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https://novaescola.org.br/conteudo/20407/aprendizagem-baseada-em-projetos-
entenda-o-que-e-e-como-funciona-na-pratica
Publicado em NOVA ESCOLA 08 de Junho | 2021
Metodologias ativas
Aprendizagem Baseada em
Projetos: entenda o que é e como
funciona na prática
A metodologia ativa contextualiza o conhecimento e favorece o
protagonismo, autonomia e a colaboração entre os alunos. Entenda como
implementá-la no ensino remoto
Aline Naomi
Crédito: Getty Images
O uso de metodologias ativas, que colocam o aluno no centro do processo de ensino e aprendizagem,
tem ganhado força ultimamente. Uma dessas metodologias é a Aprendizagem Baseada em Projetos
(ABP). A partir de uma questão norteadora, em geral ligada à realidade dos estudantes, eles
investigam, debatem e elaboram um produto ou uma possível solução, usando os conteúdos
curriculares. Nesse processo, trabalham em grupos e aprendem de forma coletiva e colaborativa.
Uma das vantagens da ABP é que a relação com um tema ligado ao contexto dos estudantes tende a
despertar o interesse da turma e favorecer o engajamento. Foi o que aconteceu com o professor Luiz
Felipe Lins em seu projeto “Geometria e Construção”, vencedor do Prêmio Educador Nota 10 em 2020.
Ao receber o panfleto de um prédio em construção, Luiz Felipe levou o material a seus alunos e
percebeu que eles nunca tinham visto uma planta baixa. “A maioria mora em comunidades e as casas
são construídas aos poucos”, diz o professor, que dá aula de Matemática para o Fundamental 2 na
rede municipal do Rio de Janeiro.
https://novaescola.org.br/conteudo/20407/aprendizagem-baseada-em-projetos-entenda-o-que-e-e-como-funciona-na-pratica
Ele aproveitou então a oportunidade para ensinar alguns conceitos de arquitetura. Dividiu os alunos
em grupos e propôs que cada um montasse o projeto de uma casa. Com a atividade, ele conseguiu
abordar conceitos matemáticos como escalas e áreas. Durante o processo, percebeu também
algumas deficiências da turma, como a dificuldade de realizar operações com decimais, e aproveitou
para repassar o conteúdo.
Como trabalhar com projetos durante a pandemia
Neste Nova Escola Box compartilhamos estratégias que permitam desenvolver propostas
inspiradas na metodologia de Aprendizagem Baseada em Projetos durante o ensino remoto.
ACESSE AQUI OS
CONTEÚDOS
O professor explica que, nesse tipo de prática, há um planejamento de como serão trabalhados
determinados conteúdos, mas o processo pode ser adaptado de acordo com o que os estudantes vão
trazendo. “Existe um planejamento e eu vou articulá-lo aos conceitos que preciso trabalhar, como
área, mas eles apontam outras necessidades também, e eu abordo esses conteúdos na aula
seguinte”.
No projeto, os alunos calcularam a quantidade de piso necessária para a casa, fizeram uma pesquisa
de campo para orçar o custo do material e montaram uma planilha — primeiro de forma manual e,
depois, no computador. Por fim, os grupos construíram uma maquete das casas planejadas e
apresentaram para o restante da classe. 
Aprendizagem Baseada em Problemas x Aprendizagem Baseada em Projetos
Conheça as diferenças e as semelhanças entre as duas metodologias
A Aprendizagem Baseada em Problemas é um recorte da Aprendizagem Baseada em Projetos,
explica Fernando Trevisani. “A primeira é um estudo mais focado, em geral, relacionado a uma
questão específica. Já a Aprendizagem Baseada em Projetos pode envolver muitos assuntos em
um único projeto.”
Além disso, a Aprendizagem Baseada em Problemas pressupõe a elaboração de uma solução
para um dado desafio, geralmente de um cenário hipotético. Já a Aprendizagem Baseada em
Projetos procura solucionar problemas da vida real com propostas mais amplas.
Em ambos os casos, o objetivo é despertar o interesse dos alunos sobre determinados temas,
relacionando diferentes conceitos e habilidades. Nesse sentido, os dois modelos conseguem
colocar o estudante no centro da aprendizagem e atendem às propostas da BNCC.
Alunos protagonistas
A ideia de trabalhar com projetos também pode partir dos próprios alunos. Foi o que aconteceu com
Arabelle Calciolari, professora de inglês para os Anos Iniciais do Fundamental da rede municipal de
Jundiaí (SP) e uma das premiadas do Educador Nota 10 em 2019. Sua colega, a professora de
Educação Física Mariana Maziero, precisava trabalhar hip hop com os alunos. Como Arabelle já havia
envolvido as turmas em outros projetos, eles deram a ideia de convidar a educadora para esse
trabalho. Assim, ela pôde trabalhar os aspectos históricos e sociais do gênero.
Chamado de “Hip hop: do passado à atualidade”, o projeto articulou não só a dança, mas a música, o
grafite e as questões raciais envolvidas. Além disso, os alunos puderam conhecer um coletivo que
atua na cidade, a exemplo dos coletivos norte-americanos da década de 1980.
Quando foi realizado, no período de aulas presenciais, o projeto resultou em um grafite no muro da
https://box.novaescola.org.br/etapa/3/educacao-fundamental-2/caixa/122/como-trabalhar-com-projetos-durante-a-quarentena
escola, mas Arabelle destaca que o mais importante foi o aprendizado durante o processo. “Fomos
notando algumas mudanças nas crianças. Eles aceitaram muito bem o projeto. Teve aluno que ficou o
ano inteiro com vergonha, mas na hora dançou”, conta a professora que já havia desenvolvido outros
projetos anteriormente, envolvendo o dramaturgo William Shakespeare e os Beatles.
