Milagre econômico - Ditadura Militar

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UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI UNIVATES
CURSO DE DIREITO
DITADURA CIVIL MILITAR NO BRASIL: O MILAGRE ECONÔMICO E A IMPORTÂNCIA DESSE ACONTECIMENTO
Caroline Simonetti Sott
Francismara Filippi Chiella
Larissa Ruschel 
Shelda Schulte
	Lajeado, abril de 2018	
Caroline Simonetti Sott
Francismara Filippi Chiella
Larissa Ruschel 
Shelda Schulte
DITADURA CIVIL MILITAR NO BRASIL: O MILAGRE ECONÔMICO E A IMPORTÂNCIA DESSE ACONTECIMENTO
Artigo científico apresentado na disciplina Teoria Política do Estado, pela instituição de ensino UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI UNIVATES. O trabalho é referente a Ditadura Civil Militar, baseado no seguinte tema: o milagre econômico e a importância desse acontecimento, como forma de avaliação do semestre.
Orientadora: Letícia Regina Konrad
Lajeado, abril de 2018
SUMÁRIO
Resumo ...................................................................................................................03
Introdução................................................................................................................03
Desenvolvimento......................................................................................................04
Referências ............................................................................................................ 08
Resumo: 
Milagre econômico é a denominação do período onde houve um grande crescimento econômico no Brasil durante o Regime Militar, ocorrido nos anos 1968 a 1973, “os anos de chumbo”. O PIB cresceu em média 10% ao ano, a construção civil cresceu, a inflação oscilou entre 15 % a 20 % ao ano mas, o que fez com que este “milagre” fosse possível, foi a política de Delfim Neto, o qual vai desenvolver uma política econômica, como o aumento da produção industrial, incentivando que indústrias internacionais entrem no Brasil e a produção no país, principalmente as indústrias automobilísticas. O objetivo é conhecer sobre esse período e a importância desse acontecimento para o país. Durante essas pesquisas chegamos à conclusão de que o Brasil fez uma grande dívida para o aumento da economia, mas comparado aos dias atuais essa época era muito melhor economicamente, mas socialmente era bem pior que nos dias de hoje. 
Palavras – chave: crescimento da economia; Ditadura civil militar; endividamento; crescimento do PIB;
Introdução:
 O objetivo deste artigo é entender sobre o milagre econômico no Brasil e sua importância, sendo elaborado através de pesquisas e discussão em sala de aula sobre o assunto entre os colegas. Também foi baseado através de livros onde foram feitas comparações e citações e pesquisas através de sites. As comparações feitas são entre os anos 1968 a 1973 período em que ocorreu o milagre econômico, com os dias atuais. O Milagre Econômico foi de extrema importância para o desenvolvimento do país até os dias de hoje, pois muitas coisas que foram feitas nesse período existem até hoje, como ferrovias, asfaltos, crescimento das construções civis entre outras melhorias. Mesmo que o Brasil tenha adquirido uma dívida com outro país, graças a esse empréstimo que o Brasil cresceu. 
Desenvolvimento:
 No período em que Humberto de Alencar Castelo Branco governou o país (1964-1967), elaborou o PROGRAMA DE AÇÃO ECONOMICA DO GOVERNO (PAEG), que procurou corrigir graves erros da economia brasileira, como a desordem tributária e a fiscal. Tentou controlar a situação reduzindo os gastos públicos e contendo os salários, doravante sempre reajustados abaixo da inflação, o PAEG também procurou ampliar as exportações e melhorar a arrecadação de impostos. O planejamento além da reforma tributária que fundamentou a cobrança de impostos, sendo considerado um rigoroso ajuste das contas públicas, elevando a arrecadação. As medidas adotadas resultaram na elevação da carga tributária, por outro lado, reduziu o déficit fiscal do país, sendo considerado benéfico visto deste ponto, posto que, ao final do mandato do presidente da época, os dados estatísticos eram menores. 
Além dos fatores já mencionados, outro elemento determinante para o milagre econômico foi a reforma no sistema financeiro, através da centralização das operações financeiras, criada pelo Banco Central no ano de 1964. Este fato acarretou uma série de melhorias na reorganização financeira, ampliando o financiamento dos déficits públicos com base nos títulos governamentais. Foi elaborado também o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), formado por instituições financeiras com intuito de oferecer crédito imobiliário, e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), poupança obrigatória que equiparava parte dos recursos emprestados pelo sistema anteriormente mencionado. De fato e conforme a Especialista em História e Culturas Política Michelle Godinho Corrêa, estas e outras medidas impostas naquele período geraram resultados positivos por certo tempo, como por exemplo, o crescimento da construção civil e a geração de empregos, fazendo parte do incentivo a criação de um mercado de capitais no país.
Apesar das melhorias, a política adotada pelo PAEG não alcançou as metas estabelecidas de inflação como o esperado, apenas reduziu, acarretando no aprofundamento da crise. Todavia, a economia já se encontrava em uma situação relativamente melhor em relação à inflação e ao déficit público.
Os anos de 1969 a 1973 foram marados por um enorme crescimento da economia, chamado por muitos de “milagre econômico”. Houve o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) entre 7% e 13% ao ano, gerando consequentemente a melhoria da infraestrutura do país, como afirma Rangel (1985, p. 47):
 “É este o “milagre”, em sua expressão mais sintética. A taxa de inflação chegou a cair de 88,4% em 1963, a 15% em 1971, enquanto, no mesmo lapso, a taxa de crescimento da população industrial passava de 0,2% a 12% e o PIB de 2,8% a 11,3%”.”
