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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL Disciplina: Teoria Geral da Administração Período: 2° Semestre de 2020 Data de entrega: 21/03/2021 Aluno: Ingrid Santos de Souza ATIVIDADE 1 1. Faça uma análise comparativa entre a Teoria Científica, Clássica e de Relações Humanas com relação a motivação. A Teoria Científica, foi um modelo de administração organizacional criado por Frederick Taylor que embasava o crescimento da produtividade de uma indústria em um sistema científico e testado. É composto por uma sistematização e divisão do trabalho a fim de reduzir os custos e otimizar os processos. Para Taylor, cada trabalhador tem suas próprias individualidades que podem impactar no processo produtivo, portanto, era necessário selecionar os operários de acordo com suas aptidões para incrementar a escala de produção. Nessa teoria, o funcionário é visto como uma máquina, trabalhando incansavelmente e de forma enfadonha, a fim de um resultado final. Não é levado em consideração o bem-estar do trabalhador e seu desempenho é apenas contabilizado com o produto da produção. Um exemplo desse modelo organizacional explicitado no texto, é a questão da rotatividade de funcionários. Como o foco estava totalmente voltado a entrega de resultados e otimização do trabalho, o bem-estar do funcionário não era mensurado, ocasionando falta de motivação e posteriormente, o pedido de demissão. A Teoria Clássica, idealizada por Henri Fayol, embasa o aumento da produtividade de uma empresa em bons gestores na administração. Portanto, não bastava ter profissionais com grandes conhecimentos técnicos, pois o elemento principal por trás do crescimento da empresa eram os profissionais na alta hierarquia. Neste modelo apresentado, há uma separação entre os que pensam e os que fazem, como se os trabalhadores da linha operacional não tivessem a capacidade intelectual de tomar decisões. Como no modelo científico, os trabalhadores também são explorados de forma que a prioridade seja gerar resultados finais e não é levado em conta o bem-estar dos mesmos. Um exemplo explicitado no texto mostra que há uma hierarquia fechada e relações muito formais, não existindo abertura para os funcionários da linha operacional opinaram a respeito dos processos e se sentirem pertencentes dos resultados. Portanto, a falta de abertura e participação nas decisões e debates, instigam a desmotivação no trabalhador e baixo rendimento. A Teoria de Relações Humanas, modelo elaborado principalmente por Elton Mayo, percebeu que era necessário estudar as pessoas, pois são elas que realizam os objetivos organizacionais, são elas que decidem como, quanto e quando trabalhar, portanto, precisam ter participação nas decisões. A partir dos experimentos e estudos das pessoas, eles verificaram duas necessidades, a adaptação do trabalhador ao trabalho, visto que, sua produtividade dependeria do tratamento dado a este trabalhador, e a adaptação do trabalho ao trabalhador. Este modelo organizacional, fez com que os gerentes ficassem mais sensíveis as necessidades dos empregados, e assim, permitiu que a preocupação só com as máquinas e só com as organizações formais abrissem as portas para as organizações informais e para os grupos sociais. O texto apresentado explicita esse conceito a partir da mudança de comportamento do gestor João, onde, ao conversar com uma psicóloga, notou que seus funcionários estavam desmotivados por não se sentirem pertencentes ao grupo. Ao utilizar mecanismos para melhorar o bem-estar de seus funcionários, foi notado uma aumento da produtividade, do engajamento e da motivação dos trabalhadores. 2. Explique o que são as disfunções burocráticas e dê exemplos. Por que a adhocracia é tão difícil de ser implementada nas organizações, em especial nas brasileiras? A Teoria da Burocracia tem como seu principal idealizador o sociólogo Max Weber, sendo baseada como a forma racional de se exercer a possibilidade do exercício de autoridade e obediência. Burocracia seria o termo designado às empresas que identificam em seus processos e ações o modo de melhorar a fim de aumentar a sua produtividade mantendo a qualidade. As disfunções burocráticas foi um nome dado por Robert K. Merton, que, de acordo com Idalberto Chiavenato (2004), são as consequências que não foram previstas decorrentes da burocracia no modelo weberiano, logo, as mesmas seriam as imperfeições, os resultados negativos. Um exemplo das disfunções burocráticas é a internalização das normas. Na burocracia, as normas e regulamentos deixam de ser um meio para alcançar os objetivos para se tornarem os próprios objetivos. Assim, ao invés de um funcionário ser reconhecido como especialista por dominar