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TBL 5 – HIV CONCEITO E DIAGNÓSTICO DANIELA FRANCO CONCEITO O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae e é uma Infecção Sexualmente Transmissível. Período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença; infecção das células do sangue e do sistema nervoso; supressão do sistema imune. O HIV (human immunodeficiency virus) é o vírus que provoca a imunodeficiência humana. Ele ataca o sistema imunológico e deixa o organismo sem defesa contra outras infecções. O principal alvo do vírus é o linfócito T-CD4+, que é um tipo de célula de defesa produzida pela glândula timo. Na medida em que se multiplica e destrói os linfócitos T- CD4+, o vírus HIV vai incapacitando o sistema imunológico da pessoa, permitindo que ela desenvolva outras doenças, que são chamadas de oportunistas. Quando isso acontece é que a pessoa desenvolve a aids. Ou seja, a diferença entre HIV e aids, é que HIV é o vírus que pode provocar a aids (Acquired Immune Deficiency Syndrome), que significa síndrome da deficiência imunológica adquirida. FISIOPATOLOGIA Inicialmente, observava-se que as pessoas infectadas evoluíam a óbito pelas assim chamadas infecções oportunistas e por neoplasias raras que foram denominadas subsequentemente de neoplasias oportunistas. No momento do diagnóstico destas “doenças oportunistas”, sistematicamente se detectava a diminuição da imunidade celular. Em um segundo momento, quando o diagnóstico mais precoce da infecção pelo HIV foi possibilitado pelo desenvolvimento de testes sorológicos, percebeu-se que a perda da imunidade celular, que era determinada pelas quantidades de linfócitos T CD4+, ocorria de maneira progressiva. Era, portanto, um processo crônico, quase sempre lento e inexorável, que minava a imunidade celular, culminando com a morte. Algumas pessoas infectadas pelo HIV tinham a progressão do déficit de imunidade de modo muito lento, enquanto isto acontecia de maneira muito acelerada em outras, isso é relacionado com a carga viral que o indivíduo possui, quanto mais intensa a replicação viral, mais rapidamente este processo ocorreria. Os mecanismos relacionados ao desenvolvimento deste processo inflamatório deletério que é a ativação celular relacionam-se intrinsecamente com a depleção de linfócitos T CD4+ existentes no trato gastrintestinal. Após a exposição ao HIV, o vírus será captado por uma célula dendrítica, que leva o HIV aderido a ela ou mesmo protegido por endocitose ao linfonodo regional para que seja montada a chamada resposta imune adaptativa. Este tráfego demora entre 4 e 14 dias e a infecção dos linfócitos ocorrerá então neste linfonodo regional e uma quantidade enorme de vírus será lançada na circulação sanguínea. Estes vírus livres no plasma vão se replicar em órgãos linfoides e se concentrar especialmente no trato gastrintestinal. Somente cerca de 3% dos linfócitos T CD4+ encontram-se na periferia. A repercussão mais imediata desta depleção linfocitária em trato gastrintestinal é a ruptura da barreira mucosa associada à ocorrência de translocação bacteriana, ou seja, invasão de bactérias nos espaços que deveriam conter os tecidos linfoides. Esta translocação bacteriana possibilita a transferência de lipopolissacarídeos bacterianos (LPS) à corrente sanguínea, o que leva a um processo inflamatório generalizado e, especificamente, ao aumento da ativação celular. De fato, existe uma correlação direta entre os níveis plasmáticos de LPS com o grau de ativação celular, sendo que, quanto maiores os níveis de LPS, maiores os níveis de ativação celular. Mesmo o tratamento antirretroviral com supressão da viremia a níveis indetectáveis não reduz a ativação celular no nível das pessoas não infectadas pelo HIV. Em resumo, a ativação celular é maior entre os HIV-positivos sem tratamento com vírus sensíveis, seguidos dos indivíduos com viremia em tratamento antirretroviral, seguidos dos controladores de elite, seguidos dos HIV-positivos com antirretrovirais e carga viral indetectável, seguidos dos HIV- negativos A inflamação crônica proporcionada pelo HIV leva à deterioração de diversos