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RESUMO OAB DIREITO PROCESSUAL TRABALHISTA

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Direito Processual Trabalhista - OAB/RJ | Yasmim Martins de Magalhães | 2021.1
DIREITO PROCESSUAL TRABALHISTA – OAB/RJ	
	CONTEÚDOS
	QUESTÕES
	EXECUÇÃO
	26
	RECURSOS
	18
	AUDIÊNCIA
	17
	PROVAS
	17
EXECUÇÃO
O processo executivo justrabalhista do ordenamento jurídico pátrio pode ser conceituado como o meio de se efetivar a obrigação decorrente de pretensão formulada judicialmente em fase de conhecimento que foi reconhecida pelo Estado através da tutela jurisdicional formando um titulo executivo judicial ou decorrente de obrigação contida em título executivo extrajudicial. Humberto Theodoro Jr. Conceitua, em breves palavras, o processo de execução como aquele que "se destina à satisfação do crédito à parte" exequente.
Sabe-se que para uma obrigação ser executada ela deve ser certa (não estar sujeita a alteração, através de um recurso ou uma revogação da decisão concedida em sede de tutela provisória de urgência), líquida (quando há valor ou objeto individualizado) e exigível (não sujeita a termo ou condição).
As modalidades de execução são as que têm por base um título executivo judicial e extrajudicial. Os títulos judiciais vêm definidos no art. 876 da CLT e 515 do NCPC, já os títulos executivos extrajudiciais estão previstos no art. 876 da CLT e 784 do NCPC. Nos processos executivos de títulos judiciais a competência para o processamento é da vara que conheceu do processo de conhecimento (art. 877-A, CLT), já nos títulos extrajudiciais a competência será da vara que teria a competência para o caso se fosse realizado o processo de conhecimento.
Vale abrir um parêntese para explanar que a execução pode ser provisória ou definitiva. Ela é provisória quando o título executivo é provisório, v. G., quando há uma sentença de procedência dos pedidos, mas sobre ela ainda não tenha se operado a res judicata (coisa julgada), ou seja, o trânsito em julgado. Definitiva será a execução de sentença em que já se operou o trânsito em julgado ou quando o título for extrajudicial (Sumula nº 317 do STJ).
Quanto às responsabilidades, na execução elas podem ser sintetizadas, a priori, em quatro espécies: (1) a do devedor principal, (2) a do sócio, (3) a do devedor subsidiário e (4) a do grupo econômico.
O devedor principal é o tomador do serviço laboral que se vincula com o trabalhador através do contrato de trabalho ou da prestação de serviço. Responde como legitimado passivo em uma eventual demanda justrabalhista.
A responsabilização do sócio da empresa só é possível se houver a desconsideração da personalidade jurídica, nos termos do art. 28, § 5º do CDC e art. 133 do NCP que tratam, respectivamente, da teoria objetiva (menor) - em que basta a mera comprovação da inexistência de bens da empresa para se atingir o patrimônio do sócio - e do incidente de desconsideração da personalidade jurídica.
A responsabilidade do devedor subsidiário está prevista na Súmula nº 331 do col. TST que prevê a obrigação que tem o tomador de serviço com empregado de empresa prestadora de serviço, desde que este empregado preste serviços diretamente ao tomador. Se o tomador de serviço for pessoa privada, basta o mero inadimplemento das obrigações trabalhistas para que o tomador seja responsabilizado. Se, porém o tomador for a Administração Pública, além do inadimplemento deve haver conduta culposa in vigilando. Vale esclarecer que, somente haverá essa responsabilização se o tomador for incluído no polo passivo da demanda justrabalhista durante a fase de conhecimento.
Por derradeiro, quanto às responsabilidades, nos termos do art. 2º § 2º da CLT, cada empresa que faça parte de grupo econômico, mesmo que haja personalidade jurídica própria, é considerada responsável solidária com as outras que o compõem. Neste caso, a responsabilização do devedor solidário permanecerá independentemente de a empresa executada ser ou não incluída no polo passivo da reclamação trabalhista na fase de conhecimento.
Após o trânsito em julgado da decisão dar-se-á início ao incidente de Liquidação de sentença, nos casos de sentenças condenatórias e naqueles em que a obrigação não seja líquida. Esse procedimento de liquidação pode se dar (i) por cálculos aritméticos, (ii) por arbitramento e (iii) por artigos, podendo ser feito por contador judicial, por perito nomeado pelo juiz ou ainda pelas partes.
Realizada a liquidação, o juiz manda intimar a União para se manifestar e ainda, se entender necessário, procede a intimação das partes. Ultrapassado o prazo sem impugnação do laudo, o juiz emite decisão interlocutória homologando o laudo.
Como na justiça do trabalho o processo não é sincrético (aquele em que a execução é uma fase processual) após o incidente de liquidação judicial (em caso de execução de título judicial) o devedor deve ser citado. O juiz expede o mandado de citação, penhora e avaliação e o devedor tem três opções: pode ficar inerte; pode realizar o pagamento da dívida; e pode nomear bens à penhora ou garantir o juízo, caso tenha o interesse em ajuizar embargos à execução. Não realizado o pagamento no prazo legal de 48 horas (art. 880, CLT) o oficial de justiça irá penhorar os bens do devedor. Se, porém houver a garantia do juízo, o devedor terá o prazo de 5 dias para ajuizar os embargos à execução.
