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Técnica da visualização arquitetônica (2d). APRESENTAÇÃO Seja bem-vindo! A representação gráfica no desenho arquitetônico foi desenvolvida segundo critérios técnicos na época do Renascimento, embora muito antes já houvesse indicações do uso de desenho para representar as construções. Pode-se dizer que o projeto de arquitetura tem por objetivo apresentar visualmente as informações concebidas pelo arquiteto de um objeto tridimensional por meio do uso de técnicas de visualização em duas dimensões. Você sabia que há várias técnicas que podem ser aplicadas no projeto para representação gráfica em duas dimensões? Dentre elas o desenho à mão (croqui) e o desenho técnico (planta baixa, corte e fachada). Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre as diferentes técnicas de representação gráfica em arquitetura e como interpretar estas representações gráficas em 2D. Além disso, para compreender melhor o conteúdo, você verá exemplos destas técnicas aplicadas em projetos arquitetônicos. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as diferentes técnicas da visualização arquitetônica em duas dimensões.• Interpretar as representações gráficas em 2D.• Analisar exemplos de técnicas aplicadas na representação projetual arquitetônica.• DESAFIO O desenho à mão livre, também chamado de croqui, é parte importante no processo de criação em arquitetura, pois facilita a rápida expressão das intenções e conceitos que o arquiteto tem para o projeto arquitetônico. Diferentes tipos de croquis podem ser realizados para o estudo preliminar de um projeto ou para servir como referência futura de criação, podendo ser divididos em três tipos: Croqui conceitual – ideia/conceito para partido arquitetônico. Croqui de estudos – análise visual de um determinado espaço ou edificação. Croqui de observação – desenho de um espaço ou exemplar arquitetônico como bagagem referencial. Confira o arquivo a seguir e veja se você sabe como utilizar este método. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Além de trazer os desenhos dos croquis e planta baixa, defina quais os tipos de croqui escolhidos e os motivos, justifique as ideias expostas nos desenhos e se atendem ao programa de necessidades, terreno e restrições fornecidas. INFOGRÁFICO Existem diferentes técnicas de visualização arquitetônica em duas dimensões: desenho à mão (croqui) e desenhos técnicos (projeções). Basicamente todas servem para representar graficamente em duas dimensões um objeto tridimensional, no caso a edificação ou espaço construído. É importante que você compreenda que os desenhos à mão diferem quanto à técnica e objetivo de sua execução. Para saber mais sobre desenhos à mão e desenhos técnicos veja o Infográfico a seguir. Nele, você também verá exemplos de como eles são aplicados no mesmo projeto de arquitetura. Assim você poderá compreender de que forma pode extrair o máximo de informações para utilizar em seus projetos futuros. CONTEÚDO DO LIVRO Você sabe o que é Geometria Descritiva? É a ciência que estuda os métodos de representação gráfica das figuras espaciais em um plano, onde são feitas as projeções das figuras que se quer representar em duas dimensões. A compreensão das técnicas de visualização arquitetônica (2D) é um dos aspectos que você deve estudar de maneira completa, pois constitui as ferramentas de desenho que serão capazes de traduzir o projeto tridimensional por meio da representação gráfica bidimensional. Para entender melhor sobre alguns conceitos relacionados à representação gráfica (2D), leia o capítulo Técnicas da visualização arquitetônica (2D), do livro Introdução ao projeto arquitetônico. O texto trata das diferentes técnicas de visualização em duas dimensões (projeção ortogonal, oblíqua e cônica) e explica como garantir um desenho técnico de qualidade. Aborda ainda os três tipos de desenho técnico mais comuns em projeto arquitetônico (planta baixa, corte e fachada) e suas peculiaridades. Boa leitura. INTRODUÇÃO AO PROJETO ARQUITETÔNICO Cássia Morais Mano Técnica da visualização arquitetônica (2d) Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar as diferentes técnicas