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Dor Torácica: Diagnósticos e Sintomas

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Laryssa - Med – P7 – Tutoria M2 
 
 
 
Dor torácica é uma causa frequente de procura dos 
serviços de emergência. Diante de uma ampla 
possibilidade de diagnósticos, torna-se importante 
reconhecer precocemente aqueles pacientes com 
doenças de maior letalidade, como dissecção de 
aorta, infarto agudo do miocárdio (IAM) e 
tromboembolismo pulmonar, pois a alta hospitalar 
equivocada desse grupo acarreta aumento 
significativo de morbimortalidade. 
ocupa o terceiro lugar nas causas de procura ao 
departamento de emergência, cerca de 10% do total 
de atendimentos. 
Por ser um sintoma abrangente e por muitas vezes 
inespecífico, a dor torácica entra na lista de suspeitas 
diagnósticas de diversas síndromes e condições, dentre 
elas a síndrome coronariana aguda (SCA). A SCA é 
sempre lembrada no diagnóstico diferencial de dor 
torácica, pq é uma emergência que oferece alto risco, 
representa cerca de 25% dos diagnósticos relacionados 
ao desconforto torácico. 
 
CAUSAS 
 
 
 
• SÍNDROME CORONARIANA AGUDA 
Não existe uma característica da dor torácica que 
exclua totalmente o diagnóstico de SCA. No entanto, 
alguns aspectos sugerem mais claramente esse 
diagnóstico. 
■Localização: região retroesternal 
■Irradiação: braço esquerdo, ambos os membros 
superiores ou a mandíbula 
■Tipo da dor: geralmente em aperto, mas pode ser em 
queimação 
■Fatores precipitantes: desencadeada ao esforço ou 
por estresse emocional 
■Duração: pode ser de curta duração (2 a 3 min), 
raramente ultrapassando 10 min nos casos de angina 
estável. A dor é mais prolongada em casos de angina 
instável e dura mais que 20 min nos casos de IAM 
■Fatores de melhora: alívio com repouso ou uso de 
nitratos 
■Sintomas associados: náuseas, vômitos e sudorese 
aumentam a probabilidade de a dor ser de origem 
coronariana. 
DOR ANGINOSA: 
■Dor ou desconforto em qualquer uma das seguintes 
regiões: tórax, epigástrio, mandíbula, ombro, dorso ou 
membros superiores 
■Geralmente desencadeada ou agravada pela 
atividade física ou pelo estresse emocional 
■Atenuada com repouso ou uso de nitratos. 
-Pode-se classificar a angina em típica (apresenta as 
três características anteriormente citadas), angina 
atípica (duas características) e dor torácica não 
cardíaca (uma ou nenhuma característica). Porém, 
vale lembrar que alguns pacientes, principalmente do 
sexo feminino, idosos, com diabetes melito ou 
insuficiência cardíaca e portadores de marca-passo 
podem apresentar manifestações atípicas de isquemia 
miocárdica, chamados de equivalentes isquêmicos, 
como: dispneia, epigastralgia, mal-estar inespecífico e 
confusão mental. 
 
Dor Torácica 
Laryssa - Med – P7 – Tutoria M2 
 
 
 
• DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA 
Deve-se suspeitá-la em pacientes com dor torácica 
intensa, “lancinante” ou “rasgando”, súbita, de forte 
intensidade, frequentemente irradiada para o dorso, 
com diferenças de pressão arterial ou pulso entre os 
membros (em 50% dos casos). Outros achados que 
corroboram com o diagnóstico de dissecção de aorta 
incluem dor torácica acompanhada de sintomas 
neurológicos focais, síncope, sopro diastólico por 
insuficiência aórtica e morte súbita. 
Os principais fatores de risco são hipertensão arterial 
sistêmica não controlada, síndrome de Marfan, válvula 
aórtica bicúspide, dislipidemia, tabagismo, uso 
de crack e infecção por sífilis em sua forma terciária. 
• TROMBOEMBOLISMO PULMONAR 
dispneia súbita acompanhada de dor torácica 
ventilatório-dependente. Deve-se suspeitá-lo em 
pacientes com neoplasias, hemoptise, imobilização 
prolongada, cirurgia recente, trombofilia ou trombose 
venosa profunda. 
• PERICARDITE/ DERRAME PERICÁRDICO 
Dor torácica súbita ou insidiosa, que frequentemente 
piora com inspiração ou deglutição e melhora com 
inclinação do tronco para a frente, podendo irradiar 
para pescoço e ombros. No exame físico, pode haver 
atrito pericárdico. No ECG em fase aguda, ocorre 
supradesnivelamento de ST difuso e 
infradesnivelamento de PR. Pode cursar com derrame 
pericárdico e achados eletrocardiográficos clássicos de 
baixa amplitude e/ou alternância elétrica do complexo 
QRS. 
• DORES MUSCULOESQUELÉTICAS 
As dores musculares são mais insidiosas, com duração mais 
longa e pioram com a movimentação do tronco e/ou dos 
membros superiores e com a palpação do local, melhorando 
com o uso de analgésicos comuns e anti-inflamatórios. 
A costocondrite se caracteriza por dores nas articulações 
costoesternais acompanhadas de sinais flogísticos, que se 
acentuam à palpação (sinal de Tietze). Também melhora com 
o emprego de analgésicos simples e anti-inflamatórios. 
• DOR ESOFÁGICA 
A doença do refluxo gastresofágico se caracteriza por 
desconforto torácico retroesternal, em queimação, com 
duração variável, que pode piorar com a ingesta de alguns 
alimentos e com o decúbito dorsal. Em geral, é acompanhada 
de sensação de refluxo ou regurgitação gastresofágica. Deve 
ser diferenciada de outros distúrbios de motilidade esofágica, 
como o espasmo esofágico. 
• DOR PSICOGÊNICA 
Ocasionada por várias doenças, como síndrome do 
pânico, depressão, ansiedade generalizada, 
hipocondria e fobias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Laryssa - Med – P7 – Tutoria M2 
 