órgãos e tecidos do organismo. Esta deterioração no sistema nervoso central, levando à atrofia encefálica com aparecimento de alterações cognitivas e depressão. Leva também à degeneração do sistema cardiovascular com fenômenos ateroscleróticos, insuficiência coronariana e disfunção ventricular esquerda. Leva também à osteopenia com fraturas patológicas, à deterioração da função hepática e renal, bem como à insuficiência endócrina múltipla. Infelizmente, o tratamento antirretroviral mitiga, mas não elimina os riscos destas ocorrências. Corroborando a associação da inflamação e infecção pelo HIV, marcadores inespecíficos como a reação em cadeia da polimerase (PCR) ultrassensível, dosagem de interleucina (IL)-6 e dímero D estão elevados entre as pessoas infectadas pelo HIV e correlacionam-se diretamente com gravidade. De modo mais específico, quanto maior a ativação celular entre pessoas em tratamento com carga viral indetectável, maior a dificuldade na recuperação dos níveis de CD4+. GENÉTICA: tem relação do polimorfismo do alelo (gene) que codifica o CCR5 e a progressão da doença/inflamação. A homozigose para o CCR5_delta32 que ocorre em cerca de 1% das pessoas está associada à resistência da infecção pelo HIV pela ausência da expressão do receptor CCR5 na superfície da célula, receptor este fundamental para a entrada do vírus. Aproximadamente 15% das pessoas podem apresentar heterozigose, com um alelo normal e um CCR5_delta32. Estas pessoas não estão completamente protegidas da infecção pelo HIV, mas notoriamente apresentam um ritmo de progressão da doença mais lento comparadas com as que apresentam os dois alelos normais. O CCR5 é um receptor de quimiocinas e incidentalmente fundamental para a entrada do HIV na célula. Algumas atividades pró-inflamatórias do organismo são inteiramente dependentes do receptor CCR5. Sabe-se que o CCR5 é um determinante fundamental para o tráfego de leucócitos para o sistema nervoso central. O potencial anti- inflamatório da ausência ou diminuição da expressão de CCR5 é notório. De modo geral, o alelo CCR5_delta32 associa-se à proteção do desenvolvimento de artrite reumatoide, bem como de uma paucidade de sintomas desta doença quando ela se manifesta. Redução dos índices de rejeição de transplantes renais, desenvolvimento mais tardio de esclerose múltipla, redução da incidência de linfoma relacionado a AIDS e redução da inflamação e dano hepático proporcionado pelo vírus da hepatite C. Em resumo, a diminuição de receptores CCR5 causados pelo alelo truncado CCR5_delta32 leva a uma diminuição da capacidade inflamatória em seus portadores Outro fator relacionado à progressão mais lenta da infecção pelo HIV está na coinfecção com o vírus denominado GBV-C. Trata-se de um vírus hepatotrópico que não causa doença ao hospedeiro. Descobriu-se, entretanto, que a coinfecção HIV/GBV-C leva a menor ritmo de progressão da doença. TRANSMISSÃO - Explicar o mecanismo de infecção pelo HIV e os meios de transmissão e populações de risco aumentado para a infecção pelo HIV; As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. São transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções. O atendimento e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS. A transmissão do HIV:• Sexo vaginal sem camisinha. • Sexo anal sem camisinha. • Sexo oral sem camisinha. • Uso de seringa por mais de uma pessoa. • Transfusão de sangue contaminado. • Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação. • Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados. Grupos de risco • Homossexuais e bissexuais • Usuários de drogas intravenosas • Hemofílicos e receptores de de sangue e componentes. O HIV-1 é mais comum no EUA e Europa, o HIV-2 mais comum na índia e África Ocidental. CICLO DE VIDA DO HIV: No genoma viral tem genes GAG, ENV e POL, que são processados proteolidicamente aí as medicações agem aqui como proteases. Além disso, o HIV possuem genes específicos que não estão disponíveis em outros retrovírus como TAT, VPU, VIF e VER, ajudam a transcrição do HIV, aqui também tem ação de medicações. Antígeno CD4 que é um receptor de alta