sua função e os processos desenvolvidos em sua área, tal reconhecimento é associada a aqueles que dominam o regulamento. Outro exemplo é o excesso de papelório. Na burocracia tudo é documentado e formalizado, dando um aspecto extremamente formal. É comum encontrar essa disfunção nos escritórios, onde quase tudo é feito através de requerimentos e protocolos. A adhocracia, que foi idealizada por Alvin Toffler e propagada por Robert Waterman, trata-se de um método de administração coorporativa que lida com projetos temporários e mais flexíveis. Refere-se a criação de grupos de pessoas com conhecimentos multidisciplinares e que se completam, a fim de resolver determinada situação com mais abrangência de pensamentos e sapiência. Enquanto que na burocracia o poder está no cargo e nas posições, para a adhocracia, o poder está na ação. Seu caráter temporário serve para solucionar problemas com menor formalidades, prazos ágeis e rápidos, cooperação e inovação. De modo que a adhocracia vem como uma opção que apresenta maior liberdade e flexibilidade a fim de promover agilidade para a resolução de problemas, nem sempre apresentará resultados positivos para a empresa. É muito importante analisar o contexto da instituição e ponderar se este modelo de gestão organizacional faz sentido no momento, visto que, os grupos podem ser montados com pessoas bem capacitadas, mas que nem sempre farão as melhores decisões juntos. A dificuldade de sua implementação no Brasil pode-se vir por conta do modelo estrutural de tantos negócios, que por muitas vezes, contam com uma estrutura familiar de sucessão de pai para filho. Empreendimentos familiares comumente se baseiam na burocracia e no comodismo dos processos, nem sempre preocupados em inovar e buscar novas alternativas para os problemas apresentados. Além disso, o país conta com um sistema burocrático de grande escala, também impossibilitando a abertura das empresas de mudarem seus estilos de trabalho. 3. Descreva as semelhanças e diferenças entre o modelo fordista e o modelo de Sloan. O modelo fordista, idealizado por Henry Ford durante a Segunda Revolução Industrial, se equivale ao modelo de Sloan, formulado por Alfred Sloan, em seu processo de produção que buscava maior otimização e alta produtividade. Tanto o modelo fordista quanto o modelo de Sloan dominavam toda a escala produtiva de seus produtos, aumentando assim a sua lucratividade e tendo maior controle na gestão de tempo e da produção, dado que não dependiam de terceiros durante todo o seu processo. A principal divergência entre o modelo utilizado na Ford e na GM, é que a primeira produzia em escala um único produto sem nenhuma variação, visando a minimização dos custos e garantindo a maximização dos lucros a partir da produção em massa. Em contrapartida, Sloan prezava pela diversificação do portfólio da empresa, onde cada produto atingia a uma classe de mercado diferente. Com essa diversidade, estabeleceu uma condição de status quo, no qual os produtos que atingiam as classes mais baixam eram menosluxuosos que os que atendiam as classes altas. Sloan criou um esquema de lançar carro anualmente promovendo mudanças que instigavam a demanda da sociedade por novidades. Ademais, os modelos da GM geravam uma demanda de organização maior, mais complexa e custosa por conta dessa grande diversidade promovida, enquanto que o modelo fordista possuía uma gestão mais simples por ter menos modelos e diversificação. 4. De que forma o conceito de Homo Social supera o Homo Economicus? A partir da Teoria das Relações Humanas, dois termos passaram a entrar em foco como objeto de estudo, o Homo Economicus e o Homo Social. O funcionário, que antes era visto como máquina e um meio alcançar altos lucros e produtividades na Teoria Científica e Clássica, passa ser visto nesta teoria como um ser humano, com suas individualidades e características, onde seu bem-estar deve ser prezado para que o trabalho seja recompensador. O termo Homo economicus representa os indivíduos que buscam suas prioridades a cima da sociedade, sempre visando a obtenção de dinheiro e riqueza em primeiro lugar e dando valor as vantagens econômicas que pode adquirir. Em contrapartida, o Homo Social tem todo um zelo pela sociedade e pelos seus indivíduos, por seu crescimento e evolução. No momento em que o Homo Social começa a ser priorizado a cima do Homo Economicus, as empresas passam a ter resultados melhores e trabalhadores mais engajados e motivados, por se sentiram pertencentes dos resultados e da instituição. A produtividade deseja é alcançada e o bem-estar coletivo promove ambientes melhores para se trabalhar, onde o foco passa a ser o indivíduo e não o lucro.
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