 
INTRODUÇÃO 
Aneurisma é definido como uma dilatação focal e 
permanente da artéria com um aumento de pelo 
menos 50% do diâmetro normal do vaso. 
pode ocorrer em qualquer ponto ao longo da aorta, 
desde o seu segmento ascendente até a sua 
bifurcação. 
As doenças da aorta não diagnosticadas apresentam 
elevada morbimortalidade, mas geralmente são 
assintomáticas até a fase avançada. Portanto, o 
reconhecimento de grupos de risco para screening e a 
identificação da doença na fase pré-clínica devem, 
idealmente, ocorrer durante avaliações clínicas ou 
cardiológicas. 
O aneurisma degenerativo representa a imensa maioria 
dos aneurismas da aorta torácica descendente e 
abdominal; esta condição tem como achados 
histopatológicos e imunobiológicos degradação da 
elastina e colágeno da parede vascular por 
metaloproteinases, inflamação mediada por citocinas 
e infiltração de linfócitos T e B, além de macrófagos. A 
condição patológica mais comumente associada com 
os aneurismas degenerativos da aorta é a 
aterosclerose→ é comum encontrarmos com diversos 
fatores de risco para a doença aterosclerótica, além de 
lesões em outros sítios vasculares como carótidas, 
coronárias e artérias de membros inferiores. 
A aorta é o vaso mais acometido pelos aneurismas 
degenerativos. Em seguida, temos as artérias ilíacas, as 
poplíteas, as femorais, a artéria esplênica, a hepática, a 
mesentérica superior e a pulmonar. 
Na aorta, os segmentos mais afetados incluem o 
abdominal infrarrenal (80%), o torácico ascendente 
(5,5%) e o torácico descendente (12%). Em 2,5% dos 
casos, os aneurismas são toracoabdominais. 
ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL 
Aumento de 50% no diâmetro da aorta. 
Podem ser classificados de acordo com a sua anatomia 
em: 
-aneurismas fusiformes: exibem uma dilatação 
circunferencial e delgada. 
- aneurismas saculares= se apresentam como 
uma dilatação focalizada da parede arterial e que, 
justamente por isso, apresentam maior risco de ruptura. 
FALSOS X VERDADEIROS 
verdadeiros são aqueles cuja dilatação 
envolve as três camadas histológicas do vaso. 
pseudoaneurismas são aqueles nos quais há um 
defeito arterial focal, com uma coleção de sangue 
contida pela camada 
adventícia ou pelo tecido 
periarterial. 
RELAÇÃO COM ARTÉRIAS RENAIS 
Suprarrenal= se desenvolvem acima e abaixo, 
simultaneamente, dos vasos renais; 
Pararrenal= desenvolvem englobando a 
emergência das artérias renais; 
 Justarrenais= se desenvolvem abaixo da 
emergência dessas artérias; 
Infrarrenal= tipo mais comum, o qual se 
desenvolve em um pequeno segmento isolado abaixo 
da eminência das artérias renais,sendo por sorte, os 
mais fáceis de tratar por via endovascular 
Fatores estruturais, como lâmina elástica mais 
delicada e ausência de vasa vasorum, fatores 
hemodinâmicos – estresse pulsátil intenso, devido à 
geometria do segmento – e maior rigidez 
local→contribuem para a vulnerabilidade deste 
segmento da aorta 
 
Cerca de 40% dos pacientes com AAA apresentam 
também aneurismas das artérias ilíacas. Em 90% destes, 
as ilíacas comuns são afetadas, enquanto 10% 
envolvem as artérias ilíacas internas (hipogástricas). 
DIÂMETRO NORMAL DOS VASOS 
 
EPIDEMIO 
incidência de 3 a 10%; 
-H>M 
-Maior em idosos >50 anos ou 65 anos 
FR 
idade avançada, sexo masculino, aneurismas já 
diagnosticados, história familiar, tabagismo, 
hipertensão, dislipidemia, doença aterosclerótica, pele 
caucasiana, Outros aneurismas de artérias periféricas 
 
 
Doença Aneurismática 
Laryssa - Med – P7 – Tutoria M2 
 
(ilíaca, femoral, poplítea), doença do tecido conjuntivo 
((síndromes de Marfan, Ehlers-Danlos e Loeys-Dietz))e 
altura. 
Sendo os mais importantes= idade avançada, homem, 
tabagismo, história familiar. 
 
• RISCOS DE RUPTURA DE ANEURISMA 
-PACIENTE SINTOMÁTICO= é um forte sinal de expansão 
o desenvolvimento de dor abdominal de início recente, 
especialmente quando de forte intensidade. Este é um 
determinante de indicação para correção imediata do 
aneurisma, com qualquer diâmetro. Em pacientes 
idosos, dor abdominal crônica por múltiplas causas com 
frequência dificulta a valorização desse dado clínico. 
- DIÂMETRO DO ANEURISMA > 5,5 CM (em mulheres >5)= 
ainda que assintomático, considera-se o limite para 
tratamento→ a partir desse limite, o risco anual de 
ruptura supera o risco do tratamento 
- TAXA DE EXPANSÃO DA AORTA > 1 CM/ANO: deve-se 
considerar a análise de imagens apropriada, ou seja, 
mesmo tipo de exame, mesmo segmento por 
observador experiente. Uma alteração de até 4 mm no 
diâmetro em imagens tomadas em diferentes 
momentos pode estar dentro da variação do método. 
 
