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Julia S. Crescencio/p3/tut 3 uc 9 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS NO IDOSO ALTERAÇÕES NO SISTEMA RESPIRATÓRIO DO IDOSO ● A cifose reduz os espaços intercostais, interferindo, assim, na expansibilidade pulmonar e na capacidade torácica ● A perda de força muscular provoca diminuição da capacidade inspiratória e expiratória progressivamente ● A fração do volume expiratório em um segundo (FEV1) e a capacidade vital (VC) diminuem ● Ocorre perda progressiva da capacidade de tosse e expectoração ● A capacidade de limpeza mucociliar decresce FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO Volumes 1. corrente: entra e sai 500 mL 2. reserva inspiratória: pode entrar mais 3000mL na forçada 3. reserva expiratória: pode sair mais 1100mL na forçada 4. residual: 1200mL sempre ficam no pulmão. Capacidade 1. Inspiratória: 3500mL 2. Residual funcional: 2300mL 3. Vital: 4600mL 4. Total: 5800mL Espirometria ● Pico de fluxo expiratório (PFE): ponto mais alto da curva fluxo-volume ● Capacidade vital forçada (CVF): maior volume de ar mobilizado em uma expiração forçada até o volume residual ● Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1): volume de ar expirado no primeiro segundo durante a manobra forçada ● Relação VEF1/CVF: quantidade de ar que foi expirado no primeiro segundo em relação a todo o ar expirado durante a manobra FISIOPATOLOGIA DA DPOC ● Doença pulmonar obstrutiva crônica, evitável e tratável, caracterizada por limitação crônica e progressiva ao fluxo aéreo, associada a uma resposta inflamatória crônica e exacerbada nas vias respiratórias a partículas e gases. ● O principal fator de risco é o tabagismo O enfisema resulta de um desequilíbrio: excesso de elastases ou deficiência de antielastases. A inflamação crônica induzida pela fumaça do cigarro, por exemplo, aumenta a concentração de proteinases, induzindo a destruição da estrutura pulmonar pela degradação da elastase e outros componentes, como colágeno, proteoglicanas e fibronectina. Julia S. Crescencio/p3/tut 3 uc 9 A mais importante antiproteinase é a alfa-1-antitripsina, inibidora da elastase neutrofílica e de outras proteinases. A deficiência grave desta é o único fator de risco genético implicado até o momento. O enfisema é caracterizado pela destruição das paredes dos alvéolos, com perda da elasticidade pulmonar e aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal (bronquíolo respiratório, ductos e sacos alveolares e alvéolos). A bronquite crônica é caracterizada com tosse produtiva persistente, pode 3 meses em 2 anos consecutivos, com inflamação crônica, hiperplasia das glândulas produtoras de muco e aumento do número de células caliciformes. Na DPOC também há hiperplasia da íntima e hipertrofia e hiperplasia da musculatura lisa das artérias pulmonares de pequeno calibre, secundárias à vasoconstrição hipóxica crônica. A destruição dos alvéolos observada no enfisema leva a perda do leito capilar. Essas alterações resultam em aumento da resistência vascular pulmonar, remodelamento vascular e hipertensão arterial pulmonar irreversível. CLÍNICA ● Idade avançada, hábito do tabagismo atual ou passado, início insidioso de dispneia com progressão lenta, sibilância, tosse crônica, produção de expectoração ● Maços-ano: maços por dia x anos de hábito. Menor que 10 a 15 geralmente não leva à DPOC. Valores maiores que 40 resultam em limitação do fluxo na espirometria ● Outras causas: exposição a vapores e poeiras orgânicas ou inorgânicas ● Nos estágios iniciais: normal ou tempo expiratório prolongado ou sibilância às manobras de expiração forçada ● Doença avançada: aumento do diâmetro anteroposterior do tórax (em tonel), rebaixamento do diafragma e hipersonoridade, hiperinsuflação dinâmica, aumento