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Medicina 202 – T2 Emanuela Hannoff Pilon Linda p. 631 + 64 Guyton + Moore Anato Tutorial 3 – mod III – Mastiga e engole OBJETIVOS: 1- Identificar as estruturas envolvidas na mastigação e deglutição e suas respectivas funções. 2- Compreender os mecanismos envolvidos na transformação do alimento na boca. 3- Estudar os mecanismos envolvidos no processo da deglutição. (Voluntários e involuntários) Identificar as estruturas envolvidas na mastigação e deglutição e suas funções. A quantidade de alimento que a pessoa ingere é determinada pelo desejo do alimento, fome. O tipo de alimento que a pessoa prefere é determinado pelo apetite. Essa ingestão de alimento tem mecanismos, a mastigação e a deglutição. MASTIGAÇÃO: é o processo de quebra e redução do alimento em pedaços menores, feitos na cavidade oral, transformando o alimento em bolo alimentar. DENTES: estrutura rígida, formada por 2 arcadas: superior e inferior Tem como função: cortar, reduzir e misturar o alimento à saliva durante a alimentação; ajudar na sua própria sustentação; participar da articulação da fala. Composição: composto por esmalte (duro e mineralizado), por dentina (forma maior parte do dente e é coberta pelo esmalte, possui túbulos direcionados à polpa) e pela polpa (possui tecido conjuntivo, mole, com vasos sanguíneos e nervos). Estrutura: formado por coroa, colo e raiz. A Coroa projeta-se da gengiva e é a parte visível, sua forma define a função do dente. O colo está entre coroa e raiz. A raiz é onde o dente se prende ao osso. Gerações: decídua (primária): 20 dentes entre 6 meses e 3 anos de idade, dentes de leite; Permanente (secundária): perto dos 6 anos, os decíduos caem e são substituído por 32 permanentes que terminam de se desenvolver quando nascem os sisos (18 a 21 anos) alguns antes, outros depois Tipos de dentes: definidos por suas características - Incisivos: frontais, finos e afiados. Função de cortar. - Caninos: cones únicos, pontas agudas. Rasgar e segurar. - Pré-molares: duas pontas. Esmagar e moer, com saliências e depressões. - Molares: várias pontas. Triturar, também tem saliências e depressões. Os músculos da mandíbula, conseguem aproximar os dentes com uma força de até 25kg nos incisivos e 91kg nos molares. MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO: Tem como função mastigar a comida por sua ação sobre a articulação temporomandibular. Tem como principais movimentos: (contato dos dentes da arcada superior e inferior), protrusão (para frente) e retrusão (para trás). Figura - M. Masseter Eleva e protrai a mandíbula e auxilia os outros músculos a moverem a mandíbula lateralmente Figura - M. Temporal Eleva e retrai a mandíbula, auxilia o pterigoide lateral a movimentá-la lateralmente. Quando eleva, fecha a boca. Figura - M. pterigóide medial Elevação, protrusão e excursão lateral da mandíbula. Depressão e protrusão da mandíbula e a move lateralmente. Figura - Músculo bucinador O músculo bucinador faz parte dos músculos da face, mas também ajuda no bolo alimentar. Pressiona a bochecha contra os dentes molares, mantém as bochechas tensas, evitando seu pregueamento e lesão durante a mastigação. A maioria dos músculos da mastigação é inervada pelo ramo motor do 5º nervo craniano e o processo de mastigação é controlado por núcleos no tronco encefálico. LÍNGUA É um órgão muscular móvel, cuja função é a articulação (formar palavras durante a fala), compressão do alimento para a parte oral da faringe como parte da deglutição. A língua também está associada à mastigação, ao paladar e à limpeza da boca. A língua possui papilas linguais, de textura áspera: - Papilas circunvaladas: grandes e com topo plano, em formato de V, numerosas. - Papilas folhadas: nas margens laterais - Papilas filiformes: terminações sensíveis ao toque. - Papilas fungiformes: formato de cogumelo, parte anterior. As papilas circunvaladas, foliadas e a maioria das fungiformes contêm receptores gustativos nos calículos gustatórios. Músculos extrínsecos: modificam a posição da língua. São eles: genioglosso, hipoglosso, estiloglosso e palatoglosso. Músculos intrínsecos: modificam seu formato. São eles: longitudinais superior e inferior, transverso e vertical. Deglutição: mecanismo complicado pois é importante que a respiração não seja comprometida pela deglutição, sendo que a faringe é uma estrutura em comum ao sistema gastrointestinal e respiratório. Inicia no estágio voluntário, passa para o estágio faríngeo involuntário e finalmente passa para o estágio esofágico involuntário. FARINGE: Local de passagem no processo de deglutição. Divide-se em 3 áreas: Nasofaringe - não relacionada com o sistema gastrintestinal Orofaringe (porção oral) é revestida por mucosa escamosa estratificada intercalada por