Caso sejam apresentados embargos à execução e, sendo-lhe concedido o efeito suspensivo, o processo será suspenso (art. 921, II, CPC). Não havendo esse efeito suspensivo, os procedimentos executivos serão realizados através das seguintes hipóteses: (1) apropriação de frutos e rendimentos, (2) arrematação ou alienação e (3) adjudicação. Pode ainda ocorrer a remição da dívida (pagamento) dando fim à execução. A arrematação e/ou a alienação podem dar-se por hasta pública (nas modalidades “praça” para bens móveis e “leilão” para bens imóveis) ou por leilão judicial (que pode ser eletrônico ou presencial).
Por derradeiro, a extinção da obrigação pode se dar pelas hipóteses do art. 924 do CPC, das quais destacamos como principal a satisfação da obrigação através do pagamento (inciso II). O pagamento pode ocorrer à vista ou na forma parcelada prevista nos arts. 895 e 916 do CPC.
Quando o réu é a fazenda pública, o procedimento toma outros rumos. Após a decisão homologatória da liquidação a Fazenda poderá realizar o pagamento através do Precatório ou da Requisição de Pequeno Valor (RPV). Esta quando a dívida for menor que 60 salários mínimos no caso de o réu ser a União, 40 salários mínimos se o réu é Estado ou o DF e ainda 30 mínimos quando o réu é Município. 
Já o regime de precatório está previsto no art. 100 da CRFB para pagamento de dívidas com valor superior a 60 salários mínimos, ao qual se aplica as regras de preferência aos que têm 60 anos ou mais e àqueles que têm crédito de natureza alimentar.
RECURSOS
Embargos
Embargo é o nome dado a qualquer autorização legal para suspender um ato em defesa de um direito.
Em outras palavras, o termo pode ser definido como um conjunto de medidas que visam ir contra uma ação de terceiros e que prejudique os interesses do requerente.
Há vários tipos de embargos.
O infringente, por exemplo, é quando não há uma decisão unânime quanto à apelação proferida.
A execução é quando o devedor se nega a cumprir a sentença com intuito de revertê-la.
Existem também os embargos de divergência, que, conforme o nome já diz, serve para suspender decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo, em caso de desacordo entre as turmas.
Embargos de Declaração
Um dos tipos de embargos mais conhecidos são os embargos de declaração. Também conhecidos como embargos declaratórios.
Esse tipo de recurso serve para que uma das partes envolvidas possa tirar dúvidas em determinadas circunstâncias.
Esses esclarecimentos só valem para três casos específicos:
· Contradição ou obscuridade
· Omissão
· Erro material.
A obscuridade, por exemplo, ocorre quando uma das partes não consegue entender exatamente qual foi à sentença proferida.
Normalmente, esse problema se dá pela falta de clareza no texto ou algum tipo de contradição.Já a parte da omissão se refere quando algum dado fundamental do processo não consta nos autos.
E, por fim, o erro material é aquela informação imprecisa. Um cálculo mal-feito ou uma estatística equivocada.
Outro ponto importante para se prestar atenção diz respeito aos prazos.
Os embargos de declaração têm até cinco dias para serem julgados, ao contrário da maioria dos recursos trabalhistas, cujo prazo é de 15 dias.
Recurso Ordinário
O recurso ordinário segue a ordem natural do processo jurídico.
Como exemplo, uma parte que deseja recorrer de uma decisão de primeiro grau vai pleitear seus direitos em um tribunal de segunda instância.
Vale ressaltar que o recurso ordinário pode ser interposto, quando a competência originária é de outra ordem.
Como, por exemplo, um processo civil no Tribunal Regional do Trabalho. É o caso dos dissídios coletivos.
No recurso ordinário, há três pontos fundamentais que devem ser levados em conta: cabimento, prazo e preparo. O cabimento se refere às decisões definitivas do juiz.
O prazo é de 8 dias para interposição. Já os preparos são as custas (2% do valor da condenação) e o depósito recursal, o qual já explicamos.
Agravo de Petição
É um recurso normalmente utilizado para denunciar uma ofensa sofrida durante o processo.
Seu papel é causar um efeito suspensivo, adiando a decisão. O prazo para o agravo de petição ser proferido é de 8 dias contados a partir do ocorrido.
Da mesma forma, o acusado tem igual período para recorrer do recurso.
Recurso de Revista
O recurso de revista tem natureza extraordinária. Ou seja, não são os fatos e as provas que são discutidas, mas sim as possíveis violações às normas jurídicas.
Esse tipo de recurso cabe, única e exclusivamente, para corrigir uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de caráter ordinário e de dissídios individuais ou para uniformizar a jurisprudência.
O prazo é de 8 dias – exceto a Fazenda Pública e o Ministério Público do Trabalho, que têm o dobro do tempo.
A Lei 13.467/17 alterou a redação do artigo 896 da CLT, introduzindo mais um inciso ao dispositivo, que exige novo pressuposto extrínseco ao recurso de revista.
Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:
1º-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte:
IV - transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência da omissão.
Dessa forma, quando o recurso de revista arguir preliminar de nulidade por negativa de prestação jurisdicional, o recorrente deve demonstrar a resistência do tribunal em analisar a matéria a questão. A intenção da alteração foi retirar a necessidade de examinar acórdãos regionais proferidos em sede de recurso ordinário e de embargos de declaração, simplificando o processo para os órgãos julgadores do recurso.