do tempo expiratório e uso da musculatura acessória, bulhas hipofonéticas, diminuição do murmúrio vesicular, roncos, sibilos e estertores, cianose na presença de hipoxemia, edema dos membros inferiores, turgência jugular patológica e congestão hepática, postura sentada levemente inclinada para frente com os braços apoiados e semiflexionados sobre a coxa para aliviar a dispneia, respiração por lábios cerrados, retração dos espaços intercostais inferiores (Hoover) e asterixe (tremor) secundário a hipercapnia acentuada. ● Radiografia de tórax: hiperinsuflação, achatamento do diafragma, aumento do espaço retroesternal, verticalização do coração e redução das marcas vasculares. Em estágio avançado, a parede das bolhas enfisematosas pode ser Julia S. Crescencio/p3/tut 3 uc 9 visualizada como finas linhas curvas. O enfisema acentuado pode ser visualizado como áreas de hipertransparência. ● Espirometria: realizada antes e após a administração de um broncodilatador. O paciente realiza uma expiração forçada a partir da capacidade pulmonar total (CPT). A relação entre o volume expirado forçado no 1o segundo e a capacidade vital forçada (VEF1/CVF) menor que 0.70 após a administração de um broncodilatador determina a presença de obstrução ao fluxo aéreo. ESTADIAMENTO O GOLD determina o risco do paciente apresentar uma exacerbação. A gravidade dos sintomas é avaliada pelo mMRC ou CAT. E os 3 componente são combinados em: ● A: baixo risco, poucos sintomas - Gold 1 ou 2, mMRC 0 ou 1, CAT<10 ● B: baixo risco, mais sintomas - Gold 1 ou 2, mMRC >2 ou CAT ≥ 10 ● C: alto risco, menos sintomas - Gold 3 ou 4, mMRC 0 a 1, CAT <10 ● D: alto risco, mais sintomas - Gold 3 ou 4, mMRC > 2 e CAT ≥ 10 CAT: CALENDÁRIO VACINAL PÚBLICO DO IDOSO Influenza: dose única anualmente Pneumocócicas (VP13 e VP23) dT (difteria e tétano) Febre amarela: residentes de áreas de vacinação Julia S. Crescencio/p3/tut 3 uc 9 FISIOPATOLOGIA DA PNEUMONIA Infecção bacteriana, viral ou fúngica no parênquima pulmonar. CLASSIFICAÇÃO Conforme o local de aquisição: PAC (adquiridas na comunidade) ou nosocomial/hospitalar precoce (2-4 dias após hospitalização) ou tardia (5 ou mais dias). ● PAC relacionadas com serviços de saúde: recebiam terapia enteral ou parenteral, terapia renal substitutiva, quimioterapia, curativos para feridas até 30 dias antes, hospitalização nos últimos 90 dias por 2 dias ou mais, imunocomprometidos ou com imobilidade, que usaram antibiótico nos últimos 90 dias, que fazem uso de agentes supressores da acidez gástrica e os que residem em ILPI. Conforme a presença de comorbidade: presente ou ausente Conforme a condição imunológica do idoso: imunocompetente ou imunossuprimido PATOGENIA Mecanismos: colonização da orofaringe/nasofaringe e subsequente aspiração de microrganismos, inalação de aerossóis infectados, disseminação hematogênica de outros locais de infecção e extensão direta do foco adjacente infectado. Apesar da diminuição da capacidade vital, da atividade mucociliar e da resposta imune, o envelhecimento não é fator de risco isolado para pneumonia. O risco está aumentado em: tabagismo, desnutrição, disfagia, dpoc... A maioria dos estudos demonstra que os bacilos gram-negativos são os principais responsáveis pelas pneumonias hospitalares nos idosos, enquanto o principal agente da PAC é o pneumococo (Streptococcus pneumoniae). CLÍNICA ● Tríade: infecção (febre, calafrio, leucocitose), sintomas respiratórios (tosse, secreção, dispneia, dor torácica e achados no exame físico) e alterações radiológicas. ● No paciente idoso essa tríade pode não estar presente, podendo apresentar-se com poucos sintomas ou sintomas inespecíficos, como confusão mental, distúrbio do humor, incontinência, inapetência, perda de peso, declínio funcional, piora de doença crônica