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Elaborado por Esther da Cunha Rodrigues - Acad. de Fonoaudiologia (UFCSPA) Morfofisiologia do Sistema Estomatognático 2017/2 - Prova 2 (Deglutição + Sucção + Respiração) As�e�t�� �� Nor����da�� �� Deg����ção 3 fases da deglutição, oral, faríngea e esofágica, ou 4, acrescentando a fase preparatória. ➔ Anatomia da cavidade oral: Estruturas principais: maxila, mandíbula, lábios, assoalho da boca, bochechas, língua, dentes, palato duro, palato mole, arcos palatoglosso e palatofaríngeo. ➔ Anatomia da faringe: dividida em nasofaringe, orofaringe e hipofaringe. As paredes da faringe são constituídas de três músculos que estão envolvidos no ato da deglutição. Estes músculos são os constritores da faringe superior, médio e inferior. ● Nasofaringe → Conecta a cavidade nasal com a orofaringe servindo como um conduto de ar, como área de drenagem para o nariz, para os seios paranasais e para a tuba auditiva e, por último, como um ressonador para a produção da voz. ○ Tem um papel limitado no ato de deglutir e fica fechada em relação ao resto da faringe durante a deglutição. A adenóide fica no teto da nasofaringe; embora não tenha relação direta com a deglutição, quando hipertrófica pode obstruir parcial ou totalmente o fluxo aéreo e interferir na deglutição. ● Orofaringe → A orofaringe é a extensão da cavidade oral posteriormente. As paredes lateral e posterior da orofaringe são formadas pela parte mediana e inferior dos músculos constritores da faringe. A maior parte do osso hióide está contida na parede lateral da faringe; o corpo do osso hióide está inserido na base da língua. ● Hipofaringe/ Laringofaringe → Vai da ponta da epiglote e do nível do osso hióide até o músculo cricofaríngeo (parte do constritor faríngeo inferior). Termina sobre a laringe, ao nível das pregas vestibulares. A parte laríngea da faringe estende-se da borda superior da epiglote à borda inferior da cartilagem cricóide. A parede anterior é formada pela laringe e estruturas relacionadas. ➔ Anatomia da Laringe: Constituída de cartilagens, músculos e ligamentos. As cartilagens incluem a tireóide, cricóide, aritenóides, cuneiformes, corniculadas e epiglote. Os músculos intrínsecos da laringe controlam os movimentos de abertura e fechamento das pregas vocais durante a respiração, a fonação e deglutição. Controlam ainda a tensão para produção de sons agudos e graves. O músculo que corresponde ao corpo da prega vocal é chamado músculo vocal, que também é o músculo das pregas ventriculares (falsas cordas). Os ligamentos tíreohióideo e cricotireóideo ajudam na suspensão e estabilidade da laringe. A laringe possui três funções básicas: protetora, respiratória e fonatória. ➔ Anatomia do Esôfago: O esôfago é um tubo muscular envolto com uma mucosa que propulsiona o alimento da hipofaringe ao estômago. O músculo cricofaríngeo ou esfíncter esofágico superior (EES), forma a junção entre a laringofaringe e o esôfago. O esfíncter gastroesofágico ou esfíncter esofágico inferior (EEI), forma a junção entre o esôfago e o estômago. Estes dois esfíncteres conservam o esôfago vazio entre as deglutições. No pescoço, o Elaborado por Esther da Cunha Rodrigues - Acad. de Fonoaudiologia (UFCSPA) esôfago está na frente das vértebras cervicais, atrás da traquéia e entre as artérias carótidas. Os nervos laríngeos recorrentes estão localizados de cada lado do esôfago. A faringe e o esôfago proximal são as únicas regiões do corpo humano onde a musculatura estriada não está sob o controle neurológico voluntário. Ambas as fibras, simpática e parassimpáticas, inervam o esôfago. No bebê: - Língua anteriorizada ocupando maior parte da cavidade oral; - Língua, palato mole, faringe e laringe próximas; - Laringe em posição alta - Facilidade na Sucção x Respiração x Deglutição; - Função das vias aéreas mais eficaz; - Função de fonação evolui com o amadurecimento das estruturas. ***** Diferentes padrões de deglutição ao longo da vida → modificações significativas nos 3 primeiros anos de vida → Crescimento anatômico, maturação neuromotora e aprendizado; Fis���o��� da ���l��ição A função de deglutir é a de transportar material da cavidade oral ao estômago não permitindo a entrada de nenhuma substância na via aérea. A passagem do bolo sem ser aspirado é o resultado da interação complexa entre os diversos músculos e nervos que participam da deglutição. A divisão da deglutição é baseada nas características anatômicas e funcionais. 