de visualização arquitetônica em duas dimensões. � Interpretar as representações gráficas em 2d. � Analisar exemplos de técnicas aplicadas na representação projetual arquitetônica. Introdução Compreender as técnicas de visualização arquitetônica (2d) é um dos objetivos essenciais para a completude dos estudos nessa área, porque abrange o uso das ferramentas de desenho capazes de traduzir o projeto tridimensional por meio da representação gráfica bidimensional. Neste capítulo, você vai acompanhar as diferentes técnicas de visua- lização em duas dimensões (projeção ortogonal, oblíqua e cônica), bem como interpretá-las para garantir um desenho técnico de qualidade. Por fim, serão expostos os três tipos de desenhos técnicos mais comuns em projeto arquitetônico (planta baixa, corte e fachada) e explicadas suas peculiaridades. Técnicas de visualização em 2d Desenhos que representam construções são utilizados desde a antiguidade. Contudo, no período do Renascimento, os desenhos técnicos começaram a ser usados como meio preferencial de representação do projeto arquitetônico, e foram aprimorados com técnicas específicas. Com os conhecimentos sistema- tizados da Geometria Descritiva promovidos por Gaspard Monge (1746–1818), a representação de objetos tridimensionais em superfície plana passou a ser utilizada em larga escala (SCHULER, 2005). A representação gráfica consiste nos métodos utilizados para expressar conceitos e ideias em arquitetura. Segundo Farrelly (2014), as técnicas de visualização em duas dimensões podem ser divididas em: desenho à mão e desenho técnico por instrumento. Na prática A Geometria Descritiva é a ciência que estuda os métodos de representação gráfica das figuras espaciais em um plano, e utiliza dois planos de projeção perpendiculares entre si (plano horizontal e plano vertical), nos quais são feitas as projeções das figuras que se quer representar em duas dimensões. Veja em realidade aumentada a representação de um objeto tridimensional segundo a geometria descritiva. 1. Acesse a página https://goo.gl/n8XWxM e baixe o aplicativo Sagah Introdução ao Projeto Arquitetônico. 2. Abra o aplicativo e aponte a câmera para a imagem a seguir: Se preferir, use o QR code para baixar o aplicativo: https://goo.gl/n8XWxM Técnica da visualização arquitetônica (2d)2 Fillipo Brunelleschi, arquiteto, pintor e historiador da arte italiana (Florença, no ano de 1377-1446), desenvolveu ao longo de sua carreira o uso de novos procedimentos técnicos em seus projetos arquitetônicos. A perspectiva linear, caracterizada pelo uso de um ponto de fuga, tornando possível a representação de um objeto tridimensional em uma superfície plana, configura uma de suas técnicas. Essa técnica revolucionou o desenho em arquitetura e teve grande influência na representação gráfica. Em seus projetos, costumava fazer a planta baixa da edificação e tratava diretamente com os mestres de obra sobre os detalhes construtivos, os quais eram desenhados, muitas vezes, na escala 1:1 (LANCINI, 2014). No vídeo disponível no link a seguir, você vai saber mais sobre o desafio enfrentado por Brunelleschi ao construir a maior cúpula em alvenaria do mundo, localizada na Catedral Santa Maria del Fiore. https://goo.gl/GdcrDH Desenho à mão A representação gráfica de um projeto pode ser feita por meio de um desenho feito à mão chamado croqui. Um croqui consiste em um desenho expressivo que representa a intenção ou o conceito de arquitetura pensado pelo projetista. Embora os croquis sejam utilizados frequentemente na etapa de estudo prelimi- nar, em que são realizados os primeiros lançamentosdo partido arquitetônico, o arquiteto poderá utilizá-los sempre que necessário, para estudar uma fachada, para explicar algum detalhamento construtivo ou, simplesmente, para servir como meio de expressão para explicitar uma ideia (FARRELLY, 2014). Desenho à mão livre Croquis conceituais Croquis de estudo Croquis de observação 3Técnica da visualização arquitetônica (2d) Os croquis conceituais são criados a partir de uma ideia, um direcio- namento que o arquiteto pretende dar ao seu projeto. Por exemplo, quando o arquiteto Jorn Utzon iniciou os estudos para a Sidney