afinidade para gp120 do HIV (está na superfície do envelope viral), tem correceptores como o CCR5 que está presente em monócitos e macrófagos (infecção aguda), CXCR4 nos linfócitos T. Então depois que o gp120 interage com CD4 + um correceptor, a Gp41 altera a conformação que permite que o vírus seja internalizado (entrou na célula). Agora o genoma sofre transcrição reversa que seja um DNA pró-viral (vai propiciar a replicação viral). O vírus pode ficar latente por anos. O HIV gosta de linfócito T e começa ter depleção das células e pode comprometer órgão linfoides. Atacam também os monócitos e macrófagos, os monócitos infectados liberam citocinas tóxicas que induzem a produção de NO neuronal via gp41, e vai produzir espécie reativa de oxigênio que causa lesão neuronal. HISTÓRIA NATURAL DA INFECÇÃO PELO HIV • Infecção primária: disseminação do vírus e síndrome retroviral aguda. Tem viremia transitória, disseminação no tecido linfoide mucoso e queda temporária de TCD4. Pode ser soroconversão de anticorpos mais controle parcial da replicação. Clinicamente tem inflamação de garganta, fadiga, febre, erupções cutâneas, adenopatia e perda de peso. • Segunda fase: tem uma melhora clínica e recuperação parcial dos linf TCD4. Dura 6 – 12 semanas. A carga viral se equilibra com as defesas imunológicas do hospedeiro • Terceira fase: tem uma latência, tem rápida regeneração de linfócitos T, tem declínio da função imune, pode levar 7 a 10 anos • AIDS: Síndrome da imunodeficiência adquirida. Rápido declínio nas defesas do hospedeiro, se manifesta por baixa quantidade de linfócitos TCD4 e aumento da carga viral. Tem febre prolongada, perda de peso, infecções oportunistas, neoplasias, doenças neurológicas etc. DIAGNÓSTICO - Conhecer os Desafios éticos e legais no diagnóstico do HIV/AIDS: autorização e realização dos exames laboratoriais, como proceder com os contatuates sobre o diagnóstico Conhecer o quanto antes a sorologia positiva para o HIV aumenta muito a expectativa de vida de uma pessoa que vive com o vírus. Quem se testa com regularidade, busca tratamento no tempo certo e segue as recomendações da equipe de saúde ganha muito em qualidade de vida.Por isso, se passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, tem que fazer o teste anti-HIV. O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Os exames podem ser feitos de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento para facilitar a correta interpretação do resultado pelo(a) usuário(a). Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde. Em todos os casos, a infecção pelo HIV pode ser detectada em, pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco. Isso porque o exame (o laboratorial ou o teste rápido) busca por anticorpos contra o HIV no material coletado. Esse é o período chamado de janela imunológica. Janela imunológica é o intervalo de tempo decorrido entre a infecção pelo HIV até a primeira detecção de anticorpos anti- HIV produzidos pelo sistema de defesa do organismo. Na maioria dos casos, a duração da janela imunológica é de 30 dias. Porém, esse período pode variar, dependendo da reação do organismo do indivíduo frente à infecção e do tipo do teste (método utilizado e sensibilidade). Se um teste para detecção de anticorpos anti-HIV é realizado durante o período da janela imunológica, há a possibilidade de gerar um resultado não reagente, mesmo que a pessoa esteja infectada. Dessa forma, recomenda-se que, nos casos de testes com resultados não reagentes em que permaneça a suspeita de infecção pelo HIV, a testagem seja repetida após 30 dias com a coleta de uma nova amostra. É importante ressaltar que, no período de janela imunológica, o vírus do HIV já pode ser transmitido, mesmo nos casos em que o resultado do teste que detecta anticorpos anti-HIV for não reagente. TESTES MAIS COMUNS Imunoensaio Nas últimas décadas, sucederam-se quatro gerações de IE. As principais características das quatro gerações de IE estão descritas a seguir. Primeira geração O ensaio de primeira geração tem o formato indireto, ou seja, a presença de anticorpos específicos é detectada por um conjugado constituído