Os principais fatores relacionados a um maior risco de 
expansão e ruptura do AAA incluem tabagismo, VEF1 
reduzido, hipertensão, história de transplante renal ou 
cardíaco, diâmetro de base aumentado, rápido 
crescimento e, sexo feminino. 
- Pode-se ter uma estimativa do risco de ruptura de 
acordo com o diâmetro axial máximo do aneurisma de 
aorta do paciente, apesar de que esses números não 
são cabais, não devendo ser levados ao pé da letra. 
 
Diâmetro do aneurisma maior que 6 centímetros no 
momento do diagnóstico é um fator de risco significante 
e independente para ruptura. Sexo feminino, tabagismo, 
hipertensão, taxa de expansão, pico de estresse da 
parede, aumento rápido do trombo intraluminal, 
aumento da rigidez da parede do AAA68 e pacientes 
transplantados são outros fatores preditores de ruptura 
ETIOLOGIA 
pode ser traumática, infecciosa ou degenerativa 
(causa principal)→ os aneurismas que não se encaixam 
nessa categoria podem ser decorrentes de infecções 
(aneurismas micóticos), quadros inflamatórios, 
autoimunes ou decorrentes de doenças do tecido 
conjuntivo. 
O alargamento aneurismático do diâmetro aórtico está 
intimamente relacionado a fatores que promovem o 
enfraquecimento da parede arterial, bem como o 
aumento local das forças hemodinâmicas. Dentre tais 
fatores, temos os hereditários, que incluem a Síndrome 
de Marfan (predisponente a aneurismas e dissecções 
de aorta torácica), a doença vascular de Ehlers-Danlos, 
bem como um histórico familiar de aneurismas, mesmo 
que com fatores inexplicados para os eventos. Fatores 
que contribuem para a degradação do colágeno e da 
elastina também atuam, bem como as complicações 
pós-dissecção de aorta. 
A causa mais comum é a degeneração da parede 
pela doença aterosclerótica e, entre outras causas, 
incluem-se infecção, necrose cística da túnica média, 
artrite, trauma, doença do tecido conjuntivo e 
degeneração anastomótica 
FISIOPATO 
Fatores genéticos + imunológicos→ desencadeiam um 
processo inflamatório na região do vaso aórtico, o qual 
sofrerá um processo degenerativo de suas fibras 
elásticas, o que diminuirá a sua complacência e 
permitirá que ocorra a dilatação. Diante do processo já 
instalado, fatores biomecânicos, relacionados à 
hemodinâmica do sangue, tratam de continuar o 
estresse à parede já acometida, de modo a aumentar 
a lesão intramural, fazendo com que o aneurisma 
continue a aumentar o seu tamanho paulatinamente. 
inflamação, estresse oxidativo, proteólise e estresse 
biomecânico na parede do vaso são fatores que 
contribuem para o processo degenerativo que 
Laryssa - Med – P7 – Tutoria M2 
 
caracteriza estes aneurismas. As alterações descritas 
são mediadas por linfócitos B e T, macrófagos, citocinas 
inflamatórias e metaloproteinases da matriz, que 
degradam colágeno e elastina e alteram a força tênsil, 
diminuindo a habilidade da aorta em acomodar 
distensão pulsátil. 
QUADRO CLÍNICO 
A evolução natural do AAA é para seu crescimento em 
diâmetro e culmina com a ruptura parietal. 
fatores não associados ao crescimento do AAA: 
doença pulmonar obstrutiva crônica, dislipidemia; peso 
corporal, antecedente genético, infecção por 
Chlamydia pneumoniae, índice tornozelo-braquial, 
histórico de doença vascular periférica, doença 
cardíaca e outras doenças cardiovasculares, órgão 
transplantado, extensão do trombo no saco do 
aneurisma e atividade física, além de uso abusivo de 
álcool e fármacos (estatinas, AINEs, inibidor do 
conversor de angiotensina, bloqueador do receptor de 
angiotensina II, doxiciclina, roxitromicina, esteróides, e 
quimioterápicos). 
• SINAIS E SINTOMAS 
Em geral, os portadores são assintomáticos, sendo que 
o diagnóstico, por muitas vezes, acaba sendo 
acidental, por meio de exames de imagem rotineiros ou 
por uma causa não relacionada à doença 
aneurismática em si. 
-Pacientes magro com dilatação expressiva= massa 
pulsátil no abdome quando da palpação desse 
durante o exame físico, em região supraumbilical e na 
linha mediana (aneurismas pequenos) podendo variar 
de acordo com a tortuosidade do vaso→dilatação 
difusa ou tortuosa que se estende do abdome superior 
até abaixo da cicatriz umbilical (grandes aneurismas) 
-Quando ocorrem sintomas, esses são inespecíficos= 
desconforto abdominal ou sintomatologia decorrente 
da compressão de órgãos adjacentes à porção aórtica 
em que se localiza o aneurisma, como ureteres e vasos 
adjacentes. Como sintomas compressivos, quadros de 
saciedade, vômitos, sintomas urinários e trombose de 
veia cava, essa sendo decorrente da compressão 
extrínseca do vaso pelo aneurisma, alterando o fluxo 
venoso correto, gerando turbilhonamento que pode 
culminar com a formação de um trombo. Geralmente, 
pacientes que apresentam mais sintoma são os mais 
jovens, os idosos costumam ter achados incidentais ou 
são diagnosticado no momento da ruptura. 
 Isquemia distal (extremidades)= causado por 
acúmulo de trombos na parede aneurismática, por 
conta da sua irregularidade, o que leva a 
turbilhonamento de sangue, levando a um ambiente 
trombogênico, pode ocorrer a embolização de algum 
trombo do local do aneurisma→ isquemia distal. Pode 
ter necrose de pododáctilos e até mesmo de partes 
maiores, a depender do calibre e do vaso acometido 
pelo trombo. 
RUPTURA DO ANEURISMA 
Tríade= dor abdominal e dorsal + hipotensão + massa 
pulsátil 
dor súbita dorsal e abdominal, que decorre do estímulo 
doloroso gerado pela ruptura arterial e pelo sangue em 
contato com a cavidade peritoneal, podendo ser 
irradiada para a região inguinal. A hipotensão é 
decorrente do extravasamento do sangue para o 
peritônio, diminuindo a quantidade desse no espaço 
intravascular, de modo a gerar um débito cardíaco 
menor, podendo culminar no choque cardiogênico, o 
qual pode se apresentar também por meio de sinais 
relativos à síncope.Com o hemoperitônio instalado, 
também é possível a identificação de uma massa 
pulsátil, muitas vezes apenas na inspeção do abdome 
do paciente, que pode cursar com alterações dos 
pulsos em membros inferiores, dado o acometimento da 
rede arterial que irriga tais regiões. 
FATORES QUE FAZEM COM NÃO HAJA A TRÍADE= 
contenção da hemorragia maciça, dado que o 
coágulo que se forma no local da rotura, aliado à 
hipotensão gerada pela perda de sangue, propiciam 
um ambiente que trabalha por meio da vasoconstrição 
e pela cascata de coagulação para conter o processo 
hemorrágico. 
 sinal de Grey-Turner, que consiste na presença de 
equimoses na região dorsal e de flancos, sendo 
indicativa de sangramento retroperitoneal. 
Nas fases iniciais da ruptura do AAA para o 
retroperitônio, o sangramento é contido pelos tecidos 
periaórticos. Como a perda sanguínea não é de grande 
vulto, podemos encontrar o paciente ainda 
hemodinamicamente estável; nesse momento, uma 
massa abdominal pulsátil e dolorosa pode ser 
percebida no exame físico (aneurisma em expansão)... 
A ruptura livre para a cavidade peritoneal é uma 
condição de extrema gravidade e elevada 
mortalidade; nesses doentes, observamos dor e massa 
pulsátil, contudo ocorre choque hipovolêmico 
hemorrágico de instalação rápida. 
A ruptura do aneurisma requer intervenção imediata. 
Na presença de estabilidade hemodinâmica, uma 
angio-TC helicoidal de aorta pode ser realizada para 
melhor elucidação do quadro e para definir se a 
anatomia é favorável ou não a uma abordagem 
endovascular 
CONSEQUENCIAS DA ROTURA DE AAA= Ou esse 
aneurisma não tem a sua hemorragia maciça 
bloqueada no retroperitônio, de modo que o paciente 
morra logo em poucos minutos, ou essa hemorragia é 
contida, conferindo uma janela temporal a mais para 
que ele possa ser tratado→ o paciente pode chegar ao 
hospital tanto hemodinamicamente estável como 
instável, a depender do grau de contenção 
hemorrágica gerado pelo corpo. Desse modo, deve-se 
sempre indicar a cirurgia de emergência com 
Laryssa - Med – P7 – Tutoria M2 
 