Opera House, fez o esboço conceitual do que imaginava para aquele terreno (Figura 1). A locali- zação da edificação na Baía de Sidney pode ter inspirado o arquiteto a pensar nas velas dos barcos, o que caracterizou o partido da edificação, reconhecida mundialmente como símbolo da Austrália (Figura 2). Os croquis de estudo são usados para explorar melhor uma ideia sobre determinado espaço, como um conjunto esquemático de desenhos que explica o funcionamento ou o arranjo de determinado lugar. O arquiteto Alberto Baeza esquematizou a organização interna da Casa Guerrero a partir do uso de croquis de estudo (Figura 3), cujo resultado pode ser visto na planta baixa e corte do projeto concluído (Figura 4). Os croquis de observação ajudam a compreensão dos componentes de um projeto de arquitetura, e são realizados, literalmente, a partir da observação de exemplares arquitetônicos já construídos, que podem servir como ideias para futuros projetos (Figura 5). Figura 1. Croqui conceitual de Jorn Utzon para a Sidney Opera House. Fonte: Jorn Utzon (2018). Técnica da visualização arquitetônica (2d)4 Figura 2. Sidney Opera House. Fonte: lembri/Shutterstock.com. Figura 3. Croquis de estudo de Alberto Baeza para a Casa Guerrero. Fonte: Helm (2011). 5Técnica da visualização arquitetônica (2d) Figura 4. Planta baixa e corte da Casa Guerrero. Fonte: Helm (2011). Figura 5. Croqui de observação. Fonte: gkatz/Shutterstock.com. Técnica da visualização arquitetônica (2d)6 Desenho técnico O objetivo dos projetos é fornecer as informações necessárias para construir de maneira eficiente as edificações (RAMOS, 2015). Para que um projeto de arquitetura seja compreendido, é necessário que a representação gráfica das formas, das construções e dos espaços tridimensionais ocorram em duas dimen- sões, ou seja, de uma forma planificada (CHING, 2017). Foram desenvolvidos três tipos de desenho (Figura 6) que atendem a essa necessidade: desenhos de múltiplas vistas (projeção ortogonal), de linhas paralelas (projeção oblíqua) e em perspectiva cônica (projeção em perspectiva). Desenho técnico Projeção ortogonal ou ortográ�ca Projeção oblíqua Projeção em perspectiva Figura 6. Tipos de desenho técnico. Fonte: adaptada de Ching (2017). 7Técnica da visualização arquitetônica (2d) Na projeção ortogonal ou ortográfica, as linhas projetadas são paralelas entre si e perpendiculares ao plano do desenho (CHING, 2017). Esse tipo de projeção é o mais utilizado para a representação gráfica de um projeto de arquitetura, cujas vistas principais são orientadas paralelamente ao plano do desenho e divididas em três desenhos fundamentais para um projeto: planta baixa, corte ou seção e fachada ou elevação. Podemos dizer que a projeção ortogonal consiste na divisão do projeto tantas vezes quanto forem necessárias, para que a forma desejada seja plenamente compreendida. A projeção oblíqua apresenta linhas paralelas entre si e oblíquas ao plano do desenho. De modo geral, um dos planos do objeto é orientado paralelamente ao plano do desenho, o qual é representado com dimensões e tamanho preci- sos. A projeção oblíqua representa uma forma ou construção tridimensional obtida ao projetar linhas paralelas sob determinado ângulo, que não o de 90°, em relação ao plano do desenho. Uma face principal, ou o conjunto de planos do objeto, é orientada paralelamente ao plano do desenho, e representada em tamanho, forma e proporção precisos. A projeção em perspectiva (perspectiva cônica) possui as linhas projeta- das, ou linhas de visão, convergentes para um ponto central (ponto de fuga), que representa o olho do observador (FARRELLY, 2014; CHING, 2017). Saber o significado de alguns termos técnicos em representação gráfica pode ajudá-lo a interpretar e analisar projetos de arquitetura. � Croqui: ou desenho à mão livre, é o desenho rápido ou esboço que não pressupõe grande precisão ou refinamento gráfico; geralmente é utilizado por arquitetos para representar de maneira rápida uma ideia ou conceito do projeto. � Escala: consiste na relação entre as medidas de uma edificação e a sua representa- ção, em geral, gráfica (plantas, cortes e fachadas). É a escala que permite a represen- tação