por um anticorpo anti-IgG humana. Na fase sólida, os antígenos são originados de um lisado viral de HIV. Os antígenos do lisado viral são conseguidos a partir de cultura do HIV em linhagens celulares humanas. O vírus é obtido do sobrenadante da cultura, concentrado por centrifugação e lisado para expor as proteínas virais. Essas proteínas são posteriormente purificadas; entretanto, as diferentes proteínas virais não são obtidas com a mesma eficiência e algumas sofrem degradação, alterando as proporções estequiométricas das proteínas presentes no vírion. Além disso, proteínas de origem celular e outras impurezas, provenientes do meio de cultura, também podem estar presentes na preparação antigênica final. Dessa forma, o “caldo” constituído por proteínas virais (em proporções distintas daquelas encontradas no vírion), proteínas de células humanas e do meio de cultura, são utilizadas como antígenos na fase sólida do ensaio de primeira geração (DEIXOU DE USAR ESSE TESTE). Segunda geração O ensaio de segunda geração também tem formato indireto; porém, utiliza antígenos recombinantes ou peptídeos sintéticos derivados de proteínas do HIV. A utilização de antígenos recombinantes ou peptídeos sintéticos no diagnóstico da infecção pelo HIV decorre do conhecimento de que existem regiões antigênicas em determinadas proteínas do HIV – epítopos imunodominantes – que são alvos preferenciais da resposta imune humoral. Em comparação com os ensaios de primeira geração, os de segunda geração são mais sensíveis e específicos, por conterem uma maior concentração de epítopos imunodominantes relevantes. Em média, a janela de soroconversão dos ensaios de segunda geração é de 25 a 35 dias Terceira geração O ensaio de terceira geração tem o formato “sanduíche” (ou imunométrico). A característica desse ensaio é utilizar antígenos recombinantes ou peptídeos sintéticos tanto na fase sólida quanto sob a forma de conjugado. Dessa forma, o anticorpo fica “entre” dois antígenos e, por essa característica, qualquer classe de imunoglobulina anti-HIV (IgG, IgM, IgA ou IgE) será detectada por esse tipo de metodologia. A possibilidade de detectar anticorpos da classe IgM torna esse ensaio mais sensível do que os de gerações anteriores. Em média, a janela de soroconversão dos ensaiosde terceira geração é de 20 a 30 DIAS. Quarta geração detecta simultaneamente o antígeno p24 e anticorpos específicos anti-HIV. O componente de detecção de anticorpo tem o formato de “sanduíche”; portanto, detecta todas as classes de imunoglobulinas contra proteínas recombinantes ou peptídeos sintéticos derivados das glicoproteínas gp41 e gp120/160. Em média, a janela diagnóstica dos ensaios de quarta geração é de aproximadamente 15 dias Testes rápidos (TR) são imunoensaios (IE) simples, com resultados em até 30 minutos, realizados preferencialmente de forma presencial em ambiente não laboratorial com amostra de sangue total obtida por punção digital ou amostra de fluido oral. Como consequência do desenvolvimento e da disponibilidade de TR, a testagem para a infecção pelo HIV atualmente pode ser realizada em ambientes laboratoriais e não laboratoriais, permitindo ampliar o acesso ao diagnóstico. Existem vários formatos de TR, e os mais frequentemente utilizados são: dispositivos (ou tiras) de imunocromatografia de fluxo lateral, imunocromatografia de duplo percurso (DPP) e imunoconcentração Testes complementares Estão incluídos nessa categoria: western blot (WB), imunoblot (IB) ou imunoensaios em linha (LIA, do inglês line immunoassay), incluindo o imunoblot rápido (IBR) e imunofluorescência indireta (IFI). Mais recentemente, os testes moleculares (TM) também foram incluídos como testes complementares, uma vez que auxiliam no esclarecimento dos resultados da infeção aguda pelo HIV, como nos casos de reatividade no teste de 4ª geração por detecção do antígeno (p24) e ausência de anticorpos circulantes. A maioria desses ensaios detectam apenas IgG e por isso não são recomendados para confirmar a presença de anticorpos IgM HIV específicos (ensaios de terceira ou quarta geração) ou a presença do antígeno p24 (ensaios