expansão volêmica para recuperar o estado do 
paciente doente. 
COMPLICAÇÃO= fístula entre a artéria aorta e a veia 
cava inferior→ altera drasticamente toda a 
hemodinâmica do paciente, consistindo em um 
processo de difícil reparo cirúrgico, dada a importância 
dos vasos envolvidos, bem como pela natureza da 
lesão vascular gerada. 
DIAGNOSTICO POR IMAGEM 
Devido às limitações do exame clínico, os exames de 
imagem são fundamentais para o rastreamento, 
diagnóstico e seguimento do AAA. Os mais usados são 
USG, TC e RM. 
***OBS= Tanto a TC como a RNM podem ser utilizadas 
sem contraste, porém para melhor visualização da luz 
do aneurisma e sua anatomia usam-se dois tipos de 
contraste administrados por via endovenosa, o 
contraste iodado e o gadolíneo. A administração de 
contraste iodado em pacientes diabéticos que usam 
(metformina) deve gerar cuidados, pois 90% deste 
medicamento é excretado pelos rins e portanto 
acumula-se a no organismo em estados de insuficiência 
renal. contraste iodado pode desencadear ou agravar 
uma insuficiência renal, o que por sua vez levaria ao 
acúmulo de metformina e este ao desenvolvimento de 
acidose láctica grave, fatal→ recomenda-se que a 
administração da metformina deva ser interrompida no 
período de 48 horas antes e 48 horas após o exame 
contrastado. Sugere-se que o intervalo mínimo entre 
exames que utilizam contraste iodado é de 48 horas, 
uma vez que é imprescindível que este tenha sido 
completamente excretado pelos rins para proceder-se 
ao exame seguinte. Na RNM o uso do contraste 
gadolínio em pacientes com taxa de filtração 
glomerular inferior a 30 ml/kg/min apresenta elevado 
risco para fibrose nefrogênica sistêmica. 
O primeiro exame que é realizado e o de mais fácil 
acesso consiste na ultrassonografia, sendo ele muito 
bom para confirmar o diagnóstico e para acompanhar 
os pacientes que ainda não possuem indicação 
cirúrgica. 
A angio-TC, consiste no exame que mais proporciona 
riqueza de detalhes e que possui a melhor relação 
custo-benefício-tempo, sendo a escolha diante de uma 
necessidade de intervenção, a fim de planejar o 
procedimento cirúrgico. Nos casos de rotura, pode-se 
topografar o local de ruptura, avaliando-se o 
mecanismo de bloqueio do extravasamento de 
sangue, como a presença de coágulos ao redor do 
ponto de ruptura. 
 