dos projetos graficamente a partir de uma relação proporcional. Utilizamos o escalímetro como ferramenta de desenho para conferir as medidas do projeto. � Projeto assistido por computador (CAD): o CAD (Computer Aided Design) corres- ponde ao uso de computadores e programas especiais para projetar e desenvolver obras de arquitetura, bem como para gerar apresentações dos projetos. � Projeto desenvolvido em BIM: BIM (Building Information Modeling) é um modelo de conjunto de dados multidisciplinares que descreve toda a informação pertinente ao edifício de forma precisa (BAZJANAC, 2004). O desenho em 2d corresponde a uma representação planificada do que será construído. A modelagem com o con- ceito BIM trabalha com modelos 3d, com maior facilidade de compreensão entre os elementos que compõem o projeto, além de maior precisão no produto final. Técnica da visualização arquitetônica (2d)8 Interpretando representações gráficas em 2d Segundo a NBR 6492:1994, que trata da representação de projetos de arqui- tetura, os elementos básicos de um projeto são: gráficos (plantas de situação, implantação, cortes ou seções, fachadas ou elevações, detalhes ou amplia- ções, escala) e escritos (memoriais, especificações, planilha de áreas, lista de materiais, etc.) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994). É importante ressaltar que cada etapa de projeto apresenta a relação específica de elementos gráficos a serem entregues para a compreensão do projeto e para atingir determinado objetivo. Compreenda melhor o assunto observando o Quadro 1. Estudo preliminar Anteprojeto Projeto executivo D es en ho s té cn ic os - Planta de situação (indicando a posição do terreno em relação ao contexto urbano); - implantação (indicando a posição da edificação em relação ao terreno); - plantas baixas; - cortes gerais; - fachadas. - Planta de situação; - implantação; - plantas baixas; - cortes gerais; - fachadas. - Planta de situação; - implantação; - plantas baixas; - cortes; - fachadas; - detalhamento. O bj et iv os Deverão ser representados os elementos construtivos, ainda que de forma esquemática, de modo a permitir a perfeita compreensão do funcionamento do programa de necessidades e partido adotados, incluindo níveis e medidas principais, áreas, acessos, denominação dos espaços, topografia, orientação. Devem estar bem caracterizados os elementos construtivos, com indicação de medidas, níveis, áreas, denominação de compartimentos, topografia e orientação, eixos e coordenadas. A descrição dos materiais adotados deve atender às necessidades da etapa. Devem estar corretamente indicados todos os materiais usados e suas quantidades, os detalhes construtivos e as recomendações necessárias para sua correta execução. Quadro 1. Etapas do projeto e relação dos elementos necessários para sua compreensão. (Continua) 9Técnica da visualização arquitetônica (2d) Fonte: adaptado de Magalhães (2018). Quadro 1. Etapas do projeto e relação dos elementos necessários para sua compreensão. Estudo preliminar Anteprojeto Projeto executivo Es ca la De acordo com o porte do programa (p.ex., umacasa escala 1/100 ou uma escola escala 1/200). Escala igual ou superior a 1/100 na representação da edificação. De acordo com o programa, podem ser utilizadas escalas menores, com ampliações setoriais. Escala igual ou superior a 1/100 na representação da edificação. De acordo com o programa, podem ser utilizadas escalas menores, com ampliações setoriais. (Continuação) Para interpretar um desenho técnico é importante que todas as linhas presentes tenham uma função, e o arquiteto deve saber exatamente o que quer representar, uma vez que cada linha corresponde a um plano no projeto (CHING, 2017). Um resumo das diferentes formas de utilização das linhas consta na Figura 7, em que o arquiteto Francis Ching (2017) descreve cada linha de acordo com o seu tipo e espessura. Independentemente da maneira como o projetista vai conceber sua ideia, seja utilizando o computador ou fazendo o desenho à mão, é preciso dominar esses parâmetros para produzir um desenho técnico de qualidade. Cabe destacar que a escala é um elemento gráfico que faz parte do projeto de arquitetura, já