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• A lesão renal aguda é o comprometimento das funções renais de filtração e excreção → que ocorre em dias a semanas → e resulta na retenção de escorias nitrogenadas e outros detritos o Um quadro de IR é dito agudo quando sua evolução é rápida → horas ou dias • LRA é um diagnostico clinico, não estrutural → pode ter LRA com ou sem lesão do parênquima o Na maioria é feito pelo reconhecimento da elevação da ureia e creatinina plasmáticas (azotemia), na ausência de sintomas. • Insuficiência Renal é a queda na taxa de filtração glomerular (TFG) → a azotemia (CrS >1,5 mg/dl em homens e > 1,3 em mulheres) aparece somente quando a TFG está 50% abaixo do valor normal → pcte sem azotemia já pode ter perda significativa da função renal • A gravidade varia de alterações transitórias e assintomáticas dos parâmetros da TFG, até desequilíbrios importantes e fatais da regulação de volemia, acido básica e de eletrólitos EPIDEMIOLOGIA • LRA complica 5 a 7% das internações para cuidados agudos e 30% das internações em UTI o Associada a um risco alto de morte em hospitalizados o Piora a DRC e aumenta o risco de desenvolver • Pode ser adquirida na comunidade → depleção de volume, IC, efeitos adversos de medicamentos e obstrução do trato urinário.... o Ou no hospital → sepse, cirurgias de grande porte, doença crítica envolvendo IC ou hepática e administração de medicamentos nefrotóxicos • Muitas etiologias são específicas de cada região → envenenamentos por serpentes, aranhas, lagartas e abelhas; causas infecciosas como malária e leptospirose... • É o tipo mais comum de LRA → azotemia descreve a elevação da concentração de CrS ou ureia o Que acontece pelo fluxo renal inadequado e pressão hidrostática intraglomerular insuficiente para manter a filtração glomerular normal • Os distúrbios clínicos mais associados são → hipovolemia, redução do DC e fármacos que interferem com as respostas autorreguladoras renais o Incluindo AINEs e inibidores da angiotensina II • A azotemia pré-renal pode coexistir com outras formas de LRA intrínseca associadas a processos que agem diretamente no parênquima renal • Períodos prolongados de azotemia PR podem causar lesão isquêmica → necrose tubular aguda o Por definição, a APR não inclui lesão do parênquima → pode ser revertida rápido se o fluxo sanguíneo parenquimatoso e a hemodinâmica intraglomerular forem restaurados. ❖ A TFG normal é mantida pelo FSR e pelas resistências das arteríolas aferentes e eferentes → determinam o fluxo glomerular e o gradiente de pressão responsável pela ultrafiltração • Graus leves de hipovolemia e reduções do DC desencadeiam alterações fisiológicas renais compensatórias o Como o FSR representa 20% do DC → a vasoconstrição renal e a reabsorção de sal e água ocorrem como resposta à diminuição da volemia ou DC ▪ Para manter a PA e aumentar o volume intravascular e preservar a perfusão dos vasos sanguíneos cerebrais e coronarianos ❖ A filtração glomerular pode ser mantida, apesar da redução do FSR pela vasoconstrição eferente mediada pela angiotensina II → mantém a p hidrostática dos capilares glomerulares mais próxima do normal e impede as reduções profundas da TFG o Um reflexo miogênico intrínseco à arteríola aferente causa dilatação quando há diminuição da pressão de perfusão e mantém a perfusão glomerular. o A biossíntese intrarrenal das prostaglandinas vasodilatadoras (prostaciclina, prostaglandina E2), da calicreína, das cininas e óxido nítrico também aumenta • A autorregulação também é realizada pelo feedback tubuloglomerular → reduções das quantidades de solutos apresentados à mácula densa provocam dilatação da arteríola aferente o Esse mecanismo é mediado em parte pelo NO • Em condições normais, o fluxo sanguíneo renal é preservado até uma PAS de 80 mmHg o Caso a pressão caia mais, a autorregulação não é mais capaz de evitar o hipofluxo → arteríolas já em seu máximo de vasodilatação → instala-se a azotemia pré-renal. ❖ Fatores que determinam a intensidade da resposta autorreguladora e o risco de APR 1. Aterosclerose, hipertensão crônica e idade avançada → podem causar hialinose e hiperplasia da mioíntima → estreitamento luminal e diminuição da capacidade de vasodilatar as arteríolas aferentes renais 2. DRC → vasodilatação aferente renal pode operar em sua capacidade máxima para aumentar a TFG em resposta à diminuição da massa renal funcionante 3. AINEs → inibem a produção de prostaglandinas no rim, limitando a vasodilatação aferente renal. IECAs e BRAs → limitam a vasoconstrição eferente renal; ❖ Muitos pctes com doença hepática avançada tem perfil semelhante ao da azotemia pré-renal no contexto de sobrecarga de volume corporal total • A LRA é uma complicação comum → pode ser desencadeada pela depleção de volume e por peritonite bacteriana espontânea • O prognóstico é desfavorável nos casos de síndrome hepatorrenal tipo 1, na qual a LRA persiste apesar da administração de líquidos e da interrupção do uso dos diuréticos. SÍNDROME HEPATORRENAL • Forma de IRA pré-renal que acomete 20-40% dos portadores de cirrose hepática avançada → também surge na insuficiência hepática fulminante o Apesar de “pré-renal”, não pode ser resolvida apenas com a normalização da volemia • Caracteriza-se pela ausência de alterações estruturais no parênquima renal → o mecanismo é uma intensa vasoconstrição nas artérias e arteríolas pré-glomerulares (isquemia do córtex o A reversibilidade depende da normalização da função hepática → de maneira espontânea (ex.: cura da hepatite aguda), ou após transplante de fígado (ex.: cirrose avançada)... ❖ Nas fases iniciais da hepatopatia grave há progressiva VASODILATAÇÃO ESPLÂNCNICA → que causa redução da RVP (tendência à hipotensão). A vasodilatação esplâncnica é secundária a translocação bacteriana → bactérias do lúmen intestinal ultrapassam a mucosa (danificada pela HA porta) e alcançam linfonodos mesentéricos • Ali leucócitos mononucleares produzem citocinas pró-inflamatórias → induzindo hipersecreção de mediadores como óxido nítrico, que promovem vasodilatação local e “roubo de sangue” ❖ Inicialmente não há hipotensão arterial → volume circulante efetivo consegue ser mantido à custa de aumentos no DC, vasoconstrição periférica e retenção renal de sódio e água o Mediado pela ativação do sistema adrenérgico e SRAA • A piora da função hepática leva a um aumento absurdo da vasodilatação esplâncnica → queda acentuada da RVP → mecanismos compensatórios não dão conta e se tornam deletérios. o Aumento do tônus adrenérgico promove vasoconstrição inicialmente periférica → exagerado promove vasoconstrição renal direta o Excesso de angiotensina II contribui para vasoconstrição e induz hipersecreção de aldosterona → faz os rins reabsorverem sódio com avidez (Nau < 10 mEq/L na SHR). ▪ O aumento do sódio corporal leva ao estado hipervolêmico → se expressa como edema periférico e ascite volumosa ❖ Numa última tentativa de normalizar o volume circulante → secreção “não osmótica” de vasopressina (AVP ou ADH). • Aumenta a retenção renal de água-livre (hiponatremia dilucional) e possui efeito vasoconstritor direto (aumentando a