 
A angiorressonância magnética pode fornecer quase 
que as mesmas informações que a angiotomografia 
computadorizada, com o benefício do não uso de 
contraste iodado e por não requerer o uso de radiação 
ionizante →sendo útil assim nos pacientes com alergia a 
iodo e nefropatia significativa. Porém, consiste em um 
exame de alto custo e que leva muito tempo para ser 
realizado, além do fato de não ser capaz de dar tantas 
informações, como o fato de não ser capaz de 
identificar calcificações da parede aórtica.. Todavia, o 
emprego de gadolínio (uma espécie de “meio de 
contraste” da RM) pode levar doentes renais crônicos a 
uma síndrome conhecida como fibrose sistêmica 
nefrogênica. 
A arteriografia é útil para detectar envolvimento de 
outras artérias, como as renais e as ilíacas. Entretanto, 
como o aneurisma possui quantidade variável de 
trombo, o lúmen aórtico não fica bem determinado. 
Outras desvantagens incluem nefrotoxicidade pelo 
contraste e possibilidade de lesão arterial ou 
embolização durante a punção arterial requerida para 
o exame. 
 
1. Pacientes assintomáticos com histórico familiar 
US= é o método diagnóstico por imagem de escolha 
para o rastreamento do AAA por ser uma técnica não 
invasiva, apresentar baixo custo, ser de fácil 
manipulação, não expor o paciente a radiação 
ionizante, ter alta S e E. consegue-se identificar a 
presença do aneurisma e estimar o seu diâmetro, com 
uma baixa margem de erro, que gira em torno de 4mm, 
além de ser possível verificar a existência de trombos ou 
não em sua parede. Realizar o rastreamento com USG 
em homens com mais de 65 anos pode reduzir a 
mortalidade em 4 por 1.000 a longo prazo. Não há 
evidência que demonstre esse benefício em mulheres. 
Recomenda-se para homens fumantes, com idade de 
65 a 75 anos, realizar o rastreamento anual do AAA com 
USG. Para os homens que nunca fumaram deve ser 
Laryssa - Med – P7 – Tutoria M2 
 
realizado de forma seletiva considerando os demais 
fatores de risco→ se a 1ª USG mostre aorta abdominal 
com diâmetro inferior a 2,6 cm, não se recomenda 
rastreamento anual. 
não é a mais adequada para o planejamento cirúrgico 
e nem para os casos de rotura→ não consegue 
enxergar toda a parede aórtica principalmente a 
posterior, além de poder ser influenciada pelo estado 
pós-prandial do paciente, de modo a não conferir um 
diagnóstico tão fidedigno. 
O seu uso pode ser limitado pelo biotipo do paciente e 
pela presença de gases intestinais. 
 
 
TC e RM= apresentam alta acurácia, mas a aplicação 
desses métodos é reservada para avaliação pré e pós 
cirúrgico. 
2. Pacientes sintomáticos com AAA 
-USG= alta sensibilidade e especificidade no OS. 
-TC= mais reprodutível que a USG. O diâmetro dos 
aneurismas diagnosticados pela TC é geralmente 2 mm 
maior que o medido pela USG, Tem S e E 90%. Com a TC 
é possível visibilizar lesões aortoilíacas, incluindo 
calcificações, porém utiliza radiação ionizante e é 
necessário o uso de contraste iodado. 
A TC sem contraste pode ser usada para o diagnóstico 
de AAA em pacientes que apresentam massa 
abdominal pulsátil com ou sem suspeita clínica de 
ruptura. Entretanto, a TC com contraste permite 
diagnóstico anatômico mais preciso e melhor 
planejamento pré-cirúrgico, pois define com mais 
precisão a localização, tamanho, extensão do 
aneurisma e acometimento dos ramos da aorta. O uso 
do contraste também permite avaliar se há trombo no 
interior aneurisma. Empacientes com suspeita de 
ruptura, a TC, mesmo sem contraste, permite a 
identificação de hematoma intramural, trombo 
heterogêneo ou em remodelação e outros sinais 
consistentes com expansão aguda e ruptura iminente, 
contida. Na presença de ruptura aórtica, é evidente o 
extravasamento sanguíneo extra e/ou intraoperitonial, 
com infiltração dos tecidos adjascentes. 
-RM= é possível conseguir imagens de qualquer plano 
ortogonal, visibilização do diâmetro do aneurisma e 
avaliação precisa da extensão do comprometimento 
da aorta em casos de aneurismas inflamatórios, porém 
apresenta algumas desvantagens, entre elas a não 
visualização de calcificações parietais e as 
contraindicações de uso descritas anteriormente. , o uso 
de contraste magnético (gadolíneo) melhora de 
maneira significativa a qualidade da imagem. 
3. Avaliação pré-operatória 
-TC= é o método de escolha para planejamento pré-
operatório, pois demonstra com qualidade de imagem 
a morfologia do AAA, a presença de artérias renais 
acessórias ou anormais e a coexistência de doença 
arterial oclusiva + permite obter reconstrução das 
imagens em 3D e imagens dinâmicas que trazem 
informações importantes para o planejamento do 
reparo endovascular do AAA. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Gastrite aguda; • Apendicite; • Infecção do trato 
urinário; • Diverticulite; • Pancreatite aguda; • 
Colelitíase; • Obstrução do intestino grosso; • Infarto do 
miocárdio; • Úlcera péptica ativa; • Obstrução do 
intestino delgado. 
TTO 
• PERÍODO DE MONITORAMENTO 
Cessar tabagismo, procurar tratamento apropriado 
para hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, diabete 
e outros fatores de risco da aterosclerose: 
 O tratamento com estatinas deve iniciar-se um 
mês antes da intervenção cirúrgica para redução da 
morbidade cardiovascular e devem continuar no 
período perioperatório, sem duração definida para sua 
suspensão; 
 Indica-se o uso de betabloqueadores em 
pacientes com alto risco cardiovascular; 
 O controle da hipertensão arterial sistêmica 
deve ser iniciado, objetivando a prevenção secundária 
da morbidade cardiovascular, de preferência com 
esquema que compreenda IECA; 
 (aspirina) em baixa dose deve ser 
recomendado para pacientes com AAA e o 
tratamento deve ser continuado também no período 
perioperatório. 
• PACIENTE ASSINTOMÁTICO 
o tratamento é dependente do diâmetro do aneurisma, 
assim como da relação risco de ruptura e mortalidade 
do procedimento de reparo: 
 pacientes com aneurisma fusiforme com 
diâmetro máximo menor do que 4 cm apresentam 
baixo risco de ruptura, recomendando-se 
monitoramento com USG em intervalos regulares; 
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AAA fusiforme entre 4 cm e 5,0 cm de diâmetro 
máximo= monitoramento periódico com USG é 
recomendado; 
Em pacientes em monitoramento, além do 
diâmetro máximo, o crescimento rápido do aneurisma 
(> 1cm/ano) e o aparecimento de sintomas são 
indicativos de necessidade de intervenção cirúrgica 
aberta ou endovascular. 
• Pacientes assintomáticos com aneurisma 
saculares ou excêntricos ( < que 5 cm). 
Na prática, recomenda-se avaliação de outras 
variáveis, tais como taxa de crescimento, debilidade da 
parede (blebs), possibilidade de presença de infecção 
(aneurisma micótico), localização e, sobretudo, 
sintomas. 
• SINTOMÁTICOS 
O momento para a correção do AAA em pacientes 
sintomáticos, mas sem ruptura, permanece controverso. 
Recomenda-se que pacientes com AAA apresentando 
dor lombar e/ou abdominal devem ser submetidos a TC 
imediata, para confirmação de ruptura. 
o reparo de AAA em pacientes sintomáticos deva ser 
postergado, a fim de otimizar condições médicas 
associadas, sendo o paciente monitorado em unidade 
de terapia intensiva e com hemoderivados disponíveis. 
INDICAÇÃO DE CIRURGIA 
 