A Reforma também revogou o incidente de uniformização de jurisprudência no âmbito dos tribunais regionais, que estava disposto nos parágrafos 3º e 6º do artigo 896 da CLT. Como o IUJ foi extinto no processo civil com o NCPC, a Lei 13.467/17 seguiu os mesmos moldes, já que o instituto era pouco utilizado e efetivo.
Também foi inserido ao artigo 896 o parágrafo 14, que estabelece que o relator pode denegar seguimento ao recurso de revista caso não estejam presentes todos os pressupostos intrínsecos e extrínsecos, o que já era aplicado na prática, mas não tinha previsão no direito processual trabalhista.
A nova Lei também tratou de regulamentar um requisito do recurso de revista, através do artigo 896 – A, chamado de transcendência, ou seja, para o recurso ser conhecido o recorrente precisa demonstrar os reflexos gerais do mesmo, de natureza econômica, política, social ou jurídica. O requisito tem esse nome, pois a discussão tratada no recurso deve transcender o caso concreto e repercutir nas esferas citadas.
Recurso Extraordinário
É um tipo de recurso no qual aspectos relacionados à Constituição são levados em conta e analisados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – por isso, a sua natureza extraordinária.
Uma lei pode ser interpretada de diferentes formas. A Constituição do Brasil abre brechas para isso, e não há nada de errado. Muito pelo contrário.
Afinal, um texto não costuma ser frio e estático, mas sim passível de inúmeras interpretações. E é justamente isso que esse tipo de recurso existe no processo do trabalho.
É claro que, para chegar a esse ponto, o processo precisa ter passado por todas as instâncias inferiores. Só assim o STF pode receber o recurso.
Neste caso, o prazo não é de 8 dias, conforme prevê a esfera trabalhista, mas sim de 15 dias – tanto para o seu julgamento quanto para eventuais objeções.
Agravo
É um tipo de recurso que avalia o ato do juiz, seja o mérito em si ou outras questões processuais. Ele pode partir tanto em resposta às partes envolvidas quanto em ofício pelo próprio julgador.
Se for uma resposta às partes, um exemplo pode ser a rejeição ou não do benefício de gratuidade de Justiça.
Já no caso de ser um ofício do próprio juiz, o exemplo pode ser a prescrição de determinado pedido de um dos lados envolvidos. O prazo de contestação do agravo é de 10 dias, e o insatisfeito deve contar esse tempo a partir da intimação da decisão.
Agravo de Instrumento
É quando uma das partes decide reformar a decisão do juiz. Esse recurso deve ser entregue diretamente ao tribunal envolvido e seguir requisitos como:
· Os motivos do requerimento de reforma da decisão
· A exibição do fato e do direito
· Dados completos dos advogados envolvidos no processo.
Outras informações também podem ser incluídas nos autos, mas essas acima citadas são obrigatórias. O prazo para todos os tipos de agravo é o mesmo: 10 dias – exceto o agravo retido, que deve ser interposto oralmente no momento do ato.
Medidas que se aplicam fora os recursos trabalhistas
Para tentar reverter à decisão judicial, algo que o advogado pode fazer é utilizar-se do protesto. Isso significa que ao ter um pedido indeferido, a parte a quem se destina esse indeferimento deve pedir ao juiz que consigne o seu requerimento na ata de audiência ou manifestar seu inconformismo de forma expressa no primeiro momento em que for chamado para se manifestar nos autos. Com isso, já estará garantindo o direito de, ao final, quando o juiz proferir a sentença, poder recorrer à instância superior e pedir a anulação da sentença.
Existem algumas possibilidades quando os casos são específicos. Por exemplo, em um em que há antecipação de tutela, ou seja, o juiz determina à reclamada que pague verbas rescisórias antes da sentença, pode-se recorrer à Súmula 414 do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Para este caso específico, a Súmula define que a parte que deve efetuar o pagamento pode como alternativa, tentar fazer valer um mandado de segurança diretamente no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Outra medida possível é a chamada correição parcial. Pode-se usá-la quando a parte se sente muito lesada pela decisão judicial. Nesse caso, pode tentar utilizar essa opção. Portanto, via de regra, não cabe recurso de decisão interlocutória no processo do trabalho. As exceções são as que constam na Súmula 214 do TST. Logo, quando não há essas situações, os recursos não podem ser usados em decisões interlocutórias.
AUDIÊNCIA
Ainda, é imprescindível ter em vista que muitos dos princípios existentes no processo civil também se aplicam a ritualística que regem as audiências trabalhistas, a exemplo da boa-fé processual, da cooperação, da primazia da solução do mérito.
Na visão de Mauro Schiavi:
O Processo do Trabalho, na expressão popular, é um processo de audiência, pois os atos principais da fasede conhecimento se desenvolvem neste ato. Além disso, a lei determina que todos os atores principais do processo estejam presentes na audiência. De outro lado, o Juiz do Trabalho, como regra geral, toma contato com a inicial pela primeira vez na audiência e também com a defesa, que é apresentada em audiência (escrita ou verbal), tenta a conciliação, instrui e julga a causa.