vasoconstrição renal). • Tudo isso leva a uma profunda redução na TFG e de produção de urina → resulta em oligúria (débito urinário < 500 ml/dia) e azotemia (Cr > 1,5 mg/dl) → quadro de injúria renal grave!! • As causas mais comuns são sepse, isquemia e nefrotoxinas endógenas e exógenas o Em muitos casos, a azotemia pré-renal progride para lesão tubular • A confirmação da necrose tubular por biópsia em geral não é possível em casos de sepse e isquemia → inflamação, apoptose e alteração da perfusão podem ser contribuintes • Pode ser diagnosticada clinicamente sem biópsia → caso sepse com vários diagnósticos potenciais, nefrite intersticial fármacoinduzida e glomerulonefritepor imunocomplexos o Essas e outras causas são menos comuns e podem ser classificadas com base no sítio principal de lesão do parênquima renal → glomérulos, túbulos e interstício e vasos • A LRA complica mais de 50% das sepses graves e aumenta o risco de morte. o As reduções da TFG associadas podem ocorrer mesmo sem hipotensão manifestada • Os efeitos hemodinâmicos da sepse podem diminuir a TFG → vasodilatação arterial generalizada, mediada pelas citocinas que suprarregulam a expressão da óxido nítrico-sintase induzida nos vasos sanguíneos o Mecanismos podem ser vasodilatação eferente excessiva, principalmente nos estágios iniciais → ou vasoconstrição renal pela ativação do SNS, SRAA, ADH e endotelina • A sepse pode estar ligada ao dano endotelial que causa lesão das células tubulares → aumento da migração e adesão de leucócitos, trombose, pressão intersticial aumentada, diminuição no fluxo local para os túbulos e ativação de espécies reativas do oxigênio • Rins saudáveis recebem 20% do DC e são responsáveis por 10% do consumo de oxigênio em repouso, embora representem apenas 0,5% da massa corporal o Eles também contêm uma das regiões mais hipóxicas do organismo, a medula renal • A medula externa é vulnerável à lesão isquêmica pela arquitetura dos vasos sanguíneos que fornecem oxigênio e nutrientes aos túbulos o Ali, as interações entre leucócitos e endotélio dos pequenos vasos causa inflamação e diminui o FS local para o segmento S3 do TCP (metabolicamente muito ativo) → cuja sobrevivência depende do metabolismo oxidativo ▪ A disfunção mitocondrial pela isquemia e a liberação de espécies reativas do oxigênio também atuam na lesão tubular renal • Em rins normais, isquemia isolada em geral é insuficiente para causar LRA grave → mais frequente quando a isquemia coincide com rins limitados (ex DRC ou idade avançada) o Ou insultos coexistentes → sepse, exposição a fármacos vasoativos ou nefrotóxicos, rabdomiólise ou estados inflamatórios sistêmicos ❖ A APR e a LRA isquêmica representam um grupo de manifestações da hipoperfusão renal → vasoconstrição pré-glomerular persistente pode ser causa subjacente comum • Fatores implicados → ativação do feedback tubuloglomerular pelo aumento de solutos à mácula densa após lesão dos túbulos proximais o Aumento do tônus vascular basal e da reatividade aos agentes vasoconstritores o Diminuição da responsividade aos vasodilatadores • Outros fatores da diminuição da TFG → perda retrógrada do filtrado pelos epitélios tubulares danificados e desnudados o E obstrução mecânica dos túbulos pelos debris necróticos LRA PÓS-OPERATÓRIA • LRA associada à isquemia é complicação grave no pós-operatório → principalmente após cirurgias de grande porte com perdas sanguíneas e hipotensão significativas. • Principais → cirurgias cardíacas com bypass cardiopulmonar, intervenções vasculares com clampeamento transversal da aorta e cirurgias intraperitoneais o LRA grave com necessidade de diálise ocorre em 1% das cirurgias cardíacas e vasculares • Fatores de risco → DRC, idade avançada, DM, ICC e intervenções emergenciais QUEIMADURAS E PANCREATITE AGUDA • Perdas volumosas de líquidos para os compartimentos extravasculares frequentemente acompanham as queimaduras graves e a pancreatite aguda o LRA acomete 25% dos pctes com queimaduras em > 10% da superfície corporal. • A hipovolemia grave diminui o DC e amplia a ativação neuro-hormonal → podem causar inflamação desregulada e aumentar risco de sepse e lesão pulmonar aguda • Pctes submetidos à reposição maciça de líquidos para tratar traumatismo, queimaduras e pancreatite aguda podem desenvolver a síndrome compartimental abdominal o Pressões intra-abdominais muito altas comprimem as veias renais e diminuem a TFG DOENÇAS MICROVASCULARES QUE CAUSAM ISQUEMIA • Causas microvasculares incluem as microangiopatias trombóticas → produzidas por cocaína, quimioterápicos, síndrome antifosfolipídeo, nefrite por radiação o Nefrosclerose hipertensiva maligna e púrpura trombocitopênica trombótica o Esclerodermia e a doença ateroembólica. • Doenças de grandes vasos → dissecção, tromboembolismo ou trombose da artéria renal e compressão ou trombose das veias renais. • Os rins são muito suscetíveis aos agentes nefrotóxicos → pela perfusão sanguínea alta e da concentração de substâncias circulantes nos néfrons e interstício medular o Acarreta exposição das células tubulares, intersticiais e endoteliais a elevadas concentrações de toxinas • A lesão nefrotóxica ocorre em resposta a agentes farmacológicos e substâncias endógenas, bem como a exposições ambientais. o Todas as estruturas renais são vulneráveis à lesão tóxica → túbulos, interstício, vasculatura e sistema coletor • Fatores de risco → idade avançada, DRC e azotemia pré-renal. • Hipoalbuminemia pode aumentar o risco → atribuídos a concentrações aumentadas de fármacos livres circulantes. AGENTES DE CONTRASTE • Contrastes iodados utilizados em exames de imagem e na TC são uma das causas de LRA. o O risco de desenvolver “nefropatia por contraste” é insignificante quando a função renal está normal → aumenta quando há DRC, sobretudo nefropatia diabética. • Evolução clínica mais comum → elevação da CrS nas primeiras 24 a 48h após exposição o Atinge níveis máximos em 3 a 5 dias e regride dentro de uma semana • LRA mais grave, com necessidade de diálise, é mais comum quando há DRC preexistente significativa → em geral associada à ICC ou outras causas de LRA isquêmica • Essa nefropatia parece ser atribuída a uma combinação de fatores, incluindo: o Hipoxia da medula renal externa por alterações microcirculatórias renais e obstrução de pequenos vasos o Lesão citotóxica dos túbulos por mecanismo direto ou pela formação dos radicais livres de oxigênio o Obstrução tubular transitória pelo material de contraste. • Outros agentes implicados na etiologia → gadolínio em doses altas na RM e soluções orais de fosfato de sódio administradas como laxativos ANTIBIÓTICOS • Vários agentes antimicrobianos causam comumente LRA. • Vancomicina pode estar associada → em particular quando níveis são elevados e com o uso combinado com outros antibióticos nefrotóxicos. o Aminoglicosídeos e a anfotericina B causam necrose tubular. • A LRA não oligúrica → com volume urinário > 400 mL/dia → ocorre em 10 a 30% dos tratamentos com aminoglicosídeos, mesmo se níveis plasmáticos na faixa terapêutica o São filtrados livremente nos glomérulos e acumulam-se no córtex renal → onde as concentrações podem ser muito