 O que fez com que este “milagre” fosse possível, foi a política de Delfim Neto, o qual vai desenvolver uma política econômica, como o aumento da produção industrial, incentivando que indústrias internacionais entrem no Brasil e a produção no país, principalmente as indústrias automobilísticas. Irá trabalhar com empréstimos estrangeiros, e com isso, muito dinheiro será injetado na economia brasileira. A inflação elevada (no período, a inflação ficou entre 15% e 20% ao ano); aumento da dívida externa. O desenvolvimento econômico foi bancado, principalmente, com empréstimos no exterior. Esta dívida prejudicou o desenvolvimento do Brasil nos anos futuros, pois criou uma dependência com relação aos credores e ao FMI (Fundo Monetário Internacional), além de comprometer uma significativa fatia do orçamento para pagamento de juros da dívida.
 	Com todo este investimento, o parque industrial do Brasil cresce, ou seja, haverá aumento nos empregos principalmente na indústria, gerando uma reação de otimismo. Foram feitas também as obras faraônicas (de caráter gigantesco), que mostravam o quanto o governo estava crescendo e evoluindo, temos como exemplo a Ponte Rio-Niterói. 
O período em que estavam vivendo eram bastante favoráveis para este “milagre econômico”, pois havia estabilidade política (na questão do capital, do empresariado). A implementação da Ditadura Militar é favorável para investir dinheiro, pois não haverá um golpe de estado, o capital privado está protegido e garantido. O milagre foi econômico, porém, repercutiu especialmente na vida da sociedade. Enquanto o empresariado enriquecia, as pessoas comuns, a sociedade civil, empobreceu muito.
A curto prazo, a população tinha o poder da compra, o que melhora a vida do brasileiro. Mas, a longo prazo, temos a desigualdade social. Nem todos conseguiam comprar, pois a renda ficava restrita a um número de pessoas. Com isso, setores da economia dependentes do consumo popular foram atingidos, com o consumo baixíssimo e pelo aumento da carga tributária, gerandodiversas falências. 
Enquanto os salários dos trabalhadores eram comprimidos com a concentração de renda, a expansão das grandes empresas criava um grupo de funcionários com a remuneração altamente diferenciada, sendo duas vezes e meia maior que de outras pessoas. (MENDONÇA, 1988, p. 30, 31).
Enquanto tudo vai bem com a economia, com a sociedade há uma série de retrocessos dos direitos das pessoas. Foi o melhor momento econômico do país, mas não houve uma preocupação com o social, sendo este o grande “furo” desse “milagre econômico”. Não passou de uma fachada para conter a sociedade. O milagre acontecia somente para uma determinada elite, enquanto a maioria esmagadora da sociedade estava vivendo muito mal, como afirma Mendonça (1988, p. 22): “Deu-se o chamado “milagre” o qual nada mais significou senão a garantia de lucros mirabolantes às empresas oligopolistas, nacionais e estrangeiras”. 
Como o favorecimento das grandes empresas era o seu objetivo, houve o arrocho salarial, salário que não sofreu aumento, que ficou “apertado”, aquele que não servia para quase nada e não se conseguia sobreviver com o mesmo, atingindo a classe operária, sendo a estratégia principal para ocorrer este “milagre econômico”. Segundo Mendonça (1988, p. 24), os salários não se adequavam com os ganhos da produtividade atingidos naquele período, causando a concentração de renda com a compressão dos salários básicos pelo governo, resultando em uma crescente diferenciação do leque salarial do país.
Estava ocorrendo naquela época a erosão dos salários dos trabalhadores e a qualidade de vida dos mesmos, com muitos acidentes de trabalho, desnutrição crônica da população e doenças epidêmicas, num país cujo governo só destinava 0,2% do PIB para a saúde pública. (MENDONÇA, 1988, p. 28).
A curto prazo, a população tinha o poder da compra, o poder de aquisição de bens melhora a vida do brasileiro. Mas, a longo prazo, temos a desigualdade social. Nem todos conseguiam comprar, pois a renda ficava restrita a um número de pessoas. Com isso, setores da economia dependentes do consumo popular foram atingidos, com o consumo baixíssimo e pelo aumento da carga tributária, gerando diversas falências.
Portanto, o grande legado deixado pela ditadura, além é claro, da ausência de políticas públicas e sociais sem contar a censura, torturas, concentração de renda e da riqueza, atos institucionais etc., foram também, os constantes constrangimentos externos e forte processo inflacionário em ascensão. A crise da dívida externa desestruturou profundamente a economia brasileira, desestruturação essa, que sentimos e vivemos seus resquícios até os dias atuais.
O que foi exposto exemplos em sala de aula, em que recentemente o governo liberou o saque do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), para que a população consiga pagar suas dívidas e dar “giro” na economia que está em crise. Também nesse período foram construídas, ferrovias que até hoje estão em perfeitas condições, pois fizeram um endividamento, mas usaram materiais de qualidade, nos dias de hoje, o material é de péssima qualidade e sempre tem que arrumar, sendo que a economia está ruim.
Referências:
RANGEL, Ignácio. Economia: milagre e anti-milagre. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1985.
MENDONÇA, Sônia Regina de. História do Brasil recente: 1964-1980. São Paulo, Ática, 1988.
FICO, Carlos. Que história é esta? O regime militar no Brasil 1964 – 1985. São Paulo, Ed. Saraiva, 1998.
<http://arte.folha.uol.com.br/especiais/2014/03/23/o-golpe-e-a-ditadura-militar/a-abertura.html> 
<https://www.suapesquisa.com/ditadura/milagre_economico.htm>
<http://www.avm.edu.br/monopdf/22/NIELSEN%20FERREIRA%20FARIA.pdf>