que é inviável que o arquiteto projete as edificações em tamanho real. A escala serve para comparar a planta ou a maquete ao tamanho real do projeto (FARRELLY, 2014). Técnica da visualização arquitetônica (2d)10 Figura 7. Espessuras e tipos de linhas no desenho técnico. Fonte: adaptada de Ching (2017). Para compreender melhor a escala no projeto arquite- tônico, assista ao vídeo Understanding Architecture, pt 4 – Scale (em inglês). Você vai observar como os arquitetos utilizam a escala para despertar alguma emoção ou para dar significado ao projeto de arquitetura. https://goo.gl/Tekubo Técnicas de representação aplicadas ao projeto É importante destacar que os desenhos técnicos utilizados hoje fazem parte da Geometria Descritiva, desenvolvida pelo desenhista Gaspard Monge no século XVII. Vamos analisar cada um dos desenhos técnicos, observar quais são seus elementos gráficos e como interpretá-los, especificamente, nos desenhos mais 11Técnica da visualização arquitetônica (2d) utilizados em arquitetura, além de sua interpretação no projeto: plantas baixas; cortes ou seções; e fachadas ou elevações. A planta baixa corresponde ao corte horizontal de uma edificação a uma altura de 1,20 m do solo ou do nível do piso acabado (o arquiteto deve especificar esse nível no desenho). Todos os elementos que estiverem acima dessa altura deverão ser representados como projeção (linha pontilhada). Como a variedade de elementos em arquitetura é extremamente extensa, vamos nos deter na interpretação dos componentes fundamentais da construção: paredes, portas, janelas, cobertura e mobiliário. As Figuras 8 a 10 trazem a planta baixa e o corte do mesmo sanitário em três escalas diferentes: 1:100, 1:50 e 1:25. Observe como a variação de escala implica, necessariamente, na quantidade de especificações e detalhes contidos na planta baixa. Quanto menor a escala, maior o detalhamento necessário na graficação. Aqui, cabe destacar a importância das normas técnicas para promover a comunicação e a transmissão de ideias do arquiteto de maneira padronizada, para que outros profissionais do meio possam compreender o que está representado no projeto (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994; SCHULER, 2005). Figura 8. Planta baixa e corte 1:100 — 1 cm na escala 1:100 equivale a 1 m do tamanho real. 10 0 25 0 28 0 30 200 1 1 5 4 3 3 42 Técnica da visualização arquitetônica (2d)12 Figura 9. Planta baixa e corte 1:50 — 1 cm na escala 1:50 equivale a 0,50 m do tamanho real. 3 3 14 0 4 1 1 21 0 70 2 5 40 7 0 30 1060 2 4 6040 200 30 10 0 55 22 .5 22 .5 Os cortes de uma edificação são seções, transversais ou longitudinais, geralmente perpendiculares à planta baixa, que possibilitam observar como se comportam os níveis dentro de determinado espaço. Podemos dizer que as informações mais importantes em um corte são as alturas dos elementos que compõem o interior do espaço e seu fechamento, como: mobiliário, divisórias, esquadrias, forros, cobertura, entre outros. Segundo Ching (2017), os cortes são os melhores desenhos para o estudo das relações entre pisos, paredes e coberturas de uma edificação, bem como das dimensões internas do volume definido por esse espaço. Por fim, a fachada ou elevação corresponde à vedação externa da edifica- ção, geralmente feita a partir do ponto de vista de cada direção para a qual a fachada está voltada (norte, sul, leste ou oeste) ou conforme a importância da fachada (fachada principal, fachada interna, fachada de fundos). Essas vistas externas (Figura 11) auxiliam a compreensão das profundidades da fachada a partir das sombras que esses planos projetam sobre a edificação. Vale lembrar que todos os desenhos apresentam dimensões e utilizam escala. 13Técnica da visualização arquitetônica (2d) Figura 10. Planta baixa e corte 1:25 — 1 cm na escala 1:25 equivale a 0,25 m do tamanho real. PA 02 2. 10 X0 .6 0 1 PORTA DE ABRIR MADEIRA SEMIOCA 210X60 2 PILAR CONCRETO 25X25 JANELA MAXIMAR MADEIRA VIDRO TRANSLÚCIDO 60X60/140 25 25 53 22 15 15 47 96 56 15 LAVATÓRIO ESPECIFICAR MODELO PROJEÇÃO FORRO DE GESSO NEGATIVO DE 4cm ESP. 10mm BACIA SANITÁRIA ESPECIFICAR MODELO SANITÁRIO A: 2.00 m2 PISO CERÂMICA 30X30cm PÉ-DIREITA FORRO=2,50m 4 3 25 0 14 4 40 10 5 BACIA SANITÁRIA ESPECIFICAR MODELO PORTA DE ABRIR MADEIRA SEMIOCA 210x60 3 FORRO DE GESSO ESP. 4cm VIGA EM CONCRETO 15x30cm 30 40 67 26 5 2 1 83 Técnica da visualização arquitetônica (2d)14 Figura 11. Exemplo de representação de fachada. Fonte: Residência... (2017). 