O principal objetivo do tratamento cirúrgico dos AAA é 
prevenir sua ruptura; sendo assim, a indicação de 
intervenção tem como base o risco de ruptura que o 
paciente apresenta. 
O tratamento cirúrgico pode ser feito pela via cirúrgica 
aberta, ou por via endovascular. Sabe-se que os índices 
de mortalidade e morbidade precoce são menores no 
reparo endovascular. Porém, quando é feita a 
comparação tardia, após cerca de dois anos, não é 
observada diferença estatisticamente significante 
quanto às duas abordagens. No caso da abordagem 
convencional, os riscos são maiores quando há a 
necessidade de clampear a aorta em seu segmento 
suprarrenal ou supramesentérico. O reparo por cirurgia 
aberta do aneurisma de aorta abdominal pode ser 
realizado por via transperitoneal ou retroperitoneal. 
O acesso transperitoneal se faz através de laparotomia 
mediana ampla. O cirurgião vascular acessa a aorta 
por meio da mobilização superior do omento e cólon 
transverso, somada à retração do delgado para a 
direita. Durante a exposição do segmento da aorta 
abdominal infrarrenal, a Artéria Mesentérica Inferior 
(AMI) se origina a meio caminho entre a emergência 
das renais e a bifurcação aórtica (a aorta se bifurca em 
ilíacas comuns). Após o clampeamento das regiões 
proximal e distal ao aneurisma, o saco aneurismático é 
aberto e o conteúdo do aneurisma (coágulos e debris 
ateroscleróticos) é retirado. 
As principais complicações pós-operatórias do reparo 
aberto incluem infarto agudo do miocárdio (3,1-16%) e 
insuficiência renal aguda (6%). A isquemia colônica 
transmural, principalmente do cólon esquerdo e reto, 
ocorre em 0,6-2% dos pacientes. A infecção da prótese 
é uma condição temida cujo tratamento exige 
antibioticoterapia, nova laparotomia, ressecção da 
prótese, ligadura da aorta distal e revascularização dos 
membros inferiores através de derivações extra-
anatômicas, como pontes axilobifemorais. 
O reparo endovascular do aneurisma da aorta 
abdominal consiste na passagem de uma endoprótese 
(stent metálico “coberto”) no lúmen da aorta. A 
principal vantagem do procedimento é evitar o reparo 
aberto, beneficiando pacientes que apresentam 
comorbidades e risco cirúrgico elevado. 
 
• SEGMENTO PÓS REVA 
A fim de avaliar o correto posicionamento dos 
componentes do dispositivo endovascular todos os 
pacientes devem realizar TC e radiografia simples, com 
projeções anteroposterior e lateral, após 30 dias do 
procedimento. Caso seja constatada endofuga ou 
posicionamento inadequado de algum componente 
do dispositivo (sobreposição insuficiente entre os 
módulos, no colo da aorta ou na artéria ilíaca), é 
recomendado seguimento tomográfico em 6 e 12 
meses. Em pacientes sem endofuga precoce e 
posicionamento adequado dos componentes, uma TC 
e radiografias simples podem ser realizadas apenas 
após 12 meses. Em 12 meses, caso não tenha ocorrido 
endofuga e o AAA permanecer estável ou apresentar 
diminuição de suas dimensões, recomenda-se 
seguimento anual com ultrassom Doppler e radiografias 
simples. 
• SEGUIMENTO PÓS CIRURGIA ABERTA 
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Recomenda-se controle pós-operatório da cirurgia 
aberta com USG com Doppler colorido e TC após 5, 10 
e 15 anos. 
• PRESENÇA DE ENDOFUGAS 
 