glândulas mucosas. Laringofaringe (porção laríngea) se abre anteriormente na entrada da laringe, sendo contínua com o esôfago. Na parte profunda da mucosa, há os músculos constritores da faringe que auxiliam na deglutição. Dentre eles, vale citar: - Estilofaríngeo; - Constritor superior; - Constritor médio; - Constritor inferior; - Salpingofaríngeo; ESÔFAGO: um tubo que conecta a faringe ao estômago. Formado por músculo estriado e músculo liso. Ele vai transportar alimentos sólidos e líquidos para o estômago. GLÂNDULAS SALIVARES: as três maiores glândulas são as parótidas, as submandibulares e as sublinguais. Cada glândula é estrutura pareada que produz saliva e a entrega à boca por um ducto. Diariamente, são secretados de 800 a 1500mL de saliva. As parótidas são compostas por células serosas e secretam líquido aquoso, composto por água, íons e enzimas, alfa-amilase que vai digerir amido. As submandibulares e sublinguais são mistas e tem células serosas e mucosas, secretando líquido aquoso e glicoproteínas do tipo mucina para a lubrificação e proteção da superfície. Assim, elas têm como função: manter a túnica mucosa da boca úmida, lubrificar o alimento durante a mastigação, inicia a digestão de amidos, previne cáries dentais e no paladar. A saliva tem pH neutro, oscilando entre 6 e 7. Compreender os mecanismos envolvidos na transformação do alimento na boca A mastigação e a deglutição são as primeiras etapas no processamento do alimento ingerido, sendo assim preparado para a digestão e absorção. A mastigação tem três funções: misturar o alimento com a saliva, lubrificando e facilitando a deglutição; reduz o tamanho das partículas do alimento e mistura os carboidratos ingeridos com a amilase salivar para iniciar o processo de digestão. A maioria dos músculos da mastigação é inervada pelo ramo motor do 5º nervo craniano e o processo de mastigação é controlado por núcleos no tronco encefálico. A estimulação de áreas reticulares específicas, nos centros do paladar do tronco cerebral, causa movimentos de mastigação rítmicos. A estimulação de áreas no hipotálamo, na amígdala e até mesmo no córtex, perto de áreas sensíveis do olfato e paladar, pode causar a mastigação. Grande parte da mastigação é ocasionada por reflexo da mastigação. A presença do bolo alimentar desencadeia a inibição reflexa, inibindo os músculos da mastigação, fazendo com que a mandíbula se abaixe. Isso vai iniciar um reflexo de estiramento, que causa uma contração reflexa, elevando a mandíbula, isso vai causar o cerramento dos dentes, o bolo vai ser comprimido contra as paredes bucais, inibindo mais uma vez os músculos mastigatórios e reação reinicia. A mastigação é importante para a digestão dos alimentos, mas é principalmente importante para a maioria das frutas e vegetais crus, que possuem uma membrana de celulose indigerível ao redor das porções nutrientes, precisando ser rompidas para que haja a digestão do alimento. A mastigação também ajuda na digestão pois as enzimas só agem nas superfícies das partículas de alimentos. A intensidade da digestão vai depender da área de superfície total, expostas as secreções. Além disso, triturar o alimento em partículas menores previne lesões no tratogastrointestinal, facilitando o transporte do alimento até o estômago, intestino delgado e outros. Estudar os mecanismos envolvidos no processo da deglutição (Voluntários e Involuntários) A deglutição é um mecanismo complicado pois a faringe serve tanto à respiração, quanto à deglutição. A faringe se converte por apenas alguns segundos em trato de propulsão alimentar. A deglutição inicia voluntariamente na boca, mas daí em diante ela estará sob o comando involuntário, ou reflexo. A porção reflexa é controlada pelo centro da deglutição, localizado no bulbo. A informação sensorial é detectada por receptores somatossensoriais situados na faringe. Essa informação sensorial é transportada para o centro de deglutição. O bulbo vai coordenar a informação sensorial e direciona a saída motora para os músculos estriados da faringe e do esôfago. O processo de deglutição consiste em três fases: FASE ORAL OU VOLUNTÁRIA: alimento na cavidade oral. O alimento pronto para ser deglutido vai ser comprimido (voluntariamente) e empurrado para trás, em direção à faringe. Inicia o reflexo involuntário de deglutição no bulbo. FASE FARÍNGEA: o bolo alimentar estimula as áreas de receptores epiteliais da deglutição ao redor da abertura da faringe, para impulsionar o tronco e causar contrações: 1. O palato mole é empurrado para cima, evitando o refluxo de alimento para a cavidade nasal , já que a passagem de alimento fica estreita. 2. As pregas palatofaríngeas são empurradas para se aproximar e formar uma fenda que possui ação seletiva, por onde o alimento vai passar para a faringe e se o alimento for melhor mastigado, vai fazer com mais facilidade. Objeto grande é impedido de passar pelo esôfago. 