1) Fase Preparatória/ Antecipatória: Preparo para o início da deglutição → Estímulo sensorial visual e olfativo (influência da apresentação do alimento) + Vontade de alimentar-se (intensão, fome) → Salivação; ➢ Determinada pelo: Centros corticais + SNP + Fibras aferentes envolvidas no início da deglutição → Antes da deglutição o alimento é reconhecido pelo córtex cerebral baseado em inputs olfatórios e/ou visuais que induzem a salivação e auxiliam na preparação, transferência e transporte do bolo. ➢ Nervos sensitivos e motores → Olfatório (I), Óptico (II), Oculomotor (III), Troclear (IV), Abducente (VI) + N. Mistos: Facial (VII) e Glossofaríngeo (IX). 2) Fase Preparatória Oral O estágio preparatório oral, é a mastigação com as suas três fases, incisão, trituração e pulverização, nesta fase o bolo é misturado com a saliva. O bolo é então colocado entre a língua e o palato duro antes de iniciar a deglutição voluntária. Durante toda a fase oral preparatória o palato mole está em uma posição mais baixa, ajudando a prevenir que o bolo dirija-se para a faringe antes da deglutição ser realizada. Essa ativa a elevação do palato mole, que ocorre pela contração do músculo palatoglosso. A faringe e a laringe estão em repouso. A via aérea está aberta e a respiração nasal continua até que a deglutição ocorra. ❖ Voluntária e inconsciente; ❖ Determinada pelos → Centros corticais + Cerebelo → Coordena estímulos motores dos pares cranianos (V, VII, XII pares); ❖ Introdução do alimento e vedamento labial → Incisão, trituração, pulverização; ❖ Subfases: ➢ Captação – preensão do alimento (retirada do alimento do utensílio) ➢ Preparo – Manipulação ou mastigação (pastosos e líquidos = manipulação; tempo de manipulação de líquidos menor que alimentos pastosos) (mastigação:trituração e umidificação) ➢ Qualificação - mecanoreceptores, quimiorreceptores e termorreceptores da cavidade oral, junto à língua, fornecem informação sensorial para identificação do bolo, duração de acordo com a consistência. ➢ Organização - alimento no dorso da língua, após ejeção oral; Elaborado por Esther da Cunha Rodrigues - Acad. de Fonoaudiologia (UFCSPA) 3) Fase Oral Propriamente dita É uma fase voluntária que começa com a propulsão posterior do bolo pela língua e termina com a deglutição. A iniciação de uma deglutição do bolo alimentar ou líquido se faz sob controle voluntário, embora os estágios finais da deglutição sejam involuntários. A presença de comida ou líquido exige uma iniciação voluntária da deglutição. No entanto, o processo de salivação na deglutição parece ser diferente e pode ser mais automático no início de uma deglutição. Na fase oral, a ponta da língua apoia-se contra as bordas do alvéolo maxilar ou os incisivos superiores (na papila incisiva), toma uma forma de xícara para conter bolos com grandes volumes. A língua é responsável por levar o alimento para ser mastigado, juntar este alimento, conter o bolo formado, acomodar este bolo e propulsioná-lo para trás. Quando o bolo é levado para a faringe o palato mole deve se fechar (elevar-se) para que a comida não dirija-se para a nasofaringe. O total selamento da cavidade oral ajuda a manter as forças de propulsão necessárias para o transporte do bolo através da hipofaringe, esfíncter esofageal superior e esôfago. Válvulas em ação: - anterior → orbicular da boca; - laterais → bucinadores; - posterior → aposição da língua e palato mole. 4) Fase Faríngea Consiste na contração peristáltica dos constritores faríngeos para propulsionar o bolo através da faringe. A laringe protege a via aérea através do fechamentocompleto e automático da glote durante a deglutição. A epiglote é trazida para baixo e leva o bolo deglutido em direção ao esfíncter esofágico superior. 1° Adução das pregas vocais associada à aproximação horizontal das cartilagens aritenóides. 2° Aproximação vertical das aritenóides em direção à base da epiglote. 3° Elevação da laringe e por último a epiglote desce. Na orofaringe existem sensores que podem desencadear a fase faríngea da deglutição. Simples toques ou pressões mesmo que suaves são capazes de desencadear a deglutição. Isto ocorre quando estes contatos são realizados no palato mole, úvula, dorso da língua, superfície faringeal da epiglote... Durante a fase faríngea, a deglutição é reflexa e envolve uma sequência complexa de movimentos coordenados. 