de quarta geração). Nesse caso, recomenda-se utilizar um TM para complementar o diagnóstico do HIV Diagnóstico por detecção direta do HIV A infecção pelo HIV pode ser diagnosticada por meio da detecção direta de componentes do vírus, como o antígeno p24, ou com testes moleculares (TM) que detectam RNA ou DNA pró-viral. Esses testes são especialmente úteis para o diagnóstico em crianças com idade inferior a 18 meses e na infecção aguda em adultos Diagnóstico utilizando amostras de sangue seco em papel- filtro oferecem mais uma alternativa para a obtenção e transporte de amostras para o diagnóstico da infecção pelo HIV em locais em que a coleta por punção digital ou venosa ou a cadeia de frio para conservação e transporte de amostras não estiverem disponíveis ESTÁGIOS Uma compreensão detalhada do tempo de curso da viremia e da soroconversão durante a infecção primária pelo HIV é pré-requisito importante para entender e aperfeiçoar fluxogramas diagnósticos. Nesse sentido, Fiebig et al. (2003) propuseram um sistema de estagiamento laboratorial da infecção recente pelo HIV-1 que inclui também projeções da duração de cada estágio, com base no padrão de reatividade de diferentes ensaios › Estágio 0 (ou período de eclipse): é caracterizado pela ausência de marcadores virais em amostras de sangue. Esse período tem uma duração média de dez dias, a partir da infecção até a primeira detecção de RNA viral; › Estágio I: o RNA viral é consistentemente detectável em amostras de sangue e nenhum outro ensaio laboratorial é reagente. A duração média desse estágio é de sete dias; › Estágio II: os testes para RNA viral e antígeno p24 são reagentes, mas os anticorpos estão ausentes (resultado não reagente) no IE de 3ª geração. A duração média desse estágio é de cinco dias; › Estágio III: o RNA, o antígeno p24 e o IE de terceira geração são reagentes, mas o WB não mostra bandas específicas do HIV-1. Esse estágio é o mais curto e tem duração média de três dias; › Estágio IV: apresenta perfil de reatividade idêntico ao do estágio III, mas com padrão indeterminado no WB. A duração média é de seis dias; › Estágio V: apresenta perfil de reatividade idêntico ao do estágio IV, mas com padrão reagente de WB, exceto pela ausência de reatividade da proteína p31 (pol). Esse estágio é mais longo e o tempo médio até o aparecimento da p31 é de 70 dias; › Estágio VI: apresenta perfil de reatividade idêntico ao do estágio V, mas com o padrão de reatividade do WB completo, incluindo a banda p31. A duração desse estágio não é definida; no entanto, ele pode ser subdividido em dois períodos de infecção: recente e crônica. QUADRO CLÍNICO Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV (tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença). Esse período varia de três a seis semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida. A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas isso não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4+ (glóbulos brancos do sistema imunológico) que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento. A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. REFERÊNCIAS: 1 - https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/aids-hiv 2 - Manual Técnico para Diagnóstico da Infecção pelo HIV em Adultos e Crianças - 27/11/18 3 - Aula - AIDS: Patologia Básica #Aprenda https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala- aula/5daad7b54340d20011fb2b97/5fc87e7d6e33150012d4 00c4/video/5fc87dbfaca0d0001c72e614 4 - Salomão, Reinaldo. Infectologia: bases clinicas e tratamento – 1. Ed – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/aids-hiv https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-aula/5daad7b54340d20011fb2b97/5fc87e7d6e33150012d400c4/video/5fc87dbfaca0d0001c72e614 https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-aula/5daad7b54340d20011fb2b97/5fc87e7d6e33150012d400c4/video/5fc87dbfaca0d0001c72e614 https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-aula/5daad7b54340d20011fb2b97/5fc87e7d6e33150012d400c4/video/5fc87dbfaca0d0001c72e614
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