ANEURISMA DE AORTA TORÁCICA 
se assemelha ao AAA em quase todos os seus aspectos, 
sendo os fatores de risco os mesmos, bem como a 
história clínica compatível e o exame físico 
correspondente. O que vai mudar aqui é que, como se 
trata de um aumento de massa no tórax, não teremos 
uma massa pulsátil no abdome. 
também são assintomáticos e apresentam diagnóstico 
eventual realizado por exames de imagem com outros 
objetivos. A concomitância com AAA é elevada e 
o screening total da aorta deve ser realizado na 
avaliação inicial. Doença do colágeno, valva aórtica 
bicúspide ou história familiar de aneurisma identificam 
subgrupos de risco elevado e rápido crescimento. 
Os aneurismas degenerativos da aorta torácica se 
localizam habitualmente no segmento descendente do 
vaso e, menos comumente, no arco aórtico.Aneurismas 
toracoabdominais são menos frequentes. Os 
aneurismas ateroscleróticos de aorta ascendente são 
raros. 
Devido à aterosclerose ser uma doença sistêmica, 
muito frequentemente os pacientes apresentam lesões 
ateroscleróticas em outros vasos, como artérias renais, 
mesentéricas, carótidas, coronárias e artérias de 
membros inferiores. 
QC 
A maioria dos pacientes não apresenta sintomas; 
quando presentes, estes estão correlacionados com a 
área anatômica acometida ou complicações 
secundárias, como insuficiência valvar aórtica, 
compressão de brônquios ou terminais 
nervosos→dispneia, rouquidão, tosse, hemoptise e 
insuficiência cardíaca. A apresentação clínica mais 
grave é o desenvolvimento de dor, sinal de mau 
prognóstico que pode culminar na ruptura do 
aneurisma provocando alta taxa de mortalidade. 
CLASSIFICAÇÃO 
sistema de Crawford= não trata somente desse tipo de 
lesões, mas de todo o aneurisma que acomete a aorta 
toracoabdominal. 
O tipo I consiste na lesão aneurismática que acomete a 
aorta torácica, chegando à aorta abdominal, mas 
somente ao nível suprarrenal. Já o tipo II, consiste em um 
aneurisma que acomete toda a aorta descendente, 
desde o seu segmento torácico até o fim do segmento 
abdominal. O tipo III consiste no acometimento da 
aorta torácica abaixo da VI costela, acometendo toda 
a extensão da aorta até o final do vaso. O tipo IV, 
consiste em um aneurisma que é basicamente de toda 
a aorta abdominal, acometendo também a região da 
transição toracoabdominal da artéria aorta. Já o tipo V 
consiste no aneurisma que comete a aorta abaixo do 
nível da VI costela, chegando a acometer a aorta 
abdominal ao nível suprarrenal. 
 
OUTRA: 
 
DIAGNÓSTICO 
Faz-se o diagnóstico por meio de exames de imagem. 
Radiografia de tórax é inespecífica, mostrando um 
mediastino alargado ou desvio da traqueia. 
Ecocardiograma transtorácico é empregado como 
avaliação acessória ou inicial, identificando a porção 
proximal da aorta torácica (transtorácica) ou 
descendente (transesofágica). 
Angiotomografia é o exame de eleição e se reserva a 
angiorressonância para pacientes com 
alergia/contraindicação a contrastes iodados. Trata-se 
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dos exames também utilizados para acompanhar a 
evolução da doença e no controle pós-tratamento. A 
angiografia não tem papel diagnóstico e somente deve 
ser realizada quando da necessidade de alguma 
complementação de imagem específica para 
planejamento terapêutico. 
HISTÓRIA NATURAL 
A velocidade do crescimento aórtico nos aneurismas 
verdadeiros varia conforme a etiologia (mais 
acentuado nos aneurismas familiares e colagenoses), a 
localização (mais rápido na aorta descendente) e as 
comorbidades (presença de dissecção, hipertensão 
mal controlada, tabagismo). a velocidade de 
crescimento é também função do diâmetro do 
aneurisma, portanto diâmetros maiores exigem 
vigilância em intervalos menores. Os AAT descendentes 
crescem mais rapidamente (3 mm/ano) em relação aos 
ascendentes (1 mm/ano). 
A partir de 6 cm de diâmetro, com a perda de 
capacidade elástica da aorta, há uma rápida 
elevação do risco de ruptura e/ou dissecção, sendo a 
intervenção indicada em pacientes assintomáticos um 
pouco antes desse limite. 
TTO 
A partir da identificação do aneurisma, deve-se obter 
uma primeira sequência de imagens com intervalo de 6 
meses para certificação de crescimento acelerado (no 
caso de mudança de diâmetro relevante) ou 
estabilidade do diâmetro. Controle rígido da pressão 
arterial, fatores de risco aterosclerótico e 
aconselhamento para modificação de estilo de vida 
(tabagismo, em especial) são partes fundamentais do 
tratamento. Depois, em geral, manter o controle anual 
por meio de exame de imagem é adequado. 
O tratamento cirúrgico dos AAT é feito quando o 
diâmetro máximo desse se encontra acima de 5,5cm, 
sendo que a intervenção convencional, por cirurgia 
aberta, consiste em um procedimento em conjunto 
com a cirurgia cardíaca, necessitando do uso de 
circulação extracorpórea quando o reparo é realizado 
próximo à região do arco aórtico. Existe a opção da 
abordagem endovascular, sendo utilizada para isso, a 
mesma técnica já mencionada para os AAT, 
propiciando um bypass entre as regiões saudáveis do 
vaso por meio da endoprótese. Existe também a opção 
da realização de uma cirurgia híbrida, na qual uma 
parte do procedimento é feita de modo aberto e a 
outra, por via endovascular, como a troca de arco 
aórtico por via aberta, propiciando um ambiente 
seguro para a ancoragem da endoprótese que será 
colocada logo em seguida para corrigir a porção da 
aorta torácica acometida. 
O tratamento com stents reduz a mortalidade e a 
morbidade quando comparado ao tratamento 
cirúrgico. A evolução tardia é semelhante entre os 
grupos cirúrgico e endovascular, porém, espera-se um 
número maior de reintervenções no grupo 
endovascular. Nos pacientes com colagenose, a 
indicação cirúrgica ainda é preferencial pela 
inconsistência dos resultados com stent no seguimento 
tardio desse subgrupo. 
 
