopara melhor
estratificação dos pacientes. Apesar de não ser
o mais preciso, o escore de Agats- ton é o mais
estudado e utilizado mundialmente. Ele
estabelece 5 faixas de risco de DAC: escore zero
– risco muito baixo; escore 1-10 – risco baixo;
escore 11-100 – risco moderado; escore
101-400 – risco alto; escore ≥ 401 – risco muito
alto. Outra forma de estratificação de risco é a
divisão por percentis – pacientes acima do per-
centil 75 são considerados de alto risco.
Estudos anatomopatológicos estabeleceram
que a presença de calcificação coronária está
fortemente associada à DAC. A carga de cálcio
é preditora independente de risco de eventos
cardíacos e, se somada ao escore de risco de
Framingham, melhora a avaliação de risco nas
populações de riscos baixo, intermediário e alto.
No entanto, a presença e carga de cálcio
coronariano não se correlacionam com o
achado de lesões obstrutivas nem com seu grau
de redução luminal à co- ronariografia invasiva.
Além disso, 6% dos pacientes sem calcificação
coronária apresentam placas de aterosclerose à
angiotomografia de artérias coronárias.
Finalmente, a I Diretriz da Sociedade Brasileira
de Cardiologia estabeleceu a quantificação do
escore de cálcio em pacientes assintomáticos
com risco intermediário de eventos (10-20% em
10 anos) pelos critérios de Framingham como
classe I. A quantificação nos pacientes
assintomáticos com história familiar de DAC
precoce foi definida como classe IIa6.
Cilene Roque
Sistema Cardiovascular
Referências:
Clínica médica, volume 2: doenças
cardiovasculares, doenças respiratórias,
emergências e terapia intensiva. – Barueri, SP:
Manole, 2009. – (Clínica médica).
7. Cateterismo e o implante
do “Stent”:
A cineangiocoronariografia (cateterismo
cardíaco) é um procedimento invasivo,
geralmente realizado com o objetivo de obter
informações anatômicas e funcionais do
coração e de suas artérias (artérias coronárias)
e valvas. Este exame permite diagnosticar
diversas doenças cardíacas e avaliar a sua
repercussão. Mais comumente, o cateterismo
cardíaco é realizado para avaliar as artérias
coronárias, identificando e quantificando
obstruções responsáveis por quadros de
“angina” e de infarto do miocárdio. A avaliação
do resultado de tratamentos por angioplastia ou
cirurgia cardíaca também é comumente
realizada através deste exame. Este exame é,
em geral, realizado apenas com anestesia local,
por dissecção da artéria do braço (braquial) ou
punção das artérias radial (braço) ou femoral
(virilha). Em situações específicas, pode ser
necessário utilizar, além da artéria, uma veia,
que permite estudar adequadamente o lado
direito do coração e/ou as artérias pulmonares.
A via de acesso femoral é a mais
frequentemente utilizada. O paciente
permanece desperto durante o procedimento.
Em situações específicas e em pacientes
pediátricos, pode ser necessário o uso de
anestesia geral. Após a anestesia, cateteres são
introduzidos no sistema cardiovascular do
paciente, de forma totalmente indolor. Estes
cateteres podem ser utilizados para medir
pressões, colher amostras de sangue para
avaliar o grau de oxigenação sanguínea e
injetar contraste iodado. As injeções de
contraste permitem visualizar o coração e suas
artérias por meio de equipamentos sofisticados
que emitem raios-X. O contraste pode causar
alguma sensação de calor no corpo, que
desaparece rapidamente. Todo o exame é
filmado e as imagens arquivadas em CD. Após
o exame, os cateteres são retirados. Quando se
utiliza a técnica braquial, existe necessidade de
suturar a artéria e a pele. Para as técnicas
femoral e radial, faz-se apenas compressão no
local da punção. Em casos selecionados e de
acordo com a indicação clínica, pode-se realizar
algum procedimento diagnóstico (ultra-som
intracoronariano ou guia de pressão) ou
terapêutico (ex: angioplastia coronariana)
adicional, imediatamente após o cateterismo.
Um stent é uma prótese metálica em forma de
tubo inserida nas artérias coronárias para evitar
sua obstrução. A colocação geralmente é feita
através de uma angioplastia, procedimento
cirúrgico que tem o objetivo de desbloquear as
artérias. Ela é realizada quando depósitos de
gordura, chamados de placas de ateroma, se
acumulam no interior de uma artéria coronária,
reduzindo assim a passagem de sangue para o
coração. A angioplastia é feita através de uma
pequena incisão na coxa para acessar a artéria
femoral. Em seguida, um fio-guia é inserido e
conduzido até o local da obstrução e um cateter
preso a um pequeno balão vazio é introduzido
através dele. Quando inflado, o balão comprime
a placa contra a parede arterial alargando a
artéria. Dessa forma, o sangue pode circular
normalmente. O stent é colocado ao redor do
cateter e quando o balão é inflado, ele se
desloca e adere à parede. Em seguida, o stent
permanece no local, impedindo uma nova
obstrução da artéria coronária. A colocação de
um stent apresenta, no entanto, alguns
inconvenientes. Ela requer um tratamento à
base de antiagregantes plaquetários, composto
Cilene Roque
Sistema Cardiovascular
de aspirina e clopidogrel, durante alguns meses.
O objetivo é evitar a formação de um trombo
(coágulo de sangue) na artéria.
Referências:
Hospital Israelita Albert Einstein. Cardiologia
Intervencionista Informativo do Procedimento.
Disponível em:
https://medicalsuite.einstein.br/Servicos/Consentim
entosInformados/Informativo_Cineangiocoronariogr
afia_portugues.pdf. Acesso em: 17 de nov de
2020.
GENTSIDE. Stent: quais são os tipos e como é
feita a colocação da prótese? O que é stent?.
Disponível em:
https://www.gentside.com.br/saude/stent-quais-sao
-os-tipos-e-como-e-feita-a-colocacao-da-protese-o-
que-e-stent_art6668.html. Acesso em: 17 de nov
de 2020.
https://medicalsuite.einstein.br/Servicos/ConsentimentosInformados/Informativo_Cineangiocoronariografia_portugues.pdf
https://medicalsuite.einstein.br/Servicos/ConsentimentosInformados/Informativo_Cineangiocoronariografia_portugues.pdf
https://medicalsuite.einstein.br/Servicos/ConsentimentosInformados/Informativo_Cineangiocoronariografia_portugues.pdf
https://www.gentside.com.br/saude/stent-quais-sao-os-tipos-e-como-e-feita-a-colocacao-da-protese-o-que-e-stent_art6668.html
https://www.gentside.com.br/saude/stent-quais-sao-os-tipos-e-como-e-feita-a-colocacao-da-protese-o-que-e-stent_art6668.html
https://www.gentside.com.br/saude/stent-quais-sao-os-tipos-e-como-e-feita-a-colocacao-da-protese-o-que-e-stent_art6668.html

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