Curso: Metodologias Ativas: Ensino Híbrido e Aprendizagem Baseada
em Projetos
Neste curso, você irá conhecer as metodologias Ensino Híbrido e Aprendizagem Baseada em
Projetos, estratégias que promovem maior engajamento dos alunos por meio de uma participação
mais ativa na construção de conhecimento. Veja quais são as orientações e para que servem cada
modelo.
SAIBA MAIS SOBRE O
CURSO
Avaliação e BNCC
Arabelle e Luiz Felipe observam que a avaliação de um projeto tem de considerar todo o processo de
desenvolvimento e não apenas o produto final. “Às vezes, o educador foca no produto final, achando
que isso vai mostrar se o aluno aprendeu ou não. Mas é durante o processo que está ocorrendo a
aprendizagem, e aí devem entrar a escuta e o olhar atento do professor”, ressalta Arabelle.
No projeto de Luiz Felipe, a avaliação final consistiu em uma autoavaliação, na qual os alunos
contaram as dificuldades que encontraram, as aprendizagens que tiveram e como eles usaram a
matemática. “Isso foi muito rico. Alguns estudantes relataram que aprenderam a trabalhar em equipe
e a escutar o outro. Uma estudante disse que perdeu a vergonha do pai, que era pedreiro”, lembra o
professor.
Segundo Fernando Trevisani, consultor pedagógico, especialista em educação inovadora e
doutorando em metodologias ativas, a ABP é um bom modelo para desenvolver não só
conhecimentos específicos, mas também as competências gerais da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC). “O trabalho em grupo vai exigir que as crianças trabalhem juntas, cooperem, tenham empatia
com a dúvida da outra, comuniquem-se e argumentem para convencer os colegas de uma possível
estratégia”.
Além disso, a metodologia traz a possibilidade de integrar duas ou mais disciplinas, como fez Arabelle.
“A BNCC é dividida em componentes curriculares, e a ideia do projeto é tentar integrar isso, porque
muitas das habilidades propostas dizem respeito a um mesmo fenômeno, ao mesmo objeto de
estudo”, reforça o consultor.
“Dentro do projeto conseguimos trabalhar um tema e juntar todos os componentes curriculares. Essa
interação é importante porque as coisas não têm essa separação entre as áreas do conhecimento. Se
um rio está poluído, quantas áreas não estarão envolvidas na solução desse problema?”, questiona a
educadora.
Desenvolvendo projetos interdisciplinares no contexto remoto
Projetos interdisciplinares podem ajudar no desenvolvimento de competências sociomocionais e
estimular o aprofundamento dos alunos sobre problemas complexos.
SAIBA MAIS AQUI
Projetos no contexto da pandemia
Como a ABP pressupõe muita interação entre os alunos,a aplicação da metodologia no modelo
presencial costuma ser mais fácil, uma vez que no ensino remoto essa interação depende da
https://cursos.novaescola.org.br/curso/11274/metodologias-ativas-ensino-hibrido-e-aprendizagem-baseada-em-projetos/resumo
https://box.novaescola.org.br/etapa/3/educacao-fundamental-2/caixa/161/desenvolvendo-projetos-interdisciplinares-no-contexto-remoto
conectividade e do acesso à tecnologia.
No começo da pandemia, Arabelle ficou preocupada uma vez que a oralidade é muito importante nas
aulas e ela não seria reproduzida pelas famílias que acompanham as crianças. Além disso, poucos
alunos tinham acesso a plataformas como o Google Meets. A professora e sua colega juntaram as
turmas de 4º e 5º ano para elaborar o projeto de hip hop por meio de pesquisa online, apresentação
dos alunos, indicações de músicas, vídeos e filmes e conversa a distância com um membro de um
coletivo.
Além de procurar adaptar o projeto “Geometria e Construção” para o ensino remoto, Luiz Felipe
pensou, ao cozinhar durante a pandemia, em trabalhar com algoritmos e fluxogramas usando
receitas. “Na aula, comecei meu vídeo fazendo um pudim e mostrei que ali tinha um fluxograma.
Desafiei que eles fizessem uma guloseima junto com os pais e montassem um fluxograma”, conta o
professor. “Projetos são ações coletivas e colaborativas. No momento, quem pode colaborar é a
família, que está junto deles, mas deu para ser colaborativo e mão na massa.” 
Dicas para trabalhar com a metodologia de projetos
Os professores Luiz Felipe e Arabelle dão algumas orientações
Considere a necessidade ou a vontade dos estudantes. Arabelle conta que o projeto que
desenvolveu sobre Shakespeare, por exemplo, veio de uma necessidade de aprenderem
determinados conteúdos. “Já o projeto do hip hop partiu de um desejo deles.”
Conheça seu aluno. É preciso conhecer o estudante para instigar a curiosidade em aprender.
Tenha escuta ativa e olhar atento. A avaliação de um projeto não pode focar apenas no produto
final. “O importante é o que eles fizeram para chegar a esse produto e o que eles aprenderam”,
afirma Arabelle.
Questione a aplicação dos conhecimentos. É preciso olhar para a realidade dos alunos e
questionar as aplicações práticas do que está sendo ensinado. “As crianças valorizam muito mais
os conhecimentos que elas sabem aplicar”, observa Luiz Felipe.
Coloque-se no lugar da criança. Ao pensar em uma sequência didática mediada por projetos,
tente se colocar no lugar da criança e pensar se aquilo é interessante.
Faça alterações de acordo com as demandas dos alunos. Luiz Felipe relata que é muito
interessante, em cada etapa do projeto, discutir com os estudantes se cada ação planejada surtiu
efeito e gerou aprendizagem. “A partir daí, planejamos novas ações e vamos avançando, mas eles
me auxiliam porque são protagonistas do processo.”

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