1° Elevação de todo o tubo faringeal incluindo a laringe. 2° Onda peristáltica descendente. A laringe se eleva, movendo-se anterior e superiormente. Isto é realizado por contrações dos músculos suprahioideos, tais como o milohioideo, geniohideo e digástrico, além do músculo tireohideo. A laringe se movendo desta forma permite a melhor apreensão do bolo para levá-lo para a faringe, e contribui na abertura do EES através das forças do trato. ● Processo coordenado e involuntário, transporte do conteúdo deglutido com valores de pressão ajustados de acordo com a qualidade do bolo; ● Depende de impulsos aferentes de receptores localizados em diferentes áreas da boca e da faringe; ● Fechamento velofaríngeo → prevenir refluxo de alimento para as coanas; ● Ação esfinctérica laríngea para prevenir aspiração laringotraqueal; ● Abertura da transição faringoesofágica para a passagem do bolo para o esôfago; Comando da Fase Faríngea: • IX - Glossofaríngeo • X - Vago + Contribuição do: • V – trigêmeo • VII – Facial • XII - Hipoglosso • fibras de C1, C2 e C3 Elaborado por Esther da Cunha Rodrigues - Acad. de Fonoaudiologia (UFCSPA) Impacto na segurança → Risco de aspiração → Laringofaringe – cruzamento da via aérea e da via digestiva → Mecanismo de proteção de via aérea; 5) Fase Esofágica Onda peristáltica automática leva o bolo para o estômago, consequentemente reduzindo o risco de refluxo gastroesofágico ou reentrada de material alimentar do esôfago para a laringe. O processo de peristaltismo movimenta o bolo através do esôfago e termina quando a comida passa pelo EEI. O EES é uma zona de alta pressão que é fechada tonicamente no repouso e aberto durante a deglutição. A duração e diâmetro da abertura do esfíncter são influenciadas pelo tamanho do bolo e viscosidade, sendo responsiva ao feedback sensorial. A função do EES inclui a proteção da via aérea contra a aspiração, funcionando como barreira contra o refluxo gastroesofágico. Inervação parassimpática: Vago (X); Função Or�� �� Sucção É a primeira função do sistema estomatognático (SE) e está presente nos primeiros meses de vida, é caracterizada por uma ação neuromuscular envolvendo a parte óssea e muscular. Junto ao movimento muscular ocorre o desenvolvimento ósseo; Desempenha papel fundamental no suprimento das necessidades nutricionais nos primeiros meses de vida, e é primordial para o desenvolvimento da mandíbula. Função necessária para o adequado desenvolvimento motor-oral: ● movimentação da mandíbula exercita a musculatura perioral, orofacial, bochechas, lábios e a língua; ● Alguns dos músculos mastigatórios iniciam sua maturação e posicionamento. ● A língua estimula o palato. ● O orbicular dos lábios orienta o crescimento e o desenvolvimento da região anterior do SE; ***O retrognatismo mandibular que os bebês apresentam ao nascer deve ser corrigido até a época da erupção dos primeiros dentes decíduos para que sua oclusão possa ser correta. ● Alterações no sistema nervoso central e nas vias nervosas de transmissão podem acarretar anomalias de sucção. ● Quando realizada sem fins nutritivos pela prática repetitiva, pode condicionar a instalação do hábito deletério, permitindo o surgimento de alterações morfológicas e funcionais; OBS: A criança tem “almofadas de sucção” (sucking pads) que são como densas massas compactas de tecido gorduroso dentro dos músculos masseteres. Estas “almofadas” (pads) ajudam a estabilizar a bochecha e geralmente desaparecem por volta dos 4 a 6 meses de idade. Ao nascer, a boca já mostra uma notável integração sensorial e neuromotora. Reflexo de Sucção: ❖ Os reflexos de sucção e deglutição estão presentes a partir da 17ª semana de gestação; ❖ A coordenação de sugar, deglutir e respirar é observada a partir da 32ª - 34ª semana de gestação; ❖ É fundamental a presença do reflexo de procura ou busca → movimento de boca e/ou cabeça em direção ao estímulo na região perioral e do reflexo de sucção; ❖ Sucção tem característica bifásica: involuntária/ voluntária; ❖ Inibido por volta do 4º mês (introdução colher), porém, normalmente persiste além do 5º mês em crianças com lesão cerebral Sucção na gestação A sucção não-nutritiva