maiores que no plasma • Em geral, LRA surge após 5 a 7d de uso e até mesmo depois da interrupção do tratamento • Hipomagnesemia é um achado comum ❖ Anfotericina B causa vasoconstrição renal pelo aumento do feedback tubuloglomerular, bem como toxicidade tubular direta mediada pelas espécies reativas do oxigênio. o A nefrotoxicidade é dependente da dose e duração do tratamento. • Esse fármaco liga-se ao colesterol da membrana tubular e introduz poros em sua estrutura. • Manifestações → poliúria, hipomagnesemia, hipocalcemia e acidose metabólica ❖ Aciclovir pode precipitar-se nos túbulos e causar LRA por obstrução tubular o Se administrado como bolus IV em doses altas (500mg/m2) ou se hipovolemia • Foscarnete, pentamidina, tenofovir e cidofovir estão associados à LRA causada por toxicidade • LRA secundária à nefrite intersticial aguda → pode ser causada por exposição a muitos antibióticos, inclusive penicilinas, cefalosporinas, quinolonas, sulfonamidas e rifampicina. AGENTES QUIMIOTERÁPICOS • Cisplatina e carboplatina acumulam-se nas células dos túbulos proximais, causando necrose e apoptose celulares o Esquemas de hidratação intensiva reduziram a incidência, mas a toxicidade continua dose-limitante. • Ifosfamida pode causarcistite hemorrágica e toxicidade tubular → manifesta como acidose tubular renal do tipo II, poliúria, hipopotassemia e declínio modesto da TFG. • Agentes antiangiogênicos podem causar proteinúria e hipertensão, via lesão da microvasculatura glomerular (microangiopatia trombótica). INGESTA DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS • O etilenoglicol dos anticongelantes para automóveis, é metabolizado em ácido oxálico, glicoaldeído e glioxilato → podem causar LRA por lesão tubular direta e obstrução tubular. • Contaminação alimentar por melamina causa nefrolitíase e LRA por obstrução intratubular e por efeitos tóxicos diretos nos túbulos renais. • Ácido aristolóquico → causa da “nefropatia das ervas chinesas” e da “nefropatia dos Bálcãs” decorrente da contaminação das ervas medicinais ou das lavouras. TOXINAS ENDÓGENAS • LRA pode ser causada por compostos endógenos → mioglobina, hemoglobina, ácido úrico e cadeias leves do mieloma. • Mioglobina pode ser liberada por células musculares lesadas, e a hemoglobina pode ser liberada durante a hemólise maciça → levando à nefropatia pigmentar. • Rabdomiólise pode ser causada por lesões traumáticas com esmagamento e isquemia muscular, compressão, atividade convulsiva prolongada, exercícios excessivos, hipertermia maligna, infecções, distúrbios metabólicos e miopatias induzidas o Fatores patogênicos → vasoconstrição intrarrenal, toxicidade direta nos túbulos proximais e obstrução mecânica do lúmen do néfron distal • Quando a mioglobina ou hemoglobina precipita-se com a proteína de Tamm-Horsfall (uromodulina, proteína mais comum na urina e produzida no RAE da AH) → precipitação favorecida pela urina ácida. • A síndrome da lise tumoral pode seguir-se ao início do tratamento citotóxico dos pacientes com linfomas de alto grau → liberação de grandes quantidades de ácido úrico resulta em sua precipitação nos túbulos renais e causa LRA ❖ Outras causas de doença tubulointersticial aguda que levam à LRA • Muitos fármacos estão associados ao desenvolvimento de respostas alérgicas caracterizadas por infiltrados inflamatórios → e eosinofilia no sangue periférico e na urina. o IBP e AINEs são fármacos usados comumente que foram associados à nefrite tubulointersticial aguda. • LRA também pode ser causada por infecções graves e doenças infiltrativas malignas ou não GLOMERULONEFRITE • Doenças que envolvem podócitos e células mesangiais e endoteliais podem levar à LRA pelo comprometimento da barreira de filtração e fluxo sanguíneo da circulação renal. • A glomerulonefrite é causa menos frequente (5%) de LRA → mas sua detecção precoce é importante, pois a terapêutica adequada pode reverter a LRA. • Ocorre quando o fluxo normal da urina é bloqueado de forma aguda parcial ou total o Resulta no aumento da P hidrostática retrógrada e interfere na filtração glomerular. • A obstrução do fluxo urinário pode ser por distúrbios funcionais ou estruturais em qualquer localização → desde a pelve renal até a extremidade da uretra • Fluxo urinário normal não exclui a existência de obstrução parcial → TFG normalmente é 2x maior que o fluxo urinário → preservação do débito urinário pode esconder a obstrução parcial o Para haver LRA em indivíduos com 2 rins sadios funcionais, a obstrução deve afetar ambos de modo a serem observadas amplas elevações nos níveis de CrS ❖ A obstrução do colo vesical é uma causa comum e tem impacto sobre ambos os rins → pode ser causada por doenças da próstata, bexiga neurogênica ou tto com agentes anticolinérgicos. • Outras causas são obstrução por cateter, coágulos, cálculos e estenoses uretrais. o Obstrução ureteral pode ser causada por obstrução intraluminal, infiltração da parede dos ureteres (neoplasia) ou compressão externa (fibrose retroperitoneal, abscesso) ❖ A fisiopatologia inclui alterações hemodinâmicas desencadeadas pelo aumento súbito das pressões intratubulares. • Há hiperemia inicial pela dilatação das arteríolas aferentes → seguido de vasoconstrição intrarrenal pela síntese de angiotensina II, tromboxano A2, ADH e redução de NO o As diminuições secundárias da função glomerular são devidas à hipoperfusão dos glomérulos e às alterações do coeficiente de ultrafiltração glomerular. • Em geral a LRA é um diagnóstico laboratorial feito em pcte que apresenta uma das condições clínicas descritas anteriormente. • Os sinais e sintomas costumam ser pela condição causal → hipovolemia, insuficiência cardíaca, sepse, síndrome nefrítica etc. • Nas azotemias mais graves aparecem sinais e sintomas de insuficiência renal, que juntos compõem a síndrome urêmica aguda → composta por três distúrbios básicos: o Acúmulo de toxinas nitrogenadas dialisáveis o Hipervolemia o Desequilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico. • Os sinais e sintomas que definem a síndrome são provocados pelo acúmulo de “escórias nitrogenadas” no organismo → substâncias tóxicas derivadas do metabolismo proteico • Quando elas estão em níveis elevados, há aumento paralelo da ureia e da creatinina sérica. o Na síndrome urêmica, geralmente a creatinina está > 4,0 mg/dle a ureia > 120 mg/dl. o Quando a ureia estiver em níveis muito altos (> 380 mg/dl) → desenvolve náuseas, vômitos, anorexia e sangramentos. MANIFESTAÇÕES CARDIOPULMONARES • A IRA oligúrica ou anúrica pode causar retenção alta de líquidos e Na → aumenta volemia e causa principalmente ❖ HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA → encontrada na IRA oligúrica ou anúrica das glomerulonefrites, nefrite intersticial aguda o Também na nefroesclerose hipertensiva maligna, ateroembolismo por colesterol, síndrome hemolítico-urêmica, crise renal da esclerodermia e obstrução urinária aguda. • Pode ser grave e refratária ao tratamento medicamentoso → só respondendo à diálise • A dialise deve ter como meta a redução dos compostos azotêmicos, e principalmente a ultrafiltração movida por um gradiente pressórico o Na hemodiálise, é