Dessa forma, vemos que a audiência no processo trabalhista é um rito fundamental e diretamente ligado a efetiva solução do litígio apresentado. É onde não somente haverá contato das partes com o magistrado, como também haverá a defesa oral das teses de ambas as partes, a apresentação de provas e testemunhas, fatores que serão fundamentais na elaboração da sentença pelo Juiz.
Princípios Constituidores das Audiências Trabalhistas
PRINCÍPIO DA ORALIDADE
Os procedimentos efetivados na audiência trabalhista são, em geral, feitos de forma verbal, sendo a oralidade elemento característico e sua relevância é um dos fatores que trazem peculiaridade ao processo trabalhista frente aos demais, sendo que as partes levam suas teses de forma concisa perante o Juízo.
Por isso, vale lembrar que o princípio da oralidade encontra-se previsto no artigo 847 da CLT, que prevê a defesa do reclamado de forma oral, além dos artigos 820 e 850 do mesmo texto consolidado.
Contudo é preciso salientar que o processo não é feito integralmente de forma oral, posto que é necessário apresentar também a defesa de forma escrita, com a finalidade de garantir a celeridade processual.
PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE
Tem por finalidade garantir uma aproximação mais efetiva do juiz e das partes, sendo traduzida como o contato direto possibilitado pela legislação trabalhista do magistrado e das partes, para que se possa esclarecer todas as teses presentes, em vista da primazia da realidade e da verdade dos fatos.
PRINCÍPIO INQUISITIVO
Tem por fundamento os artigos 765 e 852-A da CLT, que expressa que o magistrado trabalhista tem total liberdade na condução do processo, zelando pela celeridade processual, e com a possibilidade de determinar diligências necessárias para o esclarecimento de qualquer ponto sublimado das teses defendidas.
A direção do processo pelo Juiz se dará de forma livre, o que não se confunde com arbitrariedade por parte deste, visto que todas as garantias processuais das partes devem se sobrepor, bem como todos os preceitos previstos pelo ordenamento jurídico trabalhista.
PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO
De acordo com o entendimento de Mauricio Godinho Delgado:
A conciliação, por sua vez, é método de solução de conflitos em que as partes agem na composição, mas dirigidas por um terceiro, destituído do poder decisório final, que se mantém com os próprios sujeitos originais da relação jurídica contenciosa. (...) A conciliação judicial trabalhista é, portanto, ato judicial, mediante o qual as partes litigantes, sob interveniência da autoridade jurisdicional, ajustam solução transacionada sobre matéria objeto do processo judicial
Este é o princípio garantidor da heterocomposição processual e que visa garantir uma solução de conflitos pacífica, célere e efetiva para as partes. Vemos que pelos artigos 846 e 850, antes do recebimento da defesa, e após apresentação das razões finais, deve ser feita a proposta de conciliação pelo Juiz Trabalhista, mesmo que a possibilidade acordo entre as partes possa se dar em absolutamente qualquer momento da fase de instrução do processo e mesmo após a própria sentença proferida.
Peculiaridades da Audiência Trabalhista
O ATRASO DO MAGISTRADO
Primeiramente, notemos que o artigo 815 da CLT trata em seu parágrafo único da possibilidade de as partes e de seus procuradores se retirarem da sala de audiências caso haja mais de 15 minutos de atraso após a hora marcada para a audiência, caso o juiz ou presidente não compareça.
Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência, sendo feita pelo secretário ou escrivão a chamada das partes, testemunhas e demais pessoas que devam comparecer. 
Parágrafo único - Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou presidente não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências.
Constata-se que não há previsão legal para o atraso das partes, e nesse sentido a Orientação Jurisprudencial nº 245 da SDI-I, consolida o entendimento que não há previsão legal que tolere atraso no horário de comparecimento das partes, sendo que por conseguinte, fica a critério do Magistrado estabelecer essa tolerância no momento de início da audiência.
JUS POSTULANDI
O Jus Postulandi é fundamento constituidor do processo trabalhista e encontra-se previsto no artigo 791 da CLT:
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
Dessa forma, não há obrigatoriedade para as partes de representação por advogado. Ainda assim, citemos a Súmula 425 do TST que limita o Jus Postulandi nas Varas do Trabalho e Tribunais Regionais do Trabalho, não se aplicando em casos de ação rescisória, ações cautelares, mandados de segurança e recursos direcionados ao Tribunal Superior do Trabalho.
AUSÊNCIA DAS PARTES
Peculiaridade prevista nos artigos 843 e 844 da CLT, que exigem de ambas as partes o comparecimento pessoal frente ao Juízo, podendo ser designado preposto, e sem a necessidade de seus advogados.
Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria.
§1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
§2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
§3º O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não precisa ser empregado da parte reclamada.
Como visto, por ser o reclamado na maioria das vezes o próprio empregador ou a empresa contratante, esta pode fazer-se substituir por um preposto que deve ter conhecimento dos fatos e cujas declarações obrigarão o preponente. O não comparecimento do reclamado gera revelia e confissão quanto a matéria de fato.
Com a Lei 13.467/17, conhecida como Reforma Trabalhista, acrescentou-se o §5º ao artigo 844 da CLT, que possibilita que mesmo ausente o reclamado, se houver a presença de seu advogado com a defesa e documentos correspondentes, ambos poderão ser aceitos pelo Magistrado, juntamente com os elementos probatórios.
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
§1º Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova audiência. 
§2º Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável
§3º O pagamento das custas a que se refere o § 2oé condição para a propositura de nova demanda. 
