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Nome: Gabriel Silva Andrade
R.A. : 22100141
Turma: A
Texto: SADEK, Maria Teresa. “Maquiavel: cidadão sem fortuna, intelectual de virtù”, em WEFFORT, Francisco (org.). Os Clássicos da Política, vol. 1. São Paulo: Ática, 1995. Pp. 11-24.
O termo maquiavélico é geralmente usado no dia a dia para nos referirmos a pessoas traidoras e a tiranos, que não se importam com os meios utilizados para atingir seus objetivos. Há uma certa discussão sobre de qual lado Maquiavel estava. Alguns intérpretes o consideravam como o mestre da tirania e da perversidade. Já para Rousseau, “Maquiavel, fingindo dar lições aos príncipes, deu grandes lições ao povo. ’’ (Do contrato social, livro 3, cap. IV).
Nicolau Maquiavel nasceu em Florença, Itália, no dia 3 de maio de 1469. Florença era controlada pelos Médicis, porém, após sucessivas invasões, eles são expulsos. Após isso, a cidade é dominada por diferentes líderes em um pequeno espaço de tempo. Foi nesse ambiente político conturbado, que Maquiavel passou sua infância e adolescência. Aos 29 anos passa a exercer um cargo público de relevância. Chegou a ocupar a Segunda Chancelaria, onde cumpriu uma série de missões. No entanto, em 1512, após os Médicis recuperarem o poder, a república é dissolvida e Maquiavel é demitido e proibido de deixar Florença no intervalo de 1 ano, além de não ter acesso a nenhum prédio público. No ano seguinte, ele é acusado de tomar parte na fracassada conspiração contra o governo dos Médicis, e como consequência foi torturado, condenado à prisão e multado. Após sair da prisão, tentou de diversas maneiras voltar à vida pública, entretanto todas as tentativas foram em vão. Exilado em sua própria terra, passa a morar na propriedade que era de seu pai e lá escreve uma de suas obras mais famosas: “O príncipe”. Com a queda dos Médicis em 1527 e a restauração da república, Maquiavel passa a ser visto como alguém ligado aos tiranos depostos, só porque recebera deles a tarefa de escrever sobre sua cidade. Muito decepcionado, adoece e morre em junho daquele ano. (Sadek, 1995, pp. 14-17)
A preocupação em todas as obras de Maquiavel é o Estado. Não o melhor Estado, mas o Estado capaz de impor a ordem. (Sadek, 1995, p. 17) Para Maquiavel existem duas forças opostas presentes em todas as sociedades, “uma das quais provém de não desejar o povo ser dominado nem oprimido pelos grandes, e a outra de quererem os grandes dominar e oprimir o povo” (O príncipe, cap. IX). A dificuldade é encontrar um equilíbrio entre essas forças. Como solução, Maquiavel sugere duas opções: o Principado e a República. Quando a nação já se encontra deteriorada e a corrupção se espalhou, é necessário um príncipe, um fundador do Estado, como um agente de transição, para colocar ordem na sociedade e buscar desenvolvimento social, econômico e político, para então se implementar a República. 
Em “O príncipe” Maquiavel discute sobre a Fortuna e a Virtú. Ao contrário do que muitos pensam, Fortuna não tem nada a ver com riqueza ou prosperidade material, e Virtú não tem nada a ver com virtude. A Fortuna, assim como uma tempestade, por exemplo, é o acaso, pode ocorrer ou não. Por estar relacionada com a sorte, a Fortuna pode trazer coisas boas ou ruins. Já a Virtú é nada mais do que a habilidade do príncipe em se manter no poder, e seu uso minimiza os riscos da Fortuna. O conselho de Maquiavel é que as decisões da vida sejam pragmáticas, sempre apoiadas na Virtú. Em termos, a Fortuna não conseguiria acabar com um governo desde que o seu governante tivesse Virtú. (Sadek, 1995, pp. 20-24)

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