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Mapa do prefácio da segunda edição da Crítica da razão pura de Kant [paginação de acordo com a edição original da crítica, que consta na maior parte das edições] 1. (B VII - B XV)Problemática da Crítica da Razão Pura como a procura por um solo consistente para os conhecimentos da razão no que diz respeito à metafísica (ou seja, à capacidade de usar a razão para falar das coisas para além da experiência ). a. (B VIII - B X) O caso da lógica (conhecimento seguro a ponto de não possuir mais progressos, se elaborando apenas num campo de juízos analíticos) b. (B X - B XII) O caso da matemática (encontrou o caminho seguro a partir de Tales/Euclides, caminho facilitado por ser uma ciência pura) c. (B XII - B XIV) O caso da física (um caminho mais longo, que teria encontrado seu solo [ou seja, a parte pura do seu conhecimento] a partir da revolução científica europeia). d. (B XIV - B XV) O caso da metafísica (uma ciência fracassada, que não consegue um solo, mas ao mesmo tempo aparece como inevitável ) i. Definição da metafísica [filosofia] como ciência que procura falar das coisas por meio da razão mas sem apelo à experiência (diferente da física, mas diferente da matemática também, que para Kant tem um estatuto especial). A metafísica quer, portanto, duas coisas que são conflitantes (para Kant): 1. Conhecer as coisas 2. Conhecer por meio da razão (especulação, sem apelo à experiência) ii. A história desse campo, porém, é a história do seu fracasso, de ser um eterno terreno de lutas sem fim. A dificuldade é que parece que as duas demandas estão em contradição, pois como seria possível conhecer as coisas sem apelar para a experiência? iii. O desejo de realizar esse tipo de juízo, porém (juízos sobre as coisas sem apelo à experiência), insiste, o que torna ele um problema. 2. (B XVI - B XXI) A revolução copernicana como mudança de paradigma a. (BXVI) Proposta de mudançå de rumo em direção a uma inversão copernicana, em que não mais se procure regular o conhecimento pelos objetos, mas que os objetos se regulem a partir do nosso conhecimento. b. (B XVII - B XVIII) A revolução copernicana permite a Kant ter um objeto que seja possível investigar pela razão na medida em que ela abdica da necessidade de conhecer as coisas a partir delas mesmas, mas a partir da maneira como elas se guiam pelas faculdades do conhecimento (faculdades da intuição e do entendimento). c. (B XIX - B XXI) Os efeitos dessa mudança de paradigma são a possibilidade de se mostrar em que medida é possível um conhecimento a priori das coisas. i. Esse resultado, porém, é aparentemente insólito, pois ele deixa claro os limites possíveis do conhecimento e os limites da própria razão (que não pode ter solidez fora da experiência possível). Dessa Crítica o que se extrai é a própria impossibilidade da metafísica conseguir o que deseja (um conhecimento das coisas independente ou para além da experiência). ii. O resultado aparece se pensamos nas expectativas da metafísica. Como o que se deseja é pensar as coisas para além da experiência, quando realiza-se a inversão copernicana aparece aquilo que pode ser objeto de investigação sem que se precise depender da própria experiência. O que aparece como campo de investigação possível, ainda que “pouco” é a exploração da própria capacidade de conhecer as coisas a partir das estruturas que condicionam o seu conhecimento (ou seja, a estrutura do que Kant chamará de sujeito transcendental e suas faculdades). iii. Resta ainda em aberto a questão do uso da razão no campo prático (que Kant menciona depois) 3. (B XXII - BXXIV) O objeto do tratado e seus efeitos a. Estabelecer os contornos/limites do que a razão pode conhecer b. Elaborar a estrutura interna do sujeito. 4. (B XXIV) - B XXXI) Divisão entre aparência (fenômenos) e coisas em si e suas consequências práticas a. (B XXIV - B XXV) O uso prático da razão que fica liberado após se realizar a crítica da razão, de modo que determinar os limites do que podemos conhecer é o primeiro passo para isso. i. A restrição dos limites da razão no que diz respeito ao conhecimento não é apenas uma limitação negativa. A restrição do uso da razão especulativa e a diminuição da pretensão de conhecimento de certas coisas abre espaço para se pensar problemas morais sem certas limitações. b. (B XXV - BXXVI) Sobre a compreensão do espaço e do tempo como formas da intuição sensível e que também não podemos ter conceitos sobre as coisas sem que nos sejam dado intuições correspondentes a esses conceitos. Nossa experiência das coisas (ou seja, o conhecimento) é mediado por estruturas a priori. c. (B XXVI e nota) Divisão entre fenômenos (que são objeto do conhecimento) e coisas em si (apenas pensáveis) d. (B XXVII - B XXXI) Consequências da distinção entre fenômenos e coisas em si i. Impossibilidade de conciliar certas posições conflitantes (como no caso da alma) ii. A divisão entre o que é da ordem do conhecimento e o que é apenas da ordem do pensamento permite conciliar (pois o objeto é tomado em dois sentidos) certas ideias conflitantes que poderiam existir entre eles. iii. A partir dessa divisão certas coisas se tornam pensáveis. Isso não nos fornece certezas, mas permite pensar certos pressupostos que são fundamentais para se pensar a própria possibilidade de uma vida moral (como a ideia de que sem uma ideia de liberdade — ainda que ela não seja conhecível — não podemos pensar uma moral). iv. Abdicando-se da pretensão de conhecer certas coisas, pode-se apenas se contentar em torná-las pensáveis, o que por sua vez abre todo um campo para que a razão possa ser posta à serviço de examinar as condições de uma vida virtuosa/justa sem que a gente precise provar que essas condições existem. Abre-se mão da certeza do conhecimento em nome da possibilidade de preservar a possibilidade dessa esfera de refletir sobre a ação. 5. (B XXXII - BXXXVII) Efeitos institucionais das novidades trazidas pela Crítica da razão pura a. (B XXXVI) Comentários sobre o uso dogmático da razão 6. (B XXXVII - B XLIV) Novidades na segunda edição da Crítica da razão pura
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