§4º A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se: 
I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação; 
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato
IV - as alegações de fato formuladas peloreclamante forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos
§5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados.
Por fim, quanto a ausência do reclamante, há o arquivamento do processo, e no caso de não comparecimento a audiência por duas vezes seguidas, este incorrerá na perda por seis meses do direito de propor reclamação trabalhista frente a justiça laboral.
RITOS E PROCEDIMENTOS DA AUDIÊNCIA
Teremos agora um enfoque maior na audiência em si, nos ritos e regras que circundam a execução da audiência. Inicialmente observemos o artigo 841 da CLT, segundo o qual o diretor da secretaria é aquele encarregado pelo recebimento da petição inicial, o qual deverá designar a audiência, bem como notificar as partes da data designada, que não poderá ser realizada em prazo inferior a 5 dias contados a partir da entrega da notificação.
Art. 841 - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.
§1º - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.
§2º - O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou na forma do parágrafo anterior.
§3º - Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação. 
Com isso, o Magistrado terá contato com a petição inicial apresentada pelo reclamante somente quando da realização da audiência, sendo que a mesma premissa é válida para a contestação do reclamado.
Outra regra da audiência trabalhista é que esta deve ser realizada entre as 8 e 18 horas, conforme expressamente previsto no artigo 813 da CLT, com prazo máximo de 5 horas por sessão diária, senão vejamos:
Art. 813 - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente.
§1º - Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiências, mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.
§2º - Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências extraordinárias, observado o prazo do parágrafo anterior.
Em tese, as audiências devem ser realizadas na sede do Juízo ou no tribunal correspondente, com exceção de casos peculiares, em que as audiências poderão ser realizadas em locais adversos, desde que haja fixação do edital na sede do Juízo ou Tribunal, com um mínimo de antecedência de 24 horas, posto o §1º do artigo 813 supracitado.
Nesse sentido, é, também, importante frisar que como expresso pelo artigo 816 da CLT e o artigo 360 do NCPC, o Magistrado é possuidor de poder de polícia, ou seja, deve manter a ordem no decorrer das audiências, podendo ordenar a retirada do recinto dos assistentes que venham a perturbar o bom e tranquilo andamento das audiências.
Art. 816 CLT - O juiz ou presidente manterá a ordem nas audiências, podendo mandar retirar do recinto os assistentes que a perturbarem.
Art. 360 NCPC - O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe:
I - manter a ordem e o decoro na audiência;
II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente;
III - requisitar, quando necessário, força policial;
IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo;
V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência.
DAS AUDIÊNCIAS DE CONCILIAÇÃO, INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
Pelo artigo 849 da CLT a audiência de julgamento deve ser contínua, contudo se não for possível conclui-la no mesmo dia, poderá ser marcada para outro. É tido como uma prática comum a divisão das audiências em conciliação, julgamento e instrução, contudo não é uma diretiva obrigatória, sendo que muitos juízos realizam todos os atos em uma única audiência que é chamada de Una.
 Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
A audiência de conciliação, como já amplamente debatido, possui a finalidade de solucionar o conflito de forma heterocompositiva, isto é, sem a necessidade de haver o embate e as custas decorrentes do desenvolvimento processual, levando as partes a uma solução pacífica, célere e efetiva. Havendo conciliação, o Juiz homologa o acordo e assim é feita a decisão homologatória, que é tida como irrecorrível, contudo, pode ser atacada por ação rescisória. Imperioso lembrar que o acordo sempre pode ser feito a qualquer momento do processo e não unicamente na audiência de conciliação.
Em um segundo momento, frustrada a tentativa de conciliação, há a audiência de instrução, onde serão ouvidas as partes, que apresentarão suas teses, haverá a apresentação dos relatos das testemunhas bem como a elaboração de todos os instrumentos probatórios pertinentes ao processo
Ao final da audiência de instrução, conforme o artigo 850 da CLT, o juiz tem a possibilidade de autorizar as partes a realizarem suas razões finais, sendo um ato oral e dirigido umas as outras. O procurador ainda pode requerer ao Magistrado que conceda prazo, ficando este a critério do próprio juiz.
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
Parágrafo único - O Presidente da Junta, após propor a solução do dissídio, tomará os votos dos vogais e, havendo divergência entre estes, poderá desempatar ou proferir decisão que melhor atenda ao cumprimento da lei e ao justo equilíbrio entre os votos divergentes e ao interesse social.
Por fim, a audiência de julgamento é realizada pelo próprio juízo e dirigida a este próprio, ou seja, sem que necessariamente as partes estejam presentes, sendo que estas terão ciência da decisão por via postal, oficial de justiça, imprensa oficial, pelos atuais sistemas eletronicos de justiça ou pelo expresso na Súmula 197 do TST, que determina que há a possibilidade de as partes serem notificadas no dia e hora marcados para a publicação da decisão.
DAS TESTEMUNHAS
Vemos que as regras para com as testemunhas encontram-se previstas nos artigos 820 a 825, senão vejamos:
Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados.
Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis). 
Art. 822 - As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas faltas ao serviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quando devidamente arroladas ou convocadas.
Art. 823 - Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em hora de serviço, será requisitada ao chefe da repartição para comparecer à audiência marcada.
Art. 824 - O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma testemunha não seja ouvido pelas demais que tenham de depor no processo.
Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de notificaçãoou intimação.
No início da fala das testemunhas, o advogado da parte oposta possui a oportunidade de contestar o que fora dito por elas. Nesse momento o advogado pode mostrar ao magistrado que a testemunha presente não serve, ou não sera suficientemente imparcial para que se produza provas confiáveis e lícitas.
Isso acontece quando por exemplo, uma das partes possui relação de amizade com a testemunha. Deve-se perguntar para a testemunha se esta possui algum interesse na causa e se for notado que sim, sua oitiva será indeferida.
PROVAS
Podemos definir provas, como um elemento processual que visa formar um entendimento do Magistrado sobre a existência ou não de fatos decisivos para o julgamento do mérito da ação em questão.
A doutrina defende que provar é demonstrar a verdade de uma tese, sendo que a prova judicial seria o confronto das versões da tese de cada uma das partes.
O Juiz utiliza dos elementos probatórios que lhe são concedidos para formar sua convicção e assim elaborar sua sentença dando causa a uma das teses que lhe fora proposta.
Podemos ver que existem cinco possibilidades para a interpretação da prova.
Podemos ver pelo espectro da prova como fenômeno de direito material, da prova como fenômeno de natureza mista, material e processual, visto que a prova também poderia ser utilizada para elementos extraprocessuais.
Temos a prova como de natureza unicamente processual das normas, visto que seriam destinadas unicamente para a formulação da opinião do magistrado.
Há a teoria de que a prova seria fruto da divisão das normas em que a sua natureza seria própria, processual ou material, e por último, o entendimento de que as provas pertenceriam ao direito judicial, sendo este o direito que vise uma relação jurídica existente o estado e o indivíduo.
PRINCÍPIOS REGENTES DAS PROVAS
PRINCIPIO DA NECESSIDADE DA PROVA
Princípio que analisa a fatos de os interesses das partes deverem ser demonstrados em juízo, não sendo suficiente a simples alegação, posto que o elemento probatório deve ser a base para a formulação da sentença. Assim, o Magistrado deve formular sua sentença com base não somente no que fora alegado pelas partes, mas no que efetivamente fora provado por estas.
PRINCIPIO DA LEALDADE DA PROVA
Tal princípio parte da premissa de que existe um interesse geral em que o elemento probatório seja fiel a realidade e que desta não fuja jamais, sendo que as partes devem sempre possuir atitudes e condutas colaborativas para que a formulação da prova seja desprovida de vícios e de má-fé.
PRINCIPIO DO CONTRADITÓRIO
Parte da tese de que as partes devem sempre ter a possibilidade de arguir contra as provas que são produzidas a seu desfavor, devendo sempre ter a possibilidade de conhecer, discutir e impugnar os elementos probatórios presentes no decorrer do processo.
PRINCIPIO DA OBRIGATORIEDADE DA PROVA
Princípio pelo qual se depreende que sendo a prova é de interesse não somente das partes mas também do estado, ou seja, é de interesse público, que requerem o esclarecimento da veracidade dos elementos produzidos. Assim, as partes podem serem compelidas pelo Magistrado a qualquer momento a produzirem determinadas provas, sendo que o não cumprimento de tal ordem judicial pode acarretar prejuízos e punições para estas.
DO ÔNUS DA PROVA
Temos que o ônus da prova existe quando determinado comportamento é requerido da parte para que se alcance determinado objetivo perante o processo, que no caso é a prova de determinado fato alegado. Assim, o ônus da prova seria a responsabilidade concedida à parte para que esta produza determinada prova, e que se não produzida de forma efetiva e satisfatória, traz por consequência imediata o não conhecimento do fato alegado pelo órgão jurisdicional
O ônus da prova é atribuído a quem alega a existência de um fato, posto a tese expressa pelo artigo 818 da CLT:
Art. 818. O ônus da prova incumbe: 
I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. 
§1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 
§2º A decisão referida no § 1º deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido.
§3º A decisão referida no § 1odeste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. 
 Dessa forma, constata-se que compete ao empregador que despede por justa causa, por exemplo, provar a justa causa de sua dispensa. Os pagamentos efetuados ao empregado, também devem ser provados pelo empregador.
Na teoria geral dos processos, vemos que o ônus da prova presume uma efetiva igualdade entre as partes intervenientes na causa. Todavia, no processo trabalhista esta lógica é quebrada, fato que traz uma grande peculiaridade a este ramo processual. 
Isto porque no direito do trabalho há a presunção de que o empregado possui uma condição de hipossuficiência perante o seu empregador, fato que configura toda uma estrutura processual que já parte da premissa de que existe uma desigualdade processual pelo fato de uma das partes ser mais fraca. 
Logo temos que em muitos casos o ônus da prova será direcionado ao empregador, visto que este teria uma força muito maior do que o empregado na relação trabalhista.
FATOS DESPROVIDOS DE NECESSIDADE DE PROVAS
Como visto, os fatos alegados no processo precisam ser provados para serem fidedignos, contudo, isso não ocorre com a totalidade de fatos alegados.
Vemos de imediato e por obviedade que não necessitam de provas os fatos que são confessados pelas partes, mesmo que tal fato possa ser interpretado como a produção de provas em contrário.