DISSECÇÃO DE AORTA 
A Dissecção Aórtica (DA) é uma condição catastrófica. 
A mortalidade precoce apresenta números 
assustadores, sendo de 1% a cada hora de doença não 
tratada. 
CLASSIFICAÇÃO 
pode ser classificada em relação ao sítio envolvido. Em 
1965, DeBakey descreveu sua classificação 
identificando três tipos. Posteriormente, o grupo da 
Universidade de Stanford (Daily e cols.), em 1970, 
classificou a dissecção aórtica em tipos A e B. No 
primeiro caso, existe envolvimento da aorta 
ascendente; no tipo B, a aorta ascendente não está 
comprometida, com a dissecção se iniciando no 
segmento torácico descendente (distal a artéria 
subclávia esquerda), podendo ou não alcançar a aorta 
abdominal. 
 
 
F ISIOPATO 
Laryssa - Med – P7 – Tutoria M2 
 
O evento primário na DA é o surgimento de uma 
espécie de “rasgo” na íntima da aorta. A degeneração 
da túnica média, conhecida como necrose cística da 
média, é um pré-requisito. 
O sangue, impulsionado pela contratilidade 
miocárdica, penetra através desse defeito na íntima e 
ganha a túnica média, promovendo uma fenda 
longitudinal nesta camada da aorta. Como resultado, 
temos a formação de um falso lúmen, ou seja, o sangue 
a cada sístole ventricular “corre” por esta fenda na 
túnica média. O comprometimento da média leva ao 
enfraquecimento da parede da aorta, que pode 
dilatar-se levando ao aneurisma. Sendo assim, teremos 
dois lúmens na aorta: um verdadeiro e outro falso, sendo 
este último formado pelo trajeto do sangue no interior 
da parede da artéria. 
 A lesão da íntima ocorre com maior frequência na 
parede lateral direita da aorta ascendente, devido à 
maior força de cisalhamento (tangencial) do sangue 
ejetado nesse local. Outro sítio comum é a aorta 
torácica descendente distal ao ligamento arterioso. 
Com a progressão anterógrada (para frente) do sangue 
pelo falso lúmen, ramos arteriais importantes da aorta 
(subclávia, carótida etc.) podem ser comprimidos ou 
ocluídos. Com a progressão retrógrada da dissecção, as 
comissuras da valva aórtica podem perder 
sustentação, o que gera insuficiência valvar aórtica 
grave. 
 A parede externa no processo de dissecção pode se 
romper, dando origem a hemopericárdio 
(tamponamento) e hemotórax. Existem duas variantes 
patológicas da dissecção, o hematoma intramural sem 
solução de continuidade da íntima e a úlcera 
aterosclerótica penetrante. 
FR 
O fator predisponente de maior importância para a DA 
é a hipertensão, presente em 72% dos casos. 
Aterosclerose é encontrada em 31% dos pacientes. A 
DA em indivíduos jovens apresenta menor relação com 
HAS e com aterosclerose. 
Outros fatores de risco: aneurisma aórtico preexistente, 
uso de cocaína e crack (picos hipertensivos 
relacionados à liberação adrenérgica), atividade física 
extenuante,principalmente aquela envolvendo 
levantamento de peso, doenças do tecido conjuntivo 
(síndrome de Marfan, Ehler-Danlos e ectasia 
anuloaórtica), valva aórtica bicúspide, coarctação da 
aorta e síndrome de Turner. 
QC 
TIPO A 
início súbito de dor torácica em região anterior do tórax, 
mais precisamente retroesternal, de grande 
intensidade, associada a náuseas e sudorese. Após 
alguns minutos ou horas, a intensidade da dor vai 
reduzindo-se, dando lugar a uma dor na região dorsal 
do tórax, devido à extensão da dissecção para a aorta 
descendente. Se a dissecção continuar até a aorta 
abdominal, a dor “migra” para a região lombar (47% 
dos casos), podendo ter irradiação também para o 
abdome (22% dos casos). 
O caráter da dor é variável, geralmente descrita como 
“rasgante” ou “cortante”, mas pode ser idêntica à dor 
do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), ou seja, “em 
aperto” ou em “queimação”. Contudo, estudos 
recentes têm relatado que a dor do tipo “pontada” é a 
mais encontrada. 
Algumas diferenças que “falam a favor” de dissecção 
aórtica podem ser: o caráter “migratório” característico 
da dor e o pico de intensidade da dor ser logo no início 
(no IAM, geralmente, a intensidade é progressiva). 
TIPO B 
súbita dor na região dorsal torácica ou toracolombar. 
As dores lombar e abdominal são mais observadas 
neste tipo de dissecção, com incidência de 64 e 43%. 
Em alguns casos, a evolução pode ser arrastada; sendo 
assim, muitos autores consideram a DA do tipo B aguda 
quando os sintomas se desenvolvem em até 14 dias e 
crônica quando as manifestações ultrapassam este 
período. 
 
COMPLICAÇÕES 
a paraplegia pode ser outro achado neurológico nesses 
pacientes. Ocorre por envolvimento da artéria espinhal 
pela DA. A DA abdominal pode comprometer as 
artérias renais, ocasionando a hipertensão grave 
renovascular. O achado de um sopro sistodiastólico 
abdominal na topografia de uma artéria renal é 
bastante sugestivo. A dissecção retrógrada pode 
acometer os óstios coronarianos levando a um real IAM; 
quando esta condição ocorre, a coronária direita é a 
mais envolvida e pode haver, raramente, bloqueio 
atrioventricular total. 
tamponamento cardíaco, compressão do mediastino 
(choque com turgência jugular) e choque hemorrágico 
franco associado à síndrome do derrame pleural 
(hemotórax) ou ascite (hemoperitônio). O 
tamponamento cardíaco é a principal causa de óbito 
nesses pacientes.

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