feito pelo aumento da pressão hidrostática no capilar do filtro o Na diálise peritoneal, aumenta a osmolaridade da solução de diálise (puxa mais líquido) • A insuficiência renal predispõe à vasoconstricção arteriolar sistêmica → e a retenção hidrossalina também promove congestão e edema pulmonar cardiogênico o Causa dispneia, ortopneia e até insuficiência respiratória. • As toxinas urêmicas podem aumentar a permeabilidade capilar pulmonar → levando a um edema pulmonar, do tipo SDRA → ultrafiltração é mandatória nesses casos ❖ EDEMA PERIFÉRICO → presente na síndrome nefrítica e no RC com IR agudizada → do tipo periorbitário, das serosas (derrame pleural, pericárdico, ascite) e membros inferiores ❖ PERICARDITE URÊMICA → dor torácica pleurítica, associada a atrito pericárdico e/ou alterações eletrocardiográficas de pericardite aguda o Provém de uma inflamação pericárdica hipervascularizada → predispõe à rotura de capilares e sangramento → o líquido pericárdico geralmente é hemorrágico. ❖ TAMPONAMENTO CARDÍACO → é uma das complicações mais temíveis → ocorre pelo acúmulo rápido de líquido na cavidade pericárdica, elevando a pressão intrapericárdica. o Como prevenção, a hemodiálise deve ser realizada sem heparina nos pctes com pericardite urêmica, ou então, deve-se preferir a diálise peritoneal MANIFESTAÇÕES HEMATOLÓGICAS • Anemia pode ocorrer → costuma ser menos acentuada que na uremia crônica. o É um achado frequente em pctes graves e pode ser consequente à infecção, perda sanguínea, hemodiluição, hemólise etc. • A uremia aguda cursa com um distúrbio da hemostasia, pela disfunção plaquetária → plaquetas no paciente urêmico têm menor capacidade de adesão e agregação • Tempo de Sangramento (TS) está prolongado e o fator de Von Willebrand está disfuncionante → além de depleção de fator III. o A consequência clínica é uma forte predisposição ao sangramento. • Epistaxe, gengivorragia,sangramento de sítios de punção, hemorragia digestiva e até mesmo AVE hemorrágico podem ocorrer MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS • Encefalopatia urêmica aguda → estado de confusão mental, agitação psicomotora, asterixis, hiper-reflexiatendinosa e sinal de Babinski bilateral. o Pode evoluir para crise convulsiva tônico-clônica, torpor, coma e óbito • A síndrome das pernas inquietas está relacionada → desconforto nos mmii e vontade incontrolável de mexer as pernas. • Neuropatia periférica pode levar a parestesias nas extremidades. • Irritação do nervo frênico propicia o aparecimento de soluços incoercíveis MANIFESTAÇÕES GASTROINTESTINAIS • Os primeiros sintomas da uremia aguda frequentemente são do tgi • A uremia provoca inflamação nas mucosas e disfunção na motilidade → anorexia, náuseas e vômitos, diarreia ou íleo metabólico. FORMAS OLIGOANÚRICAS DE IRA ❖ Hipercalemia → se dá pela redução da excreção de K, que continua sendo ingerido na dieta. • Na IRA oligoanúrica → o K pode se elevar em 0,5 mEq/l/dia, podendo chegar a valores extremamente altos e perigosos, como 12 mEq/l. o Causas que + elevam o K são rabdomiólise, hemólise maciça e síndrome da lise tumoral. • Hipercalemia grave pode levar à PCR por fibrilação ventricular ou assistolia → ECG fundamental para avaliar a repercussão clínica da hipercalemia o Ondas T altas e apiculadas, QRS alargado e diminuição/desaparecimento da P ❖ Hiponatremia → se deve à retenção de água livre maior que a retenção de sódio. • Acontecerá sempre que a ingestão ou administração de líquido tiver excesso importante de água em relação ao NaCl (ex.: água potável) o Se a hiponatremia for grave → podem surgir sintomas pelo edema cerebral citotóxico ❖ Acidose metabólica → pela retenção dos ácidos produzidos pelo metabolismo proteico, principalmente o ácido sulfúrico (H2SO4) • Doentes críticos com IRA por NTA oligúrica comumente apresentam hipercatabolismo proteico o A retenção de H+ leva ao consumo de bicarbonato → causando acidose metabólica o A retenção do sulfato (SO4-2) e outros ânions leva ao aumento do ânion-gap • A acidose pode ser grave, com pH < 7,10 → risco de arritmia ventricular fatal ou choque por vasodilatação e baixa resposta às catecolaminas. ❖ Hiperfosfatemia e Hipocalcemia → normalmente ocorrem juntas. • Fosfato precisa do rim para ser eliminado → hiperfosfatemia (P > 4,5 mg/dl) quando a TFG está abaixo de 20 ml/min o Consequência imediata é a hipocalcemia (Ca < 8,0 mg/dl) → pela ligação entre o fosfato e cálcio no plasma → fosfato de cálcio se precipita nos tecidos e Ca plasmático reduz. • Sintomas → irritação neuromuscular, como parestesias, tetania, convulsões e coma. o O ECG pode evoluir com aumento do intervalo QT → relação inversamente proporcional entre a calcemia e o intervalo QT • A acidose possui um efeito “protetor” contra a tetania → H+ aumentado passa a se ligar à albumina, deslocando o cálcio → aumenta a fração livre do cálcio sérico ❖ Hipermagnesemia → (Mg > 2,0 mg/dl) → é comum na IRA grave • Pode provocar bradipneia, hiporreflexia e parada cardíaca. ❖ Hiperuricemia → pode ocorrer devido à saturação do carreador de ácidos orgânicos do túbulo proximal por outros ácidos retidos • Níveis geralmente não ultrapassam 12 mg/dl FORMAS NÃO OLIGÚRICAS DE IRA • Na IRA resultante de doenças tubulares não oligúricas, a reabsorção tubular está prejudicada o NTA por aminoglicosídeo, anfotericina B e na leptospirose. • A lesão do túbulo proximal e da alça de Henle prejudica a reabsorção de Mg e aumenta a excreção de K → levando à perda urinária destes eletrólitos. o A consequência costuma ser hipocalemia + hipomagnesemia. • Em geral o prognóstico da IRA não oligúrica é melhor que o da IRA oligúrica • O diagnóstico de LRA normalmente é feito a partir de uma das seguintes situações clínicas o Redução do DU, sinais e sintomas da síndrome urêmica, e azotemia assintomática. • Costuma não acarretar sintomas, a não ser que a retenção de “escórias” seja acentuada • Em geral se acha elevação da ureia e creatinina em pcte com sinais e sintomas da patologia que a está determinando (ex.: sepse, hipovolemia..) • A elevação de ureia e creatinina diante de hipovolemia, estados de choque, IC, uso de diuréticos e cirrose hepática sugere muito o diagnóstico de IRA pré-renal o Particularmente quando a relação ureia/creatinina plasmática for > 40. • Sinais de hipovolemia → desidratação, hipotensão postural, taquicardia postural, hipotensão e taquicardia em decúbito, síndrome do choque (má perfusão generalizada). • A perda líquida pode ser evidente → hemorragia externa, diarreia, vômitos e poliúria o Ou nem tão evidente → pancreatite aguda, ascite, trauma, hemoperitônio e hemotórax. • Uso de AINE ou inibidores da ECA ou análogos deve ser considerado como fator contribuinte ou precipitante da azotemia pré-renal. • O exame do sedimento urinário (EAS) na azotemia pré-renal costuma ser “inocente” → sem proteinúria ou hematúria, apenas cilindros hialinos em quantidades variadas • A bioquímica urinária antes da administração de diuréticos, possui o Sódio urinário baixo → Nau < 20 mEq/L) o Osmolaridade urinária alta → > 500 mOsm/L o Densidade urinária alta → > 1.020 o Relação de creatinina alta → Crurinária/Crsérica > 40 o Fração excretória de sódio baixa → FENa < 1% o Fração excretória de ureia baixa → < 35% • Devemos suspeitar de obstrução urinária em todo pcte agudamente anúrica, ou com flutuação do débito urinário → anúria x poliúria • A causa mais frequente é a hipertrofia prostática → comum encontrar uma bexiga distendida palpável no hipogastro, associada a um aumento da próstata no toque retal • Conduta imediata → cateterismo vesical, feito com o cateter de Foley. o Nos casos duvidosos → exame inicial é a USG de rins e vias urinárias. • Hidronefrose com bexiga vazia aponta para o diagnóstico de obstrução ureteral. • O EAS pode apresentar hematúria e/ou piúria, sem cilindros celulares • Em casos tardios de uropatia obstrutiva (com lesão tubular), é comum um padrão de NTA na bioquímica urinária (isto é, FENa > 1%) • A suspeita de azotemia renal intrínseca é inevitável uma vez excluídos a pré-renal e pós-renal • A diferenciação entre os tipos de nefropatia intrínseca aguda deve ser feita pelos sinais clínicos e exames laboratoriais o Vasculites sistêmicas, colagenoses, leptospirose e ateroembolismo por colesterol tem manifestações características → diagnóstico com facilidade • Nefroesclerose hipertensiva maligna → suspeitada na presença de fundoscopia compatível e níveis tensionais excessivamente altos • Diagnóstico de rabdomiólise impõe-se no pcte com história precipitante e elevação importante dos níveis de creatinofosfoquinase e aldolase. • Uso de medicamentos nefrotóxicos deve ser sempre pesquisado o A presença de febre, rash cutâneo e eosinofilia/eosinofilúria sugere NIA • Intoxicações também devem ser pesquisadas → etilenoglicol, metais pesados, paraquat, envenenamento por cobra ou aranha URINÁLISE, EAS, URINA TIPO I • Proteinúria maciça (3+ ou 4+), presença de hematúria dismórfica e cilindros hemáticos → diagnóstico de glomerulopatia primária ou secundária. • Piúria, eosinofilúria e cilindros piocitários sugerem nefrite intersticial alérgica. o Eosinofilúria detectada 90% com o corante de Hansel, e em apenas 20% com o corante convencional de Wright → solicitar a pesquisa de eosinófilos pelo método de HANSEL o O encontro dos cilindros granulosos pigmentares (“cilindros marrons”) → muito sugestivo de NTA • Múltiplos cristais pleomórficos de ácido úrico ou de oxalato → presentes na síndrome da lise tumoral e na intoxicação por etilenoglicol. • Uma forte positividade para hemoglobina (4+) com poucas hemácias no sedimento → presença de mioglobinúria ou hemoglobinúria BIOQUÍMICAURINÁRIA • Útil na diferenciação entre azotemia pré-renal e NTA isquêmica → colhida antes do uso de diuréticos ou da reposição volêmica • Na IRA pré-renal há aumento de angiotensina II e aldosterona → aumento na reabsorção de sódio e água → urina sai com pouco sódio e pouca água (hiperconcentrada). • Na necrose tubular aguda, a lesão tubular dificulta a reabsorção de sódio e água → urina com muito sódio e muita água (mais diluída) o Rins incapazes de concentrar a urina → isostenúria. ❖ Fração excretória de sódio (FENa) → percentual do sódio filtrado que é efetivamente excretado na urina, e pode ser calculada pela fórmula o Na APR → caracteristicamente < 1% (geralmente < 0,01%) o Na NTA → tipicamente > 1% (geralmente > 2%) • As vezes este parâmetro pode falhar → APR em nefropatas crônicos, muito idosos, após uso de diurético ou na bicarbonatúria pode cursar com FENa > 1% ❖ Cerca de 15% dos casos de NTA isquêmica apresentam FENa < 1% → “síndrome intermediária” → baixo fluxo renal e uma lesão tubular incipiente • A fração excretória de ureia (FEureia) não é “falseada” por diuréticos → deve ser usada no lugar da FENa em pctes que fizeram uso dessas drogas o Calculada pela mesma fórmula → substituindo-se o sódio pela ureia o Se < 35% indica pré-renal, e > 50% indica NTA BIÓPSIA RENAL • Em geral não é necessária → reservada quando não se consegue definir o tipo de injúria renal intrínseca através de outros métodos complementares. • Em certas condições (nefrite lúpica) → feita para determinar a classe específica da lesão glomerular → indicar mudanças no tratamento e no prognóstico. • Tratamento visa à otimização do FSR • Drogas do tipo AINE ou IECA/Ant. Angio II devem ser suspensas • Reposição de cristaloides é o tratamento inicial de escolha para estados hipovolêmicos → independente da causa ou o tipo de fluido perdido • Obstrução uretral por hiperplasia prostática pode ser tratada pela inserção do cateter de Foley. o Se não for possível ultrapassar a obstrução uretral com o cateter → cistostomia. • Se obstrução ureteral e houver hidronefrose → cateter duplo J pode ser inserido no ureter por via transuretral (baixa) ou transpiélica (alta) • Se a obstrução não puder ser vencida → nefrostomia percutânea indicada • Glomerulonefrites rapidamente progressivas (ex.: vasculites ANCA-positivo) → imunossupressão agressiva com corticosteroides + ciclofosfamida o Corticoides podem acelerar a melhora da função renal na nefrite intersticial aguda farmacoinduzida → nunca comprovado por ensaios clínicos de alta qualidade. • HAS deve ser controlada agressivamente na nefroesclerose maligna e crise renal esclerodérmica → IECA ou Ant. Angio II... • Melhor estratégia no combate à NTA → principal medida é a manutenção do estado euvolêmico. • Uso de agentes nefrotóxicos como aminoglicosídeos, deve ser feito de forma criteriosa → uma dose única diária possui eficácia bactericida equivalente à posologia antiga (3x ao dia) o Dose de fármaco nefrotóxico sempre deve ser corrigida na vigência de disfunção renal • Pctes de alto risco para nefrotoxicidade por contraste iodado (renais crônicos diabéticos) → receber solução bicarbonatada intravenosa e N-acetilcisteína oral antes e depois do exame • A lesão renal por rabdomiólise pode ser prevenida com hidratação salina vigorosa → débito urinário > 3 ml/kg/h (200 ml/h) para “lavar a mioglobina dos túbulos” • Para evitar a síndrome da lise tumoral devemos hidratar o pcte → e adm alopurinol ou rasburicase (antes da quimioterapia) conforme o risco de cada tipo de câncer • O principal objetivo é a otimização da volemia e do estado hemodinâmico → a lesão renal pode piorar caso a isquemia renal persista • Não há tratamento específico que comprovadamente acelere a recuperação do parênquima renal uma vez instalada a NTA ❖ Dopamina em dose “renal” → NÃO FAZER → doses de dopamina entre 2-3 mcg/ kg/min tem efeito vasodilatador renal e natriurético • Porem não existe benefício → é uma droga potencialmente arritmogênica, e seu uso na NTA não altera o curso natural da lesão e pode induzir arritmias fatais DIURÉTICOS DE ALÇA (FUROSEMIDA) • CONTROVERSO → nenhum estudo demonstrou de forma incontestável o benefício no que diz respeito à mortalidade e história natural • Têm sido utilizados com frequência → intuito de tratar a hipervolemia e facilitar a manipulação do balanço hídrico o Transforma uma IRA oligúrica em IRA não oligúrica → adm nas primeiras 24-48h • Furosemida → dose de ataque máxima100-200 mg (5-10 ampolas) o Dose de manutenção → prescrita somente naqueles que respondem ao diurético o 0,3-0,6 mg/kg/h → de preferência por infusão contínua em bomba