É possível notar que os fatos que são legalmente presumíveis também não necessitam de provas e por estes temos que são tidos como existentes, sendo dispensável qualquer tipo de produção probatória a seu respeito, sendo que por outro lado, é necessário provar caso este seja alegado como não ocorrido, caso por exemplo da boa-fé contratual.
Não necessitam ser provados os fatos públicos e notórios, os quais o conhecimento seja generalizado.
Entende-se como notório o fato certo para a generalidade de pessoas que estejam ausentes da lide, mesmo que estejam concretamente no processo. a doutrina entende como fatos notórios os acontecimentos políticos por exemplo, bem como a distância de dois lugares conhecidos.
Isso se verifica através do disposto no CPC, que dispõe que não dependem de provas os fatos notórios, afirmados por uma parte e confessados pela outra, além dos admitidos no processo como incontroversos e os que haja presunção de veracidade são desprovidos da necessidade de prova.
NORMAS QUE PRECISAM DE PROVA
Nesses casos temos a imprescindibilidade da produção de elementos probatórios. O exemplo mais importante a se destacar são as convenções coletivas, que necessitam sempre de prova quando a ação girar ao seu entorno. Mesmo que o seu caráter seja de norma jurídica, e mesmo que como leis, deveriam independer de provas, nesses casos a normativa trabalhista exige produção de prova a seu respeito para que se possa adquirir procedência e validade pelo juízo.
Os regulamentos de empresas devem também ser provados quando a ação é baseada neste. Nesse mesmo diapasão necessita de provas a citação de tratados internacionais, que mesmo havendo publicações por organismos internacionais como a OIT, devem ser juntados aos autos como forma de se dar credibilidade ao que se está sendo argumentado.PROVAS ILÍCITAS NO PROCESSO TRABALHISTA
A Constituição da república de 1988 deixa claro a proibição quanto ao uso de provas obtidas ilicitamente no processo, conforme o artigo. 5º, LVI, o que significa a asseguração do cumprimento de direitos e garantias de cunho fundamental, bem como a a garantia da observância de princípios constitucionais que se aplicam ao direito processual como o devido processo legal, a igualdade e a efetividade do processo.
As provas ilícitas fazem referência àqueles instrumentos probatórios que tenham sido produzidos de forma clandestina e ilegítima, infringindo claramente as normativas vigentes de direito material.
Isso significa que mesmo que a prova em si diga respeito a uma informação verídica, o modo pelo qual essa prova foi obtida desrespeita o direito material, podendo-se citar como exemplo as interceptações telefônicas obtidas sem conhecimento do interlocutor, bem como desprovida de autorização judicial, o que vai de divergência com o que é garantido no artigo 5º, XII da Constituição Federal
Dentro da esfera trabalhista, o que é possível de se notar é que a legislação do trabalho não veio, em nenhum momento, abordar e disciplinar de forma sistemática as espécies de provas admitidas ou não dentro do processo trabalhista , haja vista o disposto no artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalhistas, que autoriza a aplicação subsidiária de outros diplomas processuais quando for constatada omissão por parte da CLT em algum âmbito, sendo que nesse caso o Código de Processo Civil pode ser utilizado como fonte subsidiária de normas processuais.
Assim, como já sabido, o Código de Processo Civil não apresenta rol taxativo de espécies probatórias, haja vista que o art. 332 admite emprego de outras provas moralmente tidas como ilegítimas.
Todavia, nota-se que há a existência de casos em que provas que foram obtidas por meios considerados clandestinos e ilegítimos foram admitidas no processo trabalhista, levando-se em consideração o princípio da proporcionalidade, sendo que nesses casos o magistrado utilizando critérios axiológicos e considerando as peculiaridades de cada caso, faz um sopesamento para identificar quais pontos do direito material possuem maior ou menor relevância para que um determinado caso seja solucionado de forma efetiva.
Dessa forma, faz-se necessário citar alguns pontos das produções de provas ilícitas no processo trabalhista que possuem maior relevância e incidência no cenário jurídico contemporâneo.
Primeiramente citamos as chamadas gravações clandestinas, e nesta seara observamos que o art. 5º, XII da Constituição Federal é claro quando postula a necessidade de sigilo de dados e das comunicações telefônicas, sendo que a única exceção neste sentido se da mediante autorização judicial, na forma da lei e unicamente para fins de investigação criminal ou instrução processual penas, em nada se relacionando, portanto, com a esfera trabalhista.
Nota-se que a Lei 9.296/96 regula este dispositivo constitucional, sendo que sem eu artigo 2º, II, proíbe a admissão da interceptação telefônica quando o dato em questão puder ser provado através de outros instrumentos probatórios.
Não obstante, seu art. 10 estabelece que incorre na prática de crime aquele que se utilizar de interceptação telefônica sem autorização judicial.
Seguindo na linha de documentos probatórios de cunho ilícito aplicados na justiça trabalhista, necessário se faz citar os documentos furtivamente obtidos, sendo que nesse caso geralmente o empregado, através de uma ação furtiva, obtém documentos para a comprovação do direito alegado, como por exemplo cartões de ponto ou documentos que comprovem o direito ao adicional de insalubridade.
Nesses casos geralmente o Reclamante acaba por furtar tais documentos, movido pelo receio de que o Reclamado omita tais documentos.