3. As cordas vocais se aproximam e a laringe é puxada para cima e frente, epiglote vai para trás. Isso impede que o alimento passe para o nariz e para a traqueia. 4. Quando a laringe vai para cima, puxa e dilata a abertura do esôfago e o ESE relaxam. O alimento passa livre e facilmente da faringe para o esôfago. Entre as deglutições, o esfíncter fica contraído, evitando entrada de ar no esôfago durante a respiração. Outra ação da subida da laringe é a elevação da glote que afasta o fluxo principal de alimento 5. Quando a laringe é elevada e o esfíncter relaxado, toda a parede da faringe se contrai até progredir para as áreas mais inferiores, fato que impulsiona o alimento por peristaltismo. 6. Resumindo: a traqueia fecha, o esôfago abre, a onda peristáltica rápida, força o bolo de alimento para a parte superior do esôfago, o processo adiante dura menos de segundos. Inibição nervosa do estágio faríngeo: os impulsos motores do centro da deglutição para a faringe e parte superior do esôfago, que causam a deglutição são transmitidos pelo 5º (trigêmeo), 9º (glossofaríngeo), 10º (Vago) e 12º pares de nervos cranianos. O estágio faríngeo é um ato reflexo, iniciado pelo movimento voluntário do alimento para a parte posterior da boca, excitando os receptores sensoriais para iniciar a parte involuntária do reflexo da respiração. A respiração vai ocorrer em menos de 6 segundos, interrompendo a respiração por fração do ciclo respiratório. Mesmo quando a pessoa está falando, a deglutição interrompe a respiração por tempo não curto que mal se percebe. ESTÁGIO ESOFÁGICO Os movimentos do esôfago são organizados de modo específico para conseguir conduzir o alimento da faringe para o esôfago. Ele normalmente tem dois tipos de movimentos peristálticos: peristaltismo primário e peristaltismo secundário. O peristaltismo primário é a continuação da onda peristáltica que começa na faringe e se prolonga para o esôfago, durante o estágio faríngeo da deglutição. Dura de 8 a 10s esse percurso da faringe-estômago. O alimento engolido na posição ereta é levado para a porção inferior do esôfago mais rápido do que a onda peristáltica, em cerca de 5-8s, devido ao efeito adicional da gravidade que força o alimento para baixo. Se a onda primária não move tudo para o estômago, as ondas peristálticas secundárias entram em ação e vão distender o esôfago, até esvaziar todo o esôfago. Essas ondas são provocadas por circuitos neuronais intrínsecos e por reflexos que iniciam na faringe e vão para o bulbo e retornam ao esôfago. O nervo vago, que inerva aqui, quando cortado, faz com que o plexo nervoso miontérico do esôfago fique excitável, causando ondas peristálticas secundárias fortes, mesmo sem o suporte dos reflexos vagais. Inclusive, após uma paralisia do reflexo da deglutição no tronco encefálico, alimento introduzido por sonda no esôfago, ainda passa rapidamente para o estômago. RELAXAMENTO RECEPTIVO DO ESTÔMAGO Quando a onda peristáltica esofágica se aproxima do estomago, a onda de relaxamento precede o peristaltismo. O estômago e até o duodeno relaxam quando ondas peristálticas atingem a porção inferior do esôfago e preparam com antecedência para receber o alimento que é levado pelo esôfago. ESFÍNCTER ESOFÁGICO INFERIOR (ESFÍNCTER GASTROESOFÁGICO) No final do esôfago, o músculo funciona como um esfíncter, que normalmente fica contraído. Quando a onda peristáltica da deglutição desce pelo esôfago, ocorre o relaxamento receptivo do esfíncter, permitindo a propulsão do alimento deglutido para o estomago. As secreções gástricas são ácidas. A mucosa esofágica não consegue resistir muito tempo à ação digestiva das secreções gástricas. A constrição do esfíncter evita um refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago. Uma prevenção adicional do refluxo esofágico é semelhante a uma válvula. O aumento da pressão intra-abdominal projeta nesse ponto o esôfago para o e estômago. O fechamento do esôfago (como se fosse uma válvula), contribui para evitar que a elevação da pressão intra-abdominal force os conteúdos gástricos de volta ao esôfago. Sempre que andássemos, tossíssemos ou respirássemos fundo, o ácido gástrico poderia voltar para o esôfago. Situações onde a pressão intra-abdominal está aumentada (gravidez ou obesidade mórbida) podem causar o refluxo gastroesofágico, em que o conteúdo gástrico pode refluir para o interior do esôfago. Esfíncter superior: evita entrada de ar no esôfago. Esfíncter inferior: evita reentrada de suco gástrico no esôfago. Língua 928 Dente, língua, faringe, glândulas orais, esôfago Figura moore página 1023 Silverthorn 669
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