infusora o Infusão contínua traz menos chance de lesão auditiva do que a posologia intermitente SUPORTE NUTRICIONAL • Precisa ser feito → pctes com NTA se encontram em estado crítico, hipercatabólico, com elevada produção endógena de escórias nitrogenadas. • O suporte nutricional visa reduzir o hipercatabolismo → fornecer um aporte energético total entre 25-30 kcal/kg/dia o Maior parte dessas calorias dada sob a forma de carboidratos → com preferencia a proteínas de alto “valor biológico” (aminoácidos sem desvio para a síntese de escórias). ▪ Quantidade varia entre 0,8-1,0 g/kg/dia → tratamento conservador, não dialítico ▪ 1,0-1,7 g/kg/dia → pcte em hemodiálise → aumentar aporte proteico - há perda • A dieta deve ter restrição de sódio, potássio e fosfato. • Alguns necessitam de nutrição parenteral → demanda infusão expressiva de líquidos • Equilibrar o balanço hídrico com o acréscimo da ultrafiltração (retirada de água) na dialise CONTROLE HIDROELETROLÍTICO E ACIDOBÁSICO • A reposição hídrica deve contar com o volume oferecido na dieta. • No pcte oligoanúrico → o somatório dos líquidos adm deve ser igual às perdas insensíveis (600- 1000 ml/24h) o Não deve haver reposição de potássio nos pcte francamente oligúricos • Os distúrbios eletrolíticos ameaçadores à vida devem ser prontamente tratados. ❖ Hipercalemia grave com alteração de ECG → gluconato ou cloreto de cálcio (efeito cardioprotetor) o Glicoinsulinoterapia (10U insulina + 100ml glicose 50%), com efeito transitório (4-6h) o Bicarbonato de sódio pode ser administrado 50 mEq → ajudar na correção da hipercalemia e acidose (se pH < 7,20, manter HCO3 > 15 mEq/L). ❖ Hiperfosfatemia grave → quelantes enterais de fosfato, como hidróxido de alumínio, carbonato de cálcio ou, de preferência, sevelamer ❖ Hiponatremia → restrição de água livre • Métodos dialíticos são empregados para reduzir a circulação de compostos azotêmicos, promover equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico e combater a hipervolemia. • Indicações de dialise de urgência o Síndrome urêmica inquestionável → encefalopatia, hemorragia, pericardite o Hipervolemia grave refratária → HAS, edema pulmonar o Hipercalemia grave refratária ou recorrente o Acidose metabólica grave refratária ou recorrente. o Azotemia grave → Ureia > 200 ou Creatinina > 8-10* • Os métodos utilizados na IRA devem aliar → eficácia e tolerabilidade hemodinâmica • Hemodiálise Intermitente é o método de escolha nos pctes hemodinamicamente estáveis o Nos instáveis → diálise peritoneal contínua e hemodiafiltração venovenosa contínua o Se já em hemodiálise e fizer hipotensão aguda → associar aminas vasopressoras até o término do procedimento DIÁLISE PERITONEAL CONTÍNUA • Excelente método naqueles sem doença abdominal/peritoneal e sem estado hipercatabólico predominante, hipercalemia grave ou hipervolemia grave o Nesses casos a hemodiálise é mais eficaz, por eliminar mais líquido e eletrólitos e pequenos solutos • Bem tolerada em pctes hemodinamicamente instáveis e é bem eficaz em crianças HEMODIAFILTRAÇÃO VENOVENOSA CONTÍNUA • Considerada um excelente métodopara diálise de pctes com hemodinâmica instável. • Os métodos baseiam-se na utilização de um fluxo mais baixo (100 ml/min em vez de 300-400 ml/min) e por mais tempo (8-24h). • A retirada de líquido ocorre mais lenta e gradual, com menos repercussão hemodinâmica. • O prognóstico de pacientes com IRA pré ou pós-renal é bastante favorável → desde que a causa seja reconhecida e resolvida o Mortalidade costuma ser < 10% o Mortalidade da NTA oscila entre 30-86% → taxas mais altas estão associadas à maior gravidade da doença de base • A mortalidade tende a ser máxima se a NTA ocorrer numa síndrome de disfunção orgânica múltipla → comprometimento grave de 4 órgãos (com rim) tem uma mortalidade quase 100% o Quando a NTA ocorre de forma isolada → mortalidade 30% • Os principais fatores de mau prognóstico na NTA são → sepse, oliguria, refratariedade a furosemida, síndrome urêmica e disfunção orgânica múltipla o Se o pcte com NTA sobrevive à afecção de base, recuperação da função renal ocorre em 90-95% → 5-10% tem perda renal definitiva → ficam dependentes de diálise • Na NTA, a recuperação da função começa após 7-21 dias → com aumento do DU/poliúria. o As escórias nitrogenadas ainda podem demorar alguns dias para cair. o O mecanismo de recuperação da função renal é a regeneração do epitélio tubular • A concentração de potássio no LEC costuma ser regulada em torno de 4,2 mEq/L → variação normal de mais ou menos 0,3 mEq/L sem problemas. o Esse controle ocorre de forma precisa e exata → muitas funções celulares são sensíveis a quaisquer alterações • A regulação é difícil, já que 98% do K está dentro das células e só 2% fora, formando os 4,2 mEq/L → uma movimentação de 1 a 2% de K do LIC para o LEC pode ser fatal INGESTÃO E REGULAÇÃO • Geralmente se ingere 50 a 200 mEq de K por dia → uma falha rápida na remoção do K ingerido do LEC pode cursar com hipercalemia o E caso ocorra um distúrbio que remova mais do que o ideal pode ocorrer hipocalemia • Sendo 98% do K intracelular, a redistribuição entre o meio intra e extra atua como 1ª de defesa contra desregulações da potassemia • A manutenção desse equilíbrio depende em grande parte da excreção renal • É importante após a ingestão da refeição normal → concentração de K no LEC aumenta • Normalmente, o K rapidamente é deslocado do meio extracelular para o intracelular → até os rins eliminarem este excesso. o Essa regulação K⁺ entre o LIC e LEC se dá quase totalmente pela bomba Na⁺K⁺ATPase • Durante um jejum, a medida que vai ocorrendo a caliurese (excreção de potássio na urina), as células vão liberando K⁺ que ficou acumulado no LIC. • Todo o K⁺ ingerido na dieta precisa ser eliminado pela urina, fezes e suor → 90% em média excretada na urina, enquanto o restante sai pelas fezes e suor. • Os rins possuem grande capacidade de se adaptar a caliurese conforme a ingestão de K⁺ → aumentando a reabsorção e reduzindo a secreção se necessário • Para isso, 3 processos determinam a excreção renal o A filtração glomerular do potássio, que pode ser alterada em doenças renais; o A taxa de reabsorção do potássio pelos túbulos renais ▪ 65% reabsorvido no túbulo proximal, e o restante é reabsorvido na alça de Henle e túbulo distal o A taxa de secreção tubular de potássio. • Queda do potássio sérico extracelular < 3,5 mEq/L → classificada em 3 estágios: o Leve → 3-3,5 mEq/L o Moderada → 2,5-3 mEq/L o Grave → < 2,5 mEq/L DIMINUIÇÃO DA INGESTA DE POTÁSSIO • Um longo espaço sem a ingestão de potássio leva a hipocalemia pois o rim precisa manter uma taxa mínima de excreção • Normalmente ocorre em quadros de anorexia nervosa ou outros distúrbios alimentares como indução de vomito e uso abusivo de laxantes ou diuréticos DESVIO DO POTÁSSIO DO LEC PARA O LIC → que pode ocorrer por algumas causas ❖ Aumento da insulina circulante → leva a ativação das bombas de Na⁺K⁺ATPase e desloca potássio para o LIC • Ocorre quando se administra grandes quantidades de insulina em hiperglicêmicos ❖ B2-adrenérgicos → indiretamente estimulam o funcionamento das bombas • Pode ocorrer em casos