O que se nota nesses casos é que o empregado, em tese, deveria respeitar o sigilo da empresa, sendo um dever essencial as suas subordinações e passível da dispensa por justa causa quando houver o desrespeito a tal compromisso, como se nota no art. 482 “g” da CLT, sendo que não obstante, a divulgação de documentos de cunho particular, sem previa autorização, é tipificada no Código Penal, através do art. 153 como sujeito a pena de detenção e multa.
Imperioso, ainda, se faz a observação quanto a revista intima de empregados, que se concretiza como uma situação de grande incidência dentro do cenário processual trabalhista.
Nesse caso vemos que o art. 2º da CLT postula a definição de empregador como aquele que assume os riscos da atividade econômica e dirige a prestação de serviços.
Desse modo, essa definição concede ao empregado as funções de fiscalização das atividades realizadas pelo obreiro bem como toda a organização e diretrizes relativas a como o serviço prestado deve se dar.
Porém, quando o exercício de tal poder diretivo pelo empregador se da de forma a violar a intimidade e a privacidade do obreiro, isso implica na existência de danos de natureza mora frente ao empregado.
 O abuso se dá quando se faz a fiscalização de modo a trazer constrangimentos ao obreiro, sendo que as revistas intimas, que muitas vezes se dao na frente de outros trabalhadores, pode ser um fator a trazer constrangimentos para o operário e, por conseguinte, trazer danos morais a este.
Necessário se faz destacar que o art. 373-A da CLT veda a revista intima em mulheres, todavia, tendo por luz o princípio da isonomia, tem-se entendido que tal premissa também pode e deve ser aplicada aos homens, tornando a revista intima algo globalmente ilícito e passível de ilicitude quando se usado como prova em qualquer processo trabalhista.
MEIOS DE PROVA
Por meios de prova entendemos que pode ser a designação da atividade do juiz ou mesmo das partes que visam a produção do elemento probatório, e também dos instrumentos em si que são utilizados pelo Magistrado no processo em vista de formar seu entendimento e convencimento sobre as teses apresentadas.
Não há uma enumeração na legislação trabalhista que identifique todos os meios de prova passíveis de serem utilizados na produção das provas, sendo por isso, admissíveis todos os meios de provas existentes tanto em esfera trabalhista como civil, de forma subsidiária, processual ou material. Dessa forma, enumeraremos nesta aula os 5 meios de provas mais comumente cobrados em provas e mais utilizados no processo trabalhista como um todo.
DEPOIMENTO PESSOAL
O depoimento pessoal consiste em uma declaração feita pelo reclamante ou pelo reclamado a respeito dos fatos substanciais do processo. Do depoimento pessoal deriva-se a confissão, que nada mais é do que a produção de provas contrarias ao interesse da parte que a faz.
TESTEMUNHAS
É o meio que consiste na declaração de um terceiro a respeito dos fatos circundantes do processo. É um meio que se assume certos riscos, pois não há como mensurar até que ponto a testemunha está sendo efetivamente imparcial e relatando os fatos com a primazia da realidade. Do depoimento testemunhal derivam-se o procedimento de inquirição, que é quando as testemunhas respondem perguntas feitas pelo próprio Magistrado, e depois pelo advogado da parte contrária. Também deriva-se a contradita, que ocorre quando a testemunha é impedida por suspeição, que devem ser contraditadas até antes do início do depoimento na audiência. Cabe ressaltar que uma vez negada a contradita, cabe o ônus de se provar que a testemunha não possui nenhum impedimento. Assim, sobre as testemunhas a CLT prevê que:
Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados.
Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis). 
Art. 822 - As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas faltas ao serviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quandodevidamente arroladas ou convocadas.
 Art. 823 - Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em hora de serviço, será requisitada ao chefe da repartição para comparecer à audiência marcada.
Art. 824 - O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma testemunha não seja ouvido pelas demais que tenham de depor no processo. 
Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de notificação ou intimação.
 Parágrafo único - As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado, não atendam à intimação.
JUNTADA DE DOCUMENTOS
Possui como finalidade dar existência a atos jurídicos que não são considerados existentes sem que a produção documental seja feita. Dessa forma o documento em si é a prova de que determinado ato jurídico veio a ocorrer. Vale ressaltar que o documento usado como prova deve ser juntado com a petição inicial ou com a contestação, sendo que, todavia, as partes podem a qualquer momento juntar documentos no processo.
PERÍCIA
Atividade processual desenvolvida por uma pessoa terceira e sem interesses no processo, que é qualificada pelos seus conhecimentos técnicos e científicos que são capazes de produzir pareceres sobre determinada condição, situação ou veracidade de fatos que tenham sido alegados de forma precisa. De forma geral, vemos que as pericias mais comuns no processo trabalhista visam sobre a existência de condições de insalubridade, periculosidade, diferenças salariais e horas extras por exemplo.
O perito e seus assistentes podem se utilizar de todos os meios necessários para produção das provas, desde que lícitos, sendo que o laudo não é vinculante para o magistrado, que pode aceitar ou rejeitar, bem como as partes podem contestar e impugnar o laudo pericial a qualquer momento.
INSPEÇÃO JUDICIAL
Nada mais é do que uma diligência processual, visando obter provas, mediante verificação direta do Magistrado. Nesta o Juiz, seja de oficio ou mediante requerimento das partes pode inspecionar pessoas ou coisas, objetivando esclarecimentos que colaborem para a formação de seu convencimento e formulação da sentença favorável a um dos argumentos ditos.
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