1. Existem várias técnicas de visualização arquitetônica em duas dimensões, uma delas é utilizada principalmente para lançamento inicial de projetos e consiste no desenho gestual das ideias norteadoras do projeto. A qual tipo de técnica corresponde essa definição? a) Croqui de observação. b) Croqui de estudos. c) Croqui conceitual. d) Perspectiva cônica. e) Projeção ortogonal. 2. A projeção ortogonal corresponde a uma maneira específica de representação em arquitetura, também é conhecida por desenho de múltiplas vistas. Sobre essa definição é possível afirmar que: a) corresponde a diferentes planos que seccionam uma edificação, tantos quanto forem necessários para melhor representá-la em duas dimensões. b) são desenhos à mão livre que representam em duas dimensões um espaço ou uma edificação tridimensional. c) os desenhos de múltiplas vistas correspondem somente às plantas baixas de uma edificação. d) os desenhos de múltiplas vistas não podem ser realizados à mão porque podem resultar em desenhos imprecisos. e) são desenhos feitos de uma edificação a partir de diversos pontos de vista do observador, tanto internos quanto externos. 15Técnica da visualização arquitetônica (2d) 3. Você recebeu a seguinte planta baixa, referente ao projeto arquitetônico de um escritório, e precisa interpretar algumas representações gráficas que estão indicadas pelos números de 1 a 5. 2 5 3 4 1 Escolha a alternativa que corresponde à interpretação correta. a) A porta de abrir que dá acesso ao escritório (1) possui uma folha de vidro. b) A janela do banheiro (2) apresenta a mesma altura do peitoril da janela do escritório. c) É possível afirmar que a parede do banheiro (3) possui o mesmo material construtivo que a parede do escritório. d) Uma mesa de apoio (4) está representada junto à parede do banheiro. e) É possível afirmar que essa parede (5) corresponde à fachada externa da edificação ou a um poço de iluminação. 4. O detalhamento de uma edificação corresponde à etapa de projeto executivo e apresenta informações específicas sobre um ambiente, sobre esquadrias ou sobre um elemento construtivo que precisa ser representado em uma escala maior para facilitar a compreensão. Qual das associações abaixo corresponde à identificação correta do desenho técnico?a) Detalhamento de esquadria — porta de abrir em planta baixa. Técnica da visualização arquitetônica (2d)16 b) Detalhamento de floreira — escoamento da água em corte. c) Detalhamento de exaustor de cozinha em planta. d) Detalhamento de platibanda — impermeabilização em corte. 17Técnica da visualização arquitetônica (2d) e) Detalhamento de rampa — acesso de veículos em corte. 5. Para a realização de um desenho técnico arquitetônico é necessário que você tenha o domínio da representação gráfica para garantir uma boa compreensão do projeto. A NBR6492: 1994 – Representação de projetos de arquitetura – estabelece alguns critérios para padronização. Podemos afirmar que essa norma técnica: a) apresenta os formatos das folhas de desenho, bem como o leiaute e as dimensões. b) informa qual é a definição de corte em arquitetura e onde deve estar localizado para garantir maior número possível de detalhes construtivos. c) discorre especificamente sobre o desenho técnico realizado via computador, e sobre as diferenças entre representação gráfica manual e digital. d) identifica as etapas de projeto (estudo preliminar, anteprojeto, projeto legal e projeto executivo), mas não aponta quais desenhos técnicos devem ser apresentados em cada etapa. e) os projetos arquitetônicos acadêmicos e profissionais não precisam atender integralmente aos quesitos da norma. Técnica da visualização arquitetônica (2d)18 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492: representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro, 1994. BAZJANAC, V. Virtual building environments (VBE): applying information modeling to buildings. 