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1 Marina Pezzetti - XXXVII Infecção pelo HIV HIV: vírus da Aids, vírus de imunodeficiência humana HIV-1 e HIV-2: retrovírus da família Lentiviridae Aids: Síndrome da imunodeficiência adquirida Modos de transmissão: Via sexual Pelo sangue Pelo leite materno Período de incubação: 1-3 semanas Tempo entre a infecção pelo HIV e o aparecimento dos sinais e sintomas da fase aguda Período de latência: Média de 10 anos Tempo de desenvolvimento dos sinais e sintomas da aids após a infecção aguda Fase assintomática: Infecção precoce pelo HIV Sintomas clínicos mínimos ou inexistentes Algumas pessoas podem apresentar linfoadenopatia generalizada persistente, flutuante e indolor Pode durar de alguns meses a alguns anos Fase sintomática inicial: Sinais e sintomas inespecíficos de intensidade variada Indicativos de complexo relacionado à aids (ARC): candidíase oral + um dos seguintes sinais e sintomas (sem causa identificada e duração superior a um mês) - Febre 2 Marina Pezzetti - XXXVII - Diarreia - Linfoadenopatia generalizada - Sudorese noturna - Astenia - Perda de peso (superior a 10%) Principais infecções oportunistas: pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar atípica ou disseminada, meningite criptocócica e retinite por citomegalovírus Diagnóstico da infecção pelo HIV em crianças com idade igual ou menor a 18 meses: A identificação precoce é essencial para início da terapia antirretroviral, para a profilaxia das infecções oportunistas e para o manejo das intercorrências infecciosas e dos distúrbios nutricionais Entretanto, a passagem transplacentária de anticorpos maternos do tipo IgG-HIV interfere no diagnóstico sorológico da infecção viral Portanto, os métodos que realizam a detecção de anticorpos não são recomendados para o diagnóstico em crianças menores de 18 meses de idade É necessário que ocorra a realização de testes moleculares (TM), como a quantificação do RNA viral (carga viral – CV) e teste para detecção do DNA pró-viral Diagnóstico da infecção pelo HIV em crianças com idade superior a 18 meses, adolescentes e adultos: É importante compreender detalhadamente o tempo de curso da viremia e da soroconversão durante a infecção recente pelo vírus Estagiamento laboratorial da infecção recente pelo HIV-1, conforme detecção dos seguintes marcadores: Material genético (RNA viral): o genoma do HIV é constituído por duas cópias de RNA de cadeia simples. É o primeiro marcador a ser detectável em amostras de sangue (aproximadamente 10 dias após a infecção) Antígenos: qualquer substância ou material que possa estimular a produção de anticorpos em um organismo. O antígeno p24 do HIV é uma proteína do nuclocapsídeo do HIV (detectável em aproximadamente 15 dias após a infecção) 3 Marina Pezzetti - XXXVII Anticorpos: proteína (imunoglobulina) produzida por linfócitos B, que se liga especificamente a uma substância reconhecida como estranha pelo organismo. É o último marcador a ser detectável (aproximadamente 20 dias após a infecção) Testes diagnósticos para investigação desses marcadores em amostras biológicas: Testes moleculares: 1. Teste de quantificação da carga viral do HIV: detecta diretamente o RNA viral 2. Teste qualitativo de detecção do DNA pró-viral: detecta diretamente o DNA pró- viral Imunoensaio (IE): Ensaios capazes de detectar anticorpos anti-HIV. Os de 3ª geração permitem a detecção simultânea de anticorpos na-HIV IgG e IgM. Os de 4ª geração detectam simultaneamente o antígeno p24 e anticorpos específicos anti- HIV Western blot (WB)/ Imunoblot (IB)/ Imunoblot rápido (IBR): ensaios que apresentam proteínas virais imobilizadas em suas membranas, capazes de se ligar a anticorpos anti-HIV específicos Teste rápido: imunoensaios simples que utilizam a metodologia de imunocromatografia. Na maioria das vezes, são realizados com amostra de sangue total obtida por punção digital ou amostra de fluido oral (FO). Também é possível realizar com punção venosa (sangue total, soro ou plasma), embora não se caracterize a principal recomendação de utilização desses testes no SUS Para a realização do diagnóstico da infecção pelo HIV, os laboratórios públicos, privados e conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) devem adotar os fluxogramas preconizados pelo Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV em Adultos e Crianças Um fluxograma é formado por dois ou mais testes combinados O primeiro teste a ser realizado deve ser o mais sensível O segundo teste deve ser mais específico, com o propósito de eliminar resultados falso-reagentes Diagnóstico da infecção pelo HIV utilizando testes rápidos: A infecção é definida com 2 resultados reagentes em teste rápido (TR1 e TR2), contendo antígenos diferentes e usados sequencialmente 4 Marina Pezzetti - XXXVII A carga viral realizada após dois testes rápidos reagentes, quando acima de 5000 cópias/mL, ratifica a presença da infecção no indivíduo Fluxograma para diagnóstico da infecção pelo HIV por testagem rápida (presencialmente) Para os testes realizados não presencialmente, com amostras obtidas por punção venosa, deve-se coletar uma segunda amostra e realizar o TR1 para eliminar a possibilidade de troca de amostra Fluxograma para o diagnóstico da infecção pelo HIV por testagem rápida (não presencial), utilizando amostras obtidas por punção venosa 5 Marina Pezzetti - XXXVII Diagnóstico da infecção pelo HIV em laboratórios: O diagnóstico da infecção pelo HIV em ambiente laboratorial é realizado por meio da utilização de testes iniciais (imunoensaios de 3° ou 4° gerações) e complementares (western blot, imunoblot e carga viral) É empregado também para a confirmação diagnóstica das amostras que apresentaram resultados discordantes quando da utilização de fluxogramas que empregam testes rápidos Testagens baseadas em um imunoensaio como teste inicial e western blot/imunoblot como teste complementar: infecção definida com 2 resultados reagentes Para testagens que empregam a carga viral como teste complementar: a infecção é definida com o resultado reagente no imunoensaio (teste inicial) e uma carga viral com valor acima de 5000 cópias/mL Para confirmação do diagnóstico laboratorial: em caso de resultado reagente para HIV, uma segunda amostra deverá ser colhida o mais rapidamente possível e submetida ao teste inicial (imunoensaio 3ª ou 4ªG) Existem indivíduos, chamados de controladores de elite, que mantêm a viremia em um nível baixo e até indetectável em testes moleculares. Nesses casos, a produção de anticorpos ocorre normalmente e o diagnóstico pode ser realizado mediante a utilização dos testes complementares convencionais (WB, IB e IBR) Fluxograma para o diagnóstico da infecção pelo HIV por meio da testagem laboratorial, empregando a carga viral como teste complementar 6 Marina Pezzetti - XXXVII Fluxograma para o diagnóstico da infecção pelo HIV por meio da testagem laboratorial, empregando western blot/imunoblot/imunoblot rápido como teste complementar Suspeita de infecção pelo HIV-2: Indivíduo proveniente de países em que o HIV-2 é endêmico Parcerias sexuais provenientes de países em que o HIV-2 é endêmico Parcerias sexuais sabidamente infectadas pelo HIV-2 Transfusão de sangue ou injeções com agulhas não estéreis em países em que o HIV-2 é endêmico Compartilhamento de agulhas com pessoas provenientes de países em que o HIV-2 é endêmico ou com uma pessoa reconhecidamente infectada com HIV-2 Filhos de mulheres que têm fatores de risco para o HIV-2 ou são sabidamente infectadas pelo HIV-2 7 Marina Pezzetti - XXXVII Distribuição geográfica do HIV-2 Outros casos de suspeita de infecção pelo HIV-2: Suspeita clínica deaids, na ausência de um teste reagente para anticorpos anti-HIV- 1, ou um WB/ IB/IBR para HIV-1 com os padrões indeterminados incomuns, tais como presença de bandas de gag (p55, p24 ou p17) e da polimerase (p66, p51 ou p31) na ausência de env (gp160, gp120 ou gp41) Pacientes com carga viral (CV) indetectável, com sintomatologia ou contagem de linfócitos T-CD4+ decrescente Imunoensaio reagente e WB/IB/IBR ou teste molecular (TM) não reagente, sempre que houver um elo epidemiológico com países endêmicos para HIV-2 Testes sorológicos que indiquem reatividade para a proteína gp36 ou gp105 do HIV-2 Tratamento: Tem como objetivo melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevida, devido à redução da carga viral e reconstituição do sistema imunológico Evidências indicam que a terapia antirretroviral representa potente intervenção para a prevenção da transmissão do HIV Fonte: Guia de vigilância em saúde – 3ª edição
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