prévia, síncope e quedas ● Sintomas menos relatados em idosos: dor pleurítica, febre e calafrios ● A dispneia pode se apresentar sozinha e a taquipneia foi o sinal mais indicativo em idosos. Nos indivíduos de 75 anos ou mais, a temperatura de 37,2 pode ser considerada febril Julia S. Crescencio/p3/tut 3 uc 9 ● No exame físico, ao contrário dos jovens, raramente mostra sinais de consolidação pulmonar (redução do murmúrio vesicular e do frêmito toracovocal e presença de estertores crepitantes finos)DIAGNÓSTICO Hemograma e radiografia do tórax. A persistência da imagem radiológica após a cura clínica da infecção sugere neoplasia. Entretanto, para os idosos, é conveniente aguardar um prazo maior, pois a resolução radiológica pode demorar até 12 semanas. A pesquisa extensa do agente etiológico nas PAC 's pode ser dispensada na maioria dos casos uma vez que quase sempre esquemas de tratamento empírico, baseados em agentes prováveis, são efetivos. Entretanto, devem ser feitos na presença de PAC grave e pneumonias relacionadas com serviços de saúde, em que a probabilidade de bactéria resistente é maior. O escore para infecção pulmonar clínica (CPIS) foi desenvolvido para diagnosticar pneumonias hospitalares: febre, secreção purulenta, contagem de leucócitos, oxigenação, alterações/progressões radiológicas, identificação de patógenos na secreção. São necessários 3 fatores para diagnóstico. PROGNÓSTICO Critérios maiores: necessidade de VM e ocorrência de choque séptico. Critérios menores: PaO2/FiO2 < 250, envolvimento multilobular, PAS < 90 mmHg e PAD < 60 mmHg A presença de um critério maior ou de dois critérios menores é suficiente para identificar um caso como grave. CURB-65 C: confusão mental U: uréia > 50 mg/dl R: FR ≥ 30 irpm B: PAS < 90 mmHg ou diastólica ≤ 60 mmHg 65: idade maior que 65 anos Para cada critério, atribui-se 1 ponto. Pacientes de escore 0-1 (apenas idade) podem ser tratados em casa, os demais devem ser internados. Os escores 4 e 5 são indicativos de pneumonia grave. Entretanto, outros fatores devem ser levados em conta na decisão: condições sociais e de suporte familiar, condições financeiras, presença de demência avançada e de doença terminal. REANIMAÇÃO e onr Conduta que visa a não utilização do suporte avançado de vida para manter os sinais vitais em casos de pacientes que se encontram em estágio terminal e sofrem parada cardiorrespiratória, ou nos casos que os esforços para prolongar a vida não se justificam. ● Os médicos não são obrigados a reanimar o paciente em casos de morte nítida (rigidez cadavérica, decapitação e decomposição), além de casos em que o paciente ou responsável legal autorize a não reanimação ou havendo uma ordem judicial que impeça tal ato. Julia S. Crescencio/p3/tut 3 uc 9 ● Resolução CFM n. 1805/2006, dá ao médico o poder de decidir se os procedimentos de reanimação são ainda necessários ou não quando o doente se encontra em estado grave, respeitando a vontade da pessoa e de seu representante legal CRITÉRIOS DE INTUBAÇÃO Analisar: capacidade de manter as vias aéreas pérvias, falhas ventilatórias, falha na oxigenação. 1. Consciência: glasgow < 8 2. Reflexos: não consegue preservar os reflexos de deglutição/tosse… O paciente pode engasgar e não conseguir manter as vias aéreas pérvias. 3. Traumas: queimaduras, edemas intenso, hematoma, anafilaxia, trauma torácico 4. SatO2 < 94% intuba Obs: DPOC < 88% CRITÉRIOS DE TRAQUEOSTOMIA ● Obstrução das VA superiores ● Aspiração crônica (sequela de AVC) ● Intubação prolongada ● Edema muito intenso ● Facilitar aspiração de vias aéreas baixas ● Reduzir o espaço morto durante a ventilação para facilitar desmame de ventilador ● Câncer de laringe ● Paralisia bilateral de prega vocal (após tireoidectomia)
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