onde se usa o broncodilatador em asma ou DPOC. ❖ Alcalose sistêmica → desenvolve hipocalemia pois a saída de H⁺ das células para o LEC, para corrigir a alcalose, se dá com entrada de mais K⁺ para a célula ❖ Aumento da produção de celular → pode ocorrer por aumento da produção de células hematopoiéticas → é utilizado K⁺ para produção de novas células • Quadro comum no início do tratamento de anemia megaloblástica com uso de B12 AUMENTO DAS PERDAS GASTROINTESTINAIS → pode ocorrer por perdas pelo TGI inferior, ocasionado por diarreias ou uso de laxativos e fístulas, que ocasiona acentuada de K • Perdas pelo tgi superior, que ocorre por vômitos e drenagem nasogástrica → com a perda do ácido estomacal, resulta em alcalose metabólica que gera o desvio do K⁺ para o LIC AUMENTO DAS PERNAS RENAIS → geralmente por uso de medicação, entretanto pode ocorrer também por problemas genéticos e síndromes patológicas, sendo as causas ❖ Diuréticos → que agem no túbulo proximal, alça de Henle e túbulo distal • Inibidores de anidrase, diuréticos de alça e tiazídicos → inibem a reabsorção de K⁺, aumentando a perda do íon o Cursa com hipocalcemia secundária ao estado de hipovolemia se crônico ❖ Mineralocorticóides → aumentam a excreção urinária de K⁺ pois atuam como a aldosterona, que ativa as bombas de Na⁺K⁺ATPase para reabsorver sódio e excretar potássio o Se usado em excesso ❖ Defeitos genéticos dos túbulos renais → síndrome de Bartter é um defeito no co transportador Na+K+2Cl- → dificulta a reabsorção de K ❖ Cetoacidose diabética e estado hiperosmolar hiperglicêmico → devido à diurese osmótica, pctes desenvolvem grande déficit de K⁺ corporal ❖ Uso de medicações → anfotericina B, aminoglicosídeos e a cisplatina que tem ação tóxica nos túbulos renais, causando hipocalemia por deficiência da reabsorção do íon potássio ❖ Aumento das perdas pelo suor • Perdas para circuitos extracorpóreos → diálise, plasmaféresis, etc. • Hiperaldosteronismo → que reabsorve sódio em troca de potássio. • Quando leve pode ser assintomática → sinais e sintomas são proporcionais ao grau de hipocalcemia e a sua velocidade de instalação • Começam a surgir quando o potássio sérico cai abaixo de 2,5 - 3 mEq/L MANIFESTAÇÕES MUSCULARES → sinais e sintomas que aparecem < 2,5 mEq/L • Fraqueza muscular o primeiro sintoma → ascendente e progressivo → inicia nas pernas e progride para o tronco e braço o Pode gerar uma paralisia respiratória aguda pela fraqueza da musc respiratória. o Pode ocorrer problemas de íleo paralítico → interrupção dos movimentos da musc lisa MANIFESTAÇÕES CARDIOVASCULARES → leva a irregularidades do ritmo cardíaco e aumento da PA, além de atraso da repolarização do coração • As primeiras alterações no ECG são → achatamento da onda T e surgimento da onda U • Em seguida, há prolongamento do intervalo QT e depressão do segmento ST, além de aumento de amplitude e alargamento da onda P. • Em casos severos, ou pcte predisposto → pode ocorrer bloqueio atrioventricular, taquicardias ventriculares e supraventriculares, fibrilação. • Pode ser feito com uma boa história clínica e um exame físico cuidadoso • Em alguns casos é necessário suporte laboratorial para identificar a etiologia → necessário a dosagem de K⁺ urinário de 24h para diferenciar perdas renais e extra renais. • O objetivo principal é tratar a causa de base → acompanhado de uma correção da hipocalemia para > 3,5 mEq/L o Sempre se deve ver se precisa repor Mg → geralmente hipomagnesemia se associa Reposição De Potássio • Para hipocalemia leve → reposição VO, para evitar uma possível hipercalemia de reboteo Adm KCl em xarope a 5%, com dosagem de 10 ml de 8 em 8h • Para hipocalemia moderada/grave → reposição EV, usando KCl 19,1% (2,5 mEq/ml) o Pode ser feito por 2 vias, respeitando a velocidade máxima de 20-30 mEq/hora ▪ Veia Periférica, com concentração máxima de 50 mEq/L ▪ Veia Central, com concentração máxima de 100 mEq/L • Para hipocalemias crônicas por perda renal → uso de diuréticos poupadores de potássio, que aumentam a reabsorção ou diminuindo a secreção de K⁺ nos néfrons o Podendo ser usado a amilorida ou a espironolactona • Definida como desordem na regulação do potássio sérico ec que fica > 5,5 mEq/L o Hipercalemia leve → entre 5,5 - 6 mEq/L o Hipercalemia moderada → entre 6 - 6,5 mEq/L o Hipercalemia grave → > 6,5 ou ocorre alterações no ECG com K maior que 5,5 mEq/L DIMINUIÇÃO DA EXCREÇÃO RENAL DE POTÁSSIO → Sendo os fatores que levam a essa causa: ❖ Doença Renal Crônica → perda crônica da massa renal diminui a capacidade de excretar K⁺ • Caso chegue a uma TFG < 20 ml/min/1,73m², começa sinais e sintomas de hipercalemia ❖ Insuficiência Renal Aguda → a perda abrupta da função renal se associa a hipercalemia, especialmente se houver oligúria • Passa a ocorrer uma dificuldade de excretar o K⁺ sem adaptação prévia dos néfrons • Caso o pcte apresente acidose metabólica o quadro pode piorar → ocorre desvio do potássio do LIC para o LEC, contribuindo para gravidade ❖ Redução Da Secreção De Aldosterona → resultado de uma doença nas glândulas adrenais ou decorrente de hiperreninemia, além de uso de IECAs e BRAs II • Como a aldosterona atua nos néfrons trocando Na⁺ por K → secreção diminuída leva a menor secreção de potássio ❖ Resistência A Ação Da Aldosterona → normal quando pcte faz uso de diuréticos poupadores de K ❖ Ureterojejunostomia → jejuno passa a receber urina, e com isso, ao longo do percurso absorve o K⁺ excretado pelos rins → concentração sérica fica elevada. DESVIO DE POTÁSSIO DO LIC PARA O LEC → desequilíbrio celular em manter o K intracelular ❖ Acidose Metabólica → H⁺ entra nas células para ser tamponado, em troca de K⁺ que sai para manter a eletroneutralidade, gerando hipercalemia ❖ Deficiência de Insulina → é a insulina o principal estimulador da bomba de Na⁺K⁺ATPase, responsável por desviar o K⁺ do LEC para o LIC ❖ Hiperosmolaridade → ocasionada por hiperglicemia, hipernatremia e uso de contraste iodado, imunoglobulina ou manitol • O K⁺ é “arrastado” do LIC p/ LEC junto com a água ic que vai para o ec por osmose ❖ Beta-bloqueadores → inibem o estímulo B2-adrenérgico, responsável por estimular a Na⁺K⁺ATPase a funcionar. ❖ Destruição Celular Maciça → gera grande liberação de K⁺ das células para o LEC • Geralmente os pcte são assintomáticos → manifestações geralmente quando o K⁺ > 7 mEq/L o Exceto quando ocorre de forma aguda → alterações menos graves com sintomas piores Manifestações Cardíacas → hipercalemias graves estão associadas a alterações eletrocardiográficas • Primeiramente ocorre aumento da amplitude da onda T, achatamento da onda P, redução do intervalo QT e prolongamento do intervalo PR o Em seguida, ocorre prolongamento do intervalo QRS → com evolução para uma sine wave, que eventualmente cursa com PCR • Em pctes com comorbidades cardíacas → bloqueios de ramo, bradicardias, taquicardias e fibrilações ventriculares podem ocorrer com maior facilidade Manifestações Musculares → cursa com fraqueza muscular ascendente e progressiva Pode envolver a musc respiratória, levando a insuficiência respiratória aguda em casos graves. • Afastar pseudo-hipercalemia → pode ocorrer em coleta inadequada de amostra do exame • Excluir efluxo celular de K⁺ → pode ocorrer por traumas lesivos, síndrome de lise tumoral, ou cetoacidose diabética, por exemplo • Avaliar a função renal → pode ocasionar uma diminuição da secreção de potássio quando com problemas por uma insuficiência renal aguda ou crônica o Se a função renal for normal → investigar a diminuição de fluxo no néfron distal de água e sódio ▪ Pode estar diminuído por hipovolemia, insuficiência cardiaca ou cirrose hepática → causam diminuição do fluxo de sódio e água no néfron distal, prejudicando a excreção de potássio • Em caso de normalidade renal, investigar o hipoaldosteronismo • O tratamento leva em consideração a presença ou ausência de sintomas associados ao nível de potássio e a etiologia da hipercalemia • Em pctes com sinais e sintomas associados a hipercalemia ou K > 6,5 mEq/L o Que podem ter uma elevação rápida do K → hemorragia digestiva, politrauma, síndrome de lise tumoral, disfunção renal • São todos considerados urgência hipercalemica → submetidos a terapias de ação imediata: ESTABILIZAÇÃO DA MEMBRANA CELULAR DO CARDIOMIÓCITO → administrado Ca⁺² que é antagonista dos efeitos do potássio na membrana • Dosagem de 10 ml de gluconato de cálcio a 10% via intravenosa em 2 a 3 minutos. • Medida de prevenção, não reduz o potássio sérico. DESVIO DO POTÁSSIO SÉRICO PARA O LIC → visando reduzir temporariamente o nível sérico de K para retirar o paciente da emergência • Insulina regular → solução de 10 a 20u de insulina com 25 a 50g de glicose, infundida em < 60 min via EV • B-adrenérgicos em grande doses → fenoterol de 20 a 40 gotas em 4 ml de NaCl 0,9% para nebulização de 10 minutos • Bicarbonato → para provocar uma alcalose e provocar a entrada de K⁺ para a célula REMOÇÃO CORPORAL DE POTÁSSIO → única medida terapêutica definitiva • Diuréticos → usados principalmente em situações agudas, onde se usa a furosemida EV, entre 20 a 200mg • Diuréticos tiazídicos também podem ser usados → início de ação é mais lento e a duração mais prolongada → indicados apenas em hipercalcemias leves e ambulatoriais. o Em hipovolêmicos e euvolêmicos é necessário restaurar a volemia com soro fisiológico antes de iniciar o diurético • Resinas de Troca de Cátions → usadas para trocar cátions Na+ ou Ca⁺ ² por K⁺ no lúmen intestinal, aumentando a excreção de potássio nas fezes. o Poliestirenossulfonato de cálcio, 15 a 30g diluídos em 100ml de manitol a 20%, dado a cada 4 a 8 horas até a melhora do paciente. ▪ Geralmente usado em casos onde a função renal está comprometida. • Diálise → forma mais eficaz de remover o potássio do organismo • Reservada para pctes com DRC estágio 5 ou IRA grave em que não foi possível controlar o potássio com medidas clínicas • Queda no cálcio livre ou ionizado → < 4,0mg/L, corresponde a um cálcio total de 8,0mg/L o Geralmente causada pela falta de mobilização do cálcio no osso → defeito de PTH ou sistema da vitD → ou por deposição de Ca nos tecidos e formação de complexos CAUSAS DEPENDENTES DE PTH • Destruição das paratireoides – hipoparatireoidismo → pós-cirúrgico, Irradiação cervical; Infiltração das paratireoides; Doença autoimune poliglandular; • Desenvolvimento deficiente das paratireoides → Síndrome de DiGeorge, Hipoparatireoidismo familial isolado; • Deficiência na secreção de PTH → hipo ou hipermagnesemia, hipocalcemia familiar com hipercalciúria; • Resistência à ação do PTH → pseudo-hipoparatireoidismo; CAUSAS DEPENDENTES DE VITD • Deficiência na produção ou absorção → diminuição da síntese cutânea; diminuição da ingestão, diminuição na absorção e aumento da perda (relação com fluxo biliar); • Deficiência de hidroxilação → deficiência de 25 e 1alfa-hidroxilação o Relação com nefropatias crônicas • Resistência em órgão-alvo → raquitismo dependente da vitD tipo II; OUTRAS CAUSAS • Deposição tecidual e formação de complexos → síndrome do osso faminto • Hipocalcemia do pcte criticamente enfermo → muitos pctes de UTI, está relacionada com mortalidade; • Medicações e outros agentes terapêuticos → EDTA e foscarnet, quimioterápicos, atb gentamicina; • Pode ser assintomática, mas a forma aguda tende a ter caráter neuromuscularo Parestesia, laringospasmo, tetania, convulsões; o Irritabilidade, labilidade emocional, alucinações e depressão; o Sinal de Chvostek, Sinal de Trousseau; o Hipotensão arterial e arritimias (prolongamento QT); o Constipação intestinal e dor abd; • Medida de cálcio sérico o Relação variável do cálcio total com a albumina sérica e o pH • Dosagem do cálcio iônico por eletrodo específico é recomendada → principalmente em pctes criticamente enfermos; • Comportamento dos níveis séricos de fosforo pode ajudar • Medidas de PTH intacto devem ser coletadas simultaneamente → distúrbios do metabolismo da vit D tem concentrações de PTH elevadas, caracterizando hiperparatireoidismo secundário o cAMP urinário aumenta no hipoparatireoidismo primário após infusão de PTH (teste de Ellsworth-Howard) e não se altera no pseudo-hipoparatireoidismo; • Tratar quando cálcio total sérico < 7mg/dL e pcte com sintomas neuromusculares; • Hipocalcemia Aguda → urgência na paratireoidectomia; o Gliconato de cálcio IV com monitoramento clinico e ECG; o Após desaparecimento dos sintomas agudos → manter infusão 0,5-1,5mg/kg/h até atingir concentração sérica de 8,0mg/dL; • Hipocalcemia Crônica → precisa de suplementação de cálcio e vitamina D; o Carbonato de cálcio e acetato de cálcio; • Cálcio total >10,5mh/dL; ❖ Causas relacionadas com PTH • Hiperparatireoidismo primário → 3ª patologia endócrina mais comum; • Maioria dos casos associada com adenoma simples de uma das glândulas da paratireoide; o Maioria dos casos é assintomático; • Hipercalcemia + PTH elevado • Hipercalcemia hipocalciúria familiar – diminuição da excreção de Ca ❖ Relacionadas com malignidade → hipercalcemia humoral da malignidade, metástases ósseas ❖ Relacionadas com vitamina D → Intoxicação por vitD, doenças glanulomatosas; ❖ Relacionadas com maior remanejamento ósseo → hipertireoid, imobilização, intoxicação vitA ❖ Relacionadas com IR → hiperparatireoidismo secundário grave, síndrome do cálcio alcalino; ❖ Relacionadas com uso de medicamentos → tiazídicos, aminofilia, estrógenos; • Assintomatico ou sintomas de acordo com idade, valor de elevação, etiologia envolvida; • Geralmente sintomas quando Calcio está acima de 12mg/dL; o Anorexia, vômitos, obnubilação, cefaleia, poliúria e noctúria; o Ansiedade, depressão, letargia, confusão mental e coma; o HAS → aumento da contratilidade cardíaca ▪ Encurtamento PR e QT, bloqueio AV de primeiro grau o TGI → efeito na produção de gastrina, constipação, anorexia, náuseas, ulcera duodenal; o Nefrocalcinose, vasoconstrição renal, deprecao espaço EC, obstrução tubular; • Dosagem de cálcio sérico e urinário, PTH, aumento da 25(OH)D; Crise hipercalcêmica → >14mg/dL → emergência endócrina • Hidratação oral e solução salina IV • Pode fazer uso de furosemida → inibe a reabsorção de cálcio, mas somente deve ser usado após a correção da depleção do VEC; • Calcitonina para estabilizar calcemia; • Uso de bisfosfonatos;
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