pode ser observada nos prematuros por volta da 27ª a 28ª semana de gestação → Padrão organizado e repetitivo de sugadas curtas e estáveis, com pausas longas ou irregulares → Neste momento o bebê faz os movimentos, sem ter a introdução de líquido na cavidade oral; Elaborado por Esther da Cunha Rodrigues - Acad. de Fonoaudiologia (UFCSPA) Tipos de sucção: - Sucção Nutritiva (SN) - Aleitamento natural (AN) - Aleitamento artificial (AA) - Sucção Não-Nutritiva (SNN) Tipos de Sucção Nutritiva (SN) Suckling: - extensão-retração (espaço limitado); - ação rítmica de lambida + abertura e fechamento da mandíbula; - protrusão da língua não ultrapassa as bordas labiais. Sucking: - “sucção verdadeira” → corpo da língua se move para cima e para baixo juntamente com a mandíbula para extrair o líquido (excursão mandibular menor que no suckling); lábios fecham-se ao redor do mamilo, criando maior pressão negativa na cavidade oral; - até 6 meses: mistura dos padrões. Sucção e Aleitamento Materno → Crescimento e desenvolvimento do SE + desenvolvimento adequado dos órgãos fonoarticulatórios (OFAs) quanto à mobilidade, força, postura + desenvolvimento da respiração, mastigação, deglutição e articulação dos sons da fala; Função Or�� �� Res����ção Sist. Resp.: Conjunto de órgãos tubulares e alveolares situado na cabeça, pescoço e cavidade torácica responsáveis pela respiração (trocas gasosas efetuadas entre o organismo e o meio ambiente). É uma função vital independente da vontade do indivíduo. Funções: fornecimento de energia, purificação do sangue, trocas gasosas e a comunicação. ● O ar entra pela inspiração e circula pela cavidade nasal, faringe, laringe, traquéia e brônquios antes de chegar ao pulmão. A integridade destas estruturas é fundamental para permitir uma respiração eficiente. → Um adulto inspira em média 7 litros de ar por minuto - média de 14 inspirações; → O recém nascido faz 40 inspirações por minuto; → Criança de 1 ano 24 inspirações por minuto; Mecânica da Inspiração e Expiração: Forças que geram o mecanismo respiratório, contração muscular; Inspiração: aumento do volume da caixa respiratória + diminuição da pressão intrapulmonar. Principal músculo: diafragma (separa a cavidade torácica da abdominal) + interferência de músculos intercostais; Expiração: - Passiva - interferência dos músculos abdominais; Nariz → Estrutura com papel estético-funcional; Funções: proteção de vias aéreas superiores, condução do fluxo aéreo, olfação, aquecimento, umidificação e limpeza do ar inspirado, ressonância da voz; Termorregulador. ➔ Respiração Normal: Nasal (proporcionada pela postura adequada das estruturas esqueléticas dentárias, linguais, labiais e musculares da face), o ar inspirado pelo nariz é purificado, filtrado, aquecido e umidificado. Responsável pelo desenvolvimento adequado do complexo crânio-facial. ➔ Respiração nasal se torna oral → Quando há qualquer impedimento para que a respiração nasal aconteça! Pode ser causada por: obstrução das VAS, hábitos orais, flacidez na musculatura facial e mastigatória. Elaborado por Esther daCunha Rodrigues - Acad. de Fonoaudiologia (UFCSPA) ➔ Respiração Oral (RO): É uma função adaptativa que necessita de alterações estruturais que permitam sua instalação e funcionalidade. ***A passagem do ar, se feita pela boca, modifica o padrão de crescimento não somente da face, como também ocasiona alterações morfofuncionais em todo o organismo. ➔ Queixas do paciente RO: falta de ar ou insuficiência respiratória; cansaço rápido nas atividades físicas; dor nas costas ou musculatura do pescoço; diminuição de olfato e ou paladar; halitose; boca seca; acordar muito durante a noite, engasgo; dormir mal; sonolência diurna; olheiras; espirrar saliva ao falar. Relação de aleitamento materno e Respiração: O padrão correto de respiração pode sofrer influências negativas do desmame precoce do aleitamento materno (AM). O lactente com AM mantém a postura de repouso de lábios ocluídos e respiração nasal. Quando ocorre o desmame precoce, a postura de lábios entreabertos do bebê é mais comum, facilitando a respiração oral. Reflexos Neurais: Mecanismo defensivo; ● Reflexo de tosse e espirro → proteger e manter a permeabilidade das vias aéreas; ● Pulmão: Reflexos de apnéia; Broncoconstrição; Espasmo Laríngeo;
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