2004. Disponível em: <http://repositories.cdlib.org/lbnl/LBNL-56072>. Acesso em: 17 abr. 2018. CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017. FARRELLY, L. Fundamentos de arquitetura. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014. HELM, J. Casa Guerrero: Alberto Campo Baeza. 2011. Disponível em: <https://www. archdaily.com.br/br/01-1106/casa-guerrero-alberto-campo-baeza>. Acesso em: 18 abr. 2018. JORN Utzon: biografia y obra. Disponível em: <http://catalogo.artium.org/book/ export/html/7747>. Acesso em: 18 abr. 2018. MAGALHÃES, I. NBR 6492: desenho arquitetônico. Disponível em: <http://www.ebah. com.br/content/ABAAAevEsAD/nbr6492-desenho-arquitetonico>. Acesso em: 18 abr. 2018. RAMOS, M. E. S. Representação gráfica em projetos de arquitetura: um novo para- digma. In: SEMINÁRIO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENHO, CULTURA E INTERATIVIDADE, 11., 2015, Feira de Santana. Anais... Feira de Santana, BA: PPGDCI/ UEFS, 2015. RESIDÊNCIA com jardim privado. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily. com.br/br/880266/residencia-com-jardim-privado-baan-puripuri/58f81bd8e58e cea052000343-townhouse-with-private-garden-baan-puripuri-elevation>. Acesso em: 18 abr. 2018. SCHULER, D. Apostila de desenho I. [S.l.: s.n.], 2005. Apostila de treinamento. Leituras recomendadas FERREIRA, P. Desenho de arquitetura. 2. ed. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2008. LANCINI, G. C. Brunelleschi e o desenho da arquitetura. 2014. Disponível em: <http:// www.iau.usp.br/pesquisa/grupos/nelac/index.php/brunelleschi-e-o-desenho-de- arquitetura/>. Acesso em: 18 abr. 2018. PANISSON, E. Gaspard Monge e a sistematização da representação na arquitetura. 271 p. Tese (Doutorado em Arquitetura) - Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2007. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs. br/handle/10183/14314>. Acesso em: 18 abr. 2018. 19Técnica da visualização arquitetônica (2d) Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Um dos aspectos mais importantes na representação gráfica em arquitetura é a qualidade da graficação dos projetos. A graficação é a maneira como o projeto é representado, por meio das linhas que indicam as mudanças de plano e elementos arquitetônicos. Buscar a padronização através das normas técnicas é fundamental para garantir uma graficação adequada. Graficar um projeto também é buscar pela melhor organização do leiaute – informações inseridas nas pranchas onde estarão inseridos os desenhos técnicos. Na Dica do Professor a seguir, você verá algumas sugestões sobre como melhorar a graficação dos seus projetos, elaborando desenhos técnicos de qualidade que transmitam maior clareza e legibilidade dos elementos que você pretende representar. Confira. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Existem várias técnicas de visualização arquitetônica em duas dimensões, uma delas é utilizada principalmente para lançamento inicial de projetos e consiste no desenho gestual das ideias norteadoras do projeto. A qual tipo de técnica corresponde esta definição? A) Croqui de observação. B) Croqui de estudos. C) Croqui conceitual. D) Perspectiva cônica. E) Projeção ortogonal. 2) A projeção ortogonal corresponde a uma maneira específica de representação em arquitetura, também é conhecida por desenho de múltiplas vistas. Sobre esta definição é possível afirmar que: A) corresponde a diferentes planos que seccionam uma edificação, tantos quanto forem necessários para melhor representá-la em duas dimensões. B) são desenhos à mão livre que representam em duas dimensões um espaço ou edificação tridimensional. C) os desenhos de múltiplas vistas correspondem somente às plantas baixas de uma edificação. D) os desenhos de múltiplas vistas não podem ser realizados à mão porque podem resultar em desenhos imprecisos. E) são desenhos feitos de uma edificação a partir de diversos pontos de vista do observador, tanto internos quanto externos. Você recebeu a seguinte planta baixa referente ao projeto arquitetônico de um escritório e precisa interpretar algumas representações gráficas que estão indicadas pelos números de 1 a 5 na planta baixa. 3) Escolha a alternativa que corresponde à interpretação correta: A) A porta de abrir que dá acesso ao escritório (1) possui uma folha de vidro. B) A janela do banheiro (2) apresenta a mesma altura do peitoril da janela do escritório. C) É possível afirmar que a parede do banheiro (3) possui o mesmo material construtivo que a parede do escritório. D) Representação de uma mesa de apoio (4) junto à parede do banheiro. E) É possível afirmar que esta parede (5) corresponda à fachada externa da edificação ou a um poço de iluminação. O detalhamento de uma edificação corresponde à etapa de projeto executivo e apresenta informações específicas de um ambiente, esquadrias ou elemento construtivo que precisa ser representado em uma escala maior para facilitar a compreensão. Qual das associações abaixo corresponde à identificação correta do 4) desenho técnico? A) Detalhamento de esquadria - porta de abrir em planta baixa. Detalhamento de floreira – escoamento da água em corte.B) C) Detalhamento de exaustor de cozinha em planta. Detalhamento de platibanda – impermeabilização em corte.D) Detalhamento de rampa – acesso veículos em corte.E) 5) Para a realização de um desenho técnico arquitetônico é necessário que você tenha o domínio da representação gráfica para garantir uma boa compreensão do projeto. A NBR6492:1994 Representação de projetos de arquitetura estabelece alguns critérios para padronização. Sobre esta norma técnica é possível afirmar que: A) apresenta os formatos das folhas de desenho, bem como leiaute e dimensões. B) informa qual a definição de corte em arquitetura e onde deve estar localizado para garantir maior número possível de detalhes construtivos. C) discorre especificamente sobre o desenho técnico realizado assistido por computador e as diferenças entre representação gráfica manual e digital. D) identifica as etapas de projeto (estudo preliminar, anteprojeto, projeto legal e projeto executivo), mas não trata de quais desenhos técnicos devem ser apresentados em cada etapa. E) os projetos arquitetônicos acadêmicos e profissionais não precisamatender integralmente os quesitos da norma. NA PRÁTICA Um dos projetos muito frequentes em escritórios de arquitetura são as reformas, residenciais ou comerciais. Você sabia que existe uma representação gráfica específica para este tipo de projeto? É muito importante que você saiba especificar corretamente o que é existente na edificação e o que será demolido ou acrescentado. Estas indicações são realizadas nas plantas baixas e cortes do projeto de arquitetura, utilizam-se as seguintes convenções: cor vermelha nas paredes a serem construídas, cor preta nas paredes a conservar e cor amarela naquelas paredes que serão demolidas. Para exemplificar melhor, veja o passo a passo de um projeto de reforma, bem como sua representação gráfica. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Norma Técnica NBR 6492:1994 Representação de projetos de arquitetura Você pode aprender um pouco mais sobre os procedimentos de representação gráfica por meio da Norma Técnica NBR 6492:1994 Representação de projetos de arquitetura. Esta Norma fixa as condições para representação gráfica de projetos de arquitetura, você poderá fazer o download para uso acadêmico no site da UFJF-MG. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Arquitetura na prática Temas relevantes são tratados no canal do Youtube How to Architect, desde teoria e história da arquitetura até a representação gráfica são apresentados de forma prática e didática. Vale a pena conferir, legendas em português são disponibilizadas em todos os vídeos do canal. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O uso de imagens digitais na arquitetura Para ficar por dentro de como as imagens digitais estão sendo utilizadas para representação em projetos de arquitetura hoje no Brasil, leia o artigo científico "Imagens digitais na apresentação de projetos de arquitetura: estudo na arquitetura brasileira contemporânea – Jacobsen Arquitetura